Assassin's Creed High School escrita por Olive Dunham Kenway


Capítulo 5
Capítulo 5- Ligação


Notas iniciais do capítulo

Eu nem demorei muito! Esse cap ficou curto porque se eu juntasse com o acontecimento do final ia ficar extremamente comprido. Aproveitem!



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Meu celular toca às seis da manhã, a música do Imagine Dragons ecoa pelo quarto e eu acordo lentamente. Enrolo na cama por alguns minutos e por fim levanto. Visto uma blusa azul listrada de branco, um casaco vermelho e calça jeans. Calço o tênis e vou para o banheiro fazer minha higiene. Quando saio Ezio está esperando sua vez pacientemente.

–Bom dia. –digo-lhe.

Ele só assente.

Vou para a cozinha e começo a fazer o desjejum. Nada de porco, porque nem Malik, nem Kadar e nem Altaïr comem. Sem lactose porque Malik é alérgico. Acabo por fazer torradas, fritar ovos e deixar queijo e peito de peru sobre a mesa.

Malik vai para a cozinha e sorri para mim.

–Não precisa fazer isso, sabe? –ele diz.

–Aham. –confirmo. –Só achei que seria um bom começo. E eu sempre faço o café da manhã lá em casa.

Ele se senta ao meu lado e sorri novamente. Dessa vez percebo um leve sentimento de tristeza em seu olhar.

–Você está melhor, Olive?

–Estou sim. Obrigada, Malik. Você é o melhor amigo que eu poderia ter.

–Alguém sabe o que está acontecendo. –Altaïr aparece com um ar acusatório.

–O que quer dizer? –Malik pergunta.

–Quando eu perguntei o que estava acontecendo entre você e Olivia, você disse que não sabia. Aparentemente ela sabe. –Altaïr sai de perto da parede onde estava apoiado e vem até Malik.

–Não ache que deixaria você fazer o que quisesse comigo sem que eu reagisse, certo? –meu amigo dá um meio sorriso

–É. – Altaïr também sorri. – Acho que não.

Malik coloca uma torrada na boca. Altaïr se aproxima rapidamente e morde o outro lado. O moreno fica vermelho de vergonha e se afasta. Desvio o olhar um pouco sem graça. Não porque Altaïr seja gay. Eu fico sem graça com qualquer casal que demonstre cainho (ou não) assim perto de mim.

–Finalmente, hein, Altaïr. –Ezio suspira perto de mim. Eu nem mesmo vi quando ele entrou. –Estava me enchendo o saco essa sua enrolação.

–Você sabia? –pergunto.

–Todos nós sabemos. –Connor aparece na porta da cozinha.

–Sério?

–Claro. Não é grande coisa. Ele prefere assim, o que nós temos a ver com isso? Deixe o cara. –Connor dá de ombros.

–Achou que eu escondia isso deles? –Altaïr pergunta.

–Na verdade, sim. Parece tão pessoal. –encolho os ombros.

–E é. Mas não vi necessidade de esconder deles. São meus amigos.

–Sem julgamentos. –Connor dá de ombros. – E ele deve ser o gay mais agradável que já conheci.

–Obrigado. –o árabe de olhos dourados sorri. –Só a escola que não sabe. Mas se descobrirem eu não ligo. Seria até melhor. Pelo menos as garotas me deixariam em paz pra variar um pouco.

Rio um pouco.

–É, elas podem ser irritante.

–E é por isso que gostamos tanto de você. –Ezio me abraça alegremente.

–Desculpe, eu não entendi.

–Você não se joga em cima da gente. Não é oferecida como as outras. Gostamos de pessoas diferentes da maioria. –Altaïr explica.

–Espere, eu achei que me odiasse.

–O que? Não, não. Eu só sentia um tanto de ciúmes. Eu queria estar no seu lugar, mas não podia. –Malik fica mais vermelho ainda, se é que é possível. –Mas gosto de você, Olivia.

–Pode me chamar de Olive ou Livy, se preferir. –sorrio para os garotos. –Para vocês eu deixo.

Terminamos de comer, enfrentamos uma fila para escovar os dentes, terminamos de arrumar o que havíamos esquecido de arrumar nas roupas e mochilas, e seguimos para a estação de metrô. Ézio nos faz rir durante todo o caminho até a escola. Eu nunca os vi tão despertos a essa hora da manhã. Acho que eles realmente gostam de mim. Mas como sabem sobre mim? Nós nunca havíamos nos falado desde aquele dia que Malik foi falar com Altaïr. Talvez sejam mais atentos do que eu imagino.

Entramos na sala juntos. Dessa vez eles não se sentam no fundo como de costume. Enquanto eu e Malik sentamos no lugar de sempre, Ezio, Altaïr e Connor pegam as cadeiras ao nosso redor. Connor fica do meu lado, Ezio atrás de mim, Malik na minha frente e Altaïr ao lado dele.

–Eu vou treinar a trança no seu cabelo, ok? –Ezio avisa e já vai desatando o laço que prendia meu cabelo. Eu só rio um pouco e me recosto na cadeira, deixando-o fazer o que bem entender.

Eu me assusto um pouco com a intimidade instantânea que nós temos. Eu sinto como se não tivesse nada que me separasse deles. É como se eles fossem maus amigos há tanto tempo quanto Malik, Shaun, Becca ou Kadar. E esses garotos sabem algo que escondia há anos. Eles não me julgaram. Não fizeram perguntas. Só ficaram do meu lado e me ajudaram a sair daquela vida, sem esperar nada em troca.

–Eu sinto muito, pessoal. –digo aos três. Eles se viram para mim. –Eu os julguei mal.

Ezio sorri para mim, não há malicia naquele olhar.

–Não se preocupe com isso. –ele diz. –Estamos acostumados.

Connor ri.

–É verdade. –o mohawk concorda. –Pelo menos você teve a decência de se desculpar.

–Eu sei quando estou errada.

–Não é todo mundo que consegue admitir isso. –Altaïr diz sem olhar para mim.

Becca e Shaun entram na sala. A minha amiga olha para mim confusa. Seu olhar passeia por mim, Malik, Connor, Ezio e Altaïr. Shaun está confuso como ela. Eles querem saber o que está acontecendo. Malik é quem levanta para explicar. Depois de um tempo ele me chama. Peço para que Ezio deixe para terminar a trança depois e me levanto, indo até meus três amigos.

–É melhor que você conte o motivo de morar comigo, Kadar e Altaïr, Olive. –Malik fala.

Respiro fundo e suspiro. Olho para o moreno preocupada. Ele assente me incitando a continuar.

–Ouçam, meu pai... –minha garganta fica seca. –Ele abusava de mim–Becca olha para mim surpresa e chocada. Ela cobre a boca com as duas mãos. Shaun me lança um olhar de choque e preocupação fraternal. – Ontem eu não aguentei mais. Quando consegui fugir dele, corri para o Starbucks. Altaïr, Ezio e Connor me ajudaram. Consegui uma ordem de restrição, pensão e tudo, o pai de Connor conseguiu. Malik é meu tutor legal agora. E como eles tinha um quarto vago na casa deles e eu não tinha onde ficar, me mudei para lá. Os garotos me ajudaram em todo o momento. Eu não quero que se sintam traídos. Eu não queria mentir. Só não sabia como dizer isso. –meus olhos se enchem de lágrimas. Becca me abraça com força e Shaun também. Luto para não chorar nos braços dos dois. –Me desculpem.

–Não. Não peça desculpas. Está tudo bem. Está tudo bem, Olive. –Shaun sussurra para mim. –Não estamos chateados. Só queremos seu melhor.

–Vamos te ajudar em tudo o que precisar. –Becca promete. –Eu te amo, sua louquinha. Vou estar aqui sempre que precisar.

–Obrigada. Eu não sabia o que faria sem vocês. –minha voz sai tremida. –Só aguentei tanto tempo porque tinha vocês sempre ao meu lado. Os três.

Afastamo-nos. Becca ajeita meu cabelo e sorri para mim com carinho. Ela também está prestes a chorar. Shaun tem um olhar protetor sobre mim. Seu sorriso é firme e caloroso. Abraço-os novamente, mais rápido dessa vez.

Deixo os dois se sentarem. Eles ficam nas duas primeiras cadeiras mais próximas a janela. Eles falam com Malik sobre como foi que conseguiram resolver o problema com meu pai e pedem detalhes sobre minhas instalações. Eu volto para o meu lugar e Ezio continua seu trabalho.

–Claudia vai adorar. –ele sorri ao terminar o projeto. Pego meu longo cabelo e analiso o trabalho de Ezio.

–Está perfeito. –digo. –Sua irmã é muito sortuda. Não é todo o irmão que aprenderia a fazer uma trança espinha de peixe só porque a irmã mais nova gosta.

–Eu geralmente não o faria. Mas agora que estou longe dela, sei o quanto que ela vale. Quero fazer tudo para que ela seja feliz. Mesmo que eu esteja tão longe dela. –ele fica com um ar saudoso. –Por ela, Petruccio e Frederico.

–São seus irmãos também?

–Aham. Frederico é mais velho do que eu. Petruccio é o mais novo de todos nós.

–Eu não se conseguiria deixar meus irmãos para vir aos Estados Unidos sozinha.

–Bem, Frederico disse que eu não conseguiria, então eu vim. Por pura teimosia. –ele ri de si mesmo. –Mas eu não me arrependo, sabe? Vir para cá me ensinou muita coisa. Acho que Altaïr, Malik e Kadar pensam o mesmo.

Olho para Ezio, que sorri de um jeito que nunca vi antes. Ele parece quase angelical. Sorrio para o italiano.

O professor entra e a aula começa.


***

Saímos da escola juntos, andando até a estação de metrô. Shaun e Becca prometeram me visitar qualquer dia desses e isso me deixou feliz.

Connor é o primeiro a descer. Depois eu, Malik, Kadar e Altaïr. Ezio mora perto da próxima estação.

–Eu vou comprar algumas canetas novas lá na papelaria. –Malik me informa depois que troca de roupa. –Kadar vai ficar com você. Altaïr já vai sair para o trabalho.

–Ok. –digo. –Cuidado por aí.

–Não se preocupe. –ele sorri e sai do apartamento junto com Altaïr.

Ajudo Kadar com seu dever de casa e começo a fazer o meu. Estou no meio de um calculo de química avançada quando meu celular vibra insistentemente. O numero é de Malik. Atendo no quinto toque.

–Olivia.

–Olivia! Venha para o General Hospital! Malik foi atropelado. –Altaïr chora do outro lado da linha.


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Notas finais do capítulo

Comentários? Ameaças? Recomendações? Mandem um reviwe e me deixem saber! Ah, e eu ficaria muito feliz se alguem quisesse recomendar a fic ^^