Corro até os dois, mas sou empurrada para trás por Ezio e caio nos brações de Altaïr. Ezio se coloca entre os dois homens, mas Charles é mais forte do que o italianos, e consegue se desvencilhar facilmente, metendo outro soo no abdome de Connor. Solto um grito alto. Pelo canto do olho vejo Sofia esconder o rosto e ter as mãos.

–Charles, pare com isso agora! –ordeno. –Eu nunca vou te perdoar! –sinto meus olhos encherem de lágrimas. Connor não revida. Ezio tenta imobilizar meu irmão. Sofia ainda esconde o rosto. Malik evita olhar para mim. –Altaïr me solte agora!

–Você vai se machucar se for até lá, Olivia! –ele me aperta.

–Mas, Connor! –agora eu estou chorando. –Charles, eu nunca vou te perdoar! Eu vou acabar com você! Me solte agora, Altaïr!

–Se acalme, Olive!

–Não ouse me chamar de Olive, desgraçado! Me deixe ir até eles!

–Charlie, pare, por favor! –Sofia implora.

–Ezio, acabe logo com isso! –Altaïr pede.

–Se eu pudesse eu... –ele não consegue terminar a frase pois meu irmão o soca.

–Ok, é isso! –grito e jogo meu corpo para baixo com toda a minha força, chutando a canela de Altaïr logo depois. Não queria machuca-lo só faze-lo me soltar.

Avanço até meu irmão e me lanço sobre ele. Caímos sobre Ezio. Viro o corpo de Charles sob o meu, saindo de cima de Ezio, e dou um tapa no seu rosto.

–Eu te odeio! –grito chorando.

–Livy...

Dou outro tapa.

–Não se atreva! –grito novamente. –Por que fez isso, Charles?

–Eu só queria te proteger, Olivia!

–Proteger o que?!

–Sua inocência!

–Já foi tirada, imbecil! –deixo-me cair sobre seu peito. –Já tiraram isso de mim, Charlie. O nosso pai. O nosso próprio pai a tirou de mim. A arrancou brutalmente. –estou deixando as lágrimas correrem livremente agora. –E agora que eu finalmente encontrei alguém você faz isso com ele? –sinto quando ele me abraça. Eu permito o contato. –Eu realmente gosto dele, ok? –sussurro. –Seja legal, Charlie, porque eu não quero perder o outro cara que eu amo. Não me faça escolher entre vocês dois.

–Eu sinto muito, Olive. Eu sinto tanto. –ele está chorando também. Mas dessa vez não é fingimento.

–Você já bateu em dois dos caras que me ajudaram. Sua lista de pedidos de desculpas está aumentando, Charles.

–Eu sei. –ele se senta, erguendo-me com ele. –Eu sei. Você está incluída nessa lista.

–E Sofia. –acrescento. –A garota se assustou. Ah, e Malik também. E eu devo um pedido de desculpas a Altaïr. –saio de perto dele e me levanto. –É melhor começar logo.

Engatinho até Connor e sento-me ao seu lado. Ele está meio curvado e tem um corte abaixo do olho. Analiso o machucado e acaricio seu rosto com carinho.

–Sinto muito. –quase choro.

–Ei, não foi sua culpa. –ele me puxa para si e deposita um beijo no topo da minha cabeça. –E eu estou bem. Não é a primeira vez que isso acontece.

–Obrigada por não ter revidado. Sei que podia ter machucado meu irmão, mas não o fez. Muito obrigada, Connor.

–Eu te vi nos olhos dele. Não poderia ter agido diferente.

–Poderia sim. E por isso eu agradeço.

–De nada. –ele me aperta com um pouco mais de força e me sinto aquecida por dentro.

Vejo meu irmão se aproximar e me afasto de Connor, indo até Altaïr.

–Ei, desculpe pelo que fiz. –peço.

–Tudo bem. Isso vai me fez parar de pensar que você é só uma garotinha.

Sorrio e o abraço. Ele leva um tempo, mas devolve o gesto.

–Tudo bem mesmo, Olive. Sem ressentimentos.

–Fico aliviada por ouvir isso.

Nos separamos e ele bagunça meu cabelo.

–Mas tente não se arriscar assim de novo, ok?

–Prometo tentar. –rio.

–Isso não me dá muito alívio.

–Vocês sempre vão estar por perto pra me ajudar, não vão?

–Claro que sim.

–Então não tem problema.

Altaïr ri e me dá outro abraço.

–Você não tem jeito, Olivia.

–E espero nunca tomar.

–Também espero que isso não aconteça.

No final do expediente dos meninos, nós vamos embora. Aveline e outra pessoa ficam no lugar deles.

Charles e Sofia vão comigo, Malik e Altaïr até nossa casa e se despedem de nós.

–Boa sorte na cidade, Sofia. Que seus próximos dias sejam melhores do que este. –desejo.

–Obrigada, Olivia. Foi um prazer ter te conhecido.

–Igualmente, Sofia.

Os dois se vão.

–Acha que eles são namorados? –Altaïr pergunta.

–Não. Charlie não olha para ela como se a amasse. E ele não faria o que fez na frente da namorada. Ela deve ser irmã de algum conhecido dele e ele só está cuidando dela até que a garota se adapte.

–Legal da parte dele. –Malik diz.

–Bem, ele não é sempre um idiota. –sorrio. –O que querem fazer nesse fim de tarde?

–Bem, a gente podia assistir um filme. –Malik diz.

–Por mim tudo bem. –Altaïr assente.

Pegamos alguns colchões dos quartos e os colocamos na sala. Deitamos os três juntos e assistimos a um programa na Universal. Eu fico um pouco distante, já que Malik fica discretamente deitado no colo de Altaïr, mas não tão discretamente quanto pensava. Fico feliz por eles. E sinto saudades de Connor. Eu queria ter um colo para deitar como Malik tem o de Altaïr.

Não estou brincando. Eu realmente estou sentindo falta de Connor, mesmo que eu o tenha visto há pouco mais de duas horas. E eu estou preocupada com ele também. Meu irmão pegou pesado com ele naquela briga idiota. Por um momento achei que ele até tivesse quebrado alguma coisa. Queria poder vê-lo e perguntar se está tudo bem. Se posso fazer algo para ajudar. E pedir desculpas aos seus pais, já que tecnicamente falando, foi minha culpa.

E eu posso ir até ele.

–Eu já volto. –digo, levantando-me. –Comportem-se enquanto estou fora.

–Aonde vai?

–Tentar relaxar um pouco. Volto em duas horas. No máximo. Ligo quando estiver chegando.

Pego meu casaco e saio antes que Malik faça mais perguntas.