Capitulo 5-

Quinn estava muito preocupada com o que fizera, Finn com certeza diria à escola toda e em pouco tempo toda Lima saberia que Noah quem a tinha engravidado no passado não tão distante.

“Oh merda! Ele vai me matar! Ele vai me matar!” Quinn andava desnorteada pelas ruas falando sozinha, ela tinha bebido o dia inteiro depois de sair da escola pra tentar esquecer a burrada que fez, mas não conseguira. Os sintomas da abstinência estavam florescendo a cada dia mais e naquele momento, no meio da noite, com Lima deserta o que ela mais precisava era de um cigarro, urgente.

Onde ela conseguiria um cigarro uma hora dessas, nenhuma venda estava aberta àquela hora da noite. Andou de um lado para o outro e encontrou as Skanks no lugar de sempre.

“Ei, garotas!” ela falou aliviada. “Alguma de vocês tem um cigarro?” falou um pouco tonta, um dos sintomas da abstinência era a insônia e ela com certeza não dormia bem há dias, aquilo estava deixando-a um pouco fora de foco.

“Como é que é?” A Mack se pronunciou. “Sua vadiazinha! Você troca a gente por aquela nariguda idiota e ainda tem coragem de vir pedir cigarro?” a morena estava muito irritada aquele momento e falava muito alto, causando dores de cabeça em Quinn.

“Vadiazinha? Se não fosse por mim, vadiazinha, as Skanks seriam só um grupo desconhecido de delinquentes que nem mesmo o cachorro tinha medo de encarar.” A de cabelo rosa retribuiu falando lentamente. “Que custa dá um cigarro?”

“Você chamou a Mack de vadiazinha?!” Sheila passou a frente da morena tombando em Quinn de propósito. “Quem você pensa que é ex-oxigenada?” Sheila puxou sua faca da cintura e apontou pra Quinn.

Aquilo era absurdo, Quinn era ágil, se ela quisesse imobilizava a garota em segundos, seus treinos intensivos enquanto estava nas Cheerios não foram em vão. Então ela encarou a garota e riu. “Quinn Fabray, você conhece esse nome e sabe do que eu sou capaz.” Ela empurrou a garota pra trás com facilidade e ainda conseguiu bater sua carteira de cigarro sem que ela percebesse e guardou dentro da blusa.

“Quinn!” uma voz conhecida gritou logo atrás dela, era Rachel. Não era possível que essa garota andasse pela rua numa noite fria e deserta desse jeito sem nenhuma companhia, mas lá estava a baixinha indefesa, gritando por Quinn.

“O que você está fazendo com essas...” Rachel falou mais baixo, mas não quis arriscar chama-las de delinquentes. “...garotas?”

“Eu estava...” Quinn ia explicar, mas seu hálito era puro álcool e Rachel não ia deixar aquilo passar tão fácil.

“Você andou bebendo?!” A judia estava irritada e começou a puxar a outra pela gola da roupa até um taxi atrás delas. Quinn acenou para as Skanks com deboche antes que o carro partisse.

“Sabe qual o tamanho do desespero da sua mãe!” Rachel começou a batê-la nos braços. “Nunca mais suma desse jeito sem avisá-la!”

“Desculpe, Rach...” Quinn realmente sentia muito, por todo aquele tempo que passou na rua nem pensou em telefonar pra mãe.

“Ela me deixou um recado, viajou, vai tratar do divórcio com seu pai e volta em uma semana.” Rachel limpou o rosto da outra com um lenço, ela tinha um pouco de suor frio. “Meus pais se ofereceram pra ficar responsável por você, então isso significa que sou sua responsável.” Rachel falava muito rápido e Quinn ouviu as palavras vagamente, ela não fumava a dias exatos três dias. Puxou a carteira de baixo da blusa e tirou um cigarro, Rachel a encarou, ela estava mesmo derrotada com olheiras, ela não podia para-la de uma vez então deixou que fumasse, já que o motorista não ofereceu problemas.

“O que tá fazendo?” Quinn encarou as mãos da garota que puxavam sua blusa pra cima, então a outra pegou a caixa de cigarro que estava presa ao short da loira debaixo da sua blusa.

“Se chama c.o.n.t.r.o.l.e. , coisa que você AINDA não tem.” Rachel guardou a caixa em sua bolsa. “Quando você quiser fumar, tem que me pedir.” Encarou a de cabelos rosa. “Entendeu?” Quinn acenou.

Chegaram na casa dos Berry, lá estavam LeRoy e Hiram aconchegados no sofá.

“Ai estão vocês, estávamos ficando preocupados” Hiram lançou um olhar mortal para Quinn.

“Estão bem?” LeRoy levantou dando um beijo e um abraço em cada uma.

“Estamos, só um pouco cansadas.” Rachel respondeu pelas duas.

“Comam algo e vão dormir.” Hiram falava e eles foram subindo a escada.

“Quinn, quero te ver amanhã no meu escritório!” LeRoy falou já do andar de cima e ela acenou.

“Você sabe o caminho do meu quarto, vá e tome um banho, vou preparar algo pra comermos.” Rachel praticamente empurrou a garota escada acima.

Era uma situação estranha, tinha roupas suas separadas na cama de Rachel. Quinn apenas catou seu robe e as peças intimas e tomou banho. A agua era quente e logo ela se sentia melhor, a crise de abstinência tinha passado por um tempo, ela só precisava dormir e esquecer a ansiedade que corria sua cabeça. Saiu de robe e lá estava Rachel.

“Q-quinn, por que não se vestiu no banheiro?” Rachel retrucou.

“Eu durmo de robe, Rachel” Quinn a encarou e depois olhou a bandeja grande que ela segurava, parecia pesada então pegou da mão dela e colocou na cama.

“Se sente desconfortável?” A de cabelo rosa perguntou.

“N-não, a-ach-o-o que não.” Rachel encarava a bandeja como se ela fosse escapar da cama. “Vamos comer, Quinn!” a judia se sentou ao lado da bandeja e a outra sentou do outro lado.

“O que é isso?” Quinn apontou.

“Hugelach.” Rachel a encarou incrédula “Não se lembra? Você adorava isso quando era pequena, sempre que vinha aqui meu pai preparava pra nós duas e brincávamos de casinha.”

“Aqueles biscoitos judeus...” Os olhos de Quinn brilharam e ela pegou um e comeu. “Estão mais gostosos.” Quinn falou.

“É que eu fiz dessa vez e você não gostava do de laranja, então fiz de geleia de morango.” Rachel falou e foi corando aos poucos.

“Você cozinha muito bem, querida.” Quinn falava enquanto se deliciava e Rachel corou ainda mais.

“Tome o achocolatado!” Rachel entregou um copo grande de achocolatado a garota que agradeceu e sorriu.

“Por que me ajuda Rachel?” Quinn encarou a garota quando ela pôs um pano no seu colo pra que não se sujasse.

“Você é minha melhor amiga, Quinn, é isso que amigas de verdade fazem, eu não quero que você se perca e não volte a ser a amiga maravilhosa que você é por que se misturou com pessoas erradas, e isso inclui o meu irmão.” Rachel encarou a garota.

“O que tem seu irmão?” disfarçou bebendo o achocolatado.

“Todo mundo já sabe que ele é o pai de Beth, Quinn” A de cabelo rosa quase cuspiu.

“EU MATO FINN HUDSON!” Ela se exaltou.

“Ele ainda é meu namorado, Quinn... você não pode bater nele” Rachel falou.

“E daí, posso bater nele ele sendo ou não seu namorado!” Quinn se levantou. “Como você se sente sobre isso?”

“Só me sinto triste, por que eu tenho uma sobrinha a qual meu irmão não deu a assistência devida e agora ela é meio que minha irmã...” Rachel pareceu confusa. “Mas isso é bom! Confuso, mas bom.” Sorriu. “Vamos dormir, Quinn.” Falou por fim, levando a bandeja pra cozinha, voltou minutos depois.

“Onde eu vou dormir?” perguntou Quinn.

“Pode dormir comigo.” Rachel estava corada.

“Tudo bem.” Quinn se deitou em um lado da cama de Rachel enquanto a judia foi se trocar. Quando voltou Quinn já dormia, aparentemente.

Rachel se sentou ao lado da garota, ficava impressionada de como Quinn mudava enquanto dormia, aqueles músculos todos que ela insistia em deixar tensos estavam relaxados, sua respiração calma e sua face serena, ela ficava ainda mais bonita, mesmo que Rachel achasse sexy aquela coisa de Quinn ter uma postura rígida e amedrontadora, era bonito quando ela estava relaxada desse jeito. O que está acontecendo com Rachel Berry, tendo pensamentos sobre Quinn ser sexy e bonita? A verdade é que ela sempre tivera esses pensamentos.

“Sabia que encarar desse jeito é indelicado?” Quinn assustou a garota falando ainda de olhos fechados.

“P-pensei que estivesse dormindo.” Rachel suspirou e Quinn abriu os olhos.

“Eu estava te esperando” Quinn colocou seu braço aberto a cama e depois bateu no seu outro lado da cama. “Deite aqui...”

Rachel apenas obedeceu, deitou-se pousando sua cabeça nos braços de Quinn que eram muito confortáveis. “Por que ainda está com Finn?” Quinn havia a pego de surpresa.

“E-eu...” Rachel diria pra qualquer outra pessoa que ama Finn, mas não mentiria pra Quinn, não conseguia fazer isso. “Ele é um bom... namorado.” Ela falou insegura.

“Você quer dizer que ele é um bom amigo, que você fingiu que gostar de namorar?” Quinn se inclinou para encarar os olhos da judia, que ficava nervosa só de encarar seus olhos cor de avelã e riscos verdes.

“Ele é uma ótima pessoa, Quinn.”

Quinn apenas riu, se fosse outro momento ela evitaria falar o que Finn fez, mas ele tinha contado pra toda a escola sobre Noah, era sua vez de se vingar. “Ótimas pessoas não tentam agarrar a amiga da namorada, certo?”

“Como é?” Rachel franziu o cenho e se sentou. “Ele tentou te agarrar, Quinn?”

“Você é muito resistente pra ele, o garoto precisa apalpar algo.” Quinn gargalhou. “Não se preocupe, ele não vai fazer de novo, eu o ameacei.” Deu de ombros.

“Não, ele não vai fazer mesmo! Por que está acabado, eu não quero mais fingir gostar daquele idiota!” Rachel cruzou os braços aborrecida.

“Vai terminar com ele?” Quinn desabou na cama quando Rachel acenou.

Mais que droga, agora é que ela não teria motivos pra esconder sua paixão por Rachel, aquilo só a deixava desconfortável, por que ela teria esperanças de que LeRoy estivesse certo e uma coisa que Quinn não gosta de fazer é ter esperanças sobre algo.

“Vamos dormir de um vez!” Quinn suspirou virando de lado e fechando os olhos, Rachel não entendeu por que agora a garota estava lhe dando as costas e apenas deitou do lado contrário.