Unsaid escrita por Mari N


Capítulo 1
Capítulo I


Notas iniciais do capítulo

E aqui estou eu, mais uma vez, com uma fic desse casal maravilhoso. E, por incrível que possa parecer, não é uma one-shot. E, acredite, isso é um milagre! Bem... se eu colocasse tudo em um capítulo único, ficaria imenso e super cansativo para ler, então...
Não sei ao certo quantos capítulos serão, na minha mente, até agora, são três, mas...
Enfim, eu realmente espero que gostem.
Boa leitura! (;



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É realmente muito engraçado de ver como o tempo trabalha os acontecimentos da vida de cada um. O destino é irônico e parece rir de cada um de nós, com prazer. Daiki pensava, sentado no sofá da sala de sua casa, segurava nas mãos um convite de casamento.

É com grande prazer e alegria que o(a) convidamos para o casamento dos noivos
Kagami Taiga e Momoi Satsuki
A realizar-se no dia 19 de [...]

Daiki sorriu tristemente, sentindo o gosto amargo da derrota absoluta. Era o casamento da sua melhor amiga. Sua amiga de infância. Era ela que sempre fora a mulher da sua vida, a que o entendia, mas principalmente aquela que o aceitava tal qual como ele era, sem limites, sem reservas. Mas quando soube que a amava, quando sentiu que a amava, já era tarde demais.

Foi em uma bonita tarde de outono que ela havia lhe mandado um torpedo, dizendo que tinha algo importante para contar, e com um sentimento de esperança e expectativa martelando no peito que ele respondeu e disse que também tinha algo que gostaria de falar. Mas a notícia que recebeu foi como um tiro que deixaria cicatrizes eternas. Naquela tarde ela lhe contou que havia um tempo em que saía com Taiga, contou que estavam noivos e que se casariam em breve. E quando ela lhe perguntou o que ele queria falar a ela Daiki forçou um sorriso nos lábios e disse que não era importante, que em uma outra oportunidade contaria, mas que naquele momento ela deveria comemorar o futuro casamento. Ela sorriu e concordou. Ele sorriu forçadamente mais uma vez e lhe deu um abraço breve, mas apertado. Os olhos de Satsuki se arregalaram por um instante, mas retribuiu o abraço do amigo e sorriu. Eles foram a uma lanchonete, e conversaram sobre coisas triviais. Quando eles se despediram, Daiki olhou profundamente naqueles olhos rosados que tanto o confortavam, naquele olhar sutil e simples ele sentiu que aquela talvez seria última oportunidade que teria de vê-la assim. Satsuki sentiu uma coisa estanha se revirar dentro do peito, um sentimento inquietante, sentindo-se apreensiva. Daiki deduziu que a fez sentir-se desconfortável e desviou o olhar, para depois sorrir mais uma vez e despedir-se dela. Quando Satsuki disse a ele que o queria como padrinho de seu casamento, Daiki recusou educadamente, dizendo que seria muita responsabilidade e que não queria ter que aturar a cara de Taiga com frequência. Ela riu suavemente e concordou com a cabeça. Mais tarde, descobriu que o padrinho dela seria Shintarou. E assim o tempo passou...

A medida em que a data do casamento se aproximava tudo ia se tornando cada vez mais movimentado, e a cada dia que se passava Daiki ficava mais silencioso, afastado. Provavelmente todos notaram a diferença no comportamento do amigo, e secretamente compreendiam, mas nada disseram. O primeiro que percebeu foi Tetsuya, que entendendo a situação foi até Daiki para tentar conversar.

– Aomine-kun?

– Yo, Tetsu.

– Porque recusou o pedido de ser padrinho do casamento?

– Eu não preciso dizer isso a você, Tetsu.

– Você vai ao casamento?

– Claro que vou... Eu não posso deixá-la chateada...

– Entendo...

Depois da breve conversa que teve com Tetsuya, ele teve certeza que precisava ir ao casamento. Seria, provavelmente, a decisão que tomaria que mais o magoaria em toda aquela situação, mas ele precisava deixá-la bem, precisava verificar se ela ficaria bem. Na manhã do dia da cerimônia Daiki se sentia anestesiado. Magoado, amargurado, mas anestesiado.

E foi no cair da noite que Satsuki adentrou a igreja, linda, deslumbrante, provavelmente a noiva mais linda que Daiki veria em toda a sua vida. Ela caminhava a passos lentos em direção ao altar, onde seu futuro marido a aguardava com um enorme sorriso nos lábios, ele sorria com os lábios e com o olhar. Segurou a mão na noiva fortemente e ela subiu ao altar ficando ao lado do noivo. Dava inicio a cerimônia.

E lá estava ele, Aomine Daiki, sentado na primeira fileira, assistindo metade de sua vida sendo entregue a outro homem. No rosto a expressão impassível com a qual todos estavam sempre acostumados a ver, mas no interior a alma chorava e gritava, triste e com medo. E quando o ministro da cerimônia declarou os noivos como marido e mulher, Daiki sentiu o coração intacto dentro do peito, mas agora mais pesado. E teve certeza que talvez nunca mais sorriria com sinceridade. E ao final da cerimônia aplaudiu os noivos junto aos outros convidados, e provavelmente aplaudia também a sua própria atuação.

Após a cerimônia houve uma recepção, simples, mas maravilhosamente decorada e organizada. Daiki sentia um “que” de Satsuki em todo aquele salão, em cada flor, cada laço, cada luz. Ali ele estava sendo um mero espectador, de tudo. Até de si mesmo.

Na hora da valsa, depois que todos já haviam dançado com a noiva, ela fez questão de o convidar para valsar com ela e como para realizar mais um desejo dela ele aceitou. Se posicionou junto a ela e a segurou com toda a ternura que o momento pedia. Ele segurava nos braços o mundo, o seu mundo, que agora não era mais dele. Passou os dedos lentamente pelos fios macios dos cabelos rosados, e enrolou nos dedos uma mecha que soltou apenas quando o momento acabou. Um silêncio se fez presente durante toda a música e muitos diriam que aquele foi o momento mais lindo da festa. As mães, de ambos, Daiki e Satsuki, possuíam lágrimas nos olhos, daquelas que só as mães entendem, e que só elas entenderiam.

Quando Daiki sentiu que já era suficiente, se dirigiu até a mesa dos noivos, pediu licença e disse que estava indo para casa, alegou estar cansado, a mãe da noiva percebeu a mentira daquele que também considerava como filho, mas nada disse. Satsuki pediu licença, deu um leve selinho no marido e se levantou dizendo que acompanharia o Dai-chan até a saída. Então os dois se dirigiram até a porta do salão. Daiki olhou para ela.

– Posso falar com você um instante?

– Eu preciso voltar Dai-chan...

– É só um instante, prometo que não tomarei muito tempo da senhora... - Ele disse em um tom de brincadeira, mas sentiu o coração falhar.

– Tudo bem... - Ela riu e eles saíram para o jardim do salão.

Eles ficaram de pé, próximos a uma grande pilastra de pedra. Daiki soltou um pesado suspiro e Satsuki olhou para ele, preocupada.

– O que houve, Dai-chan?

– Eu realmente não tenho o que falar, embora tenha muito o que dizer, então... Resolvi tornar as coisas mais simples embora não menos complicadas...

E então ele tirou do bolso um envelope lacrado, segurou a mão dela delicadamente com a palma para cima e depositou ali o envelope. Olhava para a sua mão que segurava a dela juntamente do envelope.

– Quero que leia isto, por favor. É só isso que tenho a falar e pedir.

Ele deu um abraço apertado nela e virou em direção ao portão de saída, distanciando-se cada vez mais, de tudo e de si mesmo. Indo embora. E Satsuki permaneceu ali, parada, estática, vendo-o ir. Sem ter e sem saber o que dizer e o que fazer.


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Notas finais do capítulo

Então é isso! Gostaram? Amaram? Odiaram? Detestaram?
Reviews, por favor! E faça essa autora muito feliz :'D
Eu realmente espero que tenham gostado. Espero saber a opinião de vocês, ai verei se vou continuar postando ou não ...
Beeijos e até mais! (;