“Eu tenho algo que não quero perder... Entretanto, esses terríveis sentimentos cresceram de uma forma que não pude evitar.”

Tocara os lábios com as pontas dos dedos, se lembrando do beijo que tivera com o loiro a pouco tempo. Ela ainda não acreditava que havia o beijado e o pior de tudo, que havia gostado.

A primeira coisa que ela fez quando se separaram foi correr. Ela estava com vergonha e confusa. Seu coração estava batendo fortemente como nunca havia batido antes em toda a sua volta. Suas bochechas estavam coradas e ela ainda podia sentir o gosto dos lábios dele no seu. Um sorriso bobo se estampou em seu rosto. O que estava acontecendo com ela? Se perguntava. Ela não podia negar que tinha gostado e muito, de beijar aquele belo e musculoso rapaz.

Sting ainda se encontrava no mesmo local que a maga estelar o tinha deixado. Ele estava feliz e se sentindo completo. Estampava um enorme sorriso e ainda se lembrava do momento vivido com a loira. Ela era totalmente o oposto dele. Lucy era delicada, gentil, fofa, misteriosa., corajosa e principalmente forte. Talvez fosse mesmo por essa razão que ele tenha gostado dela desde a primeira vez que a viu.

Seu coração parecia que iria sair dentro de si a qualquer momento, suas mãos suavam e ele não conseguia tirar o sorriso do rosto. Seu estômago estava revirando, como se estivesse algo dentro dele e ele estava soando frio. Ele já tinha ouvido falar dessas sensações, mas nunca pensara que sentiria algo assim por alguém um dia. E hoje, agora, ele finalmente descobriu o que sente pela garota de cabelos dourados. Algo novo, estranho e que não pode ser explicado. Um sentimento puro, diferente mais forte que qualquer um.

Olhou para o céu fechando seus olhos. O rosto dela preenchia sua mente o fazendo rir.

– Blondie estúpida.. - murmurou pensando na expressão que a garota fez ao sair correndo sem nem prestar atenção onde ia. - "Ela realmente fica fofa quando está com vergonha." - pensou antes de começar a andar, voltando para o mesmo caminho que havia vindo, sentindo seu nariz ser inalado com o doce aroma da loira.

Puxou uma almofada qualquer, a abraçando. Ela não sabia mais o que estava acontecendo com ela. A pouco tempo, ela só pensava no Natsu, vivia por ele, seu coração só batia forte quando o via e agora... Pensa em Sting todo o tempo. Era como se ele estivesse ocupado o espaço do rosado em seu coração.

– Será que eu gosto dele? - perguntou para si mesma. Ela queria achar uma resposta. Olhou para a janela, tentando encontrar alguma solução para tirar as dúvidas que se formavam em sua mente. Mas, a unica coisa que conseguiu pensar foi no seu beijo com o dragon slayer. Balançou a cabeça tentando tirar as imagens de sua cabeça, mais elas se repetiam cada vez mais a fazendo bufar. - Abelha idiota. - disse sorrindo enquanto suas bochechas ganhavam um tom rosado.

Tentou dormir, mas toda vez que fechava seus olhos, só conseguia pensar nele e em tudo o que ele tenha feita por ela até agora. Ele é totalmente diferente do que ela tinha pensado que era. E a estava ajudando mais do que podia imaginar, apesar dele saber de tão pouco em relação a seus problemas, ele a ajudava de uma forma que ninguém podia entender. Ele era importante para ela e sabia disso. A única coisa que não tinha certeza era de seus sentimentos. É claro, ele a fazia se sentir bem, esquecer de tudo e de todos, a fazia sorrir e sentir de uma maneira estranha... Mas afinal, o que isso significava?

Rolava a cama a procurava de respostas. A essa altura já tinha desistido de dormir. Seu sono havia passado e agora ela só queria descobrir o que sentia.

Bufou. Como era complicado... Olhou para sua escrivania, mais precisamente para a gaveta que guardava as cartas que ela escrevia para sua mãe. Fazia um bom tempo que ela não escrevia. Ela tentara um dia, mas foi interrompida pelos ex-tigres, que invadiram sua casa, como todo mundo costumava fazer. Revirou os olhos pensando mais uma vez, em como Sting era um idiota e Rogue um comilão. Riu e se levantou indo direto a mesa. Pegou caneta e papel e começara a escrever mais uma de suas cartas para sua falecida mãe.

"Não sei o que está havendo comigo. Eu antes poderia lhe confirmar que amava Natsu. Eu realmente gostava dele e sofri muito por causa deste sentimento e até hoje eu ainda sofro. Mas não como antes. Sabe mãe, as dores foram ficando menores a cada dia que eu ficava ao lado de Sting. Lembra dele não é mesmo? Lembro de ter comentado sobre ele há algumas cartas atrás. Pois é, ele tem me feito pensar menos no rosado, e quando estou com ele, não penso em nada relacionado ao Natsu. Não sei o que sinto por ele. Estou tão confusa... Hoje mesmo nós beijamos e céus... Eu sei que não deveria, mas eu gostei do beijo. E as sensações que senti, não consigo explicar. É como se o tempo tivesse parado. Eu não ouvia mais nada a não ser a batida de nossos corações. Eu esqueci de tudo. Não pensava em nada. Foi estranho, mais bom...

Ai mãe, o que está acontecendo comigo?"

Batia a caneta na mesa tentando responder a si mesma aquela mesma pergunta. Desistiu depois de ficar um bom tempo ali, sentada, olhando para o papel a sua frente, como se estivesse procurando alguma resposta naquelas letras.

– Não! - gritou relendo suas próprias palavras. Finalmente havia se dado conta do que estava estampado bem diante de seus olhos. - Eu não posso estar apaixonada por ele. Não mesmo. - disse para si mesma, se levantando e colocando suas duas mãos nos seus cabelos. Ela não queria admitir para si mesma que tinha se apaixonado novamente. Ela não queria se apaixonar de novo. Ainda nem sabia se tinha esquecido o rosado totalmente e agora estava presa a outro sentimento pelo loiro. Parecia loucura enganar a si mesma.

Andou para trás se batendo na sua cama. Estava confusa novamente, mas desta vez por saber se realmente estava apaixonando pelo Sting. Por mais que lá no fundo ela soubesse da resposta que estava procurando todo esse tempo, ela não queria admitir. Não sem provas. Ela precisava ficar sozinha, mas em um lugar distante. Onde ela pudesse pensar, e sem ninguém para a atrapalhar.

E então decidiu que iria a uma missão. Ela precisava pagar o aluguel mesmo e uma distração a iria fazer bem. Se olhou no espelho, reparando suas roupas. Usava uma calça jeans, uma blusa de mangas compridas listradas com uma estampa de urso e uma sapatilha. Bateu nas suas bochechas levemente indo até a sala. Passou pelo seu banheiro, parando no mesmo momento. Olhou para a porta aberta, para a pia, para sua caixinha de joia até seu olhar ir direto a uma das gavetas, onde se encontrava sua perdição. A encarou por alguns segundos. Era como se aquele pequeno objetivo a estivesse a chamando, a atormentando para ir diretamente a ele e a deslizar pela sua pele. Balançou a cabeça negativamente, fechando seus olhos. A figura de Sting viera a sua mente, juntamente com seus sorrisos e seu olhar penetrante. E então, parou de pensar em ir até o banheiro. Parou de querer se machucar e pela primeira vez, sentiu que não precisava se cortar.

– Força Lucy! - disse para si mesma, passando direto pelo banheiro e indo até a sala. Olhou para trás feliz consigo mesma. Tinha resistido. É claro, não era nada de mais afinal só fazia um dia que não se cortava mas para alguém que antes não conseguia passar nem horas, isso já era uma melhora e tanto. Era difícil controlar a vontade, mas ela estava começando a pensar que talvez, se mantivesse seus pensamentos no dragon slayer, ela poderia se controlar.

Sting chegara ao hotel feliz, com um enorme sorriso estampado no rosto, o que não passou despercebido por Rogue e pelos exceeds.

– Alguém parece ter encontrado com um unicórnio colorido pelo caminho. - comentou o moreno enquanto tomava uma xícara de café.

– Frô diria que bruto-san encontrou um tesouro e está com essa cara porque não irá dividir com a gente. - disse Frosch cruzando as patinhas.

– Só se unicórnio tiver cabelos loiros e o tesouro for uma pessoa. - comentou Lector rindo de seu dono que fizera uma cara irritada mais logo depois sorrindo novamente. Suas bochechas ganharam um tom rosado e ele não conseguia parar de pensar nela.

– Eu diria que pela cara dele, coisas devem ter acontecido. - disse Rogue tranquilo enquanto olhava seu café. Ele estava tentando ser indiferente mais sua vontade era de rir. Estava adorando ver a situação em que Sting se encontrava. A cara dele estava muito engraçada e ele estava tentando conter o riso. O loiro ficou mais vermelho ainda pensando no que o seu companheiro de equipe poderia estar querendo dizer com que aquilo.

– O QUE? - gritou constrangido.

– Não sabia que o senhor mestre era desse tipo. - comentou Lector com um olhar malicioso.

– Frô não está entendendo nada. - disse o gatinho balançando a cabeça de um lado para outro.

– SEUS PERVERTIDOS! - gritou. - Não aconteceu nada... Quer dizer.. - murmurou baixo.

– Então aconteceu algo? - Rogue e Lector se entre-olharam maliciosamente. - Espero que não tenha sido na casa dela. - o dragon slayer das sombras não se aguentou e começou a rir juntamente com Lector. Eles estavam adorando deixar Sting irritado e constrangido. Frosch continuava com uma expressão de quem não estava entendendo nada, porém estava se divertindo com as expressões que o loiro fazia.

– NÃO ACONTECEU ESSE TIPO DE COISA! - gritou novamente. - Sinceramente, vocês só pensam em coisas sujas, IDIOTAS! - os olhou com raiva. - Não sou nenhum tarado.

– Tenho minhas dúvidas. - comentou o moreno. Sting bufou.

– A gente só.. Digo, eu e ela.. - se enrolou nas suas próprias palavras não sabendo como deveria dizer algo tão vergonhoso.

– Fala logo! - exclamou Rogue sem paciência. Lector se aproximou de seu dono o dando coragem para prosseguir.

– A gente se beijo. - disse corando mais ainda. Rogue que neste momento estava ainda tomando seu café, cuspiu tudo o que tinha colocado na boca, Lector caiu duro no chão olhando surpreso para o loiro e Frosch bateu as patinhas umas nas outras sorrindo.

– E qual foi a reação dela? - perguntou Rogue depois de ter se recuperado.

– Correr depois de nós separarmos. - mais uma vez todos começaram a rir fazendo Sting bufar novamente. - Idiotas... - murmurou para si mesmo.

Lucy entrara na guilda. A maioria de seus amigos não estavam lá e somente algumas pessoas se encontravam bebendo ou comendo alguma coisa. Olhou em volta procurando por Mira e então seus olhos se cruzaram com os dele. Ele estava lá, com uma cara triste e a olhava de uma forma diferente. Ele estava sozinho numa mesa afastada de todo mundo e parecia querer lhe dizer algo. Virou o rosto para qualquer direção que fosse. Ela não queria falar com ele pois ainda estava irritada com o que aconteceu ainda cedo.

Era estranho... A aceleração de seu coração estava normal e ela não estava envergonhada como sempre ficava. Era como se tivesse parando de gostar dele e seus sentimentos estivessem voltando a ficar como era antes: sentimentos somente de amizade. E mais uma vez pensou estar apaixonada por Sting.

Andou até o quadro de missões olhando para qualquer uma que parecesse rápida e fácil mas que tivesse uma quantia de dinheiro suficiente. Uma a chamou a atenção: era para ajudar um príncipe a encontrar sua noiva que tinha desaparecido a poucos dias. Pegou o papel, analisando a quantia. Era um bom dinheiro e daria para pagar dois meses de aluguel e ainda sobraria alguma quantia. Foi até o balcão esperando a albina enquanto sentia um olhar sobre si. Ela sabia de quem era mas não ligava nenhum pouco. Ela não queria olhar para ele. Não queria conversar com ele porque ela sabia que se fosse falar com ele, teria que lhe dá explicações. E isso era o que ela menos queria neste momento.

Mira chegou depois de poucos minutos perguntando se esta era realmente a missão que ela queria fazer. Assentiu enquanto voltava para casa. Pegou algumas roupas e arrumou sua mala. Ela não iria esperar até o dia pois alguém poderia chegar e a atrapalhar ou ele poderia vir até a casa dela e se ele soubesse que ela iria fazer uma missão, com certeza iria querer ir com ela. Lucy queria ir sozinha. Ela precisava ir sozinha.

Escreveu uma carta rápida para avisar qualquer um de seus amigos que invadisse seu apartamento onde estava. Não queria deixar ninguém preocupado.

Pegou um trem, se sentando em uma das poltronas. Olhou para a janela, apoiando sua cabeça na mesma. Não demorou muito para que o trem começasse a andar. Ficara vendo a paisagem a sua frente enquanto o sono ia lhe consumindo. Foi fechando os olhos devagar enquanto o rosto do dragon slayer aparecia na sua mente.

– Sting... - o chamou baixinho enquanto fechava seus olhos. - Me desculpe. - disse antes de cair no sonho.