*voltando à versão Hinata*

-Que putaria é essa, Romeu?

-Hinata! - Romeu empurrou Priscilla e em pouco tempo se pôs de pé.

-Não atrapalha Hinata! Não enxerga que Romeu é livre pra escolher o que quer? – reclamou Priscilla.

-Disto eu sei. Mas ele não tem o direito de bater o telefone na minha cara!

-Querida, se ele bateu é porque tem um bom motivo. E um deles é que você é chata demais e ele quer sossego de você – falou Nathalie num tom insuportavelmente metido.

-O assunto é com ele. Não vou cair na conversa de vocês, não.

-Parem de implicar- interrompeu Romeu – Nathy, Pri, por favor, me esperem na festa. Deixem eu me resolver com ela primeiro.

-Se é assim, até mais querido – disse Priscilla, toda melosa pra ele.

-Tchau, Romeu! –falou Nathalie enquanto puxava a outra pelo braço. Pouco depois ficamos sozinhos.

-Romeu, que história é esta de desligar o telefone na minha cara – falei num tom um pouco mais calmo.

-Foi sem querer. A Pri tirou o celular da minha mão e quando viu que era você desligou.

-Pri? Você ainda dá apelidos pra aquelas vagabundas?

- O fato de sermos amigos não me impede de falar com elas.

-Mas por causa delas, o Yu e a Mey brigaram. Por causa delas, a Dayse perdeu duas horas do dia dos namorados sem ter noção do paradeiro do Shin e por causa delas... – dei uma breve pause- Eu estou aqui danada da vida com você!

-Você não as conhece.

-É você que não enxerga.

-Enxergar o que? O seu egocentrismo? A sua teimosia e o jeito que fala de alguém que nem ao menos conhece? Você está errada Hinata, muito errada – Romeu passa por mim me ignorando, da mesma forma que Nathalie e Priscila fizeram há pouco.

Romeu se afastava cada vez mais de mim. Enquanto o som de seus passos arranhava os meus ouvidos, suas palavras arrasavam comigo. Romeu tinha gritado comigo, coisa que nunca fizera antes. Não daquele jeito, não com aquela atitude tão, tão... Tão Priscilla. Cai de joelhos e fiquei ali, congelada. Olhando para o chão como uma presa assustada, indefesa. O que aquelas duas fizeram com o Romeu? Por que com ele? Por quê?

Já cavando minha própria cova ali, percebi que alguém se aproximava. Tentei manter meus sentimentos nela, mas foi impossível. Eu não queria que me vissem assim, então me recompus e virei para ver quem era. Perto de mim, Tom me olhava, com cara de preocupado e bêbado ao mesmo tempo.

A presença de Tom me reconfortou um pouco. Sei lá se foi por causa da bebida, mas ele estava preocupado comigo. Será que ele viu a briga?Não sei ao certo o que fazer... Pergunto a ele e corro o risco dele me fazer milhões de perguntas, ou não falo nada? Sei lá. Tudo isso está me atordoando.

-Hina, o que você está fazendo aqui?

-Nada, Tom! Só passeando – menti.

-Vi Romeu e duas garotas no pátio. Eles pareciam ter vindo daqui.

-É isso mesmo Tom... Eu tive o desprazer de esbarrar com ele – omiti a versão original.

-Não fica assim não- Tom me olhou com uma cara de triste. Era um bêbado triste. Triste por mim, feliz pela cachaça – Vamos. Eu sei o que vai te animar.

- Será mesmo?

-Confia em mim, pelo menos uma vez na vida.

-Desde que você não dirija.

-Não é isso não. Vamos para a festa.

-A festa não! – choraminguei.

-Anime-se. Vire uma garrafa e tudo ficará bem.

-Não estou pra bebidas hoje. Foi mal.

-Que isso. Então vamos embora. To cansado desta festa mesmo.