Aliaqua escrita por Gabriel Hefesto


Capítulo 5
Encontros


Notas iniciais do capítulo

E mais uma vez, depois de muito tempo, estou aqui lol. Eu sou um cara muito preguiçoso, mas agora bolei um sistema para me fazer um capítulo me menos de uma hora, e de certa forma divertida 8) Espero que gostem deste, estou introduzindo personagens novos, alguns importantes outros não, alguns morreram muito rápido outros lentamente, depende do meu humor :D



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Pedro

Algo estava errado, eu podia sentir. Por algum motivo, depois de meu pesadelo eu estava me sentindo diferente, como se não pertencesse mais aquele lugar, as pessoas ao meu redor se tornaram mais distantes e ao mesmo tempo distintas, como se não fossem mais elas mesmas. Eu sou como um príncipe prestes a ser coroado como rei, era normal andar pelas ruas e avistar vários tipos de olhares para mim, inveja, admiração, respeito. A única coisa que sinto agora é ódio vindo das pessoas, por quê? Eu não tinha feito nada de errado ou injusto com os moradores da área principal sempre tratei todos da mesma forma, com respeito, mas esta mudança repentina de tratamento e humor dos cidadãos mostrava o contrário.

Mais cedo, nosso pai tinha nos avisados que hoje iríamos visitar a área 14 para um passeio de reconhecimento, depois que ele começou a envelhecer tratou de nos enviar para as outras áreas a fim de nos mostrar o que iríamos comandar. Lembro-me de Haziel perguntando o do porque dele ter que sair do castelo já que o primogênito seria eu, logo, eu assumiria o trono. Meu pai respondeu que imprevistos poderiam acontecer e que para isto ele deveria estar pronto para qualquer coisa, lembro-me do horror que passou pelo meu rosto e dos olhos de meu pai quando me olhou em seguida, primeiro normais então suas sobrancelhas se enrugaram criando uma expressão de preocupação e por um ínfimo segundo se tornaram roxos e ele pareceu feliz, mas rapidamente seu rosto se transformou em uma expressão de arrependimento, a partir deste dia os meus pesadelos começaram. E isto já faz três anos.

Como um bom filho eu já estava na estação junto com o meu guarda costa, James, ele era menor do que eu, porém, continuava assustador, pois emanava uma aura de assassino como meu pai dizia. Fora encontrado quando tinha oito anos e de acordo com o que ele contara, fora instruído pelo seu irmão mais velho, João, kung fu uma arte marcial chinesa muito antiga que de alguma forma conseguiu sobreviver na mente dos mesmos e passada para outras gerações que se transformaram em um clã e viviam na área 23. Porém, este clã fora dizimado por um grupo desconhecido, nenhuma ação de misericórdia veio dos inimigos e idosos, mulheres e crianças que viviam sobre a proteção do clã foram exterminados. No dia em que isto ocorreu, James tinha ido trabalhar junto com o seu irmão nas docas e acabaram sendo os únicos sobreviventes daquele clã, juntos decidiram partir do área 23 antes que o rumor da sobrevivência dos dois ousasse ressoar entre os ouvidos dos assassinos. Porém, era tarde, quando estavam no trem vindo para a nossa área foram emboscados pelos assassinos, graças ao treinamento de seu irmão eles derrotaram três deles, porém, o último conseguiu ferir gravemente João que caiu no chão sem vida. Ao invés de perseguir James, o assassino agarrou sua vítima e o levou embora, deixando o garoto de oito anos sozinho, sem família. Meu pai ia pegar o trem naquele dia e acabou o encontrando chorando em um canto, depois de ouvir sua história decidiu transformá-lo em um criado, agora com trinta e dois anos James se tornou um dos meus guarda costas e tutor de artes marciais.

Eu acho que ele não virá senhor. Disse James para mim depois de meia hora.

Estávamos esperando Haziel, mesmo não sendo obrigado a vir nesta viagem de reconhecimento o queria por perto, não estava muito seguro em visitar as outras áreas sozinho. Porém, logo percebo que quanto mais cedo eu for embarcar no trem, mais rápido poderei voltar para casa, com isto em mente eu falo:

Tudo bem então, vamos partir.

Com um aceno de cabeça James avisa para os outros guardas entrarem, eu o sigo até um compartimento particular. O trem que saia da área principal era como o antigo trem bala que se via em fotos de livros ou de antigos jornais, ele era bem bonito por dentro, e você poderia descansar em silêncio pois quase não se ouvia o barulho dele se movimentando. Eu estava muito cansado, não tinha dormido bem, mas por algum motivo eu não conseguia dormir, talvez eu estivesse com medo de ter um pesadelo novamente, imaginei acordando gritando na frente de James, eu o respeitava muito, era um bom professor, não queria passar vergonha em sua frente. Em menos de uma hora chegamos na área 23, era minha primeira vez visitando aquele local, logo, eu corri para a janela do trem afim de avistar a paisagem.

Diferente da área principal que tinha, de certo modo um ar moderno, a área 23 se parecia muito com o que se chamava na época “era medieval”, eu sempre fui fã destas histórias, logo, não pude deixar de gostar daquele local. As casas eram de madeira, porém, tão bem detalhados que você ficava surpreendido só de olhar, as ruas não eram asfaltadas sujando então o sapato de quem andava por ela de areia.

Por todo lugar que eu andava, só podia ver uma coisa: cavalos. Por incrível que pareça eles ainda utilizavam cavalos para se locomover, porém, o local estava limpo, não se avistava estrumes e nem ração pelo chão e o melhor de tudo, o cheiro do ar era puro. Perto de uma estalagem, tinha um bebedouro para cavalos cheio de Aliaqua, e lá se encontrava todos os tipos de cavalos mais impressionantes. Desde os azuis, até os roxos escuros e tinha um potro de uma cor que eu jamais tinha visto antes, marrom, isso provavelmente deveria ser raro pois ele estava sendo capturado para enfim ser leiloado. Continuamos andando até chegarmos em uma grande casa, ela provavelmente deveria ser da família mais rica dali, pois se destacava não só pelo tamanho como por causa da decoração também. Em seu telhado tinha gárgulas e a madeira era de uma tonalidade escura fazendo a mansão, só percebi o que era depois de entrar na propriedade do mesmo, ser assustador.

Primeiro James tocou bateu na porta, e logo em seguida dois criados apareceram, um mordomo bem velho o que indicava que o local estava cheio de tradições e uma garota de quatorze anos que poderia muito bem ser sua neta. Sem nada a dizer apenas indicaram para entrarmos e depois de estarmos no saguão fiquei abismado pela altura do teto, o chão era decorado como em um tabuleiro de dama ou qualquer outro jogo similar, as paredes tinham a mesma tonalidade que do lado de fora e a escada era circular. Qual seria o tamanho desta mansão? James tomou a dianteira e fez um sinal com a mão para eu o seguir, depois de subirmos uma grande lance de escadas - será que eles não tinha elevador não? - ele falou para eu ir para o quarto no final do corredor me trocar. Chegando lá um conjunto de roupas comuns estava na cama aberto, passado e engomado. Pelo que parecia eu não poderia parecer um nobre, logo, minhas roupas eram de civis. Eu não estava nem um pouco ansioso para me encontrar com os donos da mansão, então, assim que troquei minhas roupas se desci correndo e ao chegar ao saguão parei para respirar, não o tempo que era necessário já que se eu ficasse muito tempo seria pego, e assim que estava pronto eu sai do local.

Já estava na rua, fascinado por esta área eu comecei a perambular afim de descobri algo interessante. Depois de um tempo cheguei em um amontoado de casas, os espaços entre elas era apertado mas dava para andar por ali, desde que fosse um de cada vez. Sem nenhum aviso alguém trombou em mim, ambos caímos e quando eu fui olhar quem era percebi que era uma garota. Ela era bonita, praticamente da minha altura, sua pele era morena e seus cabelos longos, meio liso meio encaracolado, devido suas roupas um pouco apertada percebi que tinha um busto mediano, tentei não olhar, no entanto era difícil ignorara este detalhe. Ela percebeu e me encarou feio falando em seguida:

Por quanto tempo ficará olhando para os meus seios? Sua voz estava carregada de sarcasmo e não pude deixar de corar.

Com licença, ainda estou esperando seu pedido de desculpas por me jogar no chão.

E isto é motivo para ficar olhando para os meus seios? Ela perguntou mais uma vez parecendo um pouco mais irritada.

De fato não, porém, com o que você está vestindo é um pouco difícil ignora-la.

Ela me deu um tapa e com o outro braço tempo tampar os seus seios da minha visão. Quando eu ia falar algo ouvi um barulho estranho e pela sua reação ela também. Provavelmente ela sabia o que era porque logo em seguida pegou o meu braço e me enfiou em um beco junto com ela. Estávamos agora colados um com o outro, tão perto que eu podia sentir sua respiração em meu pescoço. Em toda minha vida nunca tinha estado próximo de uma garota assim a não ser quando abraçava uma das minhas criadas ou a minha irmã. Os seios que ela queria esconder de mim agora estavam em contato direto comigo, um formigamento na região de baixo ventre me fez corar e quando ela olhou para mim com um olhar de censura percebi que ela estava envergonhada também. O barulho agora estava mais perto e então percebi que na verdade eram cavalos, um monte deles. Quando chegaram perto de nossos becos eles pararam e ouvi um tintilar de metais se chocando. Ouvi passos de metal se aproximando, julgando pela área e o tempo que a caracterizava eu diria que eram cavaleiros. Eu preferia estar enganado, cerca de cinco cavaleiros estavam andando perto de onde estávamos, eu estava em silêncio, por algum motivo não queria que eles me vissem nesta situação com uma garota que eu não conhecia. Talvez por meu coração estar batendo muito rápido, ou talvez por causa de nossa respiração acelerada, o que ocorreu foi que um dos cavaleiros se virou para nós dois e nos viu. Um rubor subiu pelo meu pescoço, porém, o rosto dela estava estampado com pânico. Segurando ainda meu braço ela começou a correr e como eu não queria ficar lá com eles, fugi junto com ela.


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Notas finais do capítulo

Comentem, comentem u.u



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