Hugo não podia acreditar no que estava vendo, sua irmã, sempre tão racional, estava cometendo a maior loucura em toda a sua vida, agora percebia aquele teatrinho todo da Victoire e da Lilly.

– Rose Weasley o você enlou… - Não conseguiu terminar a frase, pois Victoire quase o sufocou tapando a boca dele enquanto o puxava para dentro do castelo com a ajuda de Lilly.

– Não liguem para ele! – Disse Lilly com um sorrisinho no rosto enquanto todos os observavam.

–É. – Disse Victoire enquanto elas praticamente arrastavam Hugo que estava com uma força descomunal. – Ele é só um irmão ciumento.

E arrastaram Hugo para dentro do castelo deixando Rose e Scorpius meio surpresos com aquela situação.

– Ele vai brigar muito? – Perguntou Scorpius apreensivo.

– Não se preocupe. Eu sei lidar muito bem com o meu irmão.

– Já estou imaginando…. ‘’Rose ele é um Sonserino, o papai vai surtar, você quer matar ele por namorar com uma doninha saltitante?’’

Rose não aguentou, deu uma gargalhada, porque era precisamente isso que Hugo diria. Mas logo depois percebeu o que ele tinha dito.

– Namorar?

Ele ficou meio atrapalhado sem saber o que dizer.

– Ah… se você não quiser… tudo bem.

– Não… eu quero. – Ela disse corando até a raiz dos cabelos.

– Quer? – Ele perguntou sorrindo.

– Quero. – E mais uma vez ela tomou iniciativa e beijou-o.

**

– Saiam da minha frente! – Gritou Hugo em frente as portas de davam para a saída do castelo de Hogwarts. Victoire e Lilly estavam a frente dele impedindo que ele passasse. – Quero falar com a Rose!

– Você não pode atrapalhar a vida da sua irmã desse jeito! – Disse Victoire num tom mandão, que só serviu para deixar Hugo ainda mais chateado.

– É deixa ela dar uns amassos no loirinho. – Disse Lilly, e Hugo passou de vermelho a roxo de raiva.

– A minha irmã não vai dar amassos nenhuns nesse…

– Claro que não, para todos os efeitos você não vai saber mesmo! – Exclamou Victoire.

– Gente que gritaria é essa? – Dominique havia acabado de chegar.

– Sabe onde está a Rose? – Perguntou Hugo indignado.

– Sei que ela esta com o Scorpius. – Disse Dominique. – Vi eles conversando depois da aula de adivinhação.

Dominique achou muito engraçado Rose achar mesmo que ignorar Scorpius ia resultar por muito tempo.

– E acha normal?! – Perguntou Hugo.

– Duas pessoas conversarem? Perfeitamente normal.

– Eles estavam se beijando! – Lilly só se ria da cara de fúria de Hugo.

– O Hugo não aceita o facto de a Rose finalmente ter começado a vida amorosa dela. – Disse Victoire igualmente divertida.

– A questão não é essa! – Gritou Hugo. – Ela estava beijando o MALFOY.

– WOW! Espera, a Rose e o Scorpius se beijaram? – Perguntou Dominique surpresa, depois só passou uma coisa pela sua cabeça. ‘’ Ela deu mais sorte que eu.’’

– Sim! – Exclamou Hugo. – E essas duas cabeças de vento acham perfeitamente normal! Explica para elas que isso é uma loucura, para elas me deixarem ir lá falar com a Rose.

– Hugo. – Disse Dominique com um sorrisinho. – Deixa eles.

– Quê? Quem é você e o que fez com a Dominique que foi totalmente contra uma simples amizade entre a minha irmã e o Malfoy. – ‘’ Ela foi atirada da janela quando eu descobri que não controlamos nossos sentimentos.’’pensou Dominique.

– Hugo, você nem pense em dar uma de irmão idiota que atrapalha o relacionamento da irmã. – Disse Victoire.

– Não! Eu vou lá agora… para falar com eles. – E tentou passar pelas primas, mas agora eram três. Se a tarefa já estava difícil antes, agora tinha ficado impossível. – Merlin, me deixem passar!

– Huguinho. Eu não queria ter que fazer isso, mas…– Disse Dominique pousando a mão no ombro do primo enquanto sacava discretamente da sua varinha. – Imperio! Vem connosco agora para o salão comunal.

Hugo arregalou os olhos, não acreditava que Dominique tinha-lhe lançado aquela maldição. Sua mente pensava, mas seu corpo não obedecia, ele queria voltar para trás e ir berrar com Rose e Scorpius, mas seu corpo obedecia a voz de Dominique, que dizia para ele ir com elas. Mal chegaram ao salão comunal, Dominique desfez o feitiço. Hugo a encarou furioso.

– Não acredito que você fez isso!

– Priminho, você tem que aprender! – Disse Victoire. – Quando se trata da vida amorosa de alguém que a gente gosta, nós fazemos tudo!

Hugo ainda tentou alcançar a saída do salão comunal, mas sentiu as mãos das primas a puxarem-no mais uma vez, e foi arrastado para o seu próprio dormitório. As restantes pessoas dentro do salão comunal riram da cena enquanto ele berrava.

– ME AJUDEM SEUS IDIOTAS, SOCORRO! ESTOU SENDO RAPTADO PELAS MINHAS PROPRIAS PRIMAS E VOCÊS NÃO FAZEM NADA?!

Mas todos riram enquanto elas subiam com ele pelas escadas do dormitório masculino. Chegaram a dormitório de Hugo e estava lá Don Harvey, que era um dos seus colegas de dormitório.

– Hugo? Mas o que…

– Me ajuda! - Don até o faria, se não tivesse ficado quase hipnotizado com a imagem de Dominique a sua frente. – DON, PARE DE SECAR A MINHA PRIMA E ME AJUDA!

– Don. – Disse Dominique. – Será que você pode nos deixar sozinhas com o Huguinho por favor?

Don acenou afirmativamente abobado, mas continuou preso no mesmo lugar, olhando para Dominique como se ela fosse uma miragem.

– Don…- Victoire chamou a sua atenção. – Será que dá para você babar pela minha irmã noutra altura? Agora não é a altura certa.

– Ah. – Ele corou. – Claro.

– NÃO! – Gritou Hugo. – Don não… fica aqui!

Mas o rapaz já tinha saído. As três garotas obrigaram Hugo a sentar numa cadeira ao lado de umas das camas. Victoire conjurou uma corda.

– Ei… o que vocês vão fazer? Victoire… nem pense nisso. – Era em vão, a três garotas prenderam-no bem na cadeira enquanto a todo o custo o amarravam. Por mais que ele esperneasse, ou berrasse, ele não conseguiu escapar. Depois de uns longos dois minutos lutando para sair dali, ele se viu totalmente amarrado a cadeira. Estava furioso. – Vocês ficaram loucas, só pode! ME TIREM DAQUI!

– E aí meninas? – Perguntou Lilly olhando para Hugo. - O que vamos fazer com ele?

Victoire riu maliciosamente.

– Já volto. – E saiu rindo da ideia que acabara de ter.

Quando voltou trazia consigo uma malinha pequenina, e vinha com um sorriso enorme no rosto. Ao ver a mala que a irmã trazia, Dominique percebeu logo a ideia da irmã.

– Ah não, Vic… isso seria muita maldade!

– Vai dizer que não seria divertido?

Dominique olhou para a irmã, e acabou sorrindo, da mesma maneira maliciosa que ela. Hugo olhava para elas assustado.

– Gente, ainda não captei a grande ideia. Qual é? – Perguntou Lilly.

Victoire puxou Lilly e as três garotas ficaram de costas para Hugo, cochichando e rindo baixinho. Finalmente elas se viraram para o primo que agora estava aterrorizado.

– Juro que quando sair daqui eu vou matar vocês.

– Nos vamos te dar um trato Huguinho. – Disse Dominique.

– Quê?

– Você vai aprender o que é ser mulher. – Disse Victoire. – Assim talvez, para a próxima respeite os sentimentos e as decisões da sua irmã.

Victoire abriu a malinha e tirou um monte de acessórios femeninos, esmalte, sombras, rímel,batom, tudo o que era necessário para deixar uma garota bonita. Hugo percebeu logo o que elas iam fazer.

– Oh não, não, não… Vocês não vão fazer nada disso! Nem pensar!

– Como pretende nos impedir Huguinho? Amarrado dessa maneira. – Disse Lilly.

Victoire puxou uma outra cadeira e sentou a frente dele.

– Vamos começar por limar essas unhas.

– Quê? NÃO! – Hugo bem que tentou escapar de ver suas unhas limadas, mas tinha as mãos bem presas aos braços das cadeira, e por isso não conseguia mexer muito bem a mão, pelo não foi muito difícil para Victoire fazer o que pretendia. – AI AI AI! Ta doendo.

– Não seja mariquinhas Huguinho!

– PARA COM ISSO VICTOIRE! AIIIIIII!

– Qual a cor que vamos pintar as unhas dele? – Perguntou Lilly observando os esmaltes a sua frente.

– QUÊ? NÃO, VOCÊS NÃO VÃO PINTAR AS MINHAS UNHAS!

– Vermelho combina com o cabelo dele. – Disse Dominique. – Mas acho que temos que inovar. Por isso, vamos pintar uma unha de cada cor.

Lilly riu divertida.

– Ok, uma unha de cada cor.

Minutos depois cada uma tinha um esmalte na sua mão rindo escandalosamente enquanto pintavam as unhas de Hugo.

– Essa droga cheira pior que as poções da madame Pomfrey. – Ele reclamou. – NÃO, LILLY, NEM PENSE, COR-DE-ROSA NÃO! LILLY!

Quando acabaram de pintar as unhas dele, olharam para ele, rindo ainda mais.

– Uma obra-prima. – Disse Dominique.

– Mas ainda não acabou. – Disse Lilly.

– É, vamos passar o lápis nos olhos dele. Vai realçar bem esses olhos azuis dele! – Disse Victoire.

Hugo as olhou apavorado. Aquela tarde foi muito dolorosa para ele. Além de lhe limarem e pintarem as unhas, elas ainda fizeram um penteado ridículo nele, Lilly pegou dois elásticos pequeninos e fe dois corninhos na parte da frente do cabelo. Elas riram ainda mais quando lhe puseram uma sombra azul e um batom vermelho vivo. Já para não falar na grande quantidade de blush que lhe puseram. No final, elas so conseguiam rir enquanto ele as xingava de todas as maneiras possíveis. Elas estavam dando gargalhadas escandalosas quando alguém entrou no quarto. Era Albus, olhou para Hugo incrédulo.

– Mas… o que…

– Albus me ajuda! – Ele disse se sentindo uma marioneta. – Elas estão loucas, olha só o que elas me fizeram.

Albus ia dizer algo, mas engasgou com o riso, Hugo estava realmente muito engraçado.

– Você parece um travesti! – Riu acompanhado das meninas.

– Para de rir e me tira daqui!

– Desculpa, não consigo, os outros têm que ver isso!

– Não… Albus você não vai fazer isso comigo!

– Desculpa, mas não vou resistir! – Disse Albus saindo.

Minutos depois ele voltou com James, Louis e Ted.

– Gente, que maldade! – Disse Ted tentando não rir, Hugo lançava faíscas com o olhar. Porém, James não se preocupou em disfarçar coisa alguma, deu uma gargalhada sonora.

– Essas unhas! Cara, essas unhas estão demais!

– Eu vou matar todos vocês quando eu sair daqui!

– Agora pode sair por aí Hugo. – Disse Ted já sem controlar o riso. – Assim com certeza alguém vai te convidar para o baile.

– Aposto que foi ideia da Victoire. – Disse Louis.

– Você me conhece maninho.

– VOCÊS QUEREM PARAR COM ISSO E ME TIRAR DAQUI?

– Ai Huguinho! – Disse Victoire se fingindo de ofendida. – Não fale assim connosco.

– Assim você magoa. – Disse James fazendo biquinho.

– É, só por isso vamos te deixar aí, pensando na maneira que nos tratou. – Disse Dominique.

– NÃO, VOCÊS NÃO VÃO ME DEIXAR AQUI NESSE ESTADO! VOLTEM AQUI!

Todos saíram deixando Hugo muito irritado. Riam muito enquanto desciam as escadas.

– Vocês são terríveis. – Disse Albus.

– Ele vai ficar uma semana sem nos falar. – Disse Lilly divertida.

Se sentaram no sofá, como bons meninos inocentes que nunca aprontam, enquanto ignoravam os gritos de Hugo vindos do quarto.

**

Scorpius e Rose ficaram a tarde toda namorando, curtindo aquela nova fase ignorando o que viria depois.

– Quem diria. – Ele disse enquanto entrelaçava os seus dedos nos dela.

– O quê?

– Que nós os dois um dia, íamos estar assim, namorando.

– Uma Weasley e um Malfoy. – Ela disse, e logo depois deu uma gargalhada. – Ah se meu pai soubesse.

Ficaram juntos por mais meia-hora até que Rose anunciou.

– É melhor eu ir falar com o meu irmão, nem sei como ele ainda não veio atrás de mim.

– Te vejo depois?

– Sim. – Ela disse o beijando.

**

Rose chegou ao salão comunal e deparou-se com todos os primos sentados no sofá com um ar muito divertido.

– Onde está o Hugo?

– No dormitório. – Disse Albus sem olhar para Rose. Se o fizesse ia cair na risada.

Ela ia subir as escadas, mas parou e olhou para eles todos.

– Vocês estiveram aprontando não estiveram?

– Nos? – Perguntou Lilly.

– Porquê acha isso? – Perguntou James.

Rose os olhou desconfiada. Depois deu de ombros e subiu as escadas. Chegou ao dormitório e bateu a porta.

– Se for a Dominique, a Victoire e a Lilly, quero distância de você, vazem! E se for o James, o Albus, o Ted e o Louis… VAZEM NA MESMA! – Ouviu-se a voz de Hugo dentro do quarto.

Confusa, Rose abriu a porta e entrou. Deparou-se com aquela imagem de Hugo e a sua primeira reacção foi arregalar os olhos e correr até ele para o desamarrar.

– Meu Deus Hugo… o que te aconteceu?

– Adivinha. – Ele disse massajando os pulsos, mas aí Rose viu as unhas dele e não aguentou. Desmanchou-se a rir na cara dele.

– Pode rir. Eu vou matar aqueles desgraçados.

– Você está muito engraçado.

– Pois isso não interessa, agora vamos ter uma conversa muito séria Rose!

Ela parou de rir, teriam que falar sobre scorpius.