Não acredito no que eu acabará de fazer... agora eu estava namorando Dominique, mas nem sabia se eu estava apaixonada por ele... meu coração estava dividido em dois, onde metade pertencia a Dimitri e a outra a Dominique...

Eu sabia que nunca seria capaz de ter uma vida com Dominique, pois ele não sabia nada sobre quem eu era de verdade... E também a qualquer hora eu podia acabar indo para Paris com Dimitri e não iria dar para eu leva-lo.

O que eu iria fazer? Estava mentindo para um dos meninos que eu amo... Tinha que falar com o Dimitri...

Assim que Dominique me largou e foi trabalhar, fui correndo falar com Dimitri. Ele estava mexendo com as flores, como sempre fazia:

–Dimi?

–Fale - disse com uma expressão seria.

–Podemos conversar? - disse pegando em sua mão.

–Claro - falou se sentando ao meu lado.

–Lembra da nossa conversa de ontem anoite?

–Não precisa fala mais nada - falou abaixando a cabeça - eu já sei que você escolheu ele... tudo bem, não estou triste.

–Não é isso... - antes que eu pudesse termina ele me interrompeu.

–Espero que vocês sejam muito felizes juntos e ... - eu o interrompi.

–Deixa eu termina - ele me interrompeu de novo.

–Não sei onde estava com a cabeça de querer sair com alguém como você - disse se levantando e indo embora.

–Como assim? - disse me levantando.

Ele parou, virou devagar e disse sussurando:

–Você é Anastásia Romanov... Grã-Duquesa... nunca ficaria com um ajudante de cozinha.

–Não é isso, me escuta... - falei tentando faze-o parar.

–Chega Annya... já entendi - falou indo embora.

Meus olhos encheram de lágrimas, pois eu iria falar para ele toda a verdade, mas ele nem me escutou...

Voltei a me sentar, abaixei minha cabeça e comecei a chorar.

Ao levantar a cabeça, pude me ver no nosso antigo palácio de inverno... era como se estivesse - mos lá mais uma vez.

Pude ver as empregadas correndo para todos os lados, meu cachorrinho dormindo nas escadas... e minha família ali... todos conversando e sendo felizes.

Eu estava correndo pelos corredores do castelo com minha irmã Maria, acho que tinha uns 12 anos, comecei a segui-las até o pátio onde Maria caiu:

–Anastásia - gritou Maria - acho que me machuquei.

Me sentei ao lado de Maria e fiquei observando:

–O papai vai brigar com a gente... não deixe ele ficar sabendo.

Olhei para traz de nós e vi Dimitri também pequeno com um pano nas mãos:

–Tome - disse me dando o pano - passe no machucado de sua irmã... vou voltar para a cozinha.

–Não quer brincar com a gente? - perguntei ignorando Maria machucada.

–Não posso... mais tarde quem sabe.

–Tenho aula de piano mais tarde - disse ajudando Maria a se levantar.

–Então amanhã de manhã... pode ser?

–Sim - falei com um enorme sorriso no rosto.

–Tudo bem, mas agora tenho que ir - falou se retirando.

–Tchau Dimi.

–Você gosta dele não é mesmo Ana? - perguntou Maria.

–Sim... mas não conte para ninguém Maria, se o papai souber ele me mata.

–Tudo bem... eu não conto, ele disse para mim que gosta de você.

–Sério? - perguntei com um sorriso no rosto.

–Sim... mas agora não é hora de pensar nele, é hora de brincar comigo.

–Tudo bem - disse correndo atrás dela.

De repente, eu levanto a cabeça e abro os olhos, e vejo que estou no jardim de Arman de novo.

Não me lembrava daquele dia até aquele momento... fiquei muito feliz em saber que ele sempre gostou de mim, mas muito triste por não estar com ele:

–Annya?

Ouvi alguém me chama e quando olhei, era o senhor Egorov.

–Sim, senhor Egorov... o que deseja?

–Posso me sentar com você?

–Claro - falei enquanto ele se sentava.

–Bem Annya... Sei que você está aqui a poucos dias, mas admiro você e seu amigo... por isso, seus passaportes estarão prontos em um mês...

Abri um enorme sorriso e comecei a pular de alegria:

–Obrigada senhor. Muito obrigada.

–Por esse ser seu ultimo mês aqui, quero um trabalho excelente, ou não terá seu passaporte e o passaporte de seu amigo em um mês.

–Fique tranquilo senhor, não vai se desapontar.

–Assim espero, agora eu irei falar com Dimitri.

Assim que Arman saiu Dominique apareceu, ele olhou para mim com uma cara de assustado e perguntou:

–O que houve? Ele te deu uma bronca?

Comecei a pular de alegria e disse:

–Não, ele disse que meu passaporte ficara pronto em um mês... - disse mais feliz ainda - em pouco mais de um mês estarei em Paris.

Ele ficou serio e disse:

–Que ... que legal Annya.

–O que foi? Não esta feliz por mim?

–Estou, mas ... você vai embora... e não vamos mais ficar juntos.

Na hora o sorriso que estava em meu rosto desapareceu, e eu fiquei seria também:

–Nossa... é verdade, nem tinha pensado nisso.

–Mas... estou feliz que você verá sua família de novo, parabéns.

–Não quero ficar longe de você.

–Muito menos eu - falou me abraçando - Não vamos pensar nisso agora, vamos aproveitar o tempo que temos juntos e pensar nisso mais tarde.

–Tudo bem.

Não tinha pensado nisso antes, não queria ficar longe dele, o que eu faria agora, estou confusa, onde estará minha família agora que eu preciso deles?