Charlene Soraia - Wherever You Will Go

Peguei meu celular e sem enrolar escrevi uma mensagem para ele.

Não acredito que era você o tempo todo. É mais uma aposta idiota? Porque se for, pode esquecer, dessa vez você não vai me fazer de boba

— Juliana Torres

Fui subindo as escadas de vagar, tentando raciocinar. Meu celular então vibrou.

Não tem aposta nenhuma Jujuba, eu te amo.

— Travis Malik

Parei de andar no mesmo instante que lia mensagem. Reli a mensagem novamente, ele estava brincando comigo né? Não era possível ele me amar, era? Minha respiração estava rápida, meu coração acelerado. Escrevi para ele:

Chega de mentiras.

— Juliana Torres

Enviei e terminei de subir as escadas, quando entrei no meu quarto não acreditei no que vi. Ele estava lá.

Travis: Eu nunca falei tão serio na minha vida. Eu te amo Jujuba, amo cada parte de você. Seu sorriso, doce e gentil – ele disse se aproximando – Seus incríveis olhos, que sempre revelam o que você sente, seu caráter, sua lealdade – ele passou a mão no meu rosto e eu prendi a respiração, seus olhos examinando meu rosto, até que eles param em minha boca – Desde que seus lábios tocaram os meus, eu sei quer você é a mulher da minha vida. – ele então me beijou. Era um beijo apaixonado, desesperado e com muito desejo.

Eu não tinha duvida nenhuma, ele realmente me amava. E o mais incrível de tudo? Eu também o amava. Passei meus braços em volta de seu pescoço e ele me puxou pela cintura. A quentura de sua boca viajou até meus dedos dos pés, e eu o puxei para mais perto.

Travis: Eu preciso de você. – falou entre o beijo.

Seu beijo era intenso e ardente. Meus dedos percorreram a extensão de suas costas e pararam no começo de sua calça, seus lábios foram ficando mais impacientes, cai de costas na cama quando ele se deitou sobre mim. Sua boca encontrou o caminho até a minha novamente, e quando criei coragem para deslizar a mão entre sua pele, ele soltou um gemido.

Com rapidez ele abriu o zíper do meu short e empurrou-o pelo meu quadril a fora, passei minhas mãos pelo seu abdome sarado e puxei sua camiseta para cima, jogando-a longe. Ele tirou minha blusa, e desfez meu rabo de cavalo, bagunçando meu cabelo com seus carinhos.

Juliana: Travis... – falei ofegante, a razão estava de volta.

Ele puxou meu cabelo para o lado e deslizou os lábios de um ombro ao outro, abrindo o fecho do meu sutiã. Beijou a pele desnuda na base do meu pescoço, e eu fechei os olhos – a maciez de sua boca era boa demais par fazer com que eu arasse – Um gemido baixinho escapou de sua garganta quando ele pressionou sua pélvis contra a minha, e através da sua calça pude sentir o quanto ele me desejava. Subi em cima dele e puxei sua calça, deixando-o apenas de cueca. Prendi a respiração, sabendo que a única coisa que nos impedia de dar o grande passo ao qual eu estava tão relutante alguns instantes antes, eram apenas dois finos pedaços de tecido.

Nossos olhos se encontraram, e pude ver o desejo em sua expressão enquanto ele examinava detalhadamente as partes nuas do meu corpo. Já o tinha visto analisar mulheres com os olhos antes, mas aquilo era diferente. Ele não queria me conquistar, queria que eu dissesse “sim”.

Estiquei a mão na direção da minha cômoda e abri. Sentindo o plástico entre os dedos, coloquei o canto da embalagem na boca e a rasguei com os dentes. Com a mão livre, ele puxou a cueca para baixo, chutando-a longe como se não pudesse suportar aquilo entre a gente.

A embalagem da camisinha estalou em seus dedos e depois de alguns instantes, eu o senti entre as minhas pernas. Fechei os olhos.

Travis: Olha pra mim, Jujuba.

Ergui o olhar par ele e seus olhos tinham um ar resoluto e suave ao mesmo tempo. Ele inclinou a cabeça, abaixando-se para me beijar com ternura. Depois seu corpo ficou tenso, e ele entrou em mim com um movimento suave e lento. Quando recuou, mordi o lábio com o desconforto, quando voltou para dentro de mim, fechei os olhos com força por causa da dor. Minhas coxas se apertavam em torno de seus quadris e ele me beijou de novo.

Travis: Olha pra mim – sussurrou.

Quando abri os olhos, ele fez pressão dentro de mim mais uma vez e dei um grito com o ardor maravilhoso que isso causou. Assim que relaxei, o movimento do corpo dele de encontro ao meu se tornou mais ritmado. O nervosismo que eu havia sentido no início desapareceu, e Travis se agarrou a mim como se nada fosse suficiente para ele. Eu o puxei para dentro de mim, e ele gemeu quando a sensação ficou forte demais.

Travis: Eu te desejei por tanto tempo, Jujuba. Você é tudo que eu quero – ele sussurrou, quase sem fôlego, de encontro à minha boca.

Ele agarrou minha coxa com uma das mãos e se apoiou no cotovelo, ficando poucos centímetros acima de mim. Uma fina camada de suor começou a se formar em nossa pele, e arqueei as costas quando seus lábios traçaram o caminho do meu maxilar até o pescoço.

Juliana: Travis – suspirei.

Quando pronunciei seu nome, ele pressionou o rosto no meu, e seus movimentos se tornaram mais rígidos. Os ruídos vindos de sua garganta ficaram mais altos e, por fim, ele fez pressão dentro de mim uma última vez, gemendo e tremendo.

Depois de alguns instantes, ele relaxou e foi deixando que a respiração assumisse um ritmo mais lento.

Ele tombou ao meu lado de bruços, esticando um dos braços sobre a minha barriga e descansando a testa no meu rosto. Percorri com os dedos a pele desnuda de suas costas até ouvir o ritmo já normal de sua respiração.

Fiquei acordada durante horas, escutando as inspirações profundas de Travis e o vento fazendo as árvores oscilarem lá fora.

Eu e ele havíamos mesmo feito amor, e ele disse que me ama, mas como seriam as coisas daqui pra frente? Ele ainda era Travis Malik, o mais popular e galinha da escola. Respirei fundo e encarei, tão sereno, tão lindo, tão meu. Sorri e me ajeitei em seus braços, amanhã eu teria muito tempo pra pensar em tudo isso. Agora eu só queria aproveitar.

~x~

Acordei assustada quando percebi que Travis não estava, me sentei e fechei os olhos, respirei fundo e os abri novamente. Ele realmente não estava no quarto, ele havia me deixado. Tudo não passará de uma posta, ele venceu e hoje me dispensou, lágrimas caiam pelo meu rosto. Você é mesmo uma idiota, Juliana. Isso ficou se repetindo em minha cabeça enquanto as lágrimas caiam livremente, meu coração acelerou quando a porta do banheiro abriu e Travis saiu de lá sorrindo. Quando viu meu rosto, correu para o meu lado e colocou as mãos em meu rosto.

Travis: Jujuba, que foi? – ele perguntou docemente e num segundo depois seu maxilar ficou tenso – Eu te machuquei? – neguei com a cabeça e alivio tomou conta de sua expressão – Então o que foi? Se arrependeu?

Juliana: Eu achei que você tinha ido embora. – falei abraçando-o e o pegando de surpresa.

Travis: Embora? – repetiu confuso – Eu não vou a lugar nenhum, Jujuba. – me confortou em seus braços e fez cafuné em meus cabelos.

Juliana: O que vai acontecer com a gente agora? Você venceu a aposta. – ele me olhou sério.

Travis: Não tem mais aposta. Eu não transei com você por isso.

Juliana: Não?

Travis: É claro que não. – ele falou indignado – Eu quero que você seja minha namorada, Jujuba. E não mais uma!

Abri um sorriso tão grande, que algumas pessoas diriam que foi maior que o gato de Alice no país das maravilhas.

Juliana: Você quer que eu seja sua namorada? – repeti maravilhada.

Travis: Sim. Eu te amo e não quero te perder novamente. – ele me beijou – Quer namorar comigo, Jujuba? – perguntou sorrindo.

Juliana: É tudo o que eu mais quero nesse mundo – respondi e o beijei.

Duas semanas depois

Finalmente tudo estava dando certo, Nanda e Math se resolveram, Pietra e Gui estavam mais apaixonados um pelo outro a cada dia que passava e Travis me amava.

Nos primeiros dias, todos ficaram surpresos com o nosso namoro, tirando é claro, a Nanda, que sempre acreditou que ficaríamos juntos. Todo o time de basquete e a escola estavam boquiabertos por Travis ter sido finalmente “domado”, Alice estava se corroendo de raiva, junto com Lexie, e Megan, que pensavam ter alguma chance a mais com ele.

Os ensaios para a peça de Romeu e Julieta estavam ótimos, a professora Lucinda e o diretor estavam muito satisfeitos comigo e com Travis, interpretando o casal apaixonado, já que de fato, agora éramos o casal mais apaixonado da escola.

Estava sentada na minha cama, com minha guitarra na mão e minha pasta de composições ao meu lado, quando Travis pulou a janela, me assustando.

Travis: Jujuba – ele sorriu e me puxou para seus braços.

Juliana: Oi, amor. – falei quando ele separou nossos lábios.

Travis: O que esta fazendo? Senti sua falta – ele fez beicinho e eu ri.

Juliana: Estava apenas tocando. – dei um selinho nele – Também senti sua falta.

Travis: O que acha do seu namorado super gato aqui, te pagar um sorvete? – perguntou brincalhão.

Juliana: Parece ótimo. Mas antes precisamos passar na sua casa.

Travis: Pra quê? – perguntou confuso.

Juliana: Sabe amor, acho que você esqueceu sua humildade em casa. – ri de sua careta.

Travis: Sempre tão boba, não é? – falou me enchendo de cócegas.

Juliana: Travis... Pára! –falei meio a risos.

Travis: Fala que me ama.

Juliana: Eu te amo.

Travis: Não ouvi direito – brincou.

Juliana: Eu te amo – falei mais alto.

Travis: O quê? Não ouvi.

Juliana: Eu te amo – gritei e ele parou as cócegas imediatamente.

Travis: Eu te amo mais, Jujuba. – disse me beijando.

TOC TOC – Ouvimos alguém batendo na porta e nos separamos.

Juliana: Pode entrar.

Melissa: Eu sabia que o Trav estava aqui – ela falou correndo para os braços dele – Você agora só ama a plima Jú – fez cara triste e ele a pegou no colo.

Travis: Minha princesa, não é assim. Eu te amo também – falou dando um beijo na bochecha dela.

Melissa: Verdade? – perguntou animada.

Travis: Claro. Vocês duas são as pessoas mais importantes da minha vida – ele falou me juntando a eles num abraço.

Melissa: Então você vai pagar sovete pra mim também? – Travis e eu rimos.

Juliana: Você estava escutando atrás da porta, Mel? Que coisa feia – falei brincando.

Melissa: Se você prometer não falar nada pra minha mamãe, eu te conto às coisas que ouvi Math e Nanda conversando.

Juliana: Você ouve a conversa dos dois também?

         Melissa: Ahn. Ainda mais quando eles ficam fazendo uns barulhos estranhos e a Nanda dá uns gritinhos – ela falou imitando-os e tanto eu, comi o Travis caímos na gargalhada. – Qual a graça? – perguntou confusa.

Travis: Nada, princesa. Você não deve ficar ouvindo atrás das portas, é feio.

~x~

Estávamos todos na praça – Eu, Travis, Nanda, Math, Pietra, Gui, Lara, Caíque e Rafa – Conversando e vendo a Mel brincar. Quando Alice e Natália aparecem.

Alice: Olha, Natty. Que lindo essa reuniãozinha deles.

Natália: Sabe, estou comovida com o jeito que tudo terminou.

Alice: Como assim? – fingiu desentendida.

Natália: Ah você sabe, Fernanda e Matheus deixaram as merdas do Apolo de lado e decidiram voltar. O Travis decidiu que não seria mais o galinha da escola e sim o bom moço e então a Juliana e eles ficaram juntos. Só não entendo uma coisa.

Alice: O quê? – perguntou sorrindo.

Natália: O que a Lara fez, pra sair da gangue do Apolo e ficar com o Caíque. – disse olhado para os dois.

Alice: Também não entendo. Digo, achei que o Apolo iria dar pelo menos uma boa lição nessa traidora, mas veja, nada. – balançou a cabeça se fingindo indignação.

Nanda se levantou e Lara fez o mesmo, mas antes de alguém dizer mais alguma coisa, ela deu um tapa na cara da Alice.

Lara:          É bom você ficar longe de mim, Alice. – ela falou encarando a mesma.

Alice: Esse tapa vai ter volta, sua vaca. – falou com a mão no rosto.

         Caíque: Se você encostar um dedo nela, eu mesmo acabo com você – falou abraçando a namorada.

Natália: Vocês não sabem do que somos capazes.

Juliana: Ah sabemos. – disse me dirigindo a ela – Sabemos muito bem, e não temos medo de nenhuma de vocês duas.

Natália: Pois deveria. – avisou se virando.

E antes que ela partisse, Alice sorriu e disse:

Alice: Para se construir, é necessário destruir primeiro. Então tomem cuidado.