Scorpius e Rose, que há uns minutos atrás estavam rindo agora olhavam para ele apreensivos.

-Hugo…- Começou Rose.

-Volto outra hora. – Disse Scorpius se preparando para sair.

-Espera… - Disse Rose. – Fique aqui, deixa só eu falar com o Hugo por um minuto.

- Tudo bem. – Disse Scorpius se afastando um pouco e começando a fingir analisar umas poções que a Madame Pomfrey tinha na enfermaria. Hugo se aproximou da irmã, e certificando-se que Scorpius não o ouvia disse.

- Pensei que você não suportava ele. – E voltou a olhar para Scorpius de lado.

- Eu nunca disse isso. – Susurrou Rose. Scorpius estava fazendo um esforço para não ouvir nada, mas era-lhe muito difícil. Suspirou e tentou se concentrar analisando as poções.

- Mas parecia, pela maneira que você falava dele.

- Me enganei Hugo. Ele não é tão ruim assim.

- Você sabe o que papai vai achar disso não é?

- Eu sei…- Disse Rose desviando o olhar.

Hugo voltou a olhar para Scorpius e logo depois disse.

- Rose, acredito que você veja realmente algo bom nele. Mas não esqueça tudo o que o papai disse sobre ele. Você não sabe se ele é traiçoeiro ou…

- O papai não conhece ele, só conhece o pai dele. Eu juro Hugo, o Scorp não é tão mau assim…

- Scorp? Veja em que ponto você já vai Rose, usando diminutivos. Isso não vai acabar bem, daqui há pouco você está apaixonada por ele…

- O quê? – Rose corou. – Não, nada disso. Apenas descobrimos que temos coisas em comum, o que nos tornou muito bons amigos.

- Que coisas Rose? O que pode haver em comum entre vocês os dois?

- Por exemplo, o facto de nos julgarem pelas nossas famílias. Hugo, eu juro, você seria um óptimo amigo dele.

- Rose você não percebe? Tudo o que o papai sempre nos aconselhou foi, manter a distancia do Malfoy, e agora você se torna amiga dele? – essa ultima parte, Scorpius não pode deixar de ouvir. Suspirou tentando não ligar. – o  papai não vai gostar disso, você sabe que tenho razão, não digo que ele seja má pessoa, apenas ser amiga dele não é o mais correcto  a fazer. Além disso aposto que não será só você a ter problemas com isso, imagine os problemas que ele não terá com o pai dele?

- Eu sei… - disse Rose baixando a cabeça, tudo o que ela não queria era causar problemas para Scorpius, Hugo tinha razão, aquela amizade ia contra tudo, contra as expectativas que tinham dos dois, contra os conselhos dos seus pais, contra tudo o que ambos tinham aprendido ao longo da sua vida.

- É melhor se afastar dele Rosie. Não se preocupe que eu não vou contar nada ao papai, mas apenas tenha em conta o que eu disse. – E olhou novamente para Scorpius. – Bem… vou andando, volto mais tarde. – E saiu.

Scorpius se aproximou de Rose, já adivinhando no que ela estava pensando.

- Scorpius… eu… - Ela hesitou, desviou o olhar se sentindo a pior pessoa do mundo, ele baixou a cabeça, prevendo o que ela ia dizer. – Não podemos ser amigos.

- Nossa… - Ele disse com um sorriso irónico. – Você é muito inconstante. Hoje de manhã você estava quase me azarando, depois me propôs uma amizade… e agora, rompeu com essa amizade que nem teve oportunidade de crescer.

Ela encarou os olhos cinzas dele, sentindo uma ponta de tristeza ao constatar que ele não lhe devolvia mais aquele olhar caloroso, o seu olhar agora era frio, bem como o seu tom de voz, muito típico dos Malfoy, mas Scorpius estava magoado, se sentiu um idiota por achar que alguém como uma Weasley algum dia iria deixar de lado os preconceitos que o seu nome arrastava e tentar embarcar com ele em uma possível amizade.

- Scorpius…- ela não sabia o que dizer. Sentia o olhar magoado dele sobre si.

- Não se preocupe, não irei implorar por sua amizade. – Ele disse friamente. – Irei respeitar a sua decisão. – E se preparou para ir embora. Rose queria dizer para ele ficar, que queria muito ser amiga dele, que estava arrependida do que disse minutos antes, mas sua voz parecia ter fugido. Scorpius olhou de novo para ela e disse. – Ah.. retiro o que disse hoje de manhã…

- O quê?

- Sobre você ser inteligente… uma pessoa inteligente nunca se deixaria ser influenciada pela opinião dos outros em relação a escolha das suas amizades. – E lançando um último olhar frio, saiu. Deixando Rose muito consternada na cama da enfermaria. Ele tinha razão, ela era uma estúpida, uma parva, deixou duas lágrimas caírem, como é que ela podia ter deixado que as rixas antigas do seu pai destruísse uma amizade tão promissora? Tinha que corrigir o terrível erro que acabara de cometer, tinha que falar com ele, pedir desculpa, dizer que ele tinha razão e que queria ser amiga dele.

- Scorpius! – Ela gritou da cama dela. Mas ele já não ouvia, só havia uma solução, ir atrás dele. Sem pensar no tornozelo magoado ela tentou sair da cama com intuito de correr para alcança-lo. Mas, mal ela pôs o pé no chão, uma dor aguda tomou conta do pé dela, fazendo-a cair no mesmo momento, agoniando no chão como se tivesse mil agulhas espetadas no tornoze-lo. Madame Pomfrey, que chegou naquele momento para repôs o estoque de poções, correu para socorre-la.

- Você enlouqueceu? – Repreendeu ajudando-a a levantar. – Você tem que repousar, ou quer passar uma semana, em vez de dois dias aqui na enfermaria.

- Madame Pomfrey, por acaso não cruzou com Scorpius no corredor.

- Sim, devo dizer que ele estava com alguma pressa.

 Rose ficou calada, assim que saísse da enfermaria falaria com Scorpius para concertar a borrada que fez.

XX-XX

Na sala do quinto ano, Tiago Potter estava tendo Defesa Contra as Artes das Trevas, o professor tinha pedido que todos se pusessem frente a frente, para um duelo, como ele disse ‘’saudável’’, no entanto alguns alunos aproveitavam essa situação para aprontarem. Esse é o caso de Jonh Stuart, que quando o professor não estava olhando, lançava alguns feitiços mais forte a Tiago.

- Alarte Ascendare! – Gritou ele. Tiago, quando deu por sí, estava levantado no ar, como não tinha ouvido bem o feitiço de Jonh, pensou que fosse o Wingardium leviosa, o que não o preparou para o que aconteceu a seguir, ele foi levantado e logo depois caiu com em enorme estrondo no chão, ficando agoniado com dores nas costas. Muito a custo, ele se levantou disposto a revidar, por isso decidiu que lançaria um feitiço igualmente doloroso.

- DIFFINDO! – No entanto Jonh conseguiu fazer um escudo que fez o feitiço ricochetear, Tiago acabou por ter que se desviar para não ser atingido pelo seu próprio feitiço. No entanto ele não desistiu, se Jonh era bom em feitiços, ele também era. Apontando a varinha para o rapaz ele prontamente gritou. – BOMBARDA! – O feitiço atingiu o escudo de Jonh destruindo-o. Jonh ainda estava se refazendo da surpresa quando Tiago novamente gritou. – Deprimo! – Mas jonh foi rápido o suficiente gritando.

- Expelliarmus! – A varinha de Tiago voou da sua mão indo parar as mãos de Jonh, que ao ver o parceiro desarmado, não demorou a gritar.

- CRUCIO!! – Tiago caiu para trás com uma dor terrível, Jonh sorriu com um misto de prazer ao ver o sofrimento do seu oponente que estava no chão se contorcendo de dores, mal o feitiço estava acabando quando Jonh repetiu o feitiço. – CRUCIO! – Já não passava despercebido a ninguém aquele duelo tão violento, o professor que estava ajudando um aluno do Corvinal não tinha percebido, Jonh teve a oportunidade de lançar o feitiço umas 3 três vezes seguidas, quando o professor notou o alvoroço foi logo ver o que estava acontecendo, ao ver Tiago deitado no chão já sangrando da boca, com sérios danos físicos no corpo e sabe-se lá psicológicos, ele gritou.

- STUART! – O feitiço imediatamente foi desfeito, pois Jonh, assustado baixou a sua varinha, o professor correu em socorro de Tiago, mas o rapaz já estava desmaiado. Encarou Jonh com um misto de surpresa e disse. – Vá para a sala da professora Minerva e me espere lá! – Jonh, temendo pelo seu futuro na escola, saiu. – Brandon! – Um rapaz loiro prontamente assentiu percebendo o que o professor queria, correu da sala para ir chamar a Madame Pomfrey.