Apesar de não estarem aprontado nada, era bom ficar de olho em Priscilla e Nathalie. Elas sumiram com Shin e Romeu.  Eu estava preocupada com Romeu. Mey estava ao meu lado, escutando a conversa de novo. Então eu a cutuquei.

-Ai, que lindo! O Romeu confessou... Não vai fazer nada, Hinata?

-Mey, eu estou com maus pressentimentos. Acho que aquelas duas vão aprontar.

-Desestressa. Eles vão ficar bem. O Romeu não está sozinho, o Shin está com ele.

-Menos mal.

-Agora, mudando de assunto; o que você sente pelo Romeu?

-Sinto que se burrice matasse, ele já estaria enterrado.

-Sem brincadeiras, Hinata. Eu sei que tem algo mais.

-Tem, tem sim! Eu to morrendo de raiva dele! Eu disse claramente que ele não devia confiar na Priscilla e na Nathalie, mas ele me escuta? Não, ele nunca me escuta! – me levantei do banco e fiquei de frente para Mey.

-Hinata, isso por acaso é um ataque de ciúmes?

-Não sei, tanto faz! Eu só quero saber onde ele se meteu...

Mey ficou calada. Pra ela, eu tinha confessado. Mas será mesmo? Nem eu entendi o que eu estava sentindo. Uma loucura, um tremendo vendaval de emoções circundava em minha mente com apenas um propósito: Ter Romeu à minha vista. Poder saber onde e o que ele estava fazendo. E principalmente, saber se aquelas duas planejavam algo.

Perto dali, Shin surgiu sei lá de onde. Mey foi a primeira a avistá-lo.  Tive um contentamento descontente; por um lado, eu sabia onde estava Shin, por outro, Romeu não estava com ele. Isso me despertou mais raiva ainda.

-Shin! Aqui! –gritou Mey, a fim de atrai a atenção do loiro.

-Shin! – gritei.

-Oi garotas. Não estão na festa? O que houve?

-Nada demais, é que lá está muito barulhento. É melhor conversar aqui, entende.

-Sei. E onde está a Dayse?

-Estava conversando com a Mey – respondi.

-Vou lá, pessoal.

-Espera ai Shin – falei quase mostrando desespero – onde está o Romeu?

-Ficou lá com as garotas.

-Lá aonde?

-Sabe a sala do zelador, lá atrás do ginásio, sem ser o lado do matagal?

-Sei.

-Estão lá.

-Fazendo o que?- perguntou Mey.

-Conversando. Pelo menos até eu ir embora eles estavam fazendo isso. Nunca se sabe o que o Romeu faria com duas garotas.

-Não brinca com isso Shin, ele não é o Tom – reclamei.

-Não está mais aqui quem falou – Shin me olhou de um jeito estranho. Ele deve ter suspeitado de alguma coisa.

Mey procurou me acalmar. Eu estava agitada, nervosa, angustiada e sabe se lá mais o que. Passado alguns minutos, Mey começou a falar:

-Você tem que acreditar no Romeu. Ele não seria capaz de ficar tão amigo delas.

-É isso que me preocupa. O lado Tom de Romeu.

-Mesmo que ele aja como o Tom, não tem porque nos preocuparmos. O Shin disse que estavam apenas conversando.

-Enquanto ele ainda estava lá – corrigi – depois disso, nada é garantido.

-Quer ir atrás dele?

-Eu? Ir atrás daquele estrupício? É claro que não! Onde já se viu.

-Então o que você vai fazer?

-Vou ligar pra ele. É pra isso que se tem celular, não é?

Chamava, chamava e ninguém atendia. Quando finalmente atenderam, pude ouvir risinhos e a linha caindo. Ele desligou na minha cara.

-O que foi Hinata? Você está bem? Fale comigo, anda! – falava Mey enquanto tentava me reanimar.

-AQUELE FILHO DA MÃE DESLIGOU NA MINHA CARA E ACHA QUE VAI FICAR POR ISSO? AH, MAIS ELE VAI VER SÓ! VOU ACABAR COM A FARRA DELE AGORA!

-Se acalma, não faça isso! Pode ser que elas estejam aprontando mais uma.

-Quero nem saber. O Romeu tem muito que ouvir! E eu não vou ficar aqui parada enquanto aquele ser se dá ao direito de bater o telefone na minha cara!

-Deixe ao menos eu ir com você.

-Não Mey, eu tenho que fazer isso sozinha! Vá curtir a festa. Aproveita!

-Tudo bem.

Na pressa de acabar com a raça de Romeu, eu esqueci o meu celular no banco de concreto. Mey estava quase indo para a festa quando viu que o celular que eu esquecera estava tocando. Ela tentou me chamar, mas eu já estava longe. Furiosa do jeito que estava eu jogaria aquele celular longe. Mas Mey atendeu.

*versão Mey*

A Hinata esqueceu o celular no banco e nem quis saber quem estava ligando. Quando peguei o celular, vi que era Romeu retornado a ligação. Tentei chamar a Hinata, mas ela estava longe. Mesmo assim pude ouvir o que ela disse: ‘mande pro inferno! Desliga na cara dele!’

-Hinata?

-Romeu?

-Mey? O que está fazendo com o celular da Hinata?

-Você já vai descobrir.

-O que?

Não respondi.

-Mey?... Mey? ... Está me ouvindo?... Mey?

Desliguei o telefone. Como Hinata me pediu, eu fui pra festa ficar com o meu Yu. Só espero que tudo fique bem.

*versão Romeu*

Mey desligou. O que estava acontecendo? Por que a Hinata estaria brava comigo? Mas por que eu devo me importar com isso? Ela nunca foi de ser boazinha comigo. Brigamos feito cão e gato, então isto é o normal.

Priscilla me olhava curiosa. Aquilo tinha atrapalhado a conversa. Nathalie estava mais calma do que ela, mas ambas se sentiram incomodadas.

-O que aconteceu, Romeu? Aquela escandalosa vai brigar com você de novo – perguntou Nathalie.

-Não, não é isso! Bem, eu preciso ir.

-Você mal chegou. Fica mais um pouco – implorou Priscilla, se atirando encima de mim.

-Não posso mesmo. A Hinata está vindo aqui acabar com a minha raça.

-Dane-se ela – reclamou Priscilla –vai deixar de se divertir pra brigar com aquela metida a inteligente?

-Não precisa ofendê-la assim.

-Qual é? Vai dizer que realmente se importa com ela? – debochou Nathalie.

-Me importo sim, e daí?

-Garoto estúpido, não sabe o que realmente é interessante – Dito isso, Priscilla deita Romeu e tenta beijá-lo.