Greco-Romana escrita por P3RC4B3TH


Capítulo 21
Um Pouco Mais Sobre mim


Notas iniciais do capítulo

Galera, o título ficou super brega, porque não é a ~Kah que posta, e sim uma amiga dela. E como ela me deixou com o texto e não me deixou um nome, e a minha criatividade deu uma escapadinha, vai ficar esse mesmo, caso eu arranje um melhor eu coloco. Boa Leitura ;3



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–Que lugar é esse, Romana?

-Eu não sei. Vamos entrar.

-Mas pode ser perigoso. Não estamos em condições de lutar.

-Vocês dois não estão. Fiquem aqui e vou ver o que temos de bom nessa lanchonete.- O nome da lanchonete era 'Terceiro fetiche'. Me perguntei porque alguém daria esse nome a uma lanchonete.

Quando entrei o local tinha algumas pessoas. Era limpo e até agradável. Fui direto ao balcão.

-Oi, posso ajuda-la?-Falou um homem de estatura média, cabelos castanhos e com barba.

-Pode.- Falei- Eu estou perdida na cidade com meus dois amigos, fomos vitimas de um assalto. Nós estávamos indo em direção ao nosso acampamento de férias. Entramos em contato com a nossa caravana de viagem e eles disseram que amanhã vem buscar a gente. Também mandaram a gente pedir abrigo em algum lugar. Você pode nos ajudar?

O moço pareceu não acreditar muito. Ficou analisando alguns segundos.

-E onde estão os seus amigos, mocinha?

-Lá fora Posso chama-los?

-Pode. Vou avaliar seu caso.

Rapidamente expliquei a história que acabara de inventar, disse para ele confirmar caso o homem perguntasse algo. Entramos com Jay apoiado em nós dois.

-Minha nossa!- Disse o homem- O estado desses dois é critico. Por favor me acompanhem.

O moço saiu na nossa frente. Coloquei minha mão em minha Adaga que estava em minha cintura. Nunca se sabe quando é hora de atacar.

O homem abriu uma porta no final da loja. Dava em um corredor. Nesse corredor havia umas três portas. Ele nos levou na ultima.

-Isso aqui serve como quarto. Alugo ele quando da. Podem passar a noite aqui.- O homem disse.

-Não temos como pagar.- Tresh falou.

-A caravana de vocês acerta isso amanhã. Sem problemas.

-Eles podem atrasar e chegar depois de amanhã.- Falei.

-Fiquem aqui. Eles acertam quando chegarem.

-Na verdade, eles não vão pagar.- Disse Tresh.

-Não posso deixar vocês de graça, então.- Disse o moço.- Eu venho daqui algumas horas para ver o que pode ser feito.

Assim o homem saiu e nos deixou no quarto.

Era bem agradável o espaço. Tinha uma cama de casal e do lado havia o criado mudo com abajures. Um sofá na ponta e um banheiro. Havia uma estante com uma Tv e um mapa. A janela estava fechada e com uma cortina verde. Perto dela tinha um armário.

-Jay, vamos para a cama.- Eu e Tresh o colocamos em cima da cama.

Tirei minha bolsa e depois a de Jay.

-Tresh, temos que ajudar Jay.

Tínhamos um trabalho pela frente. Dentro da bolsa de Jay peguei ambrosia e néctar. Dei um pouco de ambrosia, no qual ele mastigou devagar.

Tresh pegou na bolsa de Jay o equipamento de primeiro socorros dele. Pegou gaze com um pouco de água e começou a limpar os ferimentos no rosto de Jay.

-Obri...Obrigada.- Jay conseguiu sorrir.

-Não faça esforço. Daqui a pouco você está melhor.- Falei.

Tirei a blusa de Jay com o maior cuidado, pois suas costas tinham alguns arranhões e hematomas. Graças a ambrosia aquilo estava passando.

Levamos quinze minutos até limparmos todos os ferimentos de Jay. Depois disso ele dormiu.

Eu e Tresh ficamos em silêncio a algum tempo. Ele estava sentando no tapete ao lado na cama e eu sentada na cama ao lado de Jay. Como sou tagarela não resisti.

-O que é fogo grego?

-Nunca ouviu falar?- Tresh retrucou.

-Não.

-É um explosivo altamente perigoso. Na verdade, é um explosivo. Só que liquido.

-E porque estava empacotado?

-Porque se entrar em contato com algo ele explode. Por isso toda aquela proteção.

-Entendi. Tresh, como vamos pagar isso aqui? Meu dinheiro não passa de cinquenta dólares. Se esse moço for o dono e ele vir negociar o pagamento, bem...eu sou uma garota e...

-Romana, se estiver pensando no que eu estou pensando, isso é absurdo!

-O que esta pensando?

-Você ser o pagamento.

-Que horror, Tresh! Mas eu pensei nisso. Eu não quero que seja isso. É asqueroso e nojento. Abomino pessoas que fazem isso com as outras.

-Olha, eu e Jay estamos aqui. Nada de ruim vai acontecer com você, ok?

-Não vai deixar que nada aconteça comigo, certo?

-Não, Romana, não. Principalmente coisas desse tipo.

-Obrigada- sorri para Tresh.

-E se não pagarmos, fugimos, ué. Simples.- Tresh riu.

-É.- Sorri.

Eu tinha tocado nesse assunto, pois várias vezes vi e ouvi situações em que homens queriam garotas em pagamentos.

Uma vez quando eu estava viajando com minha mãe, ela estava contando que uma garota fugira de casa e foi se abrigar em um hospital. Em forma de pagamento minha mãe tinha me dito que o médico quis que a garota pagasse algo. No fim a menina foi pega pelo cara e o resto é aquela história de maníacos tarados que vocês conhecem. Contei isso a Tresh e ele ficou de boca aberta.

-Romana, isso já aconteceu com você? Digo, ser abusada...É que não entenda a mal. Você viajou bastante e passou grande parte viajando sozinha e...

-Nunca. Mas um homem tentou.

-E o que...?

-O que houve? O cara morreu na minha mão.

-Como aconteceu? Quero dizer, se não for...

-Tudo bem. Estava de noite e eu estava indo para Nova York. Foi antes de chegar no acampamento. Eu tinha parado em um posto e estava sozinha bebendo água não era tão iluminado lá. Apareceu um cara e eu achei que fosse um monstro. O cara só disse: 'Está tudo bem, garota. Vamos nos divertir'. Aquele cara nojento estava se aproximando de mim e quando ele tentou abrir as calças eu o matei com uma de minhas facas. Fim.

-Eu...sinto muito.

-É, eu também sinto por aquele cara doente. Pessoas que fazem isso com crianças, adolescentes e mulheres indefesas são covardes!

-Eu sei.

-Não vai me dar sermão porque matei um homem?

-Isso foi diferente, Romana. Olha a situação em que você estava.

-Achei que fosse brigar comigo.

-Não!- Ele disse.- Você corre muitos perigos. Devia parar de ficar rondando por ai.

-Acha que eu não queria parar? Sinto uma falta enorme de minha mãe.- Minha lágrimas estavam quase saindo quando Jay acordou.

-Minha cabeça está doendo. Cadê meus enfermeiros?

-Você acordou! Está melhor?- Falei

-Sim. Sinto algumas dores. Mas me sinto como se eu pudesse entrar em combate novamente.

E era o que parecia. Ele voltara a sua cor normal. Seus olhos pareciam mais brilhantes e o sorriso lindo estampado.

-É bom ter você de volta!- Eu o abracei.

-Obrigada. Obrigada também por terem me ajudado. Eu sou o que cuida dos outros aqui e vocês acabaram cuidando de mim.

Tresh estava levantando e Jay viu o estado que ele ainda se encontrava. Sangue seco pela panturrilha, Tresh ainda estava andando torto e com marcas de queimado.

-Acho que alguém precisa de cuidados. -Jay disse.

-E um banho. -Complementei.- Na verdade, eu preciso de um. O que eu vou fazer com meu cabelo, agora?-Peguei a parte do meu cabelo que havia chamuscado.

-É só cortar, Romana. Eu posso fazer isso.- Disse Tresh.

-Nem pensar!- Falei.

-Olha, deixar eu cortar que vai ser melhor. E seu cabelo precisa de um corte mesmo. Olha isso.

-Realmente, Romana. Seu cabelo está uma palha. -Jay disse rindo.

-Você vai acabar com o meu cabelo, Tresh. Sem chance.

-Se eu acabar com o seu cabelo, pode me bater até eu perder a consciência.

-Mesmo?

-Mesmo.- Tresh disse.

-Jura pelo aquele rio que você tinha falado.

Tresh tinha me dito uma vez que os gregos faziam juramento pelo Estige no qual era um rio. Se esse juramento não fosse cumprido algo ruim iria acontecer. Algo muito ruim, mesmo.

-Juro pelo Estige que se eu acabar com o cabelo da Romana ela pode me bater até eu perder a consciência.

-Feito. Onde vai arrumar uma tesoura?

-Tem uma gilete no banheiro. Vou usar ela.

-O que?-Falei.

-Não se preocupe.

Enquanto Tresh arrumava meu cabelo Jay falou que escutou uma parte da conversa minha com Tresh. Inclusive a parte que eu tinha dito sobre os fatos que haviam ocorrido comigo. Contei a história de novo, pois Jay queria saber.

-Nada de ruim vai acontecer com você.- Jay disse.

-Eu sei.- Sorri para ele.

-Terminei.-Tresh disse.-Vai ver.

Meu cabelo estava um pouco mais para baixo do meu ombro. Estava em um corte reto.

-Obrigada. Ficou legal, eu acho.

Tentamos entrar em um acordo para ver o faríamos.

-A gente sai daqui essa noite.- Falei.

-Acho que temos que ficar.- Tresh disse.- Jay ainda tem que se recuperar.

-Verdade.- Falei.

-Não se preocupem comigo. Vamos hoje, acho que é até melhor.

-Se Jay quer ir, vamos. Eu também acho melhor.

-Ninguém nunca me ouve.

-Tresh, dois contra um. Ganhamos, então iremos.

Ouvimos batida na porta.

-Aqui é o dono. Lembram? O que atendeu vocês. Tenho uma forma de pagamento. É justa.

Nós três nos entreolhamos.

-Romana, fique atrás de nós, ta?- Disse Jay entrando na minha frente.

-Não, entre no banheiro.- Tresh disse.

-Meninos, ele só veio discutir sobre pagamento, acho que ele não vai fazer nada e...

-E você vai lá para dentro, pega sua Adaga.

-Isso é loucura, Jay!

-Loucura? Loucura é o que você passou. Enquanto eu estiver aqui nenhum palhaço vai se jogar em cima de você.

-Digo o mesmo.- Tresh disse.

Eu não sei se ficava com medo ou agradecida com a atitude deles. Fui para o banheiro e eles abriram a porta.

-Ãn...pode falar.-Jay disse.

-Então, vocês tem que fazer algo para ficarem aqui. Pensei em algo.

-Pode dizer.- Jay disse.

-Bem, quero que lavem a louça.

-Só isso?

-É. Os três turnos. No café da manhã, janta e almoço. E também se for preciso na hora do café da tarde.

-Ta, a gente se organiza e faremos isso.

-Cadê a garota? A regra vale para ela também. E você parece bem melhor.

-É, eu estou. Ela está no...no banho e eu vou avisa-la. Hoje mesmo vamos sair daqui. Vamos sair daqui de noite. Mas antes um de nós lava a louça.

-Ok. E porque está com uma vassoura na mão? O quarto não está limpo o suficiente?- O homem disse.

Na verdade Jay foi atender a porta com uma espada. Não sabia se ele pretendia acertar o moço de verdade.

-Esta tudo ótimo. Vou terminar nossos afazeres. Obrigada, tchau.

-Romana, pode sair.- Tresh me disse.

-E?

-O cara queria fazer coisas a mais. Queria. Matei ele. Onde coloco o corpo?

-Você o que?

-Brincadeira.- Jay retrucou.-Vamos ter de lavar a louça.

-Só?- Falei.

-É.

-Ok.- Falei.

-Mas nem pensar que a senhora vai sozinha.

-Jay, para. Nem eu sou paranoica assim.

-Deveria ser.

Depois disso fomos comer.


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