O Contrário escrita por Tenteitudo


Capítulo 3
Faberry I


Notas iniciais do capítulo

Para isadoratmoreira, feliz aniversário.. :)
E também para todos os que comentaram até agora, fico feliz que estejam gostando :D



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"Eu não entendo por que estamos aqui..." Resmungou Santana, se recostando na cama a tempo de ser atingida por uma blusa marrom.

"Suporte moral não significa absolutamente nada para você, não é mesmo?" Perguntou Quinn voltando a entrar no quarto e ajustando a alça de seu sutiã.

"Não. Eu só vim por que a Tina me prometeu comida depois." A latina jogou a blusa de volta na loira. "E se eu fosse você nem me preocuparia em ir para esse jantar."

"É uma tradição de família."

"É exibicionismo. Meus pais nunca fizeram jantares para os vizinhos e eu cresci perfeitamente bem."

"Será que vocês podem parar de discutir por um minuto?" Gritou Tina, de dentro do closet. "Quinn pode conhecer o amor da sua vida hoje a noite."

Quinn e Santana trocaram um olhar e começaram a rir.

"Tá bom... Essa Rachel provavelmente é mais hetero do que você, Ti..." Comentou a latina.

"E mesmo que ela esteja interessada em mulheres, o ultimo casal que minha mãe tentou juntar terminou em divórcio." Sorriu Quinn, lembrando do dia em que sua mãe havia introduzido sua irmã para o atual ex marido em uma festa do hospital. 'Vocês dois são médicos, aposto que tem muitas coisas em comum!' Ela havia insistido.

"Vocês não poderiam ser menos românticas, não é mesmo?" Disse Tina, aparecendo na porta com um vestido. "Colorido demais?"

"Horrível!" Respondeu Santana, fazendo careta.

"Eu gosto dele..." Quinn estendeu a mão para o vestido.

"Qual é Q, você tem roupas melhores do que isso..." A latina se levantou de um pulo e passou por suas amigas para entrar no armário. "Eu fui arrastada até aqui contra a minha vontade, o mínimo que você pode fazer é parecer sexy para o meu próprio entretenimento.."

Tina e Quinn esperaram enquanto Santana fazia barulho lá dentro.

"Explica de novo, por que você tem que ir de vestido?"

"Eu estou tentando convencer minha mãe que ser lésbica mão significa virar um homem... E também por que está absurdamente quente e a ideia não é tão ruim."

"Humf.." Fez a latina. "Ok..." Ela reapareceu, um pouco descabelada, com um vestido cinza e azul marinho nas mãos. "Eu gosto desse. Não é enjoativamente feminino, mas é delicado e sexy sem ser ofensivo..."

A loira arqueou uma sobrancelha e aceitou a roupa que sua amiga lhe estendia, vestiu-o rapidamente e olhou para o próprio corpo. Ele era cinza claro em sua maior parte, exceto pelo decote e pela barra que eram de uma azul marinho semitransparente. Não era exatamente curto, mas a parte transparente expunha uma boa parte de suas coxas. Ela soltou os cabelos e olhou para suas amigas em busca de aprovação.

Santana se aproximou e desabotoou seus dois primeiros botões. "Eu sabia que ia ficar perfeito." Ela murmurou, ajustando a faixa azul que acinturava o vestido. "Se você não conseguir levar alguém pra cama hoje..."

"Esse não é meu objetivo, San."

"Eu sei, mas vai ser a consequência, com certeza."

A loira revirou os olhos. "O que você acha, Tina?"

"Eu acho... que já são sete horas e você já está atrasada." Respondeu a asiática.

Quinn olhou para o relógio de cabeceira. "Droga!" Exclamou ela, virando-se rapidamente e revirando seu armário em busca de sapatilhas pretas. "Por que você não falou isso antes?" Ela perguntou, correndo até o banheiro para aplicar a maquiagem.

"Eu não passo o tempo inteiro olhando para o relógio, sabe?" Riu Tina.

"Podemos ir agora?" Perguntou Santana, se escorando na porta do banheiro.

"Obrigada por passarem aqui..."

"Sem problemas, Quinn." Sorriu Tina.

"Fale por você." Resmungou Santana, trotando para fora do apartamento sem se despedir.

...

"Você está atrasada." Fran foi a primeira pessoa que Quinn encontrou, sua irmã mexia no celular do lado de fora da casa e levantou os olhos ao ouvir o som de passos.

"Eu percebi, mas obrigada por avisar..." Murmurou a loira mais nova, saltitando pelo caminho de pedras em direção a porta.

"Como você está?" Perguntou sua irmã em um abraço.

"Bem, eu acho... E você?"

"A beira de um ataque de nervos, mas isso já é normal."

"O divórcio?" Perguntou Quinn, apertando o ombro de sua irmã gentilmente.

"Sim, é para ser finalizado essa semana, mas Evan insiste em dificultar as coisas. Tudo tem que ser dramático pra ele..." Ela suspirou e naquele momento pareceu realmente exausta. "Mas isso não é importante, alguém vai ter um encontro hoje a noite..." Ela cantarolou, passando um braço pelos ombros de sua irmã mais nova.

"Ugh.. Você sabe como a nossa mãe pode ser delirante as vezes..." Murmurou Quinn, esfregando a testa com a ponta dos dedos. "Provavelmente não vai ir a lugar nenhum."

"Sei." Fran arqueou a sobrancelha exatamente como sua irmã fazia (era um habito de família). "Por isso você está usando esse vestido e..." Ela se inclinou um pouco para o lado. "Esse não é o seu perfume favorito?"

Quinn se desvencilhou do abraço. "Eu tinha esquecido o quanto você pode ser insuportável às vezes..." Ela cruzou os braços sobre o peito. "Mas sim.. Eu... Bem, só por que não vai dar em nada, não significa que eu não possa tentar, não é mesmo?"

"Hummm... Eu já conheci sua pretendente, ela é bem simpática, por sinal..."

"É mesmo?"

"Sim, e bonita. Acho que vocês podem se dar bem."

"Ela parece gay pra você?"

"Não, mas você também não parece gay pra mim." Respondeu Fran, dando de ombros.

"Boa resposta."

Fran sorriu. "A propósito, eu conheci o irmão também... Ele é muito..."

"Quinn!" A porta se abriu de repente, interrompendo a conversa entre as duas. "Você chegou! O que vocês estão fazendo aqui fora?" Russel deu espaço para que elas entrassem. "Sua mãe está tendo um pequeno surto achando que você não ia aparecer."

"Desculpa, acabei me atrasando e..."

"Meninas! Oh Deus, Quinn, eu já estava começando a achar que você tinha desistido de vir!"

"Oi mãe.." Quinn acenou com a cabeça para alguns dos vizinhos que estavam perto da porta e deixando-se arrastar para dentro por sua mãe.

"Carmen está quase terminando de preparar a comida, eu achei que você soubesse que devia chegar aqui às sete..."

"Bom, teoricamente ainda são sete..." Comentou a loira passando uma mão pelos cabelos e prendendo uma mecha rebelde atrás da orelha.

"Sim, sete e cinquenta e três. Morar em Manhattan fez você esquecer a definição de pontualidade?" Questionou Judy, atravessando a casa e finalmente chegando às portas de vidro que davam para o pátio externo, onde grande parte das pessoas estavam reunidas.

"Não, mãe, desculpa..." Ela decidiu que seria melhor não discutir.

"Bem, o importante é que você está aqui." Ela disse, abrindo a porta para sua filha passar. "Agora só tenho que encontrar a..."

"Oh!"

"Aah!" Quinn deu um passo para trás, usando uma mão para segurar o braço da morena em quem havia acabado de esbarrar, enquanto a outra se apoiava no vidro, evitando que ambas perdessem o equilíbrio.

"...Rachel." Finalizou Judy, com uma mão sobre o peito e olhos arregalados.

Os olhos escuros da morena encontraram os dourados de Quinn por um longo momento e a loira moveu a mão do braço para a cintura dela, certificando-se que ela havia conseguido recuperar o equilíbrio.

"Droga..." Respirou a morena ao desviar os olhos, se abaixando para ajuntar um telefone celular que havia se despedaçado no chão.

Quinn também se abaixou e lhe alcançou a bateria que havia ido parar aos seus pés. A morena se levantou e remontou o aparelho, pressionando o botão de ligar.

"Obrigada. Desculpa. Obrigada." Ela murmurava, sem desviar os olhos da tela que permanecia escura. "Droga, meu irmão vai me matar se isso não ligar..."

A loira arqueou uma sobrancelha e olhou em volta, procurando por Judy, que havia evaporado de repente. Seu pai estava conversando com o Senhor Fisher do fim da rua e sua irmã sorria em sua direção, gesticulando enfaticamente para a morena ao seu lado. Quinn franziu o cenho e olhou para a mulher mais uma vez antes de lançar um olhar questionador para Fran.

"É ela!" Sua irmã gritou silenciosamente.

Quinn apertou os lábios e sua outra sobrancelha se juntou a primeira. Ela voltou a olhar para a morena que agora apertava o botão de ligar repetidas vezes e deu um passo hesitante em sua direção.

"Er... Posso ver?" Ela perguntou, estendendo uma mão para o aparelho.

Rachel levantou o rosto, mas ao invés de responder, apenas piscou algumas vezes enquanto estudava a loira de cima a baixo com um brilho nos olhos. Depois de alguns segundos de silêncio, a morena finalmente balançou a cabeça delicadamente de um lado para o outro, como se estivesse voltando a si.

"Oi." Ela falou, ainda com o mesmo brilho estranho no olhar. "Oi..."

"Oi." Respondeu a loira, sorrindo levemente.

"Rachel." Disse a morena. "É o meu nome. Eu sou a Rachel. Berry." Ela chacoalhou a cabeça mais uma vez e estendeu a mão em sua direção. "Rachel Berry."

Sua mão era morna e macia e consideravelmente pequena, constatou Quinn ao cumprimenta-la. "Quinn Fabray."

"Eu sei... Você não me conhece, mas eu vejo você todos os dias." A morena sorriu brilhantemente, ainda segurando sua mão, então o sorriso enfraqueceu e ela limpou a garganta. "E eu não quis soar como uma perseguidora maluca... Quero dizer, eu vejo você na TV, no jornal matinal... Eu gosto do jeito que você dá as notícias e..." Ela continuava chacoalhando a mão da loira inconscientemente. "Acho que é melhor parar de falar agora, não é mesmo?" Riu ela.

Quinn mordeu o lábio para evitar que seu sorriso se expandisse e lançou um olhar para suas mãos ainda unidas entre elas.

"E eu imagino que você queira sua mão de volta também..."

"É, acho que vou precisar dela mais tarde, então..."

"É..." Rachel mordeu o lábio e a soltou. "Você é diferente pessoalmente."

Quinn franziu a testa. "Isso é bom ou ruim?

"É estranho, eu acho. Você é tão... real..."

A loira riu. "Ok, isso é bom, né?"

"Definitivamente!" Concordou Rachel. "E você também é muito mais bonita em pessoa." Ela fez uma pausa. "Não que você seja feia na TV, ou algo assim..." Ela respirou fundo. "Desculpa, eu estou falando feito uma doida... É só que..." Ela olhou para baixo e lembrou do celular morto em sua mão. "Eu acho que acabei de quebrar o celular do meu irmão e ele vai me matar por causa disso..."

"Ah, eu sinto muito por isso, não vi que você estava passando e..."

"Não! A culpa foi minha! Eu estava trocando mensagens com meu pai e nem vi a porta se abrir..." Ela tentou ligar o celular mais uma vez, suspirando quando não houve resposta.

"Posso dar uma olhada?" Pediu Quinn, chegando um pouco mais perto.

Rachel lhe deu o telefone e tirou uma piranha de dentro da bolsa, prendendo seus cabelos escuros em um coque desajeitado (a situação toda parecia ter superaquecido o ar ao seu redor) enquanto Quinn desmontava o aparelho novamente.

"Aha.. Acho que sei o que aconteceu." Disse a loira, fechando a parte de trás e pressionando o ligar, fazendo a tela se iluminar imediatamente.

O queixo de Rachel caiu e ela deu um passo para o lado pressionando seu braço contra o de Quinn para ver melhor. "Como você fez isso?!"

"Mágica." Piscou a loira, lhe devolvendo o telefone. "Você tinha colocado a bateria ao contrário."

"Oh... Só isso?"

"Sim..." Sorriu Quinn.

Rachel levantou os olhos para os seus. "Eu te daria um abraço agora, se te conhecesse um pouco melhor..."

A loira riu. "Bem, nós podemos nos conhecer agora e depois do jantar você decide se ganho um abraço ou não..." Ela sentiu seu rosto esquentar assim que as palavras saíram de sua boca. "Ou você pode rir da minha cara por ter dito isso em voz alta e ir embora. Eu sinceramente vou entender..."

Rachel – que também tinha corado um pouco com a sugestão da loira – cobriu a boca com uma mão para esconder seu sorriso. "Acho que eu gostaria de conversar com você.. Eu não conheço ninguém por aqui, exceto o meu irmão e os donos da casa, que seriam os seus pais..." Ela colocou as mãos nos bolsos de trás de seus jeans. "Acho que posso ir conhecendo uma família de cada vez."

"Ok..." Elas ficaram em silencio, sorrindo uma para a outra e Quinn não fazia ideia do que falar a seguir. Provavelmente qualquer coisa que saísse de sua boca seria algo idiota, então ela decidiu apenas analisar a mulher a sua frente.

Rachel era mesmo bonita, como sua irmã havia dito, e simpática. Alguma coisa nela era extremamente cativante, provavelmente seu sorriso, ou seu olhar caloroso. Ela usava saltos muito altos que a faziam ficar da mesma altura da loira, uma calça jeans preta e uma blusa rosa salmão transparente com uma regata branca por baixo. Sua pele era bronzeada e impecável e seus lábios estavam pintados de um tom convidativo de rosa avermelhado que podia muito bem ser a cor natural de sua boca.

Quinn percebeu naquele momento que realmente gostaria de conhecê-la. Ela sentiu uma pontinha de esperança, talvez sua mãe não estivesse totalmente enganada a respeito dessa mulher afinal.

"Oh, filha, vejo que você já conheceu a nossa nova vizinha..." Judy se materializou no meio delas, colocando uma mão no ombro de cada uma. "Estão se dando bem?"

"Bem, nós acabamos de nos..." Começou Quinn.

"Ótimo!" Sua mãe a interrompeu.

"... conhecer."

"O Jantar vai ser servido, é melhor vocês entrarem se quiserem sentar perto uma da outra. Seu irmão já está sentado, Rachel, querida... Eu acho que o vi conversando com a Sra. Harrison sobre limpar a piscina dela pessoalmente! Eu não sabia que ele ainda trabalhava na função de limpador."

"Ele não trabalha..." Murmurou a morena, mas a Sra. Fabray não ouviu.

"Bem, eu vou juntar o resto das pessoas, fiquem a vontade meninas!"

Elas trocaram mais um olhar e Quinn tocou a cruz em seu pescoço algumas vezes. "Acho que a gente..." Ela gesticulou para dentro com a mão livre.

"Sim, por favor..." Rachel se adiantou, abrindo a porta para a loira.

"Obrigada."

"Rach!"

"Aquele é o meu irmão." Sussurrou a morena, acenando para Noah, que apontava para o lugar vazio ao seu lado.

Elas se aproximaram e Rachel ocupou seu lugar enquanto Quinn sentou a sua frente.

"Essa é a minha irmã, Sra. Harrison..." Puck sorriu galantemente para a mulher que devia ter seus 50 anos, mas que aparentava ser pelo menos dez anos mais nova.

"Olá..." Cumprimentou Rachel.

"Então você é a estrela da Broadway!" Sorriu a mulher sentada ao lado de Quinn. "Eu acabei de descobrir que vi você em 'Os Miseráveis' há alguns anos atrás.."

A loira arqueou uma sobrancelha. "Você é atriz? Eu achei que você trabalhasse com a minha mãe no hospital..."

"Eu trabalho, como voluntária."

"Oh..."

"Ela não é preciosa?" Perguntou a Senhora Harrison, apoiando as mãos no antebraço da loira.

"Eu e minha irmã fomos assistir 'Os Miseráveis'..." Quinn encarou a pequena morena atentamente, tentando enquadrá-la em algum personagem. "Ephonine?"

Rachel sorriu e concordou com a cabeça.

"Deus, você me fez chorar tanto quando cantou 'On My Own'!"

"Obrigada." Riu a morena.

"Eu não costumo chorar com coisas assim, mas... Você é uma ótima atriz." Ela falou, se endireitando em sua cadeira.

As bochechas da morena se tingiram de vermelho e ela desviou os olhos.

"Sério... Por que você não está na TV, ou fazendo filmes?" Quinn perguntou, se inclinando um pouco para frente.

"Eu nasci para o teatro. Amo a adrenalina e pressão de estar em cima do palco e a energia do público, os aplausos, as músicas... Eu não conseguiria trabalhar longe da música..." Ela sorriu consigo mesma e Quinn se pegou sorrindo também. "Sem contar a vantagem da privacidade, recebo minha dose de reconhecimento sem ter que ficar fugindo de fotógrafos e sem precisar revelar sobre a minha vida pessoal para o mundo inteiro."

"E você está trabalhando em algum show? Por que eu adoraria te assistir novamente..."

"Bem, sim e não... Depois de 'Os Miseráveis' eu decidi tirar uma folga dos palcos e estou trabalhando na direção de um show inédito..."

"É mesmo? Qual?"

"Bem, ainda estamos em fase de produção, acabamos de selecionar o elenco e ainda não temos um título oficial..."

"E você está gostando de... dirigir?"

"Sim e não. De novo." Ela começou a gesticular. "Eu decidi dirigir por que achei que seria um pouco menos puxado do que o trabalho de atuação, quero dizer, como diretora eu não preciso estar presente em todas as apresentações, mas acabei descobrindo que não compensa muito, por que os níveis de stress são extremos!" Ela passou uma mão pelos cabelos, soltando-os da piranha e Quinn acompanhou o modo como eles caíram em volta de seu rosto. "É muito difícil ter que mandar em um bando de pessoas parcialmente desconhecidas..."

"Pfff..." Fez Noah, como um lembrete de que elas não estavam sozinhas. "Como se você não adorasse mandar nos outros..."

Rachel fechou a cara e chutou a perna de seu irmão por baixo da mesa.

"Owch!" Exclamou ele. "Rachel!"

"O que? Eu não fiz nada..."

Quinn sorriu para os dois. Ela realmente estava gostando de conversar com Rachel, muito mais do que havia imaginado que gostaria.

A comida chegou e eles continuaram conversando sobre o show de Rachel e a Sra. Harrison fez várias perguntas sobre o negocio de Noah, mas Quinn tinha certeza que não era exatamente na limpeza de piscinas que sua vizinha estava interessada.

Então os três se juntaram a Fran, que estava sentada sozinha perto da piscina e mudaram o tópico da conversa para família.

"Nós não somos irmão de verdade, tecnicamente..." Comentou Puck, bagunçando o cabelo de Rachel que o empurrou para o lado suavemente.

"Nossos pais se conheceram quando tínhamos 4 anos." Explicou a morena, apoiando uma mão na perna de seu irmão.

"Eu tenho uma mãe, Sarah, ela e meu pai foram casados por 6 anos e se divorciaram quando eu tinha dois... Eu cresci morando entre a casa deles, literalmente. A casa do meu pai fica a exatamente duas quadras do condomínio da minha mãe." Ele coçou a barba por fazer. "E eu sempre gostei de passar mais tempo com o pai, e sempre me entendi muito mais com o Leroy do que com o novo marido da mãe, então, depois dos meus 10 anos decidi ficar na casa deles e minha mãe aceitou numa boa..."

"E o Leroy seria o meu pai. Eu fui fruto de uma inseminação artificial..." Ela tamborilou os dedos nas calças de Noah. "Meu pai queria muito um bebê, e depois de terminar um relacionamento de 10 anos com o homem que devia ter sido meu outro pai, ele decidiu me ter..."

"Sozinho?" Perguntou Fran.

Rachel concordou. "Meio estranho pensar em um pai solteiro, não é mesmo?"

Quinn e Fran concordaram.

"Mas ele fez um bom trabalho e Tom, o pai do Noah, sempre me tratou como uma filha..."

"Isso é muito legal..." Murmurou Fran. "E onde eles moram agora?"

"Ah, eles ficaram em Ohio." Respondeu Puck. "Mas vem nos visitar sempre que podem... Eles estavam aqui até semana passada, para ajudar com a mudança."

"Eles conheceram Judy e Russel..."

"Sim, meu pai comentou algo sobre isso outro dia.." Sorriu Quinn, lembrando do almoço com seus pais na semana anterior.

...

"Russel! Russel, querido, venha aqui!" Chamou Judy, fazendo com que seu marido mudasse de rumo e parasse ao seu lado.

"Você experimentou a sobremesa da Carmen?" Perguntou ele com a boca cheia. "Esse é o melhor sorvete que eu já comi e eu nem gosto de chocolate!" Exclamou ele, analisando o pote em sua mão. "Acho que podemos considerar dar um aumento para ela agora que..."

"Russel!" Ela apertou o braço dele. "Eu não estou interessada nas habilidades culinárias da nossa cozinheira, eu quero que você veja isso." Ela apontou para o jardim, mais especificamente para a parte iluminada da piscina, aonde suas duas filhas conversavam com os novos vizinhos.

"Oh... Elas parecem estar se dando bem..."

"Se dando bem?" Judy encarou seu marido. "Você viu o jeito como Rachel tocou no joelho da Quinn? Você não consegue sentir a química?"

"Bem, eu acho que elas até que ficam bem juntas..."

"Não é?" Sorriu ela. "Se elas casaram, quem você acha que vai gerar os nossos netos? "

Mais uma vez, Russel parou de comer seu sorvete e encarou sua esposa com uma expressão atônita. "Elas acabaram de se conhecer. E até semana passada você estava procurando um terapeuta que pudesse fazer Quinn voltar a gostar de homens."

"Eu sei... Mas eu ainda não tinha visto as duas juntas... E também fiz minhas pesquisas na internet e vi alguns vídeos de outras mães e casais e..." Ela se interrompeu e apertou o braço dele novamente. "Olha, olha, Fran está indo embora.. E Noah também! Elas finalmente vão conseguir ficar sozinhas!"

Russel arqueou as sobrancelhas e começou a rir suavemente.

"O que foi? Por que você está rindo?" Perguntou Judy, um pouco irritada.

"Nada... Eu só acabei de lembrar que a sua loucura foi um dos motivos pelos quais eu me apaixonei por você..." Ele falou em um tom mais baixo, soltando seu sorvete em cima da pia e se movendo para abraça-la.

"Oh, Russel..." Riu ela. "Espera, espera, Quinn também está se levantando" Ela apoiou uma mão no vidro. "Ela está vindo pra cá! Por quê?!"

...


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Notas finais do capítulo

Oi! Então, originalmente eu tinha quebrado a história em três partes, mas acontece que essa ultima ficou muito extensa e eu achei melhor cortá-la pela metade para publicar...

So, capítulo final amanhã...

E acho que Runaways vai ficar para terça feira, ontem um amigo me lembrou que segunda acaba o prazo de inscrição para um negócio e eu tenho que organizar o que vou ter que levar pra eles...

Enfim, Estão gostando do jantar? Comentem! Até amanhã de manhã.. :)