Simple Plan - Astronaut

Estava terminando de me maquiar, nossas malas já estavam prontas (na verdade nem foram desfeitas na noite anterior), Travis estava ao telefone, pedindo o café da manhã. Olhei-me no grande espelho do banheiro, vestia essa roupa e meu cabelo estava assim.

Travis: Você está linda, Jujuba. – ele sorriu aparecendo na porta.

Juliana: Obrigada – corei e o segui até a cozinha.

Tomamos café em silencio, tinha ovos mexidos, bacon e panquecas. Devorei tudo em questão de segundos. Olhei para o Travis e seus olhos estavam sem foco, perdidos.

Juliana: Ei, Trav! – o chamei.

Ele piscou como se acordando.

Travis: Oi?

Juliana: Você ta bem? – ele juntou as sobrancelhas, confuso e depois sorriu.

Travis: Ótimo!

Juliana: Tem certeza? Você parecia distraído.

Ele deu de ombros e se levantou.

Travis: Estava pensando em umas besteiras ai. Vamos?

Assenti e me levantei, fui para o banheiro escovar meus dentes. Quando voltei Travis já estava na porta com nossas malas.

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O vôo dessa vez pareceu mais rápido, chegamos em casa, ninguém estava. Subi para o quarto do Travis e comecei a desfazer as malas. Ele entrou no banho.

Depois que eu já havia arrumado todas minhas roupas nas gavetas que ele deixou vazias para mim, peguei meu querido diário, eu não o tinha levado e queria muito escrever nele. Sentei-me na janela do quarto de Travis, que ironicamente dava de frente para a minha e abri meu diário.

Querido Diário,

Essa ultima semana foi corrida, briguei com o Lucas, que disse que eu não estava dando-lhe a atenção que merecia. Como se isso se quer fosse verdade, todos os minutos do dia que não estou na casa dos meninos, estou acompanhada dele. Então de fato ele não tem o que reclamar.

Ontem eu conheci a família do Trav, eles são uns amores. Grace a mãe de Trav, é medica e é muito dedicada aos filhos. Já o Carrick, pai do Trav, é advogado, tem muito orgulho de seus filhos também e é muito brincalhão. Kate a irmã caçula de Trav, me encantou com seu jeitinho de menina e seu entusiasmo assustador, adoraria tê-la na família, é adorável. Shep seu irmão mais velho, por dois meses de diferença, é tão lindo e charmoso, aposto que se Pietra e Nanda o vissem diriam o mesmo. Seu sorriso e seu alto-astral são contagiantes.

Para o meu desgosto encontrei Alice e Gabe, não sei o que deu no Gabe para aparecer lá com ela, afinal, eu não tinha dado um ponto final na nossa amizade. Pois não achei justo fazer isso, antes de escutar o lado dele da história. Mas parece que ele já deu um. Alice como sempre ficou me provocando, jogando indiretinhas e sendo fútil, mas Anna me defendeu, ou melhor, apareceu para colocar a Alice no seu lugar. Não tive muita oportunidade de falar com ela depois que voltamos para a marquise, mas ela parece maravilhosa e com toda certeza Trav concorda comigo, já que quando a viu, ficou todo feliz.

Travis saiu do banho e eu fechei o meu diário rapidamente.

Travis: Não vou lê-lo, Jujuba. Não se preocupe – ele riu.

Juliana: Não estou preocupada. Sei que você sabe que se ler ele, eu ranço suas bolas – sorri sarcástica e ele fez careta.

Travis: Ai é um bom lugar para escrever? – ele perguntou mudando de assunto.

Juliana: É. – disse olhando para fora – Sabe o que é irônico?

Travis: O quê?

Juliana: Daqui você tem uma vista privilegiada da minha janela.

Ele se aproximou de mim, com um sorriso malicioso no rosto.

Travis: Jura? – ele falou olhando pela janela, assim como eu.

Assenti com a cabeça e ele riu.

Juliana: Que foi?

Travis: Espero um dia ter a vista privilegiada de você nua no seu quarto – ele piscou para mim, e riu enquanto eu o olhava boquiaberta.

Juliana: Vou tomar banho. Espero que não tente invadir o banheiro – joguei um olhar assassino para ele, que levantou as mãos em sinal de paz e riu.

Tomei banho, vesti essa roupa e desci para sala, onde Travis estava sentado, assistindo TV.

Juliana: Assistindo o que? – perguntei me sentando ao seu lado.

Travis: UFC – ele disse concentrado.

Revirei os olhos, só garotos pra gostar de luta.

Juliana: Cadê os meninos?

Travis: Devem ter ido para o clube – ele deu de ombros e me olhou – Estou com fome mulher. Vá preparar algo. – riu.

Deu uma gargalhada alta, ele tava de brincadeira né?

Juliana: Virei sua cozinheira particular agora?

Travis: Não. – ele balançou a cabeça e depois sorriu – Você cozinha muito mal pra isso. – e fez careta, peguei uma almofada e taquei nele.

Juliana: Idiota.

Travis: Tudo bem, tudo bem. Venha, vou preparar algo pra gente comer – ele se levantou e estendeu a mão pra mim.

A segurei e o segui até a cozinha.

Juliana: Então, como conheceu a Anna?

Travis: Bem, foi antes deu vir pra cá. Ela havia acabado de chegar de Londres, e minha mãe estava dando uma festa, que por acaso chamou atenção da doce Anna. Quando a vi ela estava fazendo o que faz de melhor, colocando Alice em seu lugar...

Juliana: Espera! – o interrompi – Alice é de Nova Iorque também?

Travis: Não. Mais seu pai é sócio do meu e eles são convidados nas festas de minha mãe.

Juliana: Ah sim! Continue...

Travis: Então... Adorei-a desde o primeiro momento que a vi – fechei a cara e ele reparou – Eu não queria ficar com ela, queria apenas conversar com ela. Pois não era todo dia que se via alguém colocando Alice em seu devido lugar. Ela era ousada e destemida entendi? Eu gosto disso. Enfim, pedi licença e chame-a num canto, passamos o resto da noite conversando... E hoje ela é minha melhor amiga.

Juliana: Então você nunca sentiu vontade de ficar com ela? – perguntei desconfiada e ele riu.

Travis: Não.

Juliana: Ahn sei. Qual é? A garota é linda, carismática... Ousada e... Perfeita – disse tentando achar maneiras melhores de descrevê-la.

Travis: Realmente ela é linda. Mas, sempre a vi como uma amiga, uma companheira fiel e engraçada. – deu de ombros e pegou uma panela.

Sentei-me no balcão e ele olhou para a panela, depois pra mim e novamente pra panela. Ele não parecia animado pra cozinhar.

Juliana: O que acha de pedirmos pizza? – sugeri e ele sorriu aliviado.

Travis: Pizza! Ótimo! Prometo que cozinho pra você amanhã. – ele falou pegando o telefone.

Ri e fui até o armário pegar o numero da Pizzaria.

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Era quase 1 hora da manhã, eu e Trav assistíamos filme na sala, enrolados no sofá. Os garotos então chegaram.

Guilherme: Jú! – ele falou sorrindo e eu corri para abraçá-lo.

Pietra: Ei! Ei! Vamos largando meu namorado, vamos? – ela falou rindo.

Juliana: Coisa chata! – a abracei.

Pietra: O quê? Que história é essa de “coisa chata”? – ela perguntou me olhando engraçado – Você fica um dia fora e volta me chamando de chata? – fez beiçinho.

Caíque: E eu não ganho abraço? – ele disse abrindo os braços e eu fui abraçar o mesmo.

Rafael: Chega. Chega – ele falou separando nós dois – É minha vez agora – ele então me abraçou e me girou. Depois me colocou no chão – Você engordou – disse brincando.

Dei um tapa no braço dele e mostrei a língua.

Pietra: Então, como foi conhecer os sogros? – riu.

Juliana: Cala a boca – falei corando.

Guilherme: Eles te aprovaram? – falou entrando na brincadeira.

Caíque: Mais é claro que aprovaram! Ela é linda! – ele disse rindo.

Podia eu estar mais constrangida que agora?

Rafael: Tadinha dela gente, ela ta quase roxa de vergonha – murmurou balançando a cabeça e segurando o riso.

Pietra: Ok, ok. Paramos. – ela então olhou para o Trav – O que tanto rolou na festa? – perguntou curiosa.

Todos se sentaram e Travis e eu começamos a contar tudo, desde a parte em que os pais dele acharam que eu era a sua namorada, até a parte em que voltamos para o hotel. Claro que Pietra o encheu de perguntas, ainda mais quando chegou a parte em que ele falou que Alice e Gabe estavam lá também e sobre como o leilão da primeira dança terminou. Gui riu da quantidade absurda que Travis pagou, apenas por uma dança.

Depois que contamos tudo que eles queriam saber, perguntamos como as coisas estavam aqui. Nanda e Math foram para um chalé fora da cidade, aproveitar o final de semana. Tia Patty ainda não havia voltado de São Paulo e Lucas estava com uma garota, provavelmente a noite dele seria longa. Revirei os olhos com o pensamento.

Conversamos até as 3 e pouco da madrugada, estava super cansada e Trav me carregou até o quarto, me colocou na cama e eu dormi com ele fazendo cafuné em mim, tão retro e estranho, tive que rir antes de pegar num sono profundo.