Lin estava assustada com a escuridão da floresta e andava agarrada à roupa de Zero.

-Mestre, não há outro caminho? – perguntou a menina.

-Infelizmente não Lin. Mas não se preocupe o único perigo daqui já não existe há anos. Eram os... – o mestre parou e olhou em volta.

Zero puxou Lin e se esconderam atrás de um arbusto. Segundos depois vários homens vestidos de preto, como ninjas, passaram correndo pelo chão e pelas árvores. Lin preparou um suspiro assustado, mas Zero o conteve segurando a boca da garota.

Assim que os homens passaram, Zero soltou Lin e voltaram para o caminho.

-Quem eram eles mestre? – perguntou a menina à Zero.

-Para falar a verdade Lin, não faz sentido. Eles se vestem tal como os... Não, não pode ser. Foram mortos há milhares de anos... Além do mais, suas habilidades estão extintas. – falou o mestre.

-Mas quem eram eles? – insistiu a menina.

-Pelos trajes pareciam ser Evil Cursers. – falou o mestre.

-O que é um Evil Curser? – perguntou Lin.

-São cursers que vendem sua alma à Lúcifer para obter o Curse Supremo, um Curse que pode roubar as almas do inimigo e transformá-las em energia vital alimentando sua imortalidade. – falou Zero preocupado.

-I-Imortalidade?! – perguntou Lin assustada.

-Sim Lin. Imortalidade... – falou o mestre pensativo.

-Mestre, eles estavam indo para a cidade de Farhill! Precisamos ajudar as pessoas lá antes que eles cheguem! – falou Lin.

-Eu preciso ajudá-los. Você é pequena ainda Lin. Não posso arriscar sua vida assim. Veja – apontou o mestre – lá há uma trilha que leva a um posto sentinela no meio da floresta. Encontre os guardas e avise sobre os evils. Depois fique com eles para que te protejam. Eu vou para Farhill antes que seja tarde. – falou Zero.

-Mestre... Mas eu não posso deixá-lo! O senhor me deu abrigo, carinho e me deu de comer! Não posso deixar o senhor se arriscar. – falou Lin chorando.

O mestre beijou a testa da menina e lágrimas correram de seus olhos também. Ele havia se apegado àquela pequena anjinha.

-Me prometa... Me prometa que você vai para o posto sentinela! – falou Zero chorando.

Lin o abraçou e soluçava.

-Não! Eu não vou deixá-lo mestre! – ela falou chorando cada vez mais alto.

Zero estava despedaçado por dentro. Não podia levar Lin para a batalha, muito menos deixá-la na floresta sozinha.

-Por favor, não torne tudo mais difícil... Vá. – falou o mestre chorando muito.

Ele ergueu a cabeça e soltou Lin que saiu correndo aos prantos para a trilha. Ela se apoiou numa árvore, olhou para o mestre, fechou os olhos e continuou correndo soluçando.

Zero levantou-se e tentou se acalmar. “É melhor para ela” ele pensava. Finalmente, quando reuniu forças para continuar, seguiu em direção à Farhill correndo.