Aliaqua escrita por Gabriel Hefesto


Capítulo 6
Desavenças


Notas iniciais do capítulo

Essa foi rápida...



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Pedro

Estávamos de mãos dadas, ela na frente corria me levando para um local, o vento assoprava seus cabelos a fazendo parecer um anjo enquanto o seu rosto era de um tom angelical. Seus olhos demonstravam esperteza e selvageria e seu aperto em minha mãe ficava cada vez mais forte fazendo meu coração bater mais rápido. Tudo isto seria romântico se não estivéssemos fugindo de soldados armados.

Enquanto nós corríamos podíamos ouvir atrás de nós os mesmos gritando, alguns insultos, outro para paramos a fim de conversarmos. Porém, nem eu mesmo queria parar já que tinha me visto em uma situação nada convencional, estava com muita vergonha de mostrar o meu rosto para eles.

Pelo tom de suas vozes e pelo fato de estarem atirando em nós dois alguma coisa que eu ainda não tinha identificado o que era, percebi que eles não sabiam que eu era. Seria mais fácil eu parar e dizer que era praticamente o príncipe da área principal e inventar alguma desculpa para ela estar me acompanhando, mas isto me faria ter que encará-los e eu não conseguia no momento. Um barulho de cascos me fez perceber que cavalos agora nos seguiam, não podíamos ser mais rápidos que eles, porém, por estamos em um local estreito eles não poderiam entrar ali também o que nos garantia uma fuga segura. Mas eu estava enganado, eles não estavam nas nossas costas e sim na nossa frente, um cavalo impedia nossa fuga nos obrigando então a parar. A garota estava muito ofegante como se não fosse acostumada a correr tanto assim, embora tivesse sido somente alguns metros. Rapidamente os soldados nos alcançaram eles tinham em suas mãos espadas, arcos, lanças e machados, percebi que alguns também seguravam redes e um lançador, pelo que parece era isto que eles estavam jogando em nós dois a fim de nos capturar. Eu não sei o porque, mas quando eles se aproximaram mais ainda, a escondi atrás de mim afim de protegê-la. Imagine só, eu protegendo alguém que eu nem conheço.

Naquele exato momento uma movimentação ocorreu atrás dos soldados que nos encaravam, duas pessoas estavam se aproximando e quanto mais perto estava de nós dois, podia-se ver os soldados abrindo caminho para eles e fazendo uma meia reverência.

O primeiro que eu vi foi um homem de idade, parecia ter seus sessenta anos com o seu cabelo totalmente branco, porém, bem aparado, suas roupas eram para mostrar que ele era da nobreza e seu estilo de andar demonstrava o quanto ele se achava superior aos demais.

Do seu lado vinha um homem mais alto que este senhor, de primeira aparentava ter uns vinte e cinco anos com o cabelo loiro e arrepiado, musculoso, olhos azuis e um rosto sério. Carregava com ele uma espada incomum, pois diferentemente das outras espadas que eram retas, esta era um pouco arredondada como uma meia lua.

Sua armadura era de ouro e prata e no peito tinha a cabeça de um leão rugindo de frente, ele era bem pálido o que fazia o leão de ouro e os detalhes da armadura se destacar bastante.

O velho se adiantou e falou:

Já chega! Não fugirá mais de suas obrigações. Ele tinha um tom nervoso, mas não olhava para mim e sim para a garota.

E quem é ele? Perguntou o cavaleiro.

Eu me senti tentado a responder quem eu era de fato, porém decidi ficar quieto por mais um tempo, ver no que me meti.

Eu não sei, o conheci agora. Ela disse. - E eu não vou com você!

Ela cuspiu estas últimas palavras com um total desprezo, o que me deixou curioso pra saber o que tinha ocorrido entre eles.

– Você não está em posição de decidir algo garota, eu prometo que se vier comigo deixarei pelo menos um mês em paz.

Disse o velho em um tom cansativo como se já tivesse falado isto antes.

Eu então olhei para ela, em seu rosto estava uma mistura de terror e ódio, alguma coisa ruim aconteceria se eles colocassem suas mãos nela, um sentimento se aflorou dentro de mim e tive então a coragem de falar:

– Ela não vai a lugar algum se não quiser, quem são vocês para tentar mandar nela?

O cavaleiro olhou para mim curioso e disse:

– Eu sou o noivo dela e este é o pai.

Eu fiquei surpreso, se ele era o noivo dela porque todo este drama? Porque dela fugir?

Ela deve ter visto algo em meu rosto, pois ela compreendeu o que eu estava falando e sussurrou para mim:

– Casamento arranjado, eu não o amo, eles não podem me obrigar a casar com alguém que eu não amo.

Eu entendi então o do porque de toda esta confusão, acho que se eu tivesse na mesma situação com ela faria o mesmo.

Comecei então a bolar um plano para podermos fugir dali, porém, iria ser difícil.

– Porque a protege?

O velho perguntou para mim.

A pergunta tinha me pego de surpresa, porque eu a protegia? Porque estava me arriscando fazendo tudo isto se era problema dela?

– Você não sabe não é? Bom, se você não tem um motivo para proteger alguém e se não a conhece, creio que ela não se importará se tu morrer.

Disse o cavaleiro satisfeito, ele então comandou dois guardas para me atacar.

Ela segurou em meu braço mais forte, porém, pedi-a para soltar. Eu deveria ter usado algum tom nada cordial, pois ela pareceu temerosa quando eu disse isto.

Ela segurou em meu braço mais forte, porém, pedi-a para soltar. Eu deveria ter usado algum tom nada cordial, pois ela pareceu temerosa quando eu disse isto.

Um dos cavaleiros avançou na minha direção com a lança, dando uma estocada rápida eu só podia desviar, seus movimentos com os pés eram muitos bons e ele tinha uma velocidade incrível atacando. O outro veio do lado com a espada em punho direto na minha direção, eu desviei para o lado e o golpeei na nuca assim como James tinha me ensinado, peguei rapidamente sua espada caída enquanto ele se recuperava do golpe.

Quando eu me virei a lança quase me acertara, porém, aparei bem a tempo com a minha espada e utilizando a lâmina da mesma cortei a ponta da lança e chutei o peito do cavaleiro que a empunhava.

Agora eu tinha uma espada para me defender e no castelo eu aprendi esgrima não somente artes marciais. O cavaleiro brandiu sua misteriosa espada e veio na minha direção.

Estranhamente quando eu atacava, não conseguia aparar a espada dele, ela sempre seguia o corte, porém, eu conseguia desviá-la e isto era o começo.

Depois de dez minutos lutando com ele eu já demonstrava cansaço, a espada que eu usava era mais pesada que a minha e eu não tinha me acostumado com isto ainda, logo minha energia havia se esgotado rápido.

Já o cavaleiro a tinha de sobra e percebera que eu estava ficando cansado, ele então começou a investir mais pesadamente em mim sempre atacando em direção às minhas pernas.

Logo eu comecei a perceber que era por isto que eu estava me cansando rápido, eu precisava terminar a luta logo ou ficaria sem fôlego logo. Então me lembrei de uma técnica que meu instrutor me ensinou para desarmar um inimigo, talvez se eu fizesse isto a luta terminaria.

Ele atacou mais uma vez em direção as minhas pernas, mas como eu já esperava por isto defendi um pouco mais acima de seu braço e logo em seguida bati com o punho da espada no punho dele.

Ele primeiro olhou para mim e atacou novamente, desta vez invés de defender eu ataquei junto, com a sua mão doendo devido ao golpe que apliquei a espada escapuliu de sua mão e agora ele se via olhando a ponta de minha espada.

Então algo inédito ocorreu, o velho começou a bater palmas.

Bravo. Ele disse. – Bom como você é o vencedor, porque você não casa com a minha filha? Ele perguntou para mim esperançoso.

Eu fiquei pasmo, casamento?

Mas, mas, eu nem sei o nome dela, não poderia casar...

E instintivamente olhei para ela que naquele momento olhava para o chão, eu podia ver que ela estava envergonhada, por quê? Um estrondo, e a parede na frente do velho ruiu, dela saiu duas pessoas que eu não esperava ver nesta área, Haziel e Robert.

– O que fazem aqui? Eu perguntei surpreso.

–Explicações vêm depois, agora corram! Falou Haziel rapidamente.

Eu segui suas instruções e comecei a correr, porém uma mão me agarrou, era a do cavaleiro, olhei para os seus olhos e percebi que não eram mais azuis e sim roxos. Haziel veio em nossa direção e utilizou uma espada, também diferente da que treinávamos já que a lâmina dela era de um roxo claro e era fina. Ele então espetou no coração do cavaleiro, a garota gritou de horror e até eu estava estupefato, Haziel poderia ser um pouco irritante mas nunca mataria alguém, pelo menos é o que eu achava.Quando ele retirou a espada, ao invés de sangue um liquido diferente saiu, e percebi com espanto que era a Aliaqua.Os olhos do cavaleiro voltaram a ser azuis e ele desmaiou, os outros soldados vieram em nossa direção, mas então Haziel falou:

Vocês dois, corram, Robert, cuide deles.

O mordomo tirou duas lâminas roxas como a da espada de Haziel e atacou os soldados de uma forma rápida e limpa, logo todos eles estavam no chão se era desmaiados eu não sei.

Eu peguei a mão da garota e a fiz me acompanhar, juntos eu, ela, Haziel e Robert corríamos pelos becas da área 23, sabia que não era o momento correto mas senti uma certa curiosidade, então ainda correndo eu perguntei para a garota:

E então... qual seria o seu nome mesmo?

Ela olhou para mim como se valesse mesmo a pena me dizer, mas depois deu de ombro e falou:

Lílian.

Era um bonito nome, pelo menos eu achei, olhei para o Haziel e perguntei para ele: - E vocês dois, o que fazem aqui? Haziel demorou um pouco para responder, mas depois de limpar a garganta ele falou bem baixo:

– Pedro, nosso pai morreu.


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Notas finais do capítulo

Tentarei escrever a próxima amanhã.



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