Assassin's Creed High School escrita por Olive Dunham Kenway


Capítulo 4
Capítulo 4-Chega!


Notas iniciais do capítulo

Nem demorei! Olha só minha eficiencia! Obrigada a Misami Uzuchi e Ana albuquerque por lerem e elogiarem a fic! Amo vocês S2



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Vesti minha calça jeans de sempre, uma blusa marrom e um casaco vermelho, trancei meu cabelo e sai do quarto. Eu teria ido por trás se soubesse que meu pai estaria na sala de estar.

–Onde pensa que está indo?

–Para o Starbuck, se é que isso te diz respeito.

–Eu sou seu pai, garota! E você anda saindo muito pro meu gosto.

–Se a sua presença não fosse tão detestável eu ficaria em casa!

–Você vai pagar por isso, Olivia! – avança sobre mim e agarra meus braços. Grito, sabendo o que vai vir. Consigo me jogar no chão e alcançar a porta, mas meu pai me segura pelas pernas e me puxa, arrastando-me pelo chão. Tento segurar a mesinha, mas só derrubo os objetos que estavam sobre ela em meu corpo, causando-me uma dor de tirar o fôlego. Ele dá um soco no meu rosto. –E nunca mais erga a voz para mim! Ouviu bem? Nunca mais! É uma vadia. Assim como a mãe.

Choro desesperada. Ele me solta e eu corro para fora o mais rápido que posso. Ele não me segue. Na rua existem muitas testemunhas.

Quando chego a estação de metrô, que fica a quase um quilômetro de casa, eu paro de correr e recupero o fôlego. Uma criança tenta puxar sua mãe para perto de mim, dizendo que eu estou chorando e que preciso de ajuda. A mãe só apresa o passo. Coloco o capuz e sigo meu caminho.



Chego ao Starbucks, que graças a Deus está vazio. Ezio me recebe com um sorriso, que some gradativamente assim que ele vê a marca roxa em meu olho esquerdo e minhas lágrimas.



–Olivia, o que fizeram com você? –ele pergunta preocupado.



–Eu só... – minhas lágrimas caem mais rapidamente. –Eu cansei de mentir.

O italiano vem até mim e abraça-me com força.

–Altaïr, chame Malik. –Ezio pede.

–Ok. Só um minuto.

–Connor, faça um café preto forte com açúcar para ela, por favor. É por minha conta.

–Pode deixar. Vou fechar a loja também.

–Venha, Olivia. Vamos nos sentar ali, ok? Pode ficar tranquila que nada vai acontecer com você. Nós estamos aqui.

Assinto e deixo-me ser guiada até uma cadeira. Ezio me ajuda a sentar e coloca-se ao meu lado. Ele acaricia minhas costas com suavidade, fazendo movimentos circulares contínuos. Eu sempre amei quando minha mãe fazia isso comigo. Mas isso foi quando ela vivia conosco. Agora ela partiu. Cansou-se do meu pai. Eu que fui burra o suficiente para acreditar que ele não era tão ruim. Não sei onde ela está. Não posso fugir dele. Só queria que ela voltasse.

Connor me entrega o café e também se senta ao meu lado. Seus olhos castanhos me encaram com aflição. Ele cuidadosamente coloca a mão sobre meu joelho e indica o café. Tomo três goles de uma só vez. O sabor forte me agrada.

–Obrigada.

–De nada.

Malik chegou bem rápido. Ele veio acompanhado de Kadar. Assim que me veem os dois correm e me abraçam.

–Olive, o que aconteceu com o seu rosto? –Kadar pergunta.

–Eu sinto muito, Malik. Desculpe-me. Eu menti pra você por tanto tempo. –o árabe tranca a mandíbula. –Eu estava com medo do que ele podia fazer...

–Eu vou matá-lo. –ele praticamente ruge. –Eu sabia que não eram só quedas.

–Meu Deus... –Connor murmura entendendo a situação. –Droga.

–Porcaria. –Ezio também entende. –Altaïr, fique com ela, vamos resolver esse problema.

–Espere, idiota. Se fizer isso só vai piorar a situação dela. –Connor diz. – Me dê quinze minutos. Meu pai é promotor, posso conseguir uma restrição judicial.

–Infelizmente, não tenho outro lugar para morar e não tenho tempo para me emancipar.

–Fique conosco. –Kadar convida. –A embaixada nunca nos visita e quanto ao Estado, é só fazer de Malik seu responsável legal. Ele já tem 19 anos.

–Ele está certo. Não seria o ideal, mas não pode mais ficar morando com o seu pai se ele te trata assim. –Altaïr fala. –Ligue para o seu pai, Connor. Vamos pegar os pertences de Olive com a restrição em mãos.

–Ok. Eu cuido disso. –o mohawk se levanta e tira o celular do bolso.

–Por que deixou isso durar tanto tempo, Olive? Eu te conheço há três anos. – Malik tem raiva e dor nos olhos. –Eu também só quero o melhor para você, sabia?

Assinto veementemente.

–Nunca mais esconda as coisas de mim. –ele me abraça. –Droga, Olive. Olha o que ele fez com você. Você é minha melhor amiga também. Eu sempre estarei aqui por você.

–Obrigada, Malik.

Em menos de meia hora o pai de Connor chega. Eles são extremamente parecidos, mas Connor tem um ar mais selvagem enquanto seu pai parece bem civilizado. Na verdade parece com Shaun. Acho que é britânico. Ele me cumprimenta e pede para conversarmos em particular.

–Olivia Baungarten, sou Haytham Kenway, sou promotor e trabalho para o FBI. Eu quero que você esteja ciente do que esta restrição irá fazer na sua vida.
           –Vai melhorar minha vida.
          –Vai afastar seu pai para sempre se você quiser assim. Então pense bem. Acha que está pronta para isso?
       –Senhor, desde os meu 13 anos ele abusa de mim. E não só batendo. Sexualmente também. Eu nunca mais quero vê-lo. Eu sei.
         –Bom, você não é uma daquelas garotas que se apega ao homem que as abusa–ele assente–Vou lhe fazer algumas perguntas. Só dados básicos para a restrição.
               –Ok.
               –Qual é o seu nome e o de seu pai, completos?
               –Olivia Kalima:hen Baungarten e Carter
               –Kalima:hen? Tem ascendência mohawk?
               –Sim. Minha avó por parte de mãe. Por quê?
               –Minha esposa também tem ascendência mohawk. Quantos anos você tem?
               –Dezessete anos.
          –Você entende que não é maior de idade ainda e que precisaria se emancipação ou ter outro responsável legal?
           –Sim. Eu tenho um irmão mais velho. Mas ele não vive aqui nesse estado. Quero que Malik A-syaf seja meu tutor.
             –E quem seria esse para você?
             –Meu melhor amigo. Aquele ali. –apontou para o árabe moreno, o maior.
             –Sabe que seria um tanto... Imprudente?
         –Senhor Kenway, eu não quero atrapalhar o meu irmão. Ele está o MIT e precisa estudar muito. Não tem casa própria e uma renda bem a apertada. Com Malik eu teria uma boa casa, ajuda com os estudos, a renda da pensão do meu pai, a bolsa de estudos de Altaïr, Malik e Kadar. Além de boa companhia e proteção. Eu tive pouco tempo para pensar, mas pensei bem.
          –Pai, por favor. Eles concordaram e não é má ideia. Nós só queremos sua ajuda. Viver com três adolescentes é melhor do que com um pai abusivo. Eu conheço Altaïr, ele vai cuidar bem dela. E Kadar e Malik são ótimas pessoas.
         –Eu...– ele olhar para o nosso grupo e para mim. O senhor suspira. –sou testemunha e concordo com isto. Só um minuto, rapazes. Terei sua restrição em mãos em meia hora, senhorita Baungarten.
             –Obrigada, senhor Kenway.
             Ele se levanta, pega o celular e liga para alguém.
         –Charles Lee, é o Haytham. Preciso de uma ordem de restrição para Carter Distry Influence Baungarten. –Ele aguarda. –D-I-S-T-R-Y. Influence de Influence mesmo. Sim. Olivia Kalima:hen Baungarten. K-A-L-I-M-A, dois pontos H-E-N. Dez metros. Sim, com pensão. O fim da faculdade. Traga para o Starbucks. Sim, o que meu filho trabalha. Certo, obrigado, Charles.–senhor Kenway desliga o celular.– Pronto, rapazes. Charles trará o documento assim que o juiz assinar. Como eu tenho contatos, não deve demorar muito tempo. Agora, fique tranquila, Olivia. Eu agilizarei as coisas para você e não precisará ir para um dos abrigos do governo. Pode se mudar para a casa de seu novo tutor sem problemas. E Connor, eu adoraria um latte.
              –Mas é claro, pai. –ele murmura.
             Ezio vem até mim e se senta ao meu lado. Ele segura minha mão direita entre as suas e sorri levemente.
            –Desculpe, Auditore, eu não te ensinei a fazer a trança. Aqui, vou lhe mostrar.
            –Não se preocupe com isso agora.
            –Por favor. Eu preciso me focar em algo.
            –Entendo. Mostre-me então.
Assinto e começo a explicar. Ele testa no próprio cabelo, que vai até um pouco depois dos ombros. Altaïr ri, dizendo que Ezio parece uma garota, mas o italiano não se ofende. Ele só faz palhaçadas, afinado a voz, abraçando Connor, Altaïr e até Sr. Kenway não escapa do ataque gay de Ezio. Eu, Malik e Kadar só rimos. Eu levo um pouco de tempo, mas logo estou gargalhando com os outros.
             Quando Malik se senta ao meu lado eu digo:
             –Desculpe, mas seu café com Altaïr vai ter de ser adiado.
             –Sua...! Por que lembrou disso? –ele desviar o olhar.
             –Ei, só estou zoando contigo. Parece até que queria.
             –O que?! Pare com isso, Livy!
           Ergo as mãos em sinal de rendição. Malik me encara emburrado, mas eu só rio. Vejo Sr. Kenway me observando com um leve sorriso no rosto. Creio que está pensando que não é uma ideia tão ruim afinal de contas.
           Em meia hora um homem alto de cabelos escuros, pele clara e porte orgulhoso e elegante entra no Starbucks e nós cumprimenta com um leve aceno de cabeça. Ele entrega um papel a Haytham, que agradece.
           –Tenho que ir. A patroa já está me esperando.
           –Certo. Obrigado, Charles.
           –De nada, senhor.
       Haytham lê o papel com cuidado e vez por outra murmura algo em concordância com o documento.
        –Está tudo em ordem, Olivia. Seu pai lhe pagará uma pensão. A distância mínima entre vocês será de dez metros e ele terá de responder pelo abuso em um tribunal qualificado.
             –Estou disposta a me submeter aos exames necessários.
          –Muito bom. Agradeço pela cooperação, Olivia. Venham, vamos pegar suas coisas e levar para a casa de seu novo tutor.
           Altaïr fecha o Café e todos nós nos enfiamos dentro do SUV do pai de Connor. Somos seis pessoas, mas ninguém quer ficar para trás. Eu acabo no colo de Malik e Kadar no de Connor para que todos caibam.
            Dou as devidas instruções ao senhor Kenway e chegamos em menos de quinze minutos.
                –Senhorita Baungarten, pedirei que fique atrás de mim e perto dos meninos o tempo todo, ok?
            Assinto com firmeza. O homem alto toca a campainha. Meu pai abre com raiva evidente, seu rosto vermelho, mas logo o sangue se esvai ao ver a multidão de homens que me acompanha.
          –Senhor Baungarten, eu estou aqui com uma ordem de restrição e para remover sua filha de seus cuidados.
                –O quê? Quem é você? Por quê?
                Haytham só lhe entrega o papel com os dados.
              –Sou Haytham Kenway, promotor do FBI. – ele mostrar o distintivo.– Como é de conhecimento geral, abuso doméstico é crime. É por isso que tiraremos Olivia desta casa. Este documento é uma ordem de restrição. Daqui para frente o senhor não poderá chegar a dez metros de sua filha e deverá pagar a escola e uma generosa pensão a ela. – Haytham afasta meu pai para o lado e entra na minha casa. –Garotos acompanhem Olivia até seu quarto e a ajudem com as malas.
              –Pode deixar, tio. –Ezio diz. Ele me pega pela mão e nós entramos, os outros nós seguem logo em seguida. Meu pai me encara com ódio nós olhos. Não consigo evitar olhar para ele. Connor se coloca ao meu lado e me puxa para perto de si, desviando meu olhar do homem que abusou de mim.
             Subimos as escadas até meu quarto e a eles me ajudam a pegar as malas no alto do armário e colocar tudo dentro.
          –Não ousem mexer na terceira gaveta. –ordeno. Ali ficam minhas roupas íntimas e meu bloco de anotações com meus pensamentos mais profundos e fórmulas de resolução de exercícios de cálculo e física avançados.
               Em pouco tempo minhas roupas foram dobradas e postas dentro das malas e meus objetos pessoais colocados em caixas que haviam no carro de Haytham. Olho para o meu quarto vazio e fecho a porta assim que tiramos tudo dali. Ajudo os outros a descer as caixas e então, com uma última olhada pela casa, nós partimos.
         Meu pai me observa enquanto se apoia no batente da porta. Sento-me novamente no colo de Malik e o árabe fecha a porta, cessando o contato visual.
                 –Podemos ir, Sr. Kenway. – permito.
             Ele assente e começa a dirigir. Ele já sabe o caminho. Creio que já deu carona a Altaïr diversas vezes desde que ele e Connor se tornaram amigos.
             Quando chegamos deixamos tudo em no quarto vago do grande apartamento. O que fica entre o quarto de Altaïr e Malik. Kadar me ajuda a arrumar a cama e me dá um abraço apertado. Uma promessa de que tudo vai melhorar é dita e eu sorrio agradecida.
               –Pai, posso dormir aqui? –Connor pede.
               –Acho que sim. Mas você não tem roupa para trocar.
               –Eu tenho umas roupas folgadas que cabem nele. –Altaïr diz.
              –Ok, então. Vou avisar à sua mãe. Não falte aula amanhã, mocinho.
              –Pode deixar, pai.
              Senhor Kenway nós deseja uma boa noite e parte.
            –Obrigada. A todos vocês. –estou prestes a chorar novamente. –Eu não teria tido coragem de fazer isso sem a ajuda de todos aqui. A maioria de vocês nem me conhece direito, mas me apoiaram. Agradeço do fundo do eu coração. Malik, Kadar e Altaïr, obrigada por me receberem na casa de vocês.
               –Nossa casa, Olivia. Nossa. –Altaïr sorri para mim. Uma lágrima escorre.
               –Obrigada.
            –Venha, Livy. Tome um banho e relaxe. Vamos assistir a um filme e comer pipoca, ok? –Kadar me leva até o quarto dele e do irmão, entrega-me uma toalha, sabonete e diz que posso usar seu shampoo.
              Fico um tempo no banho e relaxo, conforme me foi aconselhado. Visto-me no banheiro e saio. Meu pijama é três números maior do que eu, é cinza e azul, com o número 82 bordado atrás. Meu irmão mandou para mim há algum tempo. Isso e uma de suas blusas do MIT, que só uso quando estou em casa.
                Vou para a cozinha onde Connor e Ezio fazem pipoca de microondas.
                –Como você está? – Malik pergunta.
                –Melhor agora.
                –Vamos escolher um filme no pay-per-view. –Kadar me chama.
               –A embaixada não paga por isso, não é?
             –Não, nós pagamos sempre sobra algum dinheiro da bolsa de estudos. –Altaïr diz. –Fique tranquila.
            Assistimos 007 Solace Quantum. Eu amo 007. Acho que já vi todos os filmes. Até os mais antigos e chatos.
          Perto dá meia noite eu e Kadar já estamos com sono então todos vão dormir. Altaïr, Connor e Ezio vão para o quarto do árabe de olhos dourados, Malik e Kadar para o deles e eu para o meu. Não tenho problemas para dormir.


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Notas finais do capítulo

Comentem e me deixem saber o que preciso melhorar!