Os Últimos. - Interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 20
Luccius- Cap.19 - Se quer, faça você mesmo.


Notas iniciais do capítulo

Não postei ontem, era domingo e tava desanimado e.e
Mas aqui está.



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Luccius.


Dia 01 de Dezembro.


Local: Fronteiras.


Kurt se juntou a Luccius no dia de ontem, eles partiram de Boston a procura de Jonah, o tio do jovem viajante. Ele está sem nenhuma arma na viagem, somente Kurt que carrega uma flintlock com quatro balas e um punhal pequeno.


Eles caminham em uma estrada fechada por colinas grandes que tornam o local estreito e escuro.


– Para onde vamos? – Pergunta Kurt laçando o braço de Luccius.



– Para a casa de meu tio.



– Onde seu tio mora?



– Não muito longe daqui...



– Você sabe que viajar na fronteira é perigoso não é? Bandidos, mercenários e assassinos.



– Qualquer coisa eu dou um jeito. – Ele sorri e se solta do laço de Kurt retirando seus braços cruzados dos dele.



Mais à frente uma carroça de mercadorias está sendo saqueada por cinco homens, um velho, uma velha e uma garota jovem. A família está vivendo momentos aterrorizantes, os bandidos são brutos, jogam os caixotes de mercadoria no chão, estão empunhando facas e machados. Luccius nota o alvoroço e estende a mão para Kurt parar, neste movimento ele apalpa seu seio, ela lhe dá um sorriso malicioso. Ele retira a mão.



– Olhe ali, estão saqueando aquela família. – Diz Luccius apontando para os bandidos.



– Vamos ignora-los, é só passar reto.



– Passar reto? Também vão querer assaltar a gente. – Luccius vê que um bandido pega a garota, ela é jovem, de cabelos louros, olhos azuis, pele branca e com vestes de camponesa, um longo vestido branco e marrom. Ela é lançada no solo, ele arregala seus olhos, não pode presenciar tamanha crueldade. O pai da garota tenta impedir pedindo ajuda mas é silenciado com vários socos e chutes. – Tenho que ajudar agora!


Ele faz um movimento para retirar a espada da bainha, mas se lembra que não tem espada alguma.


– Você nem tem armas, vai morrer, não faça isso! – Mas ele a ignora e parte para cima dos bandidos.


A garota que foi jogada no chão estava tendo sua saia levantada pelo maior dos bandidos, este é moreno, careca e bem musculoso, usa roupas sujas e em mal estado. Ele se levanta ao ver que um jovem de cabelos louros, vinte centímetros menor que ele se aproxima desarmado.


– O que você quer aqui? Está atrapalhando nossa peça. – Diz o moreno careca.



– Parem o que estão fazendo agora, senão vou matar todos. – Ele diz apontando para cada um dos bandidos. Eles começam a rir da cara de Luccius.



– Hahaha! Você é engraçado moleque! – Diz novamente o moreno careca.



– E o que vai fazer? Nos espancar? – Diz outro bandido, este tem os cabelos compridos e mal cuidados, dentes amarelados e segura uma machadinha.



– Sim. – Todos voltam a rir. Kurt se aproxima. Alguns assovios são emitidos na presença da pirata sexy.



– Esta ai é carne de primeira. – Diz um outro bandido que usa um chapéu velho e segura uma faca com vários dentes.



– Vamos bater em você, te amarrar naquela rocha ali e te fazer assistir tudo. – Diz o moreno apontando para um pequena rocha no canto da estrada. – Cara de cavalo, acaba com este marica. – Ele ordena a um dos bandidos que tem feições realmente parecidas com a de um cavalo. Este entrega seu machado para o do chapéu enquanto todos assistem.



– Não quer meu punhal? – Cochicha Kurt. Ele nega fazendo sinal com a cabeça.


O primeiro soco vem do cara de cavalo, ele tenta acertar o rosto de Luccius mas é impedido, tem seu braço agarrado e dobrado, o homem cai de joelhos com a dor, qualquer movimento e seu braço é quebrado. E assim ele o faz, com a outra mão pressiona com muita força a parte superior do braço do cara de cavalo o quebrando nas juntas do cotovelo. O homem cai no chão gritando de tanta dor. Os outros se impressionam com a habilidade do jovem de cabelos louros.


– Quem é o próximo? – Todos estão espantados, não esperavam isto.



– Foi só um golpe de sorte, acabem logo com este cara. – Ordena o moreno careca apontando para os três capangas restantes.


O de cabelos compridos inicia o combate desferindo um golpe com a machadinha verticalmente. Leva um soco na garganta e um empurrão antes de terminar o golpe, o segundo vem logo após a ação de Luccius, é do homem do chapéu e sua faca. Ele tenta atingir o estomago do jovem, leva três socos no rosto. Luccius não consegue terminar os golpes pois é impedido pelo terceiro bandido armado com uma alfanje velha, ele tenta acertar as costas do jovem mas acaba acertando seu companheiro do chapéu velho bem na região superior do peito.

Luccius empurra o bandido que foi atingido e dá um pequeno salto estendendo sua perna direita e acertando em cheio o rosto do terceiro bandido, um esguicho de sangue é lançado e o homem cai desacordado no chão, foi um golpe perfeito deixando Kurt impressionada com as habilidades de Luccius.

O dos cabelos compridos já está de pé e lança sua machadinha em Luccius, ele se baixa e a ferramenta atingi a carroça, agora está desarmado assim como o jovem.

Um tiro atingi o homem no peito e ele cai encostado em uma rocha tentando estampar o sangramento. Foi Kurt já impaciente. Luccius e olha assustado, o homem moreno gira seu machado se sentindo intimidado. Seus quatro homens foram feridos e derrotados por dois moleques.


– Eu mesmo acabarei com vocês dois. – Ele gira seu machado de lenhador o passando de uma mão para outra.


Ele tenta se precipitar e pega a alfanje velha do bandido que acertou o chute em cheio. A garota de cabelos louros foi até seu pai tentando acorda-lo.

Luccius dá o primeiro golpe mas é aparado pelo cabo do machado do homem, ele empurra o jovem e salta brutalmente na tentativa de esmagar seu crânio. Mas atingi o solo levantando muita poeira e neve, o garoto foi mais rápido e rolou para os lados. O moreno leva um chute forte no rosto antes de se levantar e rola tentando escapar de mais pancadas. Se levanta furioso com o nariz quebrado e gira seu machado para acertar tudo ao seu redor, quando sessa o movimento recebe um corte no estomago, um nas costas, outro na coxa e na nuca. Nem conseguiu ver a ação do jovem rapaz de tão rápido que foi. Ele cai no chão, foi derrotado tão rapidamente que mal consegue acreditar.


– Mata ele. – Diz o velho com a mão na cabeça e furioso, sua filha o abraça derramando algumas lágrimas. A esposa está assustada e tremendo também abraçada ao marido.


Luccius não hesita e atravessa a cabeça do homem com a alfanje velha.

Eles se entreolham, Luccius, Kurt, o velho, a velha e garota linda de cabelos louros e olhos azuis.


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Depois de algum tempo, o velho convidou os dois a viajarem junto a eles na carroça. Eles são mercadores de um pequeno vilarejo chamado Manon. Estão os dois na parte traseira da carroça, ela tem uma cobertura branca e vários caixotes, jarros e peças de roupas. A garota de cabelos louros está sentada do lado esquerdo Luccius e Kurt no direito.



– Muito obrigada, se não fossem vocês dois eu seria desonrada... – Ela diz fitando Luccius com seus belos olhos azuis como o mar e cabelos louros.



– Eu fiz o que qualquer um faria. – Ele sorri para a garota.



– Meu nome é Muffy. – Ela estende a mão, Luccius a aperta.



– Eu sou Luccius. – A garota nota seu sotaque estrangeiro.



– Meu nome é Kurt. – Diz seca.



– Você é italiano? – Indaga Muffy encantada com o sotaque do jovem.



– Sim, já morei em Florença, Venezia e já visitei até Roma. – Os olhos azuis da garota tomam um brilho especial.


– Uau! Eu sempre quis viajar para fora daqui, França, Itália, Caribe. Mas como não sou nobre... Eu colho somente os frutos que a vida me dá! – Ela diz abrindo um sorriso encantador, Luccius se simpatiza com a garota. Só Kurt que parece não ter gostado nem um pouco.


– É... Eu aprendi que se tentarmos ser mais do que podemos, sofremos com a ira e indignação de outros... – Ele se refere a morte de sua família.



– Eu sinto muito... – Diz Muffy compreendendo a melancolia do jovem. – Para onde estão indo?



– Para o norte, vou encontrar um tio.



– Que coincidência, também estamos indo para o norte.



– O que vão fazer no norte? É cheio de bandidos como estes. – Diz Kurt.



– Vamos a grande feira anual, é um grande evento. Meu pai está levando suas melhores mercadorias e vamos tentar ganhar dinheiro o suficiente para sair de Manon e começar uma vida melhor.


– E dá pra lucrar bastante neste evento? – Indaga Luccius.


– Depende... São vários compradores, lordes, homens de negócios, camponeses, soldados, generais... Cada um oferece um preço, é como um leilão.



– Hum... Vão para onde se conseguirem dinheiro o suficiente? – Volta a indagar Luccius.



– Não sabemos ainda, meu pai quer comprar uma fazenda perto de um rio. Já minha mãe quer morar em Nova Iorque.



– E você? O que você quer?



– Eu... Eu queria ajudar, queria ser médica e viajar pelo país... – Ela diz angustiada, os pais não admitem que a filha viaje. Ela deve ter um vida como a da mãe. Casar-se com um homem escolhido pela família, ter filhos e morrer de velhice.



– Então faça. – Diz Luccius levantando o rosto da jovem.



– Não posso, meus pais não deixam...



– Quantos anos você tem? – Pergunta Kurt.



– Dezoito.



– Então pode fazer o que quiser, não é mais criança. Fuja e deixe uma carta para seus pais, se tem um sonho corra atrás dele, você é a única capaz de realiza-lo. – Luccius se impressiona com as palavras de Kurt, ela cruza seus braços e permanece olhando para um ponto fixo. Muffy sorri com o incentivo.



– Talvez esteja certa... Mas eu iria para onde? Sozinha? – Ela olha para Luccius, ele permanece pensativo e depois abre um sorriso.



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Dia 02 de Dezembro.



Luccius decidiu levar a garota junto a eles na viajem. Ela deixou uma carta aos pais e partiram assim que chegaram no grande evento, tudo isso em um momento de distração dos pais.


Já saíram da região de Massachusetts, estão perto do Canadá, logo a noite chega de tanto que andaram o dia todo. Carregando comida e alguns mantimentos.

Atravessam um rio com algum esforço, principalmente Muffy, seu vestido ficou todo molhado e ela sofreu um pouco com o frio do inverno. Kurt não parece nada feliz com a companhia de Muffy.

Eles chegam a uma estrada que sobe as ruinas, estão próximos da casa do tio de Luccius. As ruinas são grandes e a queda leva a um rio raivoso e cheio de pedras pontudas, a estrada também é estreita, qualquer passo em falso leva a óbito.


– Vamos acampar ali. – Diz Luccius apontando para uma área mais larga das ruinas. Já anoiteceu e todos estão cansados de tanto andar.



– Eu me sinto culpada... – Muffy se expressa desanimada com a viajem, está faminta, com frio e exausta.



– Você só está correndo atrás de seu sonho, um dia vai voltar e ver seus pais. – Diz Luccius tentando anima-la. Ela sorri, está encantada pelo jovem assassino.



Como não tem madeira para uma fogueira, o pequeno grupo se contenta com a comida, são grãos de arroz seco, geleia e cerveja fraca. Tudo isto foi Muffy que conseguiu comprando com suas libras restantes.



– Esse seu tio... – Diz Kurt comendo a geleia.



– Ele era um soldado, deve ter aposentado.



– Ele é rico? – Indaga Kurt.



– Provavelmente não.



– Então o que fará lá? Ele não tem dinheiro e mora em uma montanha.



– Quero conversar com ele, negócios de família.



O sono chega, os três adormecem no solo coberto por neve mesmo, não tem colchões, nem barracas.



Dia 03 de Dezembro.



O dia já é outro, eles recuperaram suas forças e continuaram a caminhada até a casa do tio de Luccius. Atravessaram a ponte de madeira que leva de uma montanha a outra. Andam mais alguns minutos e chegam à casa de Jonah.


Uma casa à beira da montanha, cercada por nuvens, lá faz muito frio. É bem simples, de madeira velha, janelas quebradas, quintal todo rodeado pelo mato alto e seco, não é tão grande quanto imaginavam.

Em frente da casa sentado em um banco de pedra está Jonah, um velho de cabelos compridos e brancos, olhos negros, veste roupas longas e fuma um cachimbo, tem várias rugas em seu rosto e aparente ter setenta anos, mas tem apenas cinquenta. Ele notou que seu sobrinho estava ali e nem se levantou para dar as boas-vindas. Luccius se aproxima do tio espantado com sua aparência.


– Tio? – O velho solta a fumaça do cachimbo e responde olhando para as duas belas jovens de cima para baixo.



– Sobrinho? – Ele volta a colocar o cachimbo em seus lábios secos e machucados.



– Quanto... tempo.



– Nem me lembrava de você direito. – O velho diz seco. – O que quer?



– Quanta grosseria. – cochicha Kurt para Luccius e Muffy.



– Você me mandou uma carta dizendo que se eu fosse visitar a América, que você me receberia de braços abertos em suas propriedades...



– Eu mandei isso? Não me recordo.



– O que aconteceu tio Jonah? – Indaga Luccius se irritando com o comportamento do tio.



– Fui roubado, ferido, espancado e entre outras coisas. Não deveria estar feliz não é? Toda semana um grupo de bandidos surgem aqui querendo saquear minha propriedade.



– Isso é terrível tio!



– Sim, eu os mato e jogo seus corpos em meu porão. Odeio esse lugar. – Luccius percebe o mal cheiro da casa.



– Porque não os joga daqui de cima da montanha?



– Daria muito trabalho. São dezenas de cadáveres em decomposição, não colocarei minhas mãos naqueles vermes. – Muffy tapa suas narinas junto a Kurt.



– Santo deus, porque não se muda daqui? – Indaga Luccius.



– As ruinas são grandes, demoraria o dia inteiro para descer.



– E prefere ficar aqui sofrendo ataques de bandidos e conviver com o mal cheiro?



– Sim, como disse, a montanha é grande demais. – Todos ficam indignados com a preguiça e falta de preocupação do velho. – Recebi uma carta do clã, como estou velho e acabado acabei recusando o convite.



– Deixe-me ver. – O velho retira de seu bolso a carta toda amassada. Luccius a abre e começa a ler. Kurt e Muffy estranham a palavra “clã” citada pelo velho.



“Deve se apresentar na sede de Nova Jersey daqui a três dias, haverá uma reunião dos principais nomes do clã, se não comparecer será dado como desertor.”



– Como recusa isto? Você é o único representante de nossa família! Não pode!



– Não me importo com essa porcaria de clã. Se quer vá você, também é membro da família.



– Que clã é este? – Diz Kurt curiosa com o termo que usam.



– Eu não sei... – Luccius permanece pensativo diante da proposta.



– Se for, você tem dois dias, recebi a carta ontem.



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Notas finais do capítulo

O que Luccius fará? Aguardo a resposta.


Aqui os itens que pode comprar se passar em uma cidade:
Aliás, Luccius possui: Nada haha.

Armas:
Sabre- 500 libras.
Alfanje- 570 libras.
Flintlock- 400 libras.
Flintlock cano duplo- 500 libras.
Arcabuz- 300 libras.
Machadinha- 350 libras.
Faca de caça- 210 libras.
Arco- 280 libras.
Punhal- 200 libras.
Balestra- 510 libras.

Outros:
Munição de pistola- 10 libras cada bala.
Flecha- 7 libras cada.
Corda com gancho- 30 libras.
Lamparina- 50 libras.
Vinho- 20 libras cada garrafa.