Eu não pensava que um dia iria cometer um ato tão egoísta e sem amor. Agora estou eu aqui olhando esse oceano, em cima do penhasco em La Push, onde vi tantas vezes os meninos pularem por diversão. Com o luar despedaçado sobre o mar, ao mesmo tempo em que é triste é deslumbrante. Mesmo estando tão alto eu consigo ver o meu reflexo lá embaixo, o vento está me incentivando a pular, o cheiro da chuva que está chegando me convida a desistir do que me restou... E eu continuo a olhar o meu reflexo antes de afundar em suas águas negras e revoltas.

Eu amei demais todos os que já morreram, e só sobrou apenas uma pessoa que eu realmente AMO. Mas é essa mesma pessoa que acabou de matar todos os sentimentos que existiam dentro de mim. Só porque sou uma simples humana sem graça e sem poderes sobrenaturais, isso quer dizer que não sou digna de seu amor?

Tudo está arrebentando em cima de mim, e eu não suporto mais. Edward está á milhas de distância agora, e acho que já não se importa mais, mas será que já se importou alguma vez desde que estivemos juntos?

Tive vontade de pedir para ele nunca me deixar partir, que iríamos conseguir passar por tudo juntos, mas foi ele se foi mesmo assim, agora, não resta nada a não ser partir também. Eu o tinha como um porto seguro, mas agora esta parece ser a única escolha que tenho. Charlie, Renné, Alice e até Jacob se foram, morreram por nada, apenas pelo meu capricho por querer ficar com Edward. Eu deveria saber que os Volturis não iriam relevar esse nosso relacionamento, nunca um humano ficou sabendo da existência dos vampiros sem ser morto ou transformado. Eu sabia que não iria dar certo, mas como Edward me dizia, eu sou a sua droga, feita especialmente para ele, será mesmo? Agora eu realmente sei a verdade. E com essa teimosia de nossa parte, acabou sobrando apenas uma única pessoa que amo em minha vida. Acho que poderei encontrar a paz depois que o oceano me carregar...

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Dias antes...

 - Edward, acho que você recebeu o meu convite para ir a Volterra, não?- Aro disse dando um sorriso forçado.

 - Sim, eu recebi, fico honrado com o convite, mas a minha família está aqui e eu acho que sou muito novo para entrar em sua guarda Aro.

 - Acho que você não entendeu Edward, eu fiz um convite para ser cordial á Carlisle, mas não era um pedido, era uma ordem. Apenas, uma troca.

 - Não entendo Aro, seja mais especifico. – Edward disse me colocando atrás de si, ficando nervoso, pois estávamos sozinhos na campina e Aro estava com toda a sua guarda.

 - Você descumpriu a única lei que fizemos para o nosso mundo. Nunca em hipótese nenhuma mostrar quem realmente somos; apenas no caso de querer transformar ou matar o humano em que está passando a informação.

 - Mas eu já expliquei... – Edward estava apavorado.

 - Edward, o que está acontecendo – e ele caiu de joelhos no chão. Se pudesse chorar eu tinha certeza de que estaria agora. Seria algum poder de alguém da guarda?

 - Calma Isabella; não estamos fazendo nada contra seu amado...  – ele disse rindo. Mas ele tinha uma escolha á fazer, e ele não fez, apenas estou dando uma lição. Sabe, eu o quero muito comigo, mas ele sempre recusou, eu sou uma pessoa sem muita paciência, e parece que ele estava me tentando.

 - Mas se é por minha causa, Alice já disse que irá me transformar, não precisa fazer nada contra ele. Por favor – eu supliquei pela vida de Edward, não iria aguentar se matasse ele na minha frente, eu não poderia fazer mais nada.

 - Não se preocupe, você já ouviu dizer que a eternidade é um castigo, e que parece um inferno quando não pode morrer quando mais se quer morrer? Acho que o Edward está passando por isso agora. A eternidade será a sua única família, pois eu acabei de tirar a sua.

 - Como assim? – eu perguntei aflita, não estava entendendo nada. Porque tudo isso?

  - Edward, espero que realmente você conviva com a sua decisão de ter me rejeitado por todo o século. Eu via em você um potencial, mas agora, eu quero muito que você sofra por suas escolhas.

 - Não tinha o direito de fazer isso. Eles não fizeram nada, eu que sou o culpado, por que eles? – Edward falou, mas quase não consegui ouvir o que ele tinha falado. Eles ficaram em silencio por um tempo, um olhando para o outro.

 - Minha visita acabou e como você já sabe, qualquer dia irei voltar. Você já sabe a decisão que tem de fazer, mas isso depende de você. Espero que tenha uma próxima decisão sábia e que seja do meu favor.

E Aro se foi junto com a sua guarda, sorrateiros e silenciosos, depois de algum tempo em que fiquei imóvel igualmente á Edward, tudo ficou tão calmo, que poderia dizer que estava apenas tendo um pesadelo, de que não teria acontecido de verdade. Acabei quebrando o silêncio.

 - Edward, o que foi que aconteceu, pra te deixar assim? – eu tentei tocar ele, colocar a mão em seu rosto, mas ele me evitou.  – Edward? – eu comecei a me desesperar, não sabia o que havia de errado.

 - Vamos, você irá ver com os seus próprios olhos o que aconteceu. – ele disse amargurado, sofrido, e nenhum momento olhou em meus olhos. Me carregou em suas costas e me deixou na minha casa, mas ele ficou na porta, não quis entrar.

Entrei correndo, quando a minha ficha caiu, Charlie. Entrei gritando, mas meu grito ficou mudo quando entro na sala e vejo a pior cena da minha vida, todos estavam mortos. Mas como? Na minha casa?

 - Não - eu consegui mover minhas pernas para onde estava o corpo sem vida de Charlie no chão perto da lareira, e o abracei, jamais iria soltá-lo. E olhando ao redor, vi Alice, Jasper, Emett, Rosie, Esme e Carlisle todos decapitados, só poderia ser um pesadelo.  Foi a partir deste momento que minha vida tinha começado a acabar, a se esvair.