O Príncipe Cinza escrita por Micaela Salvya
- Tudo bem, quero que treine algo novo. Quando você pensar em controlar sua respiração, controle seus batimentos primeiro e só depois se concentre no resto.
- Tudo bem, mamãe.-me deitei no chão sentindo o calor esquentar o meu corpo.
- Relaxe.
Respirei fundo e dosei minha respiração pacientemente.
Acordei em uma sala branca com pouquíssimas coisas além da minha cama e algumas máquinas estranhas que apitavam e mostravam uma tela com ondinhas.
- Você acordou! Finalmente. – olhei para o lado e percebi alívio nos olhos da minha mãe.
- O que aconteceu?
Uma mulher com um jaleco branco falou:
- Seus batimentos cardíacos baixaram tanto que quando você chegou ao hospital sua mãe achou que estava... muito mal. –eu sabia que ela queria dizer uma outra palavra. – Podemos conversar senhora Hunter?
- Sim, claro. – minha mãe deu um último aperto em minha mão e depois saiu.
A porta tinha uma abertura de vidro para fora e vi o cenho franzido da minha mãe quando a médica disse algo para ela.
Comecei a tentar ler os lábios delas e acompanhei trechos da conversa. Pelo menos o que fazia sentido. Era divertido adivinhar o que as pessoas diziam, Fin era muito ruim nisso e fora o papai que me ensinara como ler os lábios.
- Eu recomendo que você consulte um psicólogo, senhora Hunter.
- Um... Por quê? –pareceu desconfiada.
- A senhora fez alguma coisa com a sua filha? Pode ter sido sem querer, não importa, precisamos saber.
- O que você está insinuando? Que eu tentei matar a minha filha?
- Pode ter sido um acidente...
- Você não pode me acusar deste jeito! Eu pensei que ela estava morta! Morta! Tem idéia do meu desespero? Eu sou mãe, nunca faria isso com ela.
- Mas ela não estava morta, os batimentos dela só estavam fracos demais para serem detectados ao tato.
Depois disso, mamãe começou a falar muito rápido com a médica, para eu entender. Acabei dormindo novamente.
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