Sincerely Yours escrita por Jenny


Capítulo 4
Breakfast at Berry's


Notas iniciais do capítulo

Olá. Eu queria me desculpar pela demora da atualização dessa fic, admito que quase dois meses sem postar um capítulo novo é... deprimente, acho que nunca fiquei tanto tempo assim sem postar um capítulo novo. E se vocês vissem pelo meu twitter, eu não estava fazendo nada demais. Preguiça rules. Mas enfim, a preguiça saiu de mim por uma madrugada, e finalmente consegui terminar esse capítulo, mas como a preguiça voltou de novo, eu não corrigi ele, então, me desculpe por qualquer errinho básico de digitação, ou qualquer outro erro. Boa leitura.



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Silêncio. Tudo o que se ouvia era puro silêncio. Quinn o amava, ele era algo pacífico e precioso, que deixava seus pensamentos fluírem levemente, e a deixava ela pura paz.

Se virou na cama e abriu seus olhos, o quarto estava escuro, porém com alguns rastros de luz que vinham da janela, onde indicava que já era de manhã.

Ela não sentia mais sono algum, mas a preguiça a impedia de levantar. Ficou na cama por mais alguns minutos, aproveitando a calma que estava ao seu redor.

Calma que durou pouco tempo.

Quinn percebia que havia gritos no andar de baixo, seus pais provavelmente estavam brigando de novo, e de manhã ainda. Ela sentia que tinha que sair daquele local que, já não era mais pacífico.

Se levantou da cama e desceu as escadas. Quanto mais se aproximava da cozinha, mais a briga se tornava nítida, aparentemente os dois estavam discutindo sobre um leite vencido. Observou Sammy na sala, assistindo de camarote a discussão, ela tinha certeza que ele não estava gostando nada disso.

–Sammy! - ela sussurou, chamando a atenção do cão. - Venha, vamos sair daqui - e sem nenhuma objeção, ele concordou.

Ambos saíram de casa, e ficaram andando por Lima, sem ao menos saber onde eles estavam indo. Havia poucas pessoas na rua aquela hora, somente alguns idosos fazendo exercícios matinais.

Mas o problema era que ninguém fazia exercícios matinais na região de Quinn.

Levou algum tempo para ela perceber que ela estava na parte nobre da cidade. E quando percebeu, tentou dar meia-volta, mas Sammy parecia ter gostado do local, e resolveu explorá-lo mais. Ela tentou o obrigar a sair de lá, mas nada mudava a cabeça dele.

–Quinn? - perguntou alguém do outro lado da rua. Ela olhou para a pessoa, e encontrou Rachel olhando para ela, com algumas cartas na mão.

–Rachel… Oi - respondeu Quinn com um pouco de vergonha.

–O que você está fazendo?

–Levando o cachorro para passear… Eu acho.

–De pijamas? - Ela perguntou, e Quinn finalmente percebeu que não tinha trocado de roupa. - Não se preocupe, seu pijama de vaquinha é adorável. Quer entrar? É que as pessoas daqui geralmente não olham muito bem para pessoas saindo na rua de pijamas.

Quinn aceitou, e quando foi pegar Sammy para entrar, percebeu que ele já estava do outro lado da rua, praticamente na porta da casa de Rachel.

Os três entraram na casa, e Quinn ficou simplesmente maravilhada com a beleza dela; nada se comparava às paredes de madeira e o rodapé com detalhes em dourado, ou com as batentes e portas rústicas, o piso, que parecia ser encerado três vezes ao dia, tudo na casa a encantava.

Rachel a mostrou o resto do lar, deixando sobrar apenas os quartos, e também deixou a cozinha por último, era lá que os seus pais estavam preparando o café da manhã de sábado dos Berry, que parecia ser algo muito especial, algo para fazer em família, algo que Quinn não tinha a muito tempo.

Um fato curioso, era que Sammy as perseguia, todo interessado em conhecer a casa também, ela podia jurar que nunca viu o cão tão interessado em conhecer algo assim.

Como prometido, Rachel finalmente os levou para conhecer a cozinha, e consequentemente, seus pais, Hiram e LeRoy. Muitas pessoas de Ohio podiam achar estranho um casal gay, mas eles não se importavam com a opinião de outras pessoas, isso era admirador.

O café da manhã de sábado dos Berry não era um café da manhã normal, era mais para um café colonial, os três preparavam tudo de bom e leve para um café, só que eles sabiam que nunca iam conseguir comer tudo aquilo, mas faziam isso pelo simples prazer de fazer. Enquanto Quinn recebia uma briga e gritos de manhã, Rachel só recebia felicidade e risos.

Quando tudo estava servido, os quatro se sentaram a mesa, e começaram a comer, enquanto Sammy só ficava do lado de Quinn, pedindo comida como se fosse um cachorro abandonado, e babando na perna dela, algo que ela odiava.

–O nome dele é Sam, certo? - perguntou LeRoy, apontando para o cachorro.

–Na verdade, é Sammy. Eu tinha oito anos quando nomeei ele, e dei o nome do meu primo.

–Isso explica. Alguns planos para faculdade? - dessa vez, Hiram que perguntou. Quinn olhou para Rachel, e ela estava apenas passando manteiga no pão e sorrindo para ela.

–Bem, eu sempre sonhei com NYU. No departamento de artes.

–Artes? Eu amo arte, eu e LeRoy somos donos de uma escola de teatro aqui em Lima, você devia visitar qualquer dia.

–Tenha certeza que vou.

–O que você faz nas artes?

–Bem, eu desenho e pinto, só isso.

–E será que você pode desenhar algo para gente? Para nós vermos qual seu estilo de pintura?

–Com certeza, senhor Berry.

Depois de algumas correções dos Berry, falando para Quinn chamá-los pelo primeiro nome, e não tão formalmente, o café continuou. Assunto era o que não acabava naquela mesa, eles falavam de praticamente tudo, desde o futuro das duas garotas sentadas, até política e artes. Os Berry eram uma família interessante.

Quando o café terminou, assim como os assuntos, Rachel a convidou para subir ao seu quarto, deixando Sammy brincar com Hiram e LeRoy, lógico que o cachorro não ia perder uma oportunidade dessas.

O quarto de Rachel era grande, tinha paredes brancas, dando uma simplicidade ao quarto, mas também tinha pôsteres de musicais da broadway em alguns cantos, Quinn assumiu que esses eram os musicais favoritos dela. Rachel também tinha um closet grande, podendo caber mais de cem roupas nele, e um banheiro com uma banheira de hidromassagem.

–Então, você disse que desenhava e pintava. Quero ver se você desenha bem. - Disse ela, a entregando uma folha de sulfite e um lápis.

–É um desafio?

–Vamos dizer que sim.

Quinn se sentou na escrivaninha dela e começou a trabalhar, o fato é, que ela não sabia exatamente o que estava desenhando, ela só deixava o lápis deslizar-se pelo papel, e quando terminava, via o resultado em alguma forma. Era sempre assim.

E pela primeira vez, Quinn viu a forma que seu desenho estava formando, era algo escuro, e quando terminou, viu que era apenas um tunel.

–Você desenha muito bem, Quinn.

–Modéstia sua, eu não chego nem perto - ela disse, deixando o desenho de lado.

–E por que um túnel, afinal? - perguntou Rachel, pegando o desenho. - Não podia ser uma rosa, montanha, árvore, ou qualquer coisa?

Quinn desviou seu olhar da garota para o papel que ela tinha em mãos. Ela não podia falar seu verdadeiro motivo, ou podia? O túnel tinha várias formas de se representar, e muitas delas eram boas expectativas, quando se reveria a uma luz no fim do túnel. Mas esse não tinha uma luz no fim, ele não tinha nem mesmo um fim. A representação dele para ela, era diferente, ele era escuro, mas tinha umas lâmpadas, iluminando o pouco, era o fato dela estar perdida, mas com uma direção definida, assim como nem ela mesmo sabia quem era ela, mas todos definiam quem era ela. Para Quinn, o túnel significava ela estar perdida em si mesma.

–A rosa representa traição, por causa dos espinhos, que acabam te machucando; as montanhas, inspiração, elas são uma boa paisagem; e a árvore, a fertilidade. Mas eu desenhei o túnel porque… Bem, eu acho que isso será uma das coisas que você nunca saberá sobre mim.

–Profundo, e misterioso… Muito misterioso. Eu estou curiosa agora, mas enfim, posso ficar? - perguntou, apontando para o desenho.

–É todo seu.

Quinn olhou para o relógio que tinha no criado-mudo, era quase onze horas, seus pais provavelmente iam notar que Quinn não estava lá, e muito menos Sammy.

–Eu tenho que ir, está ficando um pouco… tarde. Enfim, foi um prazer, Rachel. - ela disse, descendo as escadas e se despedindo dos pais de Rachel, e pegando Sammy para levá-lo para casa.


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Notas finais do capítulo

agora com correção, bleh, rayanne te odeio, vaca