Pov. Anne

Você já viu alguém ficar tão nervoso só pra encontrar alguém? Não? Pois é assim que eu estou! Muito, mais muito nervosa mesmo! E isso não aconteceu ontem durante o período que ele foi levar a Mel pra casa! Sério, até eu gostaria de entender o que há com as mulheres..

Enfim.. Ele está DEMORANDO!!! Já são 15:05h e.. AH, MEU, DEUS! TENHO QUE IR! Marcamos de nos encontrar lá! Não de ele vir me buscar.. DROGA! ESQUECI!

Peguei minha bolsa e sai de casa voando, não sem antes pegar meu skate no gramado do jardim. Fui o mais rápido que pude até o parque e depois pra sorveteria. Demorei uns 15 minutos, mas cheguei. E.. ELE JÁ ESTAVA LÁ! Sem fôlego perguntei:

- Demorei muito?

- Não, acabei de..

- É que eu esqueci que..

- Ei! – Me chamou, olhei pra ele – Tudo bem, o importante é que estamos aqui!

- É, tem razão.. – Disse me recompondo.

- Então.. Vamos tomar sorvete? – Perguntou e assenti.

Nos sentamos nos banquinhos de frente pra bancada e o atendente veio falar com a gente:

- O que desejam?

- Eu quero um cascão de chiclete e pistache. – Pedi satisfeita.

- Tem certeza que vai conseguir comer tudo? – Will me perguntou.

Estendi minha mão pra ele.

- Prazer, gorda falando! – Disse.

Ele sorriu e segurou minha mão, chacoalhando-a.

- Prazer, minha gorda! – Corei e sorri – Sou o Will!

- Prazer, meu Will! – Disse sorrindo e ele também.

- E.. E o seu senhor? – Perguntou o atendente meio constrangido.

- Oh, sim! – Disse ele olhando para o atendente – Me desculpe!

- Tudo bem.. – Sorriu o atendente olhando para mim.

- Quero um cascão de uva e flocos.

- Um minuto! – Disse o atendente e assentimos.

Assim que pegamos nossos sorvetes começamos a andar e a conversar. Pena que não podíamos ter a liberdade de dar às mãos. Com o sorvete em umas das mãos e o skate na outra andamos até a grande árvore que ele havia falado.

Era linda. A grama que a cercava era verde como o lápis de cor, havia arbustos em volta dela que a escondia e flores na volta de dentro dos arbustos. Lugar lindo para descansar.

- Como você descobriu isso? – Perguntei deixando meu skate e minha bolsa num canto dos arbustos.

- Sei lá..

Ele sentou e encostou-se ao tronco da árvore. Olhei pra ele.

- Esperando um convite por escrito? – Perguntou. Sorri e me sentei ao seu lado.

Ele passou seu braço em volta do meu ombro.

- Isso parece o paraíso! – Disse e logo mordi a casca do sorvete.

Olhei pra ele e depois pro seu sorvete.

- Quer experimentar? – Perguntou e assenti.

Fiquei olhando-o chupar seu sorvete e depois olhou pra mim. Ah, ele não pode estar falando sério!

- Sério? – Perguntei e ele assentiu se aproximando de mim.

Bom.. Fazer o que? Deixei que ele se aproximasse mais e nos beijamos. Um beijo com gosto de uva.. Quando nos separamos disse:

- Você é louco, sabia? – Sorrimos.

- É.. Pode-se dizer que sim! – Disse e nos beijamos novamente.

Ele entrelaçou nossos dedos após o beijo e ficamos admirando os arbustos. Senti que ele olhou pro meu skate por um momento.

- Há quanto tempo você anda de skate? – Perguntou enfim.

- Humm.. Acho que desde que o meu irmão ganhou um.. Sei lá, acho que eu tinha uns 8, 9 anos.

- Nossa..

- Por quê?

- Não sabia que gostava tanto assim de skates..

Ele me olhou e eu sorri.

- Há muitas coisas sobre mim que você não sabe! – Disse confiante.

Ele sorriu.

- Você.. Hã, é.. – Começou.

- Eu..? – Perguntei tentando lhe incentivar a continuar.

- Poderia me ensinar a andar? – Perguntou constrangido.

- De skate? – Perguntei surpresa.

- Não.. De bode!

- Grosso!

- Desculpe..

Levantei indo embora mas ele segurou meu braço. Olhei pro mesmo.

- Por favor, Anne.. – Pediu.

Olhei séria pra ele. Segurando minha mão ele se ajoelhou aos meus pés. Com um olhar suplicante pediu:

- Annabeth Wen, você poderia me ensinar a andar de skate? Por favor..

- Levante-se! – Ordenei.

Ele obedeceu no mesmo momento. Cheguei perto, ainda séria. Quando estava perto o suficiente ele estava com um olhar amedrontado.

- É claro.. – Sorri – Que sim!

Ele suspirou aliviado e lhe beijei docemente.

- Nos encontramos na pista de skate aqui do parque amanhã, às 14:00h. – Disse séria novamente – Não se atrase! – Anunciei por fim indo em direção às minhas coisas.

- Aonde você pensa que vai? – Perguntou começando a andar em minha direção.

- Embora! – Respondi.

- Ah, mas não vai mesmo! – Disse perverso se agachando as minhas costas e me pegando no colo.

- AAAAAAAAAAAAAAH! ME SOLTA WILL! – Comecei a gritar enquanto ele me girava em meu colo, rindo.

Ele caiu na grama depois de tonto e começamos a rir das nossas caras de palhaços. Nos olhamos e ele começou:

- Quem é que ia embora? – Perguntou.

- Eu! – Exclamei me levantando, mas ele foi mais rápido.

Segurou minha perna e me arrastou pra ele. Antes que eu pudesse começar a falar ele começou a fazer cócegas em mim e eu ri loucamente, me esperneando.

- WI........ LL......... ME..................... SOL.......... TE............................ A..GORA! – Tentei ordenar enquanto ele fazia cócegas. Mas ele não parou.

- PA......................... RA! – Pedi e ele parou.

Enquanto recuperava o fôlego ainda deitada, ele subiu em cima de mim.

- O.. Que.. Você.. Acha.. Que.. Vai.. Fazer? – Perguntei ainda sem fôlego.

- Eu vou começar a me aproximar de você, lentamente. E, se você, não conseguir se soltar de mim até meu nariz encostar o seu, terá que me beijar!

- Humm.. – Disse pensativa – Acho justo já que eu não tenho opção! – Ele sorriu.

Ele começou a se aproximar e eu comecei a dar socos de leve em seu abdômen definido. Queria perder a aposta. Quando ele estava quase chegando perto do meu rosto comecei a espernear quase sem força. Mas, com certeza não consegui nada. Ele é mil vezes mais forte que eu!

Então.. Quando seu nariz encostou o meu, sorrimos.

- É, perdi! – Disse conformada – Sinceramente, adoro perder nossas apostas! – Sorri novamente.

Levantei minha cabeça pra chegar mais rápido nele e ele selou nossos lábios com um beijo doce e carinhoso. Quando nos separamos, eu disse por fim:

- Não vou mais conseguir viver sem você!

- Nem eu! – Disse e se sentou. Me botando em seu colo logo depois.

Selamos nossas palavras com outro longo beijo. Preciso dele mais do que nunca!