Animê Bizarre escrita por HinaKaulitz
Saí do colégio atordoada. Estava cansada de ouvir certo nome. Cansada de lembrar que aquele ‘ser’ existe. Já não basta me causar tanta repulsa agora me atordoava. Obrigava-me a nadar em uma revolta maré de pensamentos, muitos deles, bizarros. Eu não tinha motivos pra ficar presa a eles, mas também não tinha como evitá-los.
Resolvi procurar a Mey. Precisava conversar e me distrair. Mey iria adorar passar umas cinco horas falando apenas do Yu. Ela me contaria muitas coisas sobre o ensaio do Cinema Bizarre. Aquele ensaio que eu não pude ir. Ela e Suzannah deviam ter se divertido a beça, além de terem conhecido melhor o Shin.
Eu estava dando a volta no colégio até que finalmente achei a Mey. Ela estava correndo e parecia estar chorando.
-Mey? O que aconteceu?
-Hina, eu quero morrer!
-Não diga isso! Por quê? O que te deixou tão triste?
-O Yu.
- Yu? O que ele fez?
- Eu vi... Agora a pouco... Ele... Ele e – Entre os soluços do choro de Mey, várias lágrimas escorriam por sua face. Percebi que ela não terminaria a frase chorando daquele jeito. Tentei acalmá-la.
- Mey, não precisa falar agora. Calma. Quer ir pra minha casa almoçar? Lá você conta essa história com calma, ok?
-OK.
Fomos pra minha casa. No caminho, Mey ainda chorava. Menos que antes, mas chorava. Isso me deixava triste. Eu não sabia o que estava acontecendo pra ela estar daquele jeito e por isso ficava mais nervosa. É raro ver a Mey chorando, e olha que eu a conheço desde pequena. Ela sempre foi de ficar deprimida, mas nem por isso chorava. Seja lá o que for, foi muito grave.
-Hinata. Muito obrigada.
-De nada Mey.
Agora, depois de almoçar e descansar um pouco, nós estávamos no meu quarto vendo televisão. Eu já tinha me esquecido que Mey estava triste. Acho que ela se recuperou do ‘sei lá o que’ que a magoou.
-Hina, foi horrível.
-Não precisa comentar se quiser.
-Eu estou melhor.
-Tem certeza? Não quero vê-la chorando de novo.
-Pode deixar, não vai rolar de novo. Eu já me conformei.
-Conformar? Como assim? O que o Yu fez?
-Quando você me encontrou, eu estava voltando do ginásio. Vi o que não gostaria de ver. O Yu e aquela garota que sai com o professor de inglês se beijando.
-A garota que sai com o LUMINOR?
-Isso mesmo.
-Não pode ser. Eles quase não se falam. Como? Isso não é possível. Tem algo por trás desta, Mey. Alguém deve estar armando pra você. E tem mais: lembre-se que as líderes de torcida não gostam muito da gente.
-Não gostam?
-É. Elas meio que tem ciúme porque andamos com o Strify, o Tom, o Kiro, o Yu e o Romeu – falei este ultimo nome de um jeito indiferente. Mas eu queria mesmo era não ter falado.
-Pois que morram de ciúmes. Vou continuar falando com eles, queiram elas ou não. Mas o Yu vai de qualquer jeito perder muita coisa comigo. Não pense ele que depois do que eu vi, vai continuar por isso mesmo.
-Depois dessa, ele merece levar ‘um gelo’, mas de qualquer forma, evite terminar a amizade só pra não dar o braço a torcer pra elas. Seria uma vitória se você não falasse mais com o Yu, imagina só o sorrisinho delas depois de saber da notícia.
-Podemos mudar de assunto?
-À vontade.
-Você também não me pareceu feliz quando eu te vi lá no colégio. O que houve?
-O Tom ficou me irritando. Só que desta vez ele não sabia disto.
-Como assim?
-Ele não percebeu, mas me irritou sem querer.
-O que ele disse?
-Ficou falando do Romeu. Que eles tinham combinado isso e aquilo, e também me perguntando se eu tinha certeza de que não o vi saindo do colégio.
-E a cara do Tom. Ele não deve ter entendido nada.
-Não mesmo. Eu me irritei do nada, quase soltei um palavrão e fui embora. E ele ficou lá com uma cara de quem não entendeu a mínima.
-Deve ter sido uma comédia.
-E foi. Ele não sabia se me xingava ou se ria da minha atitude.
-Conhecendo o Tom, eu acho que ele te xingaria rindo.
-Ou talvez ficasse cheio de marra.
-Ah, sei lá. O Tom é muito imprevisível quando se trata de palavrão. Mesmo porque, disto ele sabe um monte.
- Nem quero saber o que ele falaria. Foi bom ele ter ficado quieto.
-Mudando de assunto o Strify me disse que ta compondo uma música.
-Sério?
-É. E ele vai fazer especialmente pra alguém. Adivinha.
-Suze?
-Isso mesmo.
-Que lindo.
-E tem mais, acho que ele vai pedir pra tocar na rádio do colégio. Com direito a dedicatória e tudo mais.
- E o Kiro e a Lya?
-Ele a chamou pra jantar num restaurante super romântico. Numa mesa reservada e tudo mais.
-Hum... E a Lya? Deve ter pulado de alegria.
-E como. Ela quase teve um filho quando ele falou pra ela.
-Nossas amigas estão muito bem acompanhadas. Vão passar o dia dos namorados beijando MUUUUITO!
-Ah, pára com isso. Não são só elas.
-Já arranjou outro?
-Eu não. Você.
-Eu com quem?
-Romeu.
-TÁ! Depois dessa o papai Noel é meu vizinho.
-Falando sério. Não tem a mínima chance de o Romeu te conquistar?
-Não.
-Hinata, seja franca, o que você realmente sentiu quando vocês se beijaram?
-Eu senti que ainda estava grogue de sono. E que devia ter batido nele com mais força.
-Por quê?
-Por duas coisas: a primeira foi o beijo e a segunda foi pela piada de duplo sentido que ele fez no inicio da aula.
-Que piada?
-Tipo, eu estava implicando com o Strify. Ele queria copiar a matéria então eu segurei a caneta dele. Aí ele falou ‘’ solta a caneta que eu quero copiar’’ e eu disse ‘’não’’. Eu apertei a caneta e o Strify achou que ela fosse explodir então ele disse: ‘’ Você ta apertando, vai estourar’’. O Romeu escutou, me olhou com malícia e disse: ‘‘ É Hinata, você só está apertando. Olha que pode estourar, viu?’’
-Nossa! Foi péssima esta – disse Mey rindo.
Passamos a tarde conversando. Segundo o relógio, eram seis da tarde quando a campainha tocou. Era a Suzannah.
-Hina? Tem um segundo? Preciso falar com você!
-Claro, entre.
- Licença.
-A Mey está aí.
-Onde?
-No quarto. Ela pode escutar a conversa ou é particular?
-Pode, sem problemas.
Entramos no quarto. Mey estava entretida com uma revista.
-Suze, tudo bem?
-Tudo.
-Fale Suze.
-Mey, Hina, você estão sabendo que vai ter que dançar no dia da festa de dia dos namorados?
-Claro. Todos os namorados irão dançar. – falou Mey
- E até amigos – acrescentei.
- Mas o diretor está pensando em tornar a dança obrigatória porque tem poucas duplas que vão dançar.
-Se for assim eu não quero dançar com o Yu.
- Só sobra o Tom pra mim! Ele não vai aceitar! Sempre tem uma querendo dançar com Tom Kaulitz.
-Não necessariamente. –disse Mey
-Ainda tem o Romeu e o Shin.
-Shin?
-Chegou hoje. Estava viajando. Não se lembra do Shin? É da banda.
-E a Dayse? Voltou com ele?
-Não. Parece que ela vai passar mais um dia intercâmbio.
-Mas se eles estavam fora, como foi que a banda ensaiou?
-Eles ensaiaram sem ele. Estavam mais concentrados em compor uma letra. Depois que o Shin voltar é que eles iriam ensaiar de fato.
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