Os Últimos. - Interativa. escrita por Guilherme Lopes


Capítulo 19
Alba- Cap.18 - Estou aqui por mim mesma.


Notas iniciais do capítulo

Bem, primeiramente quero avisar que o capitulo ficou muuuito grande mesmo e.e Desculpem para os que não gostam, mas até que ficou daora.
Essa nova personagem eu achei muito interessante, a historia que recebi da dona foi tão detalhada e boa que resolvi coloca-la como a descrição da personagem, é bem grande.
Bem, se não responder os reviews do penultimo capitulo hoje eu respondo amanhã. Demorei umas daus horas para preparar esse capitulo ae. Espero que gostem, até amanhã o/
O próximo é de Luccius.

Também queria agradecer a recomendação que recebi do Ignacio, ficou muito boa e também gostei muito dela, me deixou muito animado e inspirado quando recebi. Muito obrigado!



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Alba Lumber.


Alba nasceu em um pequeno vilarejo, seu nome foi dado pela brancura de sua pele, e não só isso. Ela não era apenas branca, possuía um distúrbio congênito, o albinismo. Mas ninguém dali sabia disso, e viam a garota como uma aberração, uma maldição. E o fato de a mãe ter morrido ao dar-lhe a luz (pois foi um parto demasiado arriscado na época) só fez que o rancor por ela aumentasse. Seu nome foi dado pela parteira, já que o pai mal quis olhar para sua prole. Eram uma família de lenhadores, e Alba possuía três irmãos mais velhos, todos homens. Foi criada pela empregada, que havia perdido o filho pequeno para uma doença fazia pouco tempo. Alba era ignorada pela própria família, e sentia-se como um fantasma naquele lugar. E era quase isso o que era, um fantasma. Demasiado sensível a luz do sol em comparação às outras crianças, ela passava muito tempo em casa ou sob uma árvore, brincando sozinha. Todos afastavam-se dela. "Maldição de bruxa", era isso o que todos achavam. Cresceu sem saber o que é um pai ou uma mãe. A empregada apenas tratou dela enquanto era pequena, mas depois, possuía muitos afazeres para dar atenção a menina. Por esse fator, cresceu sozinha. Gostava muito da floresta, e quando o pai e os irmãos saiam para trabalhar ainda cedo, ela "fugia" para o bosque por perto. Brincava sozinha ou mesmo com amigos imaginários, sempre foi muito só, e as pessoas olhavam-na com nojo, como se Alba possuísse uma doença contagiosa. Assim, ela guardava também rancor pelas pessoas. Suas caminhadas pelas florestas tornavam-se cada vez mais demoradas, pois a imensa curiosidade da menina fazia com que ela quisesse explorar todos os locais. Qualquer coisa brilhante chamava sua atenção, era muito observadora, e conhecia tudo como a palma de sua mão.
Aos quatorze anos, enquanto caminhava pela floresta, acabou se perdendo, o que não era novidade. Depois de algum tempo em movimento, percebeu que algo se movia na neve. Aproximou-se e acabou se deparando com um filhote. Um lobo. Mas, por algum motivo, fora afastado do resto da ninhada, e ela logo percebeu o motivo: Era completamente branco, com olhos vermelhos. Na floresta, onde os lobos costumavam caçar, uma pelagem assim chamaria muita atenção. Ele não sobreviveria, por isso fora abandonado. Ela sentiu empatia pelo filhote, que, como ela, fora abandonado pela família. E em um ato de impulsão, escondeu-o em suas roupas e levou-o para casa. No início, conseguiu escondê-lo no celeiro, pois ali ficavam apenas a vaca da família, e a empregada é que ia ali. Alimentava-o, com alguma dificuldade, com o leite da vaca, mas com o tempo tornou-se difícil. Ele crescia cada vez mais rapidamente, assustando a vaca, e chamando a atenção do pai. Não demorou muito até ele descobrir, da pior forma possível. Ao ouvir um barulho vindo do celeiro, pensou que era uma raposa (pois as galinhas estavam desaparecendo) e foi até lá, sendo atacado pelo lobo. Estava furioso, mas Alba não o deixou feri-lo. Mas o pai estava louco, e disse que se ela não saísse da frente, ele a mataria também. E enquanto os irmãos tentavam acalmar o pai, Alba fugiu com o lobo para a floresta.

Tinha a intenção de nunca mais voltar, mesmo estando de mãos nuas e apenas com a roupa do corpo. Passou algum tempo vagando pela floresta, alimentando-se de frutas, mas acabou contraindo uma febre. Por algum motivo, a sorte sorriu ao seu favor, e ela foi encontrada por uma tribo indígena. Usando seus conhecimentos sobre ervas medicinais, conseguiram que ela melhorasse, mas a garota ficou muito confusa com tudo. Por que a tinham salvo? Depois de algum tempo, aprendeu a falar a língua deles. Deixaram-na ficar com o animal, pois diziam que foi destino ela tê-lo encontrado, o lobo era seu guardião. Com o tempo, confiou neles, e aprendeu muito sobre a natureza e o modo que viviam. Eram nômades, pois constantemente eram atacados pelos americanos, e viviam em montanhas. Alba aprendeu a usar a natureza ao seu favor, tanto como remédio quanto veneno. Aprendeu o que era comestível e a pescar com uma lança. A montar armadilhas e agradecer a natureza pelo que ela oferecia. A vida "anterior" dela já não existia. Lá, eles não a julgavam por suas diferenças, e em vez de chamarem-na de "maldição", achavam que era uma espécie de anjo.

Porém, a calmaria antecede a tempestade. Logo, os soldados americanos descobriram a tribo, e como eles não quiseram render-se (não queriam ser "civilizados"), foram atacados. Mandaram que Alba fugisse com as crianças, idosos e mulheres que não podiam lutar, mas ela não quis. Os soldados acharam a garota "curiosa" e em vez de matar, prenderam-na. Alba viu muitos homens, que eram seus amigos, serem mortos. Viu inclusive o lobo (que chamava-se Anek) ser atacado e cair estirado no próprio sangue. Viu tudo isso sem poder fazer nada, impotente. Conseguiu fugir com algum esforço, pois os soldados não haviam a prendido bem, mas em vez de ir para longe subiu o mais alto possível em uma árvore e aguardou. Quando eles terminaram o massacre e foram embora, ela desceu. Todos estavam mortos, inclusive o lobo, e ela não pôde fazer nada por eles. Fugiu dali com algumas armas indígenas. Tudo o que pensava no momento era encontrar os soldados e matá-los, vingar-se, mesmo que morresse para isso. Estava tomada por fúria e rancor, e não pensava bem em seus atos. Seguiu o rastro dos cavalos e se deparou, surpresa, com a seguinte cena:
Os soldados que os tinham atacado estavam, agora, lutando contra outros soldados, que Alba não soube bem quem eram. Ela observava tudo de longe, pensando se intervinha ou esperava, quando alguém apareceu por trás. Ela virou-se rapidamente, pronta a se defender, mas não foi preciso. O rapaz, que aparentava ser bastante jovem, pouco mais de vinte anos, levou o indicador a boca em sinal de silêncio. Não ia machucá-la, foi o que seus lábios disseram. Apresentou-se como Greg, disse que estava atrás de algo que os soldados possuíam. Era um caçador de recompensas, ou melhor dizendo, um ladrão. Quando a batalha estava em seu auge, Greg caminhou furtivamente até um dos cavalos amarrados em uma árvore (pois eles já haviam levantado acampamento antes de serem atacados) e estava procurando por algo quando uma lâmina foi apontada para ele. Mas não foi executado por pouco, pois um dardo passou zunindo para se alojar na nuca do soldado. Alba, por algum motivo, o tinha salvo. Depois disso, ele pegou o que procurava, e fugiu junto a garota. Era um relógio de ouro, que ele disse estar atrás já fazia algum tempo. Contou sua história, de como havia se tornado um ladrão, e Alba contou a dela. De algum modo, ele exercia um tipo de magnetismo que fazia com que ela tivesse vontade de segui-lo. Depois disso, passaram a viajar juntos. Ambos eram "orfãos", não tinham nada a perder, e tornaram-se uma dupla muito conhecida de ladrões. A ambição de Greg juntamente a perspicácia de Alba levaram-nos longe. Era quase irmãos, protegiam um ao outro, e consideravam-se a família que não tiveram. Viajavam muito, e Alba aprendeu muito nessas viagens. Os conhecimentos naturais dela serviam muito, e eles começaram a "caçar" recompensas maiores. Greg, por algum motivo, sabia sempre onde encontrar coisas boas. Era como se o dinheiro o chamasse. O que causou sua morte.

Era noite, e Alba terminava seu "jantar" em um quarto precário de uma hospedaria, quando Greg chegou, entusiasmado. Dizia que descobrira algo que os deixariam tão ricos que nunca mais precisariam roubar, e poderiam fugir e viver como burgueses. Alba era muito incrédula, o que a fez achar que ele estava, novamente, exagerando. Mas ele insistia, e contou-lhe que descobrira sobre os clãs e sobre o tesouro de um capitão pirata. Tudo parecia extremamente forçado, um conto para crianças, mas algo em Alba dizia que era verdade. E Greg fora designado por um clã que chamava-se "Delawere" a roubar uma das "relíquias" (arcas) e que ele seria aceito para o clã, e o tesouro seria dividido com ele. Greg era facilmente manipulável quando se tratava de riquezas, mas Alba sabia que havia algo errado aí, e por mais difícil que tenha sido, recusou-se a ajudá-lo. Greg partiu no dia seguinte, antes de Alba acordar. Ela então saiu para colher o máximo de informações, o que não era fácil, mas ela tinha um trunfo. Conseguia passar quase despercebidamente por qualquer um, como um fantasma (uma técnica que aprendera com os índios, para caçar), e se dirigiu a uma taberna. Homens bêbados sempre falam mais do que devem. Passou a escutar, com sua excelente audição, as conversas. E logo sua paciência foi recompensada. Dois homens bêbados falavam sobre clãs, e competiam, falando mal de quase todos. Alba aproximou-se e simplesmente perguntou sobre o clã delawere (não era como se fosse boa em "seduzir", pois parecia uma criança) e os homens apenas riram, e disseram que era um clã de bandidos, ou algo assim. E ela perguntou como podia juntar-se a um clã, e foi quando riram ainda mais. Uma criança, juntar-se a um clã? Ela também não era das mais pacientes, não com pessoas, o que a fez sair dali. Desse dia em diante, passou a colher informações em todos os lugares, mas a coisa mais certa era que os Delawere eram o pior dos clãs.

Desse dia em diante, ela passou a procurar informações, e logo ficou sabendo que Greg morrera. Assassinado, por um delawere, por não conseguir a tal arca. Desse dia em diante, passou a procurar informações sobre as arcas e o tesouro do capitão pirata, esperando um modo de realizar o último desejo do "irmão". Isso acabou tornando-a obcecada.


Dia 24 de Novembro.

Local: Fronteira. Parte leste.


Flocos de neve caem sobre as florestas americanas, alguns animais não aguentam o frio e acabam falecendo. Isso entristece a jovem garota que um dia foi camponesa, outro ladra, mercenário, assassina e caçadora. Ela se chama Alba. Tem a pele muito branca, como a neve. Seus cabelos são lisos e escorridos até um pouco abaixo dos ombros, possui uma franja reta que alcança os olhos, que são azuis, muito claros. É bem baixa, cerca de um metro e sessenta. É bem magra, quase infantil, possui a delicadeza de uma criança. O que a diferencia de uma criança é seu quadril arredondado. A garota veste um casaco curto marrom até a cintura, uma saia curta enfeitada com penas de aves e ossos, botas longos até os joelhos de couro. Por baixo do casaco usa uma camisa branca bem justa. Seu cabelo contém uma pequena pena que “ganhou” de uma ave. Ela guarda uma zarabatana com dardos envenenados, um punhal simples preso no pulso, uma balestra bem pequena nas costas. Também tem um par de adagas na cintura. Ela é bela, chamativa, exótica e perigosa.

Dois homens sobrem uma estrada de terra conversando, estão armados. Acabaram de sair de uma taverna que fica à beira da estrada. Mas não sabiam eles que Alba ouviu toda a conversa, descobriu que eram Brant’s e que estavam acampados não muito longe dali. Então decidiu segui-los. Citaram algo sobre um mapa, como ela é bem curiosa, resolveu ir até lá.


– Não sei ao certo. O Creimer disse que partiremos amanhã. – Diz o homem do casaco marrom ao companheiro. Alba os persegue fazendo alpinismos pelas arvores, ela é uma eximia acrobata quando se trata da natureza. Não faz nem um som, nada. Age como um fantasma escalador de arvores.


– Ele quer ir cedo demais. Também, quando voltara vai subir de cargo. – Diz o do casaco azul.


– Quem disse que o Creimer vai subir de cargo?


– Ouvi por ai, boatos. Por isso ele tá pegando em nossos pés.


– Desgraçado! Se ele subir de cargo vai dobrar o trabalho! Vou querer um pagamento maior.


– A gente já ganha um bom pagamento, além de estarmos ajudando o clã.


– Mas eu quase morri umas quatro vezes! Eles dão um bom pagamento mas esquecem de um bom equipamento.


– Neste quesito eu concordo. Os mosquetes estão velhos e enferrujados, nem consigo atirar com aquela merda sem antes desentupir o barril.


– Não só as armas, mas também a comida! Estamos comendo animais a dias nesta droga, odeio carne de guaxinins, nem para esses animais terem carne que presta! – Alba se irritou com as palavras do homem do casaco marrom. Ela odeia que machuquem os animais, ainda mais matar.


– Guaxinins, lebres, castores! Odeio carne desses animais fedidos! – Ela salta em um galho com graça, depois pula para o outro. Está se segurando para não mata-los envenenados ali mesmo e dar de comer para os lobos.


– Porque não nos deram comida descente?


– Quando sofremos o ataque daquele navio pirata, eles acertaram nossa reserva de comida e vinho.


– Desgraçados! Um dia nos vingaremos destruindo sua comida e vinho. Ai serão obrigados a comer carne de guaxinim!


Os homens chegam ao acampamento, várias barracas, fogueira, animais queimando, homens e mulheres famintos, são em torno de trinta Brantianos. Ela para encima de um galho alto observando. Está séria com as pernas dobradas e os joelhos na altura do rosto.

Anoitece e Alba permaneceu o dia todo ali parada esperando que todos adormeçam. Fez amizade com um esquilo, lhe deu algumas migalhas de um pão que carrega em sua mochila.


– Tome cuidado Squik, estas pessoas são más, vão querer comer sua carne. – Ela diz dando as migalhas ao esquilo gorducho e com olhos brilhantes.

Ela o acaricia esperando uma resposta.


– Eu entendo, sua família está morta por causa desses assassinos. Se eu pudesse o vingaria, mas não consigo, são muitos. – O esquilo a encara, ela entende como um olhar de compreensão, de certa maneira entende os animais e tenta se comunicar com eles. – Eu posso te levar comigo Squik. É só você ficar quieto, vou te alimentar e quando encontrar um lugar que possa ser feliz, o libertarei, feito? – O esquilo nada diz, continua a comer as migalhas com suas patinhas, como um rato. – Ela o guarda em sua mochila e este permanece quieto, nem mesmo emiti seus sons padrões.

Alba notou que é hora de agir, ela quer esse mapa, sabe que algo importante ele esconde.

A garota desce da enorme arvore e se esconde em algumas moitas. Vê uma fogueira acesa e três homens ao redor dela, estão esperando os esquilos que caçaram ficarem assados. Ela engole toda sua fúria e com muita agilidade se esconde atrás de uma barraca abaixada. Somente estes estão acordados e ela não faz ideia de onde está o mapa. Então aguça seus ouvidos para ouvir a conversa dos três.


– Eu não vejo a hora de pegar essa merda e comprar roupas novas em Nova Iorque. – Diz o homem do casaco marrom, o mesmo que ouvira a conversa a horas atrás. Também percebe que o do casaco azul está lá.


– Eu quero comprar uma jaqueta de pele de urso, dizem que é bem aconchegante. – O careca diz, ele está coberto com um manto fino e treme de frio.


– Pele de urso pinica muito! Compre uma de couro grosso, se não me engano, o melhor alfaiate do ramo de couro se chama Peterson. – Diz o do casaco azul.


– Peterson é de Filadélfia seu asno! – O homem do casaco marrom diz.


– Peterson não é do Filadélfia! Você é mais asno que ele. Peterson trabalha em casa, ele fabrica as roupas e as distribui pelo país. – Diz o homem careca.


– Tanto faz! O que importa é que suas roupas são as melhores para o inverno. – Impõe o do casaco azul.


– Primavera também. – Diz o do casaco marrom.


Ao perceber que a conversa não renderá frutos ou informações. Alba tira sua atenção e caminha furtivamente pelo acampamento a procura do mapa.

Já vai direto na maior barraca, é vermelha com detalhes dourados. A garota checa se não está sendo observada e abre-a com calma. Vê a lamparina acesa e as costas de uma mulher, esta nua fazendo sexo com Creimer, o líder deste grupo. Ele nem nota que Alba abrira a barraca, sua vista está sendo privilegiada pelos seios da mulher de cabelos castanhos. Ela geme de prazer, Alba se impressiona, primeiramente por nunca ter visto isto antes, ela nunca se relacionou, nem beijou nenhum homem antes. Diante de tantos pensamentos ela também percebe que encima de uma mesinha perto da lamparina está o mapa. É dourado e está preso com uma fita verde. Ela fecha a barraca ao ouvir passos vindos do lado de fora, rola e se esconde em uma moita perto da barraca.

O homem careca faz uma vigília noturna, ele segura o mosquete com a mão direita e seus passos são bem altos devido ao silêncio da noite fria de inverno. Ele tenta assoviar mas é interrompido por um grito mandando que fique calado. Ele o faz e segue sua vigília passando pela barraca e ouvindo os gemidos baixo. Então para e observa a silhueta dos dois fazendo sexo lá dentro. Queria estar lá dentro, está começando a sofrer com abstinência sexual.

Depois de ficar por alguns minutos ouvindo os gemidos Alba já começa a se irritar com a ousadia do homem, ele abre a barraca e forma uma brecha, começa a espionar e acariciar seu membro. Ela sente nojo e prepara um dardo, não suporta homens nojentos a esse ponto.

Prepara o dardo na zarabatana. Mas antes arremessa uma pequena pedrinha em um caixote do outro lado perto de outra barraca. Isso chama a atenção do careca tarado, ele deixa de acariciar seu membro e se levanta procurando pelo que causou o som, mas antes mesmo de pensar no que causou isto é atingido no pescoço, a partir desse momento o veneno já corre em seu sangue. Alba que os cria, este é especial, é de uma espécie de cobra Australiana. A cobra-da-morte, seu veneno é uma neurotoxina, a picada provoca paralisia e pode causar a morte dentre seis horas devido a insuficiência respiratória. Como ela aumentou a dose do veneno no pequeno dardo, o homem paralisa na hora, e sua expectativa de vida diminui para uma hora, uma hora de agonia.

Ela o pega antes de desabar e fazer um barulho estrondoso. Coloca seu corpo na moita e o deixa lá paralisado agonizando por dentro, já sentindo a falta de sua respiração.

Alba sabe que tem que ser rápida, logo os amigos notarão a falta do careca e começarão a caça-lo. Já pensando na vingança de Squik ela arrasta o corpo do homem até a floresta e o joga no rio, deixando que a correnteza o leve.

Volta até a barraca vermelha, ainda ouve os gemidos. Abre-a e estende sua mão, pega o mapa sem fazer nenhum barulho. O guarda em sua mochila de couro. Ouve os passos dos outros dois, eles procuram pelo companheiro que ainda não voltou. Alba vai passando pelas barracas e usando as moitas como esconderijo, passa pelos homens e vai até seus esquilos assados. Retira um dardo envenenado pela cobra-da-morte. Abre-o usando os dentes, ela tem prática. Despeja todo o veneno nos esquilos mortos. Estão prontos para serem comidos, é uma espécie de molho especial da morte. Então deixa o acampamento com um sorriso no rosto, conseguira a vingança de Squik.

Ela consulta o mapa bem longe dali, o “X” está marcado nas praias rochosas ao norte dali. A viagem será de dois dias a pé. E ela está disposta.


Dia 26 de Novembro.

Local: Norte da fronteira, praia rochosa.


Os mantimentos de Alba estão se esgotando, ela alimenta seu esquilo e come as frutas que encontra, as vezes dividi com algum veado ou urso. Ela nota que a área da praia congelada, está toda habitada por mercenários, são abutres. Um navio bateu em uma colina depois de sofrer um ataque. Algo de importante deve ter ali dentro para tantos homens estarem na área. Estão roubando armas, mantimentos, roupas e vinho.

Alba consegue passar despercebida por cima das arvores não chamando a atenção dos abutres. Ela vai até a colina que o navio bateu e a escala com rapidez. Chega ao topo com os dedos sangrando. Sem se importar com o ferimento e nem a altura. São trinta metros que ela escalou, a vista é bela e a queda seria muito feia. A proa do navio está bem no topo da colina, ele está meio envergado, os abutres entram pela parte inferior por um buraco enorme.

A garota sobe na proa e toma cuidado para não escorregar e despencar de lá de cima. Ele está em quase cinquenta graus de envergamento. Se Alba não tiver equilíbrio poderá ficar aleijada ou morrer.

Com muito cuidado ela usa seus pés e vai deslizando com a mão esquerda de apoio fazendo força para cima. Vai descendo bem devagar e joga seu corpo em um buraco do convés, cai de costas na parede que agora se tornou chão. Sente que está podre, então se levanta com cuidado. Por ser bem magra, tem a vantagem de não desabar. Vai caminhando, usa suas mãos como apoio na beira de uma porta que está deitada já que o navio está envergado. Salta para o chão que está de pé como uma parede e vai deslizando em um saguão até colocar os pés na parede deitada. Segue até a outra porta e salta dentro da cabine do capitão. Cai ajoelhada na parede deitada, por pouco não caiu na enorme janela que dá vista ao solo e aos abutres. Encima da janela estão vários livros, objetos como penas, dinheiro, diários, balas, uma garrafa de vinho quebrada e moveis que pertenciam ao capitão. Também contém um mapa, ela o pega junto ao dinheiro(+678 libras). Abre o mapa e vê que este contém outro “X” em uma cidade chama Lexington. O navio também pertencia aos Brant, Alba agora entende. No outro mapa estava marcado o local que encontrariam este novo mapa. Ela só não sabe se este a levara para mais um mapa. Está cansada de mapas.

Então começa a abusar de suas acrobacias e agilidade para deixar o navio. Escalando, pendurando e saltando. Ela agora tem uma nova meta.


Dia 28 de Novembro.

Local: Lexington.


A viagem foi longa, ela está ficando cansada de tanto perambular a procura de mapas e mais mapas. Ao chegar à cidade notou que está vazia, na verdade não é bem uma cidade e sim um vilarejo. Parece fantasma.

A garota caminha com o esquilo em seu ombro, ele fica quietinho roendo suas patas. Ela o acaricia e passa por um campo de plantação de milho. Depois por uma casa, mais alguns metros e outra casa. Vê uma estrada comprida com cercas de pedra ao redor com vista aos campos de neve.

“Mina de carvão de Lexington.”. É o que diz a placa. Achando estranho a falta de movimentação da cidade, Alba sobe em um arvore e vai saltando até chegar a entrada da mina.

Se espanta ao ver lá de cima vários cadáveres amontoados em um canto perto do campo, um banho de sangue, mosquitos e um fedor terrível. Ela tapa suas narinas e coloca Squik de volta na mochila para que ele não vá embora com o terrível odor.

Ela sabia que algo estava errado, tenta procura o causador de tudo isso. Vê um casal se aproximando pela estrada. Um é um homem de corpo atlético, cabelos negros e cacheados abaixo de sua orelha, pela clara, olhos castanhos escuros e possuidor de uma tremenda beleza. A outra é uma garota jovem, cabelos castanhos cobre longos e cacheados nas pontas, lábios rosados e pequenos. Tem um olho verde e o outro azul, seios medianos, cintura fina, pernas torneadas e quadril arrebitado, tem a mesma altura de Alba.

A garota se ajoelha no chão quase vomitando enquanto o homem fica parado na entrada da mina tapando as narinas. Ao se virar ele se assusta e chega a cair no chão, até mesmo Alba se espanta com o que acaba de ver.

Na entrada da mina surge o inesperado, o inimaginável, o aterrorizador. Um minotauro, de quase três metros, chifres grandes e grossos, bem forte, pelo escuro, olhos vermelhos e segura uma alabarda de quase dois metros toda ensanguentada, assim como sua face. Ele bufa e solta um grito ao ver os dois. Então uma perseguição começa, Alba somente vê a criatura correndo atrás dos dois e depois os perde de vista, ela é muito rápida para sua altura, peso e peso do machado.

Mesmo assustada, Alba sabe que não pode perder tempo, uma porta acabou de se abrir, uma oportunidade de saber o que tem dentro daquela mina. Ela desce da arvore com o corpo todo arrepiado. Corre em direção a mina e se adentra dela.

É bem escura e tem um cheiro não muito agradável de carvão. Ela vai se guiando pelo cheiro terrível e pegando o único caminho. Chega ao final bem rapidamente e se depara com mais cadáveres, estão estripados, partidos ao meio, degolados, esmagados e com partes do corpo marcadas com as mordidas do monitauro, ela ainda não consegue acreditar no que viu. Escuta os passos fortes da criatura e rapidamente procura um lugar para se esconder. Entra debaixo do corpo de um dos mutilados e permanece quieta, teme que Squik emita algum som.

O esquilo se mostrou bem obediente e ficou quieto. A único som que foi ouvido é o da parede sendo destruída pela criatura. Ela nem notou a presença de Alba ali no meio, somente se concentrou em abrir um buraco entre as rochas com sua alabarda. Deu um grito de conquista e passou seu corpo pela fenda gigante que foi aberta.

Alba se levanta e nota que mais pessoas estão vindo pelo único corredor da mina. Ela fica pensativa sobre o que fazer diante da situação.


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Notas finais do capítulo

Então, o que fará Alba? Quero detalhes de suas ações.

Aqui os itens que pode comprar se passar em uma cidade:
Aliás, Alba possui: 678 libras.

Armas:
Sabre- 500 libras.
Alfanje- 570 libras.
Flintlock- 400 libras.
Flintlock cano duplo- 500 libras.
Arcabuz- 300 libras.
Machadinha- 350 libras.
Faca de caça- 210 libras.
Arco- 280 libras.
Punhal- 200 libras.
Balestra- 510 libras.

Outros:
Munição de pistola- 10 libras cada bala.
Flecha- 7 libras cada.
Corda com gancho- 30 libras.
Lamparina- 50 libras.
Vinho- 20 libras cada garrafa.