Kagura’s POV

Acordei devagar, tentando me acostumar com a claridade do quarto branco. Gin-chan, Shinpachi e o careca me observavam aflitos, mas eu quase sai correndo em disparada quando me lembrei o motivo de eu estar ali.

Umibouzu: Kagura-chan, você está bem?

Kagura: Onde ele está?

Shinpachi: De quem está falando?

Kagura: Do Sougo, de quem mais seria?

Shinpachi: Ele está no quarto ao lado.

Kagura: Eu preciso ir lá!

Gintoki: Ele já foi atendido, pra que essa preocupação toda?

Kagura: Ele... Ele só se machucou daquele jeito por minha culpa. Eu ia ser pega por aquele vapor, mas ele me salvou.

Umibouzu: De qualquer maneira, você acabou de acordar, devia descansar um pouco...

Kagura: Não me diga o que fazer careca! Além do mais, eu só estava apagada porque um desses enfermeiros idiotas me injetou tranquilizante!

Sai pisando forte do quarto, sabia que meu pai estava preocupado e eu não devia ter falado com ele daquele jeito, nem muito menos ficado desesperada assim, desse jeito eles iam descobrir a verdade, mas naquela hora, eu tinha preocupações maiores.

Parei na porta do quarto vizinho, onde Hijikata, Kondo e Yamazaki estavam sentados num sofá. Até mesmo o vice comandante demoníaco demonstrava um pouco de preocupação nos olhos, porque apesar de Sougo tentar matá-lo o tempo todo, os dois eram meio que amigos. Falando no super sádico, ele estava completamente imóvel na cama, seus braços e pernas cobertos com ataduras. O desespero me corroeu por dentro e seu nome saiu num sussurro engasgado da minha boca.

Kondo: Ah, china girl, você acordou, entre.

Kagura: Como ele está?

Kondo: Não precisa ficar desse jeito, ele está bem. O médico disse que ele já está quase cem por cento desintoxicado do veneno que tinha naquele vapor, e que os ferimentos que ele deixou vão sarar em breve.

Kagura: Mesmo assim...

Hijikata: Ei vocês dois, porque não vamos comer alguma coisa e deixamos a china girl vigiando o idiota.

(os três saem)

Do seu jeito grosso e indiferente, aquele idiota viciado em maionese tinha me feito um favor, porque eu não consegui segurar as lagrimas por mais tempo. Arrastei uma cadeira pra perto da cama e segurei a mão do super sádico, que parecia fria como uma pedra de gelo.

Sougo: Patética. Numa hora dessas qualquer um ganharia de você numa briga china girl.

Sougo’s POV

Meu corpo começou a doer logo que acordei, mas eu já estava acostumado a sentir dor, fora o fato que eu não queria deixar à ruivinha ainda mais preocupada do que ela já estava. Quando vi a cara de aflição que ela estava, me senti na obrigação de começar com uma piada para aliviar a tensão daquela situação. Uma expressão de raiva por causa da minha provocação surgiu no seu rosto, mas logo depois as lagrimas voltaram.

Kagura: Que bom... Que bom que você está bem.

Sougo: Como se uma coisa besta dessas fosse me atingir...

Kagura: Não seja debochado, eu estava preocupada!

Sougo: Calma, eu só tô brincando.

Kagura: Me desculpa... Se não fosse por minha causa você não estaria assim.

Sougo: Não se ache tanto... Foi apenas impulso fazer aquilo, então você não me deve nada.

Kagura: Seu... Idiota!

Levantei um pouco minha cabeça, apenas o suficiente para nossos lábios se tocarem. Foi um beijo meio esquisito, com gosto de lagrimas e remédio, mas eu estava realmente feliz por poder confortá-la. Nem parecia o eu de sempre, agindo todo bobo assim por uma garota, mas até que era uma sensação boa. Contanto que eu só agisse assim com ela, estaria tudo bem.

Sougo: Agora é melhor pararmos, alguém pode aparecer.

Kagura: É melhor eu ir pro meu quarto.

Sougo: Você também foi internada?

Kagura: Eu estou bem, não se preocupe.

Sougo: Quem disse que eu estou preocupado? Só perguntei por curiosidade.

Kagura: Sei... Estou no quarto ao lado se precisar.

Kagura’s POV

Voltei pro quarto, já planejando uma bela desculpa para o meu desespero, e me deparei com Anego e Sa-chan.

Otae: Kagura-chan, que bom que você está bem! E o Okita-san, como vai?

Kagura: Aquele ali é idiota demais pra morrer, não tem nem perigo. Ei careca, foi mal pelo que eu disse antes.

Umibouzu: Esqueça, mas porque você ficou tão triste por causa daquele garoto?

Kagura (corada): Nada demais, só não queria que ele morresse comigo devendo uma a ele.

Umibouzu: Me lembre de agradecê-lo depois por ter te salvado.

Kagura: Nem se dê ao trabalho, vai deixar ele muito convencido. Enfim, eu tô morrendo de fome, não tem nenhum lugar pra comer alguma coisa nesse lugar Anego?

Otae: Eu te levo a lanchonete.

Shinpachi: Eu vou com vocês.

(os três saem)

Normal’s POV

Gintoki: Tá rolando algo muito estranho por aqui...

Sa-chan: Do que está falando Gin-san?

Gintoki: A Kagura e o Okita-kun andam muito próximos esses dias...

Sa-chan: Eles sempre foram próximos, viviam juntos...

Gintoki: Mas antes eles ficavam brigando, agora é diferente...

Umibouzu: Será que a Kagura-chan e aquele cara...

Sa-chan: Gin-san, você está sendo um pouco paranóico demais, vai acabar contagiando o pai da Kagura-chan com suas bobeiras. Agora que está tudo resolvido porque não voltamos pro hotel, eu te compro um parfait e uma Jump.

Gintoki: Não vendem Jumps aqui.

Sa-chan: Eu pedi pro Zenzou me enviar umas pra você, viu como eu sou uma namorada dedicada.

Gintoki: Quem disse que você é minha namorada? Mas eu ainda quero as Jumps de qualquer jeito.

Sa-chan: Ai eu vou pensar no seu caso...

Umibouzu: Ei Gintoki, e quanto a Kagura?

Gintoki: Kagura? Ah, talvez a maluca aqui tenha razão e eu só esteja sendo um pouco paranóico. Há quase zero por cento de chance de aqueles dois terem alguma coisa. Então pode ficar frio e descansar essa cabeça careca.

Umibouzu: Eu não sou careca, meus cabelos só estão descansando! Mas você deve ter razão quanto a Kagura-chan... Porem será que não valia pena investigar?

Gintoki: Vendo por este lado...

Sa-chan: É... Pai da Kagura-chan, eu estou tentado criar um clima aqui, então se nos dá licença... (sai praticamente arrastando Gintoki)

Gintoki: Oi, sua maldita, quem te deu o direito de fazer isso? O que eu estou resolvendo uma coisa importante por aqui!

Sa-chan: Quer suas Jumps ou não?

Gintoki: Nos falamos depois careca.