Continuamos conversando por alguns minutos até que Luigi falou que precisava ir para terminar de preparar as coisas do jogo e tal. Nós desejamos boa sorte e ele afirmou que iria precisar mesmo, porque não sabia se as estratégias que ele montou ira conseguir deter o time de Math ou algo do gênero confesso que não estava prestando tanta atenção, quando ele saiu pouco tempo depois Vitor se despediu de nós e pouco tempo depois Isabelle foi embora.

Eu sabia que agora não tinha mais escapatória, não tinha mais desculpas, nós teríamos que conversar. E essa não seria adiada e provavelmente seria decisiva, isso fazia meu estômago revirar dentro de mim.

 Fiquei impaciente rodando pelo quarto, me joguei na cama, não sem antes pegar algum livro qualquer dentre a minha pilha deles, não me preocupei em ler o nome, qualquer livro se prendesse minha atenção pelo menos por segundos seria o suficiente, eu precisava me concentrar em outra coisa. Li alguns linhas de divergentes, mas elas não prendiam minha atenção totalmente, de uma forma ou de outra me lembrava de Math, resolvi entrar no tumblr, afinal eu ainda não havia entrada hoje, por causa da presença de Isabelle.

A dashboard estava bem agitada para falar a verdade, depois entendi que era porque era dia de premiação, mas informação desnecessária. Finalmente cheguei a parte que eu gosto e comecei a reblogar.

“Mas, por favor. Não vamos confundir ausência com indiferença. Não vamos justificar abandono com falta de tempo.”

“— Romulo Assis.

“Há coisas que não precisam serem ditas, basta olhar nos olhos.”

— Romulo Assis.

“As coisas mudam. E os amigos partem. E a vida não para, para ninguém.”

— As Vantagens De Ser Invisível.

“Eu queria apenas cuidar de você. Queria te mostrar que tinha alguém nesse mundo disposto a fazer qualquer coisa por você, queria te mostrar que você tinha várias qualidades, e que os seus defeitos eram apenas detalhes.”

— Tudo pra ficar com você.

“Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei! De quem disse que viria e nem apareceu; de quem apareceu correndo, sem me conhecer direito, de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.”

— Clarice Lispector.”

Olhei de relance o relógio, eu nunca entendi por que o tempo não passa quando se precisa. Quando se precisa!

Ouvi o meu celular berrando e quase voei para cima dele. Sim, o desespero estava grande.

Se eu atender de primeira ele vai ficar pensando que eu esperei feito uma louca?

- Mas é o que você está fazendo – Meu inconsciente gritava.

- Mas, ele não precisa saber disso – Rebato e vejo quão patética eu estou aparecendo e me dou conta que o celular já tocou vezes demais e ele vai pensar que eu não ligo para ele, meu Deus do céu.

- Alô – Atendo com a respiração ofegante.

- Larissa? – Ele pergunta e eu assinto logo depois me lembrando de que ele não está me vendo.

- Nem reconhece mais minha voz é? – Pergunto com a voz triste.

- Não é isso – Ele diz sem jeito.

- Por que você saiu mais cedo da conversa? – Pergunto enquanto rodo o quarto freneticamente.

- Porque eu tinha cansado de ser vela – Fico boquiaberta no mesmo instante.

- Hm, mas vela de quem? Para mim a vela era o Vitor, como ele mesmo disse, ou – Parei a frase no ar, milhões de pensamentos passaram no mesmo segundo – Isso foi uma indireta e você está comunicando que não quer mais nada comigo? – Pergunto com a voz trêmula.

- Não é nada disso – Ele diz desesperado. – Eu não terminei nada e me senti completamente vela ali no meio, um ambiente onde todos se davam bem menos eu – Ele diz.

- Mas, eu estava calada – Murmuro.

- Até meu primo gosta dele, eu descobri que toda a minha família o conhecia e o adorava e ele está aí, onde eu não posso estar no momento e convivendo com você, como você quer que eu me sinta? – Ele desabafa.

- Você não percebe o quanto eu gosto de você seu idiota, quantas vezes eu vou precisar gritar para o mundo inteiro para você ouvir, eu gosto do seu sorriso, dos seus olhos, do jeito que você arruma seu cabelo, do jeito que você me deixa bagunça-lo, do jeito que você toca em mim, delicado, mas ao mesmo tempo com firmeza, do jeito que nosso lábios se encaixam, do jeito que ah – Solto o ar fortemente e fico sem fôlego por falar tudo isso sem pausas para respirar – Eu gosto de todo em você seu idiota, ou melhor eu amo – Sussurro a última parte sem ter certeza que ele vai ouvir.

- Você não entende o alívio que eu sinto por ouvir tudo isso e o medo que eu tenho por ele estar aí e eu não – Ele diz.

- Você acha que eu não me lembro da quantidade de cariocas a sua volta e eu nem ao menos as conheço e nem sei se elas sabem que você tem namorada ou se elas ligam para isso e assim como você falou elas estão aí quando eu não estou! Estamos com os mesmos problemas e continuamos sem saber como os resolves – Digo desesperada.

- Você acha melhor o que eu to pensando? – Ele pergunta.

- Para mim isso não era uma hipótese, mas você está querendo eu não vou te impedir – Eu digo mordendo fortemente os lábios reprimindo as lágrimas.

- Acho melhor entrarmos no Skype – Ele diz.

Pelo menos coragem de terminar por telefone ele não vai ter meu subconsciente gritava. Todas as hipóteses estavam apontando para isso. Volto para o computador e espero sua ligação.

- Continuando o que eu estava falando, depois de hoje eu vi que não estava funcionando – Ele disse sério.

- Você acha mesmo que não está funcionando? – Pergunto deixando as lágrimas caírem.

- Dói muito essa distância separando seu corpo do meu, dói pensar em você vinte e quatro horas por dia e não poder sentir seu cheiro, seu beijo, seu abraço, dói te amar só assim, de longe - Ele disse com uma lágrima escapando pelos seus lindos olhos cor de mel.

Eu sabia que ele estava pondo o fim, o fim em nós.

Minha visão já estava totalmente embargada, eu não conseguia enxergar nada, meus soluços saiam alto.

- Se você quer assim - Digo baixinho, desligando o Skype.