Assassin's Creed High School escrita por Olive Dunham Kenway


Capítulo 33
Capítulo 33- Ainda tem bolo?


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e me perdoem pela demora!



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Eu caí de joelhos no chão e fiquei olhando para o rosto envelhecido da minha mãe. Minha mãe que se parece tanto comigo. Minha mãe que fazia o seu melhor para me deixar feliz, mesmo com o meu pai abusivo por perto. Minha mãe que ainda traz marcas de espancamento em seu corpo. Minha mãe que cansou de tudo e foi embora. Minha mãe que agora me abraça e diz chorando que sentiu minha falta.

–Onde você estava? Mãe... onde você estava.

–Ah, você parece estar reagindo muito bem. –ela acaricia meu rosto. –Pensei que me odiaria agora.

–Eu não te odeio, mãe. –digo com lágrimas nos olhos.

–Vamos deixar vocês duas em paz. –tia Ziio diz com tranquilidade contagiante. –Venham meninos, precisamos comprar a roupa de vocês para a formatura.

Meu corpo pula sobre seus pés ao ouvir a palavra.

–A roupa... –murmuro ao ver todos saindo da casa dos Kenway.

Ai meu Deus, o que estou pensando? Acho que isso não é a prioridade agora, Olivia!

–Mãe, por favor, me diga o que aconteceu? Para onde você foi durante todos esses anos?

–Eu voltei para casa. –ela sorri. –Uma reserva nacional ao leste. Meus irmãos me aceitaram de volta. Eu queria te levar comigo, juro que queria, mas você parecia tão resoluta em sua escolha de permanecer na cidade com seu pai... eu mandei várias cartas, mas acho que seu pai rasgou todas elas.

–Sim, eu estava decidida a permanecer na cidade. –deixo-me cair no sofá macio. Minha mãe fica na cadeira oposta à minha. –E pode me explicar como os meus amigos te acharam?

–A minha aldeia é protegida pelos Assassinos desde que eu era uma criancinha. Eu treinei com eles e de vez em quando fazia missões para eles.

–Mas o quê? Você é uma Assassina?

–Não, claro que não. Eu nunca teria o comprometimento para fazer tal coisa. É importante demais. Eu sou uma mera informante. –ela balança a mão na frente do rosto como que espantando a ideia. Percebo os lindos braceletes de madeira e penas que adornam seus pulsos e lembro quando eu era pequena e ela fazia dezenas desses e me enfeitava com eles. –Mas acho que isso acabou sendo meio sério nos últimos dois anos...

–O que quer dizer?

–Eu estava seguindo uma pista nas Ilhas Malvinas e acabei ouvindo sobre um esquema de proporções olímpicas que os Templários planejavam para a América do Sul. Sei que você sabe o quando aquela região está crescendo. Templários não deixariam isso passar. –ela suspira cansada. De alguma forma sei que ela não é a mesma mulher que me deixou em um apartamento no subúrbio de Boston há anos. Ela parece mais... sombria, talvez. –Bem, eu fui descuidada e um deles me achou e me prendeu. Eles tentaram conseguir informações comigo, mas eu nunca dei, isso posso garantir.

–Eles te machucaram, mãe?

–Um bom bocado... Mas feridas curam.

Eu só assinto.

–Eu posso conseguir uma casa para nós morarmos juntas, se você quiser, claro. –ela diz sorrindo. Vejo marcas de expressão que só mostram o quanto ela sorri. –Posso conseguir uma casa aqui ou quem sabe na cidade que você decidir fazer seu curso superior.

–Você vai ficar?

–Mas é claro que eu vou, garotinha.

–Vai mesmo?

Ela ri e assente.

–Eu trouxe isso para você. –ela enfia a mão no bolso e de lá tira uma presilha para cabelo feita de madeira e penas azuis brilhantes. Sementes pretas redondas presas a cipós verdes balançam com o movimento da mão de minha mãe. –Não fui eu quem fez, foi a mãe da Aldeia. Ela disse que você é bem vinda.

Estendo a mão e seguro a presilha. É muito bem feita e leve. Coloco-a no cabelo e vejo o sorriso da minha mãe aumentar.

–Eu nunca mais vou embora, querida. Ninguém nunca mais vai me manter longe de você.

–Mãe eu... –começo a chorar como um bebê.

–Oh, minha queridinha. –ela dá uma risada carinhosa e vem me abraçar. –Não precisa mais chorar, ok? Não precisa mais.

***

Encontramos os garotos no shopping e compramos meu vestido. Minha mãe e tia Ziio foram super sigilosas quanto a isso. Parece até que estou escolhendo meu vestido de noiva e ninguém pode saber como ele se parece. Mas foi divertido fazer compras com a minha mãe. Pude ver o quanto ela mudou e ver o quanto dela ainda é o que eu conheço.

–Vou te levar na sua casa e depois vou para o Hotel. –minha mãe diz com um sorriso no rosto enquanto me leva para o carro dela. –Você gostou de hoje, querida?

–Claro que gostei, mãe!

Ela ri para si mesma e sai do estacionamento do shopping.

–Ziio me disse que sua cerimônia de iniciação será nessa semana. Você já escolheu o seu uniforme?

–Ainda estou pensando. Eu nem mesmo estudei totalmente os antigos designs e o antigo códex. –suspiro.

–Sabe, eu nunca achei que ficaria feliz em ver minha filhinha se tornando uma Assassina. Mas eu estou. Tenho muito orgulho de você, querida. Sei agora que você é forte fisicamente e intelectualmente. Sei que todos dos Assassinos ficarão felizes com sua adição às fileiras deles.

–Por que você não é uma Assassina? Por que nunca quis ser?

–Não parecia ser algo que eu me encaixasse. Eu já tinha o meu lugar.

–O seu lugar?

–Sim. Meu lugar. Eu já tenho um. Você está encontrando o seu não é? Você está fazendo uma carinha de boba. –ela ri. –É pela quinta ou pela Bardotck?

–Quinta. É mais rápido. A Bardotck vai estar totalmente engarrafada agora. –respondo.

Ela assente e pega a rua para a quinta avenida.

Quando paramos em frente ao apartamento de Altaïr, Malik e Kadar ouvimos um estouro e minha mãe pisa no freio com toda a força.

–O que foi isso?!

Olho para a janela de casa e vejo confetes caindo.

–Um lançador de confete. Os garotos estão aprontando alguma coisa. –falo sorrindo.

–Então vá se divertir, meu anjo. –ela diz sorrindo. Sua respiração está acelerada. O barulho deve ter assustado minha pobre mãe. –Eu te vejo amanhã. Podemos almoçar juntas se quiser.

–Seria ótimo, mãe. –beijo sua testa e saio do carro com a caixa do meu vestido. –Até amanhã.

Ela sorri e acena para mim.

Entro no apartamento e logo preciso desviar de um Kadar risonho.

–O que estão fazendo? Quase mataram a rua inteira de susto com esse lançador de confete. –digo.

–Nós estamos comemorando. –Kadar responde.

–Comemorando o que exatamente?

–Bem, nós passamos de ano, querida! –Ezio vem e me abraça, colocando um pedaço de bolo na minha mão. –Vamos poder ir pra faculdade, conhecer meninas legais, coisas assim.

–Todos vocês já pegaram suas notas?

–Aham. –Desmond confirma. –Todo mundo passou direto! Até a mula hidrofóbica do Altaïr.

–Ei, você tá achando que é quem, Miles?

–Bem, não sou uma mula hidrofóbica!

–Vocês vão fazer os vizinhos reclamarem. –Malik resmunga.

–Ah, resmungão! Vem se divertir um pouco! –um homem que eu nunca vi empurra uma garrafa de bebida na mão de Malik.

–Ah, oi, prazer, Olivia Baungarten. Você?

–Para uma beleza como você, quem você quiser. –ele sorri galante. Sinto o cheiro de bebida em seu hálito.

–Mulher do Connor. Se arrisque se quiser. –Ezio diz.

–Nah... –ele tenta se afastar, mas tropeça e caí em cima de mim. Consigo segurá-lo com certo esforço. Ele está totalmente sem equilíbrio. –Macia....

Eu o jogo no sofá. Ele já está roncando.

–Ok, já que não conseguimos nos apresentar propriamente, quem é ele?

–Ah, esse é o novo Assassino que vai ajudar a gente. O nome é Arno Dorian. –Altaïr responde. –Francês. Ascendência francesa e austríaca. Tem 19 anos. Acabou de ser aceito em Harvard para estudar Engenharia Química.

Cruzo os braços e olho para o rosto do garoto.

–Há! Nunca que ele passou para Engenharia Química em Harvard! –Kadar diz o que eu estou pensando.

–Não julgue um cara enquanto ele está bêbado. –Ezio diz.

–O Connor não veio? –pergunto ao finalmente olhar em volta. Lucy, Malik, Kadar, Altaïr, Desmond, Shaun, Becca e Ezio estão aqui. –Onde estão Aveline e Addah?

–Um pequeno imprevisto. Tiveram que ficar no hotel. Disseram que não é grande coisa. –Malik responde.

–Ok então. Bem, eu vou descansar. Tenho aula amanhã e ainda preciso falar com Misaki. –tiro meus sapatos. –E vocês também tem aula, safados!

Ezio ri e se joga no chão da sala de estar.

–A gente dorme aqui e vamos todos juntos pra escola amanhã. A gente pode até levar o Arno.

–Façam o que quiserem.

Entro no meu quarto e tranco a porta.

Os rapazes não parecem querer dormir ou me deixar dormir. A festa continua na sala e eu não estou afim de ir lá estragar a diversão.

Cansada e desistindo de dormir, abro meu armário e tiro o fundo falso. No fundo encontro a cópia do códex e o livro de designs que Addah me deu há alguns dias para que escolhesse um modelo. Pego os dois e então me sento à mesa de estudos do meu quarto.

Leio as palavras do primeiro Altaïr e algumas do primeiro Ezio. Estou quase acabando o livro e acho que, se eu pudesse acordar tarde amanhã, eu terminaria isso hoje. Mas acabo parando na metade e deixando o resto para o dia seguinte.

Mas eu escolhi meu uniforme. Acho que Edward ser meu tutor me ajudou nessa escolha.

Satisfeita com minhas escolhas e com o silêncio que tomou a casa, guardo tudo no fundo falso do armário e vou dormir.


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Notas finais do capítulo

Comentem muito ok? (e esse trailer de AC Unity hein galera? eu quero levar aquele trailer pra jantar e me casar com ele. perfeição!)



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