Animê Bizarre escrita por HinaKaulitz


Capítulo 6
A decepção




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Saí do colégio atordoada. Estava cansada de ouvir certo nome. Cansada de lembrar que aquele ‘ser’ existe. Já não basta me causar tanta repulsa agora me atordoava. Obrigava-me a nadar em uma revolta maré de pensamentos, muitos deles, bizarros. Eu não tinha motivos pra ficar presa a eles, mas também não tinha como evitá-los.

Resolvi procurar a Mey. Precisava conversar e me distrair. Mey iria adorar passar umas cinco horas falando apenas do Yu. Ela me contaria muitas coisas sobre o ensaio do Cinema Bizarre. Aquele ensaio que eu não pude ir. Ela e Suzannah deviam ter se divertido a beça, além de terem conhecido melhor o Shin.

Eu estava dando a volta no colégio até que finalmente achei a Mey. Ela estava correndo e parecia estar chorando.

-Mey? O que aconteceu?

-Hina, eu quero morrer!

-Não diga isso! Por quê? O que te deixou tão triste?

-O Yu.

- Yu? O que ele fez?

- Eu vi... Agora a pouco... Ele... Ele e – Entre os soluços do choro de Mey, várias lágrimas escorriam por sua face. Percebi que ela não terminaria a frase chorando daquele jeito. Tentei acalmá-la.

- Mey, não precisa falar agora. Calma. Quer ir pra minha casa almoçar? Lá você conta essa história com calma, ok?

-OK.

Fomos pra minha casa. No caminho, Mey ainda chorava. Menos que antes, mas chorava. Isso me deixava triste. Eu não sabia o que estava acontecendo pra ela estar daquele jeito e por isso ficava mais nervosa. É raro ver a Mey chorando, e olha que eu a conheço desde pequena. Ela sempre foi de ficar deprimida, mas nem por isso chorava. Seja lá o que for, foi muito grave.

-Hinata. Muito obrigada.

-De nada Mey.

Agora, depois de almoçar e descansar um pouco, nós estávamos no meu quarto vendo televisão. Eu já tinha me esquecido que Mey estava triste. Acho que ela se recuperou do ‘sei lá o que’ que a magoou.

-Hina, foi horrível.

-Não precisa comentar se quiser.

-Eu estou melhor.

-Tem certeza? Não quero vê-la chorando de novo.

-Pode deixar, não vai rolar de novo. Eu já me conformei.

-Conformar? Como assim? O que o Yu fez?

-Quando você me encontrou, eu estava voltando do ginásio. Vi o que não gostaria de ver. O Yu e aquela garota que sai com o professor de inglês se beijando.

-A garota que sai com o LUMINOR?

-Isso mesmo.

-Não pode ser. Eles quase não se falam. Como? Isso não é possível. Tem algo por trás desta, Mey. Alguém deve estar armando pra você. E tem mais: lembre-se que as líderes de torcida não gostam muito da gente.

-Não gostam?

-É. Elas meio que tem ciúme porque andamos com o Strify, o Tom, o Kiro, o Yu e o Romeu – falei este ultimo nome de um jeito indiferente. Mas eu queria mesmo era não ter falado.

-Pois que morram de ciúmes. Vou continuar falando com eles, queiram elas ou não. Mas o Yu vai de qualquer jeito perder muita coisa comigo. Não pense ele que depois do que eu vi, vai continuar por isso mesmo.

-Depois dessa, ele merece levar ‘um gelo’, mas de qualquer forma, evite terminar a amizade só pra não dar o braço a torcer pra elas. Seria uma vitória se você não falasse mais com o Yu, imagina só o sorrisinho delas depois de saber da notícia.

-Podemos mudar de assunto?

-À vontade.

-Você também não me pareceu feliz quando eu te vi lá no colégio. O que houve?

-O Tom ficou me irritando. Só que desta vez ele não sabia disto.

-Como assim?

-Ele não percebeu, mas me irritou sem querer.

-O que ele disse?

-Ficou falando do Romeu. Que eles tinham combinado isso e aquilo, e também me perguntando se eu tinha certeza de que não o vi saindo do colégio.

-E a cara do Tom. Ele não deve ter entendido nada.

-Não mesmo. Eu me irritei do nada, quase soltei um palavrão e fui embora. E ele ficou lá com uma cara de quem não entendeu a mínima.

-Deve ter sido uma comédia.

-E foi. Ele não sabia se me xingava ou se ria da minha atitude.

-Conhecendo o Tom, eu acho que ele te xingaria rindo.

-Ou talvez ficasse cheio de marra.

-Ah, sei lá. O Tom é muito imprevisível quando se trata de palavrão. Mesmo porque, disto ele sabe um monte.

- Nem quero saber o que ele falaria. Foi bom ele ter ficado quieto.

-Mudando de assunto o Strify me disse que ta compondo uma música.

-Sério?

-É. E ele vai fazer especialmente pra alguém. Adivinha.

-Suze?

-Isso mesmo.

-Que lindo.

-E tem mais, acho que ele vai pedir pra tocar na rádio do colégio. Com direito a dedicatória e tudo mais.

- E o Kiro e a Lya?

-Ele a chamou pra jantar num restaurante super romântico. Numa mesa reservada e tudo mais.

-Hum... E a Lya? Deve ter pulado de alegria.

-E como. Ela quase teve um filho quando ele falou pra ela.

-Nossas amigas estão muito bem acompanhadas. Vão passar o dia dos namorados beijando MUUUUITO!

-Ah, pára com isso. Não são só elas.

-Já arranjou outro?

-Eu não. Você.

-Eu com quem?

-Romeu.

-TÁ! Depois dessa o papai Noel é meu vizinho.

-Falando sério. Não tem a mínima chance de o Romeu te conquistar?

-Não.

-Hinata, seja franca, o que você realmente sentiu quando vocês se beijaram?

-Eu senti que ainda estava grogue de sono. E que devia ter batido nele com mais força.

-Por quê?

-Por duas coisas: a primeira foi o beijo e a segunda foi pela piada de duplo sentido que ele fez no inicio da aula.

-Que piada?

-Tipo, eu estava implicando com o Strify. Ele queria copiar a matéria então eu segurei a caneta dele. Aí ele falou ‘’ solta a caneta que eu quero copiar’’ e eu disse ‘’não’’. Eu apertei a caneta e o Strify achou que ela fosse explodir então ele disse: ‘’ Você ta apertando, vai estourar’’. O Romeu escutou, me olhou com malícia e disse: ‘‘ É Hinata, você só está apertando. Olha que pode estourar, viu?’’

-Nossa! Foi péssima esta – disse Mey rindo.

Passamos a tarde conversando. Segundo o relógio, eram seis da tarde quando a campainha tocou. Era a Suzannah.

-Hina? Tem um segundo? Preciso falar com você!

-Claro, entre.

- Licença.

-A Mey está aí.

-Onde?

-No quarto. Ela pode escutar a conversa ou é particular?

-Pode, sem problemas.

Entramos no quarto. Mey estava entretida com uma revista.

-Suze, tudo bem?

-Tudo.

-Fale Suze.

-Mey, Hina, você estão sabendo que vai ter que dançar no dia da festa de dia dos namorados?

-Claro. Todos os namorados irão dançar. – falou Mey

- E até amigos – acrescentei.

- Mas o diretor está pensando em tornar a dança obrigatória porque tem poucas duplas que vão dançar.

-Se for assim eu não quero dançar com o Yu.

- Só sobra o Tom pra mim! Ele não vai aceitar! Sempre tem uma querendo dançar com Tom Kaulitz.

-Não necessariamente. –disse Mey

-Ainda tem o Romeu e o Shin.

-Shin?

-Chegou hoje. Estava viajando. Não se lembra do Shin? É da banda.

-E a Dayse? Voltou com ele?

-Não. Parece que ela vai passar mais um dia  intercâmbio.

-Mas se eles estavam fora, como foi que a banda ensaiou?

-Eles ensaiaram sem ele. Estavam mais concentrados em compor uma letra. Depois que o Shin voltar é que eles iriam ensaiar de fato.

E eu pensando que a Suze e a Mey tinham passado um tempo conhecendo eles. Mas, pelo menos o Shin voltou. Pelo menos poderei dançar com ele.


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