Pov. Will

A viagem durou uma eternidade. Ficamos em silêncio durante todo o percurso até que finalmente cheguei na frente da casa da Mel. Não sei se vou conseguir fazer o que a Anne pediu.

"Pense que sou eu!"

Tudo bem.. Vou tentar.

– Entregue.. - Decidi quebrar o gelo.

Ela sorriu - Hã.. Então, até amanhã!

– Até..

Ela estava quase saindo quando segurei seu braço e ela parou.

– Mel?

Ela se virou e olhou em meus olhos.

– Oi?

Fechei o olho bem forte. Quando os abri, Anne estava na minha frente. Soltei seu braço e acariciei sua bochecha, o que a fez corar.

– Will? Está tudo..

Pus meu dedo indicador em cima da sua boca pra ela não falar mais nada. Aproximei-me lentamente, até que selei nossos lábios. Foi um beijo longo e sofrido. Nos separamos e seus olhos estavam brilhando. Já não via mais a Anne e sim, a Mel.

Quer saber de uma coisa? Se for pra fazer, que seja direito! Como ainda estávamos muito perto, selei nossos lábios de novo, mas desta vez, com um beijo longo e quente, pra ficar com gostinho de: "quero mais!".

Quando nos separamos, lhe dei um Celinho de despedida.

– Até amanhã! - Pronunciei, agora com vergonha.

– Até! - Ela sorriu e saiu.

Esperei ela entrar em casa para eu poder dar partida e arrancar pra casa da Anne. Para mim demorou uma eternidade, mas finalmente cheguei. Pulei do carro e corri pro lado da casa onde se encontra a janela de seu quarto.

Peguei algumas pedras e joguei na janela, alguns minutos depois ela apareceu. Linda como sempre. Ela sorriu ao me ver. Acenei para ela, de modo a indicar pra ela descer. Quando ela desapareceu da janela, andei em direção aos fundos da casa.

Tirei meu tênis e minhas meias, dobrei a calça e me sentei na borda da piscina, colocando os pés dentro dela. Esperando a Anne.

Pov. Anne

Estava lendo quando ouvi umas batidas na janela. Corri pra ver o que era. Will estava lá em baixo. Sorri. Acenou em direção dele, pedindo pra eu descer. Fui correndo em direção ao espelho.

Já tinha tomado banho e agora estava com um vestido branco, florido e sapatilhas brancas. E minha franja também estava presa de lado. Meus cabelos castanhos escuros perfeitamente enrolados nas pontas caindo sobre meus ombros. Acho que estou bem.

Desci muito devagar pra não fazer barulho. Papai, mamãe e Dico já haviam ido deitar. Fui pra frente de casa à procura do Will. Nada. Fui pra parede da janela do meu quarto. Em vão. Soltei o ar e ouvi um barulho de água. Andei em direção aos fundos de casa, curiosa.

Antes de começar a lajota da parte de trás, como rochas beges, olhei. Lá estava o Will, sentado na borda da piscina com os pés dentro da água. Tirei minhas sapatilhas, pisando na grama confortável e gelada.

Deixei elas no canto e segui, devagar, pra ele não me ouvir. Quando me aproximei ele sentiu a presença de alguém e olhou pra trás. Quando seus olhos azuis, feito o céu encontraram os meus, brilharam de uma forma inexplicável.

Uma sensação boa invadiu o meu corpo. Ele sorri e me convidou a se sentar ao seu lado. Foi o que fiz e botei meus pés na água morna da piscina. Ele entrelaçou nos dedos e senti uma paz muito grande. Então, encostei minha cabeça em seu ombro forte.

Ficamos assim por longos minutos até que ele quebrou o gelo:

– O que fazemos agora?

– Eu não faço ideia..

– Quero ficar com você.. Só com você!

– Mas não dá..

– É claro que dá! É só eu..

– Nem pense em terminar a frase..

– Tá, mas..

Me virei pra ele e acariciei sua bochecha.

– Will, eu gosto muito de você, mas, a Mel é a minha amiga! Não posso fazer isso com ela..

– Eu sei! - Ele abaixou a cabeça - Só queria que tudo fosse mais fácil.

– Eu também! - Disse e lhe dei um beijo na bochecha.

Ele corou e levantou à cabeça, nossos olhos se cruzaram e ficamos ali, nos olhando por um bom tempo.

Will chacoalhou a cabeça de um lado pro outro, como para esquecer algo.

– Anne? - Me chamou voltando a me olhar.

– Sim?

– Você gostaria de dançar comigo?

– É-É.. Como assim? - Perguntei surpresa.

– Dançar..

– M-Mas, assim do nada? - Fiz outra pergunta ainda desnorteada - Sem música?

Ele se levantou, tirou seu Iphone do bolso, mexeu um pouco nele. Colocou-o em cima da mesa grudada a parede ali de trás. Clicou em play e a música: Contigo Todo começou a tocar.

Ele sorriu.

– Melhor agora? - Perguntou e eu assenti.

Ele chegou perto de mim e estendeu sua mão. A segurei e ele me puxou pra cima. Passou uma de suas mãos em minha cintura e com a outra segurou minha mão. Com minha mão livre, segurei seu ombro. Assim que a Eiza começou a cantar, começamos a dançar.

– Não sabia que você dançava.. - Sussurrei em seu ouvido.

– Há muitas coisas sobre mim que você ainda não sabe.. - Sussurrou de volta sorrindo. Corei.

Quando chegou o refrão ele me rodopiou e quando voltei ao lugar, passei minhas duas mãos envolta de seus pescoço e ele, passou suas duas mãos em volta da minha cintura. Ficamos nos olhando. Ele me puxou pra mais perto e encostei minha cabeça em seu peito definido. Ele começou a cantar.

Quando começou o último refrão ele me jogou pra cima e voltei a passar minhas mãos em volta do seu pescoço, e ele, as suas mãos, em volta da minha cintura. Continuando a nos olhar, comecei a cantar com ele.

– Cantemos Canciones de Amoooooooooor! - Cantamos juntos a última frase da música e ele me puxou pra mais perto.

– Sabia que você está muito linda hoje? - Perguntou acariciando minha bochecha com uma de suas mãos.

– Uhun.. - Respondi convencida olhando pra baixo.

Ele levantou meu queixo para que eu olhasse pra ele, sua expressão era de preocupação.

– Eei.. O que foi?

– É que.. Eu não posso passar todos os minutos dos meus dias com você.. - Respondi fixando seus olhos azuis.

– Relaxa, vamos dar um jeito! - Um sorriso amarelo se abriu em meu rosto - Por que não aproveitamos o agora?

Assenti e enxuguei meus olhos que haviam começado a marejar. Voltei a olhar pra ele e fomos nos aproximando, até que nos beijamos. Um beijo longo e doce. Um beijo desejado, como se nós dois precisássemos daquilo pra viver.

Nos separamos e voltamos a nos olhar, quando uma ideia me veio à cabeça. Me separei mais pra começar a dizer:

– Aposto que não consegue me pegar!

– Sério? - Perguntou brincalhão.

– Tá com medo é?

– Não..

– Então vem me pegar! - A este ponto, estava na ponta da piscina e ele no meio.

– Tudo bem.. Se eu te pegar, você tem que me beijar!

– E se você não me pegar, vai ter que pular na piscina só de cueca! - Sorri perversa.

– Apostado! - Um sorriso confiante se abriu em seu rosto e ele começou a correr atrás de mim.

Fiz o mesmo. Estávamos na metade da segunda volta, na lateral da piscina quando ele me alcançou. Me segurou por trás, segurando meus braços. Comecei me debater. Em vão, ele é muito mais forte.

Ele começou a me virar pra ele quando decidi agir. Pisei um pouco forte em seu pé e ele começou a pular com um pouco de dor, mas não me soltou. Acabamos caindo na piscina.

Ele me soltou e comecei a nadar pras bordas pra voltar a fugir.

– Ei! Isso não vale, eu te peguei!

– Acho que não estou presa em você, estou?

– Arg! - Reclamou e mergulhou em minha direção.

Mergulhei pra tentar fugir, mas ele me segurou de frente desta vez. Submergimos e nos encaramos.

– Cumpra a aposta! - Mandou.

Sorri e enlacei minhas pernas em sua barriga, com a camiseta encharcada que mostrava como era definida. E passei minhas mãos em volta de seu pescoço.

– Com o maior prazer! - Sorri e fiz força pro seus pescoço vir em minha direção enquanto eu me aproximava.

Ele aceitou e que fizesse isso e me beijou ferozmente. Como se nunca mais fosse fazer aquilo na sua vida. Eu acariciava seus cabelos com força e delicadeza. Não me pergunte como fiz isso. Nos separamos por causa do fôlego. Maldito fôlego!

– Devíamos fazer mais apostas! - Ele exclamou e sorrimos.