Aliaqua escrita por Gabriel Hefesto


Capítulo 1
Pesadelos.


Notas iniciais do capítulo

Cuidado com os sonhos...



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Pedro

“É só um sonho!” Eu não cansava de repetir, pois, apesar de tudo era verdade, aquilo que eu estava vivenciando era sim um sonho, estava mais para um pesadelo. Mas porque parecia tão real? Porque as lágrimas que desciam de meu rosto estavam de fato molhando meu corpo inerte na cama? Isto era o que de fato mais me assustava, mas o que estava ocorrendo comigo naquele pesadelo também.

Imaginem então você parado no nada, era aonde eu estava, eu não conseguia nem ao menos ver o meu corpo de tão escuro que era o local, se fosse somente isto estava tudo bem, porém, eu conseguia ouvir o choro de minha irmã de longe, seus gritos baixos mas desesperadores que me mostrava incapaz de proteger pessoas queridas para mim. Sem me importar para aonde eu estava indo eu corri, não sabia para onde, mas esperava chegar em algum local.

Não sei quanto tempo demorou mas eu estava cansado, o que estranhei, desde quando eu soava tanto assim em meus sonhos? Sentei-me um pouco, agora estava tudo quieto não ouvia nem mesmo o choro de minha irmã ao longe e isto me deixava preocupado. Eu? O 18º Representante Mundial? Como, se eu não conseguia nem ao menos proteger uma garota indefesa. Enxuguei os meus olhos pois lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto mesmo eu não tendo mais vontade de chorar, então percebi que o líquido que saia de mim começava a brilhar, enfim uma luz nesta escuridão mas eu preferia que estivesse tudo escuro ainda.

Percebi que estava em uma caixa de vidro, eu mal conseguia me mover no mesmo, era muito apertado para mim, o que me deixava cada vez intrigado, como eu consegui entrar então em um local totalmente fechado? Como eu havia suspeitado, aquilo só podia ter sido um sonho, rapidamente minhas lágrimas enchia todo o local, mas o mais estranho, era que mesmo com toda aquele líquido preenchendo a caixa em que eu me encontrava preso, eu não boiava, foi aí que eu percebi que eu estava chorando um líquido arroxeado, aliaqua.

Algemas prenderam meus dois braços na parede e começaram a apertar, sangue escorria de meus pulsos e a aliaqua subia cada vez mais rápido, eu ia me afogar em minhas próprias lágrimas. Não aguentava mais aquele local, meu sangue já estava se misturando com a aliaqua, percebi que havia espinhos naquelas algemas que me fazia eu me machucar tanto assim. Meu coração doía de uma forma insuportável, o que era aquela dor, eu tentava me debater, gritar, mas sempre que eu fazia isto mais e mais sangue jorrava de meus pulsos, aliaqua entrava em meu corpo e fazia minhas entranhas queimarem cada vez mais.

Eu estava perdendo a minha consciência, afogando-me, até que o líquido sumiu, alguém batia em meu rosto, até que eu percebi que era Robert, o mordomo de meu irmão, ele era alto, mais alto que muitos residentes de nossa casa, porém, não deixava de fazer sucesso com as mulheres. Estava com o seu costumeiro terno preto com detalhes roxos, em seu bolso no paletó estava o emblema de minha família, uma taça com um líquido roxo dentro. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, hoje seus olhos eram azuis, ninguém sabia qual era a verdadeira cor dos mesmos, pois ele estava sempre de lente de contato.

Finalmente eu havia acordado, estava me debruçando para ir ao encontro de Robert quando meu pulso começou a doer novamente, eu ainda estava preso a uma parede invisível desta vez, fora o Robert em meu campo de visão, só havia escuridão.

“Se não percebeu ainda, estou preso, teria como você me ajudar?” Pedi para ele incrédulo, será que ele não tinha percebido ainda? Qualquer um que me visse nesta situação arrancaria até o braço para me socorrer, mas Robert somente sorriu.

“Porque eu faria isto meu jovem? Minhas ordens são diferentes.” Disse ele se virando, pronto para ir embora.

“Ordens? Que ordens? Quem ordenou a você me deixar aqui preso?” Perguntei totalmente atordoado.

Porém, naquele momento, ouço o baralho de alguém correndo, alguém vinha ao nosso encontro. Victória aparece diante de nós dois, chorando e muito machucada, minha irmãzinha sangrava de uma forma totalmente descontrolada, sua barriga havia sido aberta por uma faca e percebi que ela estava tentando manter suas entranhas dentro de seu corpo enquanto se locomovia. Pobre Victória, seus cabelos loiros e ondulados agora estava tingindo de sangue, seu corpo todo estava vermelho, graças ao seu sangue. Ela cai em uma poça vermelha abandonando de cara seus esforços de manter suas entranhas em seu corpo, ela estende suas mãos para mim e sorri, então cai imóvel.

“AJUDE-A ROBERT, SEI QUE NÃO PODE ME AJUDAR, MAS SALVE A VIDA DE VICTÓRIA.” Grito para o mordomo, enquanto minhas lágrimas jorravam mais uma vez, eu me debatia como um louco, sentia a minha carne deixando os meus pulsos e meu sangue jorrar mais e mais. Não me importava de perder os meus braços mas eu tinha que salvar Victória. Robert se aproxima de Victória e começa a examinar minha irmã.

“Está viva.” Diz o mordomo, o alívio percorre o meu corpo, porém, logo em seguida em fico rígido mais uma vez, Robert puxava uma pistola de seu paletó e então atirou na cabeça de Victória. Eu fiquei em choque, Robert guardou a sua arma e sorriu com desdém. “Desculpe-me, vim de uma família pobre, corrigindo, estava viva.”

Eu me debati mais e mais vezes, gritando como um louco, meu ódio me consumia, tudo que eu queria era matar Robert. Então, ele tirou um fósforo e tacou em Victória, o fogo a consumiu na minha frente, meus gritos não saiam mais, minha irmãzinha...

“Você vai matar todos eles Pedro, lembre-se disto, você será a ruína de sua família 18º.”

Meus olhos estavam pesados, mas me esforcei e enfim os abri, percebi que estava em meu quarto, meu rosto estava molhado mas já era algo esperado, levantei os meus pulsos e não estava machucado, nem mesmo uma marca continha. Lembrar-se do que eu tinha passado, o que ocorreu com Victória em minha frente era doloroso demais, lembrar de minha irmã me fez sair do quarto apressado, estava de pijama, porém não dei muito importância. Rapidamente estava em frente ao quarto de minha irmã, bati em sua porta uma vez e nenhuma resposta, bati mais uma vez e nada veio do quarto dela, estava ansioso, então entrei.


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Notas finais do capítulo

...pois sempre tem um toque de realidade!



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