O Gelo e o Fogo escrita por Sídhe


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS.



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Existe algo neste mundo que ninguém viu ainda. É algo gentil e muito doce. E se você já conseguiu enxergar, com certeza tem saudade. Por isso o mundo o escondeu. Para assegurar que qualquer um não alcançasse.

Mas em algum momento, alguém encontrou.

E apenas a pessoa certa poderá encontrar.

As coisas são assim.

...............................

O interior da sala ainda estava escuro com o novo prédio que fora construído ao lado. Era grande e imponente, lembrava vagamente a arquitetura romana, notou Leo. Ele se perguntava que tipo de gente moraria ali, se seriam tão diferentes dele e sua mãe naquela pequena casa com mofo nas paredes. Esperanza ainda dormia pela noite de trabalho que tivera, como sempre, em sua oficina. O negócio não era pior, mas sem dúvidas não era melhor. Mas era o suficiente para eles continuarem de barrigas cheias, e o filho a ajudava quando podia.

Leo pôs a mochila nas costas, os vários bolsos lembrando um cinto de ferramentas, e colocou o almoço plastificado em cima da mesa de centro.

– Que rapaz bonito. - Disse uma voz sugestiva, quando passou pela porta do quarto. - Será que é mi hijo?

Mamá, aqui está o cara mais quente dessa cidade. - A mulher riu com gosto, mas sonolência, ao esfregar os olhos amendoados com as costas da mão.

– Onde está o meu almoço? - Bocejou.

– Na mesa. - O garoto se dirigiu à porta, bagunçando os cabelos cacheados e pretos com a cabeça.

– E o meu beijo? - Cruzou os braços.

Ele voltou e deu um beijo na bochecha de tom latino. Leo Valdez herdara de sua mãe a aparência, tirando o fato de que ela era mil vezes mais bonita do que ele. Ambos possuíam olhos castanhos e cabelos escuros, meio ondulados meio cacheados, pele bronzeada vinda diretamente do Novo México e um senso de humor invejável. Ambos viviam juntos numa pequena residência no subúrbio da cidade de Houston, mantendo-se vivos com uma oficina mecânica.

– Não é todo dia que um hijo meu passa para o segundo ano do ensino médio. - Deu-lhe um abraço de urso. Leo sabia que a mãe não havia completado os estudos por ele ter nascido, por seu pai tê-la deixado, e ele odiava o pai por isso, odiava ainda mais se parecer com ele. - Está cada dia mais parecido com seu pai.

A frase o estraçalhou seu peito como uma serra elétrica, aquela era a única coisa que ele não queria ouvir.

– Não me compare a esse...

– Está apenas se parecendo cada vez mais. - Disse numa expressão de 'não importa o que faça, é igual a seu pai' que ele conhecia desde cedo.

Leo suspirou.

– Volto mais tarde. Hasta luego! - E saiu em direção à escola, andando nas ruas com seu jeito leve e desengonçado que poderia ter um garoto de 17 anos.

"Talvez não seja tão ruim assim", disse para seus próprios sapatos. Mudou de ideia quando chegou na rua de onde estudava, quando os garotos que antes conversavam olhavam com medo para ele. Se dissesse o motivo, talvez nem ele próprio acreditasse. Fora há dois anos atrás, Leo provocou um incêndio, quase atingindo todo o prédio, e desde então nada foi o mesmo. Desde então passou a ser temido por ter fogo entre os dedos.


Estalou-os, e uma pequena chama dançava no seu indicador. Apagou-a.

A cerimônia de abertura do novo ano letivo já havia começado. Leo reconheceu algumas pessoas por aqui e ali, mas em sua maioria não havia ninguém que conhecesse. Um palco foi montado no pátio e ele observou sem dar muita atenção para as palavras do diretor.

Quando olhou em volta, todos se afastavam dele por medo, era um pontinho latino isolado.

– Ei. - Uma mão tocou seu ombro. - Estamos na mesma sala de novo, não é?

Jason o olhava amistoso, e Leo era grato por aquilo. Eles eram melhores amigos desde que se entendiam por gente. Subiam as escadas para a sala quando ele começou o seu discurso de todos os anos.

– Sala nova. Voltamos ao mesmo de sempre: Você é Leo Valdez? Por favor, não queime minha escola.

– Está tudo bem. Não precisa se explicar - Jason o interrompeu - Eu já sei, então não precisa dizer a todos.

Ele tinha razão, haviam pessoas como Jason que não se importavam, que entendiam. E naquela sala havia também...

– Jason! - Uma voz feminina foi ouvida do fim do corredor. De repente, Leo sentiu seus joelhos tremerem ao ver Thalia correndo em direção a eles. - Estamos na mesma sala esse ano!

– Você também está na sala 2-C?

Ela assentiu e dirigiu um olhar penetrante a Leo. Ele ficou nervoso ao ver os olhos azuis elétricos o encarando, como se um raio pudesse partir seu coração ao meio.

– Leo Valdez, certo? Se lembra de mim? Às vezes apareço com Jason, meu irmão.



– Thalia Grace. - Sorriu, tentando parecer confiante.

– Veja só, lembrou meu nome. - Disse, ajustando a mochila negra de um só ombro com vários buttons de bandas de rock. Tinha os cabelos muito curtos, pretos selvagens, lisos, a pele branca e salpicada de sardas e os olhos... ah, os olhos. - Temos que ir, a aula já vai começar.

– Estou logo atrás de você. - Murmurou Jason, deixando Leo sozinho no corredor apinhado de pessoas.

Aquele ano estava começando bem, pensou, sorrindo para si próprio. O garoto deu meia-volta, prestes a entrar pela porta da sala, quando algo esbarrou nele. Ou alguém.



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Notas finais do capítulo

E minha primeira longfic de leyna está no ar. Eu realmente gosto de Toradora e via leyna neles, então tive de fazer essa fic, na esperança que alguém gostasse da ideia. Espero que gostem, acompanhem e deixem reviews. O primeiro capítulo sairá o mais breve possível (nunca tenho prazo para fics), até lá!