1996 escrita por Manuzíssima
Notas iniciais do capítulo
Capítulo curtinho, não quero terminar, mas também não quero me esticar além do necessário!
Mariana olhava o anel delicado nas mãos grandes de Fernando, era uma antítese. Comumente, Mariana analisaria a situação friamente e diria a ele que iria pensar, mas a mudança do rapaz era contagiante e a moça agora também começava a ver as coisas por outro prisma, de outros ângulos. Depois de tanta dor, Mariana achava que merecia da vida um pouco de bálsamo, quem sabe não era a chance para os dois pararem de sofrer? Pararem de buscar sofrimento?
Ao redor, todo mundo tinha descansado as colheres esperando o final da cena. Os pais se orgulhavam de ver o filho tão maduro e tão concentrado, sabiam que ele não perderia o humor, por que ele tinha que falar que levava “chutes” da moça? Fernando, seu pai vai conversar com você!
Dona Socorro toda boba deixou correr uma lágrima quando Mariana estendeu a mão e ofereceu o anelar direito ao rapaz. Que casalzinho fofo, ela pensava.
Fernando deu-lhe um beijo na mão e outro na testa. Mariana esticou a mão direita, olhou e sorriu, ficou bom. Era delicado e pesado pelo significado dele, tão paradoxal quanto Fernando. Quanto ela mesma! Quanto a maioria dos adolescentes!
- Bom, já que você concordou, agora eu vou ligar para o seu pai. Ele está esperando até agora para saber a resposta! – disse Fernando pulando da cadeira para o sofá, perto da mesinha do telefone.
Discou um número, esperou, pediu para falar com sr. Magalhães. Esperou mais um pouco e voltou a falar:
- Sogrão, a moça concordou com minha proposta! Acho que o senhor perdeu a aposta! – falou sorrindo olhando Mariana que o fuzilava! Como assim, Mariana, ele está falando com seu pai a essa hora e chamando de sogrão? E eles ainda apostaram, é isso?
Mal sabia Mariana que aquele era apenas o começo daquela história. Dona Socorro teria muito a contar e conversar naquela noite. Começando pela cumplicidade que o rapaz tinha conquistado com ela e com o pai, mesmo este sendo muito difícil de lidar, passando pela história de Isabel, que a mãe tinha entendido como irresponsabilidade seguida de fatalidade, mas, se a filha tinha entendido melhor que isso, que ótimo, afinal era ela quem ia conviver com esse fantasma.
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