The Roommate escrita por Reet


Capítulo 14
Capítulo 13 Segunda visita noturna


Notas iniciais do capítulo

Eu espero que vocês não tenham me abandonado :s
Ok, ponto um: eu terminei o capítulo há séculos, mas a Amanda não me devolveu o capítulo betado dessa vez (e eu fiquei esperando e esperando... e resolvi postar sem betagem)
Dois: Eu estou muito, extremamente ocupada. Eu não tenho tempo para nada e é capaz que eu não consiga passar de ano se não me esforçar. A barra tá feia.
Três: tinham 26 mensagens na minha inbox, a maioria falando da Brus, gente, eu não pude responder muitas mensagens, nem se eu implorasse ao site eu conseguiria pois demora 3 minutos o intervalo entre a resposta de cada mensagem e eu não tinha tempo para isso, mas eu li todas. Eu e a Brus não estamos brigadas, é que faz tempo que não nos falamos.
Quatro: Obrigada pelas recomendações e mil vezes obrigada pelos comentários. Eu não consigo agradecer por tudo aqui, eu estou tão triste por estar sem tempo para vocês, me perdoem ):
Espero que esse capítulo compense x



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Era um daqueles momentos em que eu tentava decodificar o que se passava na cabeça de um cara daqueles: calado, cínico, estranho e confuso. Quero dizer, por que raios ele não soltou alguma exclamação ou simplesmente fez uma careta? Será que eu beijava mal? Em minha defesa, o desnível afetava tudo na minha vida; afetava-me em mudar a temperatura do chuveiro, pegar biscoitos na última prateleira e principalmente beijar caras trinta centímetros mais altos. Se bem que eu nunca havia beijado um cara tão alto e nunca havia estado tão incomodada com o desnível como naquele momento.

Mas será que eu beijava mal? Ele só saiu andando e evaporou do meu campo de visão, assim, como quem não quer nada além de conter o sangramento do nariz.

Decidi trocar de roupa em uma velocidade que era quase tão rápida quanto a da luz, deixando a casa como se estivesse voando nas escadas do prédio e esbarrando em algum degrau próximo ao segundo andar com um corpo esguio, usando uma touca, que não poderia ser ninguém menos que Hansel.

― Meu Deus, por que você está correndo assim? ― ele teve de me segurar para que meu rosto de coloração avermelhada pós-beijo não fosse de encontro ao chão.

― Eu... ― engasguei com a saliva, tentei respirar fundo e depois engasguei com minha própria respiração. Se eu não soubesse que era muito pouco propensa a ter um ataque cardíaco, diria que as batidas no meu peito evidenciavam que eu estava prestes a morrer, mas era só meu nervosismo mesmo. ― Eu...

― Você...? ― Hansel me puxou para baixo, me fazendo sentar no degrau com a ajuda dos meus pés, que finalmente tropeçaram e me levaram ao chão. ― Quer saber? Você parece que está fugindo do local onde acabou de cometer um assassinato.

― Quase isso.

― Você matou o Bradley? ― brincou, mas em resposta a minha feição nada amigável, parou de tentar fazer comédia. ― Você está nervosa demais, Alexis. Quer que eu chame o Brad para você se acalm―

― Não! ― o interrompi, soltando meus braços e escondendo o rosto com as mãos. ― Quero saber como raios vou conseguir encarar Bradley Adams depois de tudo isso!

― O que aconteceu? Quando eu bati na porta hoje de manhã, vocês estavam se pegando?

― Que ideia, Hansel, é claro que não! ― revirei os olhos forçadamente e depois deixei escapar uma risada nervosa. ― Ele só me beijou há uns cinco minutos, foi a primeira vez e olhe lá.

― Ah, que ótimo ― Hans sorriu.

Balancei a cabeça nervosamente. Queria vociferar um sonoro “Que ótimo é o seu orifício anal”, mas como achei que soaria muito rude, optei por outra coisa.

― Que ótimo é o caralho. Me explique por qual motivo ele saiu andando e me deixou lá parada? Nós moramos debaixo do mesmo teto, isso não devia ter acontecido, como é que vou olhar para ele agora?

― Alexis! ALEXIS! ― Hansel me balançou pelos ombros. ― Lembra que o Brad é mentalmente confuso, não faz as coisas direito e não é muito sociável? Das duas, uma: ou ele se deu conta, assim como você, de que isso não devia ter acontecido, ou ele só não sabe como agir depois de beijar alguém.

― E se for a primeira opção? ― meu estômago revirou por algum tipo de sensação que eu poderia associar a medo, vergonha e ansiedade.

― Então vocês dois concordariam e não há problema algum, ou você não quer que seja isso? ― Hansel não esperou para avaliar minha reação de “é isso mesmo, eu queria que ele ao menos continuasse a me beijar, é pedir muito?” e continuou: ― De qualquer forma, sendo do jeito que é, o Brad vai fingir que esqueceu e se portar como sempre age. O que lhe resta é dançar conforme o ritmo.

Mesmo que ridículo, às vezes saía alguma coisa que prestasse da boca daquele garoto que usava touca.

― Acho que você está certo.

― Eu sempre estou. Na pior das hipóteses, vocês vão acabar tocando no assunto e tendo que passar por um pequeno momento constrangedor. E para onde estava indo?

― Qualquer lugar menos o apartamento que divido com ele.

― Se quiser, vem para meu apartamento ― deu de ombros, mas seu ar “vem quente que eu estou fervendo” dá para notar de longe. ― Digo, por uma questão de conforto... Se você não quiser ficar muito perto dele... Minha cama é grande, ou eu posso dormir no sofá mesmo.

― Hansel, deixa para a próxima ― soltei uma leve e desinteressada gargalhada. ― Mas eu achei que você só...

― Comia homens? ― completou erradamente minha frase. Para quem interessar, eu iria dizer “você só gostava de homens.” ― Minha querida, eu também aprecio um belo par de seios. Os seus, por exemplo, quase sempre usando esse sutiã fininho...

Segurei meus seios com minhas mãos como se estabelecesse uma muralha da China entre nós dois naquele momento. Eu não acreditava que ele fosse tão maníaco a ponto de reparar no meu sutiã de ficar em casa ― mas eu não acreditava ainda mais que ele fosse tão maníaco e ainda fosse gay! Ou bi, seja lá o que for.

― Calma, Alexis, e pare de olhar tão descaradamente para a minha calça ― com as bochechas avermelhadas naquele momento, comecei a encarar um ponto fixo dois degraus abaixo de mim, já que não havia mais para onde olhar. ― Mas, Algodão Doce, eu quis dizer que pode contar comigo a partir de agora, tudo bem? Mesmo que uma amizade entre dois sexos sempre role algum tipo de interesse.

Revirei os olhos e Hansel abriu os abraços, esperando por um abraço. Aproveitei o tipo de contato para me deitar em seu colo e ficar por tanto tempo que eu achei que fosse necessário. Meu rosto voltou ao normal, meu estômago parou de revirar e eu criei uma afinidade com Hansel que não achei que poderia.

― Alexis ― Hans me chamou, puxando alguns fios de cabelo cor de rosa do meu rosto e me encarando com curiosidade para saber se eu ainda estava viva. ― Se ficarmos aqui, teremos que pagar aluguel da escadaria de emergência.

Saquei. Ele estava me expulsando de seu colo. Sem ressentimentos.

Levantei-me e subi as escadas com a companhia de Hans, repassando mentalmente o que fazer e como agir assim que voltasse para o apartamento.

― Não se esqueça, você pode aparecer aqui quando quiser ― disse Hansel ao se despedir de mim no andar inferior ao meu. ― Só bata na porta do meu quarto antes para se certificar de que não vai encontrar algo muito constrangedor.

― Vou me lembrar disso.

― Tenho certeza de que vai.

Eu não havia trancado a porta com chave quando saí do apartamento, então meu único esforço foi o de empurrar a porta e adentrar como um zumbi a sala já um pouco escura pela falta de luz consequente do sol que estava se pondo. A televisão estava ligada, mas estranho seria se ela não estivesse. Minha única surpresa foi encontrar o bicho fora da caverna também. Não esperava que tivesse de por em prática meus preparativos psicológicos tão rápido. Ao suspirar, chamei sua atenção, mas sua única reação foi virar o rosto, me analisar dos pés à cabeça e tornar a fitar vagamente a programação musical de um canal qualquer.

Contornei a sala, jogando meu grande casaco em cima do sofá e caindo deitada nesse mesmo acolchoado. Olhei para o teto, pois o teto era muito interessante e tinha muito a acrescentar na minha vida.

Era tão estranho ter a sensação de que você estava povoando a cabeça da pessoa no sofá mais próximo, assim como ela estava grudada na sua, mas ambos simplesmente não conseguem pronunciar nenhuma palavra. E meu coração batia em descompasso enquanto eu ponderava sobre falar alguma coisa ou ficar quieta mesmo.

― Acho que você deveria assistir a umas temporadas de Master Chef para aprender como se quebra um ovo.

Estreitei os olhos até que se encontrassem com os dele. Minha careta não foi nem um pouco agradável, o que o fez rir um pouco.

― Vai aprender a lavar uma louça ― resmunguei. ― Como está o seu nariz?

― Parou de sangrar ― respondeu. ― Você também acha que não deveria ter acontecido?

Demorei um pouco para entender o que ele estava falando. Suspirei baixinho, porque o que eu estava prestes a dizer não era nem um pouco verdadeiro.

― Esse tipo de acontecimento pode prejudicar nossa relação vivendo debaixo do mesmo teto ― murmurei automaticamente, sentindo o pouco de esperança de que ele negasse, esvaecer. Era verdadeiro, mas não era o que eu queria.

― Então estamos de acordo ― disse Brad. ― Não vai mais rolar.

― Nunca mais.

― A propósito, valeu por ter tirado as madeiras da janela ― ele não havia tirado os olhos da televisão até aquele momento. ― Eu não acho que seria capaz.

― Tudo bem, é para isso que estou aqui.

Mas eu não tinha certeza se estava de acordo com aquilo. Às vezes pensava se não seria melhor se eu simplesmente voltasse para casa e desistisse de tentar provar uma responsabilidade que eu não tinha.

De repente, Bradley se levantou do sofá com um pouco de irritação visível acumulada. Seja qual fosse o motivo, eu preferia não ficar a par da situação ou não estender aquele assunto por mais tempo ― para o meu próprio bem.

― Onde vai? ― perguntei como quem não quer nada, ou melhor, como quem está tentando ver a televisão e tem um poste na sua frente.

― Tocar teclado.

― Ah, quanto custa sua aula particular?

― Depende ― fez pose e sorriu tentando me provocar. ― Faço um dólar por minuto, por uma hora daria sessenta dólares.

Que preço absurdo! Abri a boca para reclamar, mas antes que algum som saísse da mesma, Brad começou a rir e fez sinal para que eu não me exaltasse ainda, mas veja bem, ainda.

― Mas para você eu tenho um preço especial ― esperei que ele dissesse “de graça” ou “pelo seu corpo nu, eu dou aula até de adestramento de cangurus”, mas não foi muito bem o que me veio. ― Dois dólares por minuto, dobrando o preço original.

― Caramba! Sua proposta é irrecusável! ― ironizei.

― Se fizer meus trabalhos de química, eu dou aula de gastronomia até peladão.

Essa sim era uma proposta irrecusável, e ao se deparar com a minha cara de interessada, ele fez uma careta ao perceber a grande besteira que havia acabado de dizer. Era um beco sem saída para o Bradley.

― Sério?

― Nunca estive tão sério como agora, sabe, eu não quero ter que chamar o corpo de bombeiros quando você inventar de fazer um café da manhã surpresa no meu aniversário.

― Fechado ― respondi, mas parei de prestar atenção no peladão há alguns segundos. ― Peladão.

― Fechado.

Devido a nova regra da casa, sem músicas durante o banho, eu me esqueci de onde tinha enfiado aquele aparelho eletrônico que eu confiava minha vida. O relógio eletrônico do micro-ondas dizia que agora era duas da madrugada e eu ainda estava procurando meu celular, sozinha, na escuridão do apartamento, vestida apenas com a minha camisa extra larga do homem aranha.

Céus! Eu tinha aula na manhã seguinte e ainda estava acordada! Mas sem o celular, eu não levantaria da cama nem a base da porrada. Parei no meio da cozinha e tentei me lembrar onde fora a última vez que vi o celular nas minhas mãos, e por um infeliz ― ou feliz ― lapso de lembrança, me dei conta de que o meu celular só podia estar em algum lugar perdido no criado-mudo do quarto de Bradley Adams.

Agora é só sentar e chorar todas as lágrimas do meu corpo, porque nem morta eu entraria lá durante a noite de novo. Respirei fundo. Pensa, Alexis.

Tudo bem, não precisei de mais de dois minutos para decidir que eu só iria abrir a porta pegar meu celular, ir embora e tentar não pisar em nenhuma peça de lego dessa vez. Era minha segunda visita noturna ao quarto de Brad e eu esperava que isso não se tornasse constante.

Ao abrir a porta, pensei em dizer baixinho que tinha esquecido meu celular lá dentro, mas ao ouvir seu barulho ressonando, desisti. Ele não iria saber, eu não iria contar, fingiria que isso nunca aconteceu. Fechei a porta e fui até a mesinha, levei meus dedos de encontro a madeira, mas ao invés disso, esbarrei com outros dedos, o que me fez imediatamente recolher minha mão. O ecrã do meu celular acendeu e foi apontado em minha direção. Brad me reconheceu e deu uma risadinha.

― Faz um tempinho desde que você não invade meu quarto de madrugada. Veio à procura disso? ― balançou o celular aceso em sua mão.

― Sim, preciso do meu despertador ― estendi a mão, mas ele desviou o celular. Bufei. ― Sem essa, me dê o celular.

― Ah não! ― Brad resmungou. ― Ainda não estamos quites desde sua curiosidade excessiva na semana passada.

― Bradley, o celular. Me dê o celular.

― Vem cá, Alexis ― de repente, fui puxada pelo braço e caí naquela cama.

Na completa escuridão, eu não estava vendo nada, mas tinha certeza de que os olhos do Brad já estavam acostumados, e adivinha quem estava em desvantagem? Muito bem, eu mesma. Minha boca estava entreaberta para começar a gritar a qualquer momento. Eu sabia o quanto eu gostava de passar dos limites, mas não sabia o quanto Bradley seria capaz de fazer isso. O ecrã do celular me iluminou mais uma vez, facilitando sua visão de mim, mas com isso, pude achar onde ele estava ― de joelhos na cama, ao meu lado. Estendi os braços e tentei pegar o celular, que se apagou no mesmo instante e desapareceu de vista.

A mão que foi colocada em minha cintura me deixou momentaneamente imobilizada pela surpresa, até que Brad me puxou pelos dois braços e eu fiquei deitada na cama por completa. Eu já não era capaz de impedir o que quer que ele queria fazer. Afinal, tinha que ficar quite. Se ele esteve em desvantagem, agora eu estava com uma leve sensação de que havia uma placa de neon acima de mim piscando com letras garrafais "sirva-se".

Da minha cintura, sua mão subiu pela minha camiseta, o que acabou fazendo com que a mesma se erguesse. Eu não precisei enxergá-lo para saber que tinha gostado da ideia, pois no momento seguinte, senti seus dedos tocarem minha coxa - me movi. Mas não foi um movimento de desconforto. Eu praticamente me ajeitei à situação em que sua mão explorava caminhos que não devia, é claro, naquele momento eu já estava levemente excitada. A vontade que liberava maus pensamentos em minha cabeça subiu como um pavio aceso pela minha coluna, desligando minhas outras preocupações e de repente, eu só estava focada descer no colchão e levar seus dedos onde eu queria que ele levasse.

Brad deve ter notado minha iniciativa e percebi que meus olhos haviam se acostumado ao escuro quando consegui enxergar um sorriso se abrir em seu rosto. Seus dedos se afastaram propositalmente enquanto ele avaliava minha expressão, e voltou ao lugar satisfeito com meu suspiro. Era como se estivesse perguntando em silêncio “você quer?” e eu afirmava quase inconsciente. Então sua mão esbarrou com minha calcinha e ele soltou uma risada como se estivesse achando graça que eu não estava usando um short ― ou que eu estivesse inteira em suas mãos.

Se bem que, a segunda opção fazia mais sentido ao meu ver, pois o Bradley logo passou a esfregar os dedos no tecido que cobria meu sexo, bem devagar, avaliando meu peito que subia e descia. Ajeitei-me novamente aos seus dedos e ele começou a fazer movimentos mais rápidos com a mão. Com a outra, afastou minhas coxas e se posicionou melhor entre minhas pernas. Ofeguei várias vezes e cada vez mais alto. Felizmente, o Brad não se distraiu com minha falta de sanidade e continuou fazendo bem direitinho o que estava me deixando louca. Parou, mas eu não ousei soltar uma exclamação em protesto, pois achei que seria muito submisso da minha parte. Ele colocou o dedão por cima do meu clitóris e outros dois dedos em minha entrada, começando uma masturbação que me fez imediatamente soltar baixos gemidos, guiando-o oralmente onde eu sentia mais prazer.

Por um lado, eu não queria parar, queria continuar nas mãos do Bradley Adams. Mas por outro, eu não podia me deixar entregue ali, simplesmente não batia com a decência do cidadão. E ele não parecia disposto a parar, mas depois de longos minutos, levei meus dedos a sua nuca e agarrei seus fios de cabelo, puxando-o para perto. Brad me encarou e perguntou:

― Posso terminar?

Neguei rapidamente. O Brad me olhou surpreso, diminuindo a velocidade de seus dedos.

Empurrei o Brad com as forças que eu não tinha e não sei de onde vieram. No segundo seguinte, eu já havia me arrependido, é claro. Saí da cama, minhas pernas bambeavam, mas eu não queria deixar minha fraqueza por ele transparecer. Corri para fora do quarto, deixando a porta aberta e entrei no banheiro no final do corredor. Sabia que a porta não tinha chave, mas se ele ousasse entrar iria sofrer traumatismo craniano.

Joguei água no rosto, corado com os fios de cabelo completamente bagunçados. Ofeguei até que minha respiração normalizasse e desabei no chão do banheiro, encostada ao azulejo frio que esfriava meu corpo que ainda estava fervendo. Céus! Ele fazia aquilo em mim melhor do que eu mesma! Naquele momento eu sentia falta de seus dedos me estimulando tão bem.

Quando achei que já estava tempo demais no chão do banheiro e a qualquer momento eu poderia morrer de hipotermia, abri a porta e encontrei um Bradley sentado no corredor. Meu rosto esquentou quando sua atenção se voltou para mim.

― Ficou excitada? ― perguntou. Engasguei com minha própria saliva. ― Acho que sim, pelos barulhos.

― Q-que barulhos?

― Você gemeu.

Acho que se eu não tivesse completa certeza de que não era propensa a ter ataques cardíacos, eu teria um naquele momento.

― Ai, que merda.

― Cara ― Brad começou a falar como se estivéssemos numa interessante conversa sobre o clima, e não discutindo no meio da madrugada sobre meus gemidos ―, foi maneiro. Pareciam literalmente gemidos e às vezes você tentava mandar nos meus movimentos.

Bradley, cala a boca.

― Acho que você entrou no momento e só se deu conta de si quando puxou meu cabelo, o que por acaso foi bem legal.

Cobri meu rosto com minhas mãos e respirei fundo. Agora não tinha mais o que fazer. Se tinha, eu não sabia. Abri um espaço entre meus dedos e encarei o Brad, que tirou do bolso do moletom um aparelho eletrônico que eu chamo de meu celular. Corri até ele, tirei meu celular de suas mãos e me tranquei em meu quarto.

O celular estava acabando a bateria. Só deu tempo de plugar no carregador para começar a ouvir batidinhas na porta.

― Alexis? Você está com vergonha?

― Vá embora ― respondi.

― Não fique envergonhada ― ele riu, o que me fez ficar com mais raiva ainda. ― Agora estamos quites. E eu não vou para a aula amanhã, não adianta tentar me acordar.

Se por alguma hipótese eu tentasse entrar no quarto dele novamente, não seria para acordá-lo e sim para enfiar uma faca no pulmão e observar enquanto ele respira sangue e morre afogado.


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Notas finais do capítulo

Vocês me perdoam? Ai sem or desculpe pela demora ):
Bem... Fora toda a raiva que vocês estão de mim, gostaria de anunciar boas novas, tipo, eu estou namorando (de verdade!!! uau!!!) e já faz um mês. Então fora meu gato eu tenho mais um animal para adestrar, o meu namorado.
Espero que tenham gostado. Até mais! x