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Pov. Rosalie

A tarde de ontem foi perfeitamente linda em família. Finalmente meu bebê aceitou a mamadeira, graças à ideia de gênio de Emmett. Os irmãos caçulas sempre vão copiar os mais velhos, não é?!

Nesta manhã, depois de todos nós termos tomado café da manhã, Emm estava assistindo o jogo de basquete na sala com Kebi sem eu colo. Os dois já se entupiam de pipoca antes do almoço.

Eu havia acabado de trocar a fralda de Kellan e o deixado no berço. Fui até meu quarto, procurar minha blusa vermelha preferida pra poder usá-la quando fosse à casa de Esme, na hora do almoço.

Vasculhei todo o guarda-roupa e nada de encontrá-la. Puxei as cobertas do compartimento na parte de cima e todas caíram em cima de mim, trazendo consigo algo que eu não olhava há muitos anos.

Meu álbum de casamento.

Sentei-me na cama, trazendo o álbum comigo. Comecei a folhear as páginas e a cada foto que eu passava as lembranças invadiam minha mente. Eu suspirava de emoção e nostalgia. A saudade era sufocante, principalmente quando vi a foto de Carlisle.

Meu pai estava lindo, com um terno escuro, camisa e gravata branca, uma flor branca no bolso do paletó e os cabelos louros brilhantes bem penteados para trás.

Nem sei como descrever a sensação de quando ele me levou ao altar. Foi um misto de ansiedade, alegria, medo, de tropeçar é claro, e saudade por saber que a partir dali eu não moraria mais com Carlisle. A partir dali eu seria uma mulher casada, e o melhor, casada com Emmett, o amor da minha vida.

Lembro perfeitamente da cena...

–Pai, eu estou com medo. – falei assim que desci do carro em frente à igreja. O motorista me ajudava tirando o resto da cauda do vestido que ficou preso dentro do carro.

Meu vestido era lindíssimo, parecia obra dos anjos. Na cintura era um tanto justo, onde uma fileira de cristais formando uma espécie de cinto passava. Da parte de cima do busto até o pescoço uma renda transparente cobria minha pele e na gola leves desenhos feitos de cristais se formavam. Cada detalhe era delicado e perfeito. A parte abaixo da cintura parecia uma nuvem de algodão. O tecido era leve, dando a sensação de que eu flutuava. Havia vários forros por baixo dando volume, mas nada exagerado. Sobre meus cabelos soltos, um véu longo e transparente de tecido fino descia por minhas costas. Em meus braços havia lindas pulseiras de brilhantes que Alice fez questão de colocar. Minha maquiagem era leve, mas o batom quase vermelho destacava meus lábios. Pra arrematar todo o conjunto, um buquê de flores do campo nas cores lilás, branca e um tom bem claro de rosa.

Pronto, eu estava perfeita. Pelo menos hoje eu poderia achar isso.

Meu pai se posicionou ao meu lado e eu passei meu braço por dentro do dele. Ele encarou meu rosto e passou a mão por meu rosto.

–Rose, você ama o Emmett? – Carlisle me perguntou.

–Mas que pergunta pai. É claro que amo. – respondo como se fosse óbvio. E pra mim era mais do que óbvio.

–Ok, e você acha que o Emmett te ama? – ele voltou a me questionar.

–Nunca tive tanta certeza disso, pai. Ele nem precisa falar, eu já sinto no olhar dele que sim. – respondi mais convicta do que nunca.

Do meu amor por Emmett e do dele por mim ninguém jamais poderia duvidar. Nosso amor é tão intenso que chega a ser palpável.

–Então filha, se os dois se amam e têm consciência disso, porque o medo de entrar nesta igreja e se casar com o amor da sua vida? – meu pai falou, e foi aí que percebi o quão boba estava sendo. Como ele mesmo disse, eu tenho certeza deste amor. Emm é tudo pra mim, não tenho porque ficar nervosa, eu sei que ele está lá dentro me esperando.

Abracei meu pai e sussurrei um ‘obrigado’ em seu ouvido. Ele beijou minha testa e nós ouvimos a marcha tocar. Era minha vez. Os padrinhos já tinham entrado todos, vi quando estava dentro do carro. Todos estavam deslumbrantes. Alice e Esme se destacavam.

Alie estava com um vestido preto e branco longo, uma manga era comprida e outra era até o ombro (uma espécie de regata), parte de sua cintura ficava exposta, assim como a perna devido à abertura na parte da frente. O cabelo curto estava repartido na lateral de forma que a franja ficasse de lado. Alice esta mais que maravilhosa.

Esme usava um vestido longo de cor azul meio acinzentado, ele tinha apenas uma alça fina do lado direito, era mais justo na cintura e com uma espécie de babado na parte de cima. Seus cabelos escuros caíam em cascatas e faziam ondas por seus ombros. Esme estava com uma beleza radiante.

Eu e meu pai nos posicionamos na porta da igreja. Minha mão se apertou em seu braço quando as portas foram abertas.

A igreja estava lindamente decorada com flores brancas. O caminho pelo qual passaria estava ladeado por flores brancas na parte superior dos bancos e folhas verdíssimas que desciam até o chão. Um lustre com velas iluminava o altar. Dois pedestais grandes com enormes arranjos das mesmas flores estavam um de cada lado nas extremidades do altar. As folhas verdes que cobriam o verde da igreja caíam como cachoeiras, deixando o ambiente com uma aparecia tranquila e elegante.

Dei um último suspiro antes de entrar. Meu rosto queimava ao sentir os olhares dos convidados em mim. Parecia que o tapete bege sob meus pés iria se desmanchar e eu cairia de cara no chão. Além de parecer ter um quilometro inteiro pra chegar até o altar.

E foi aí que o caminho acabou. Acabou no instante em que vi o sorriso do meu futuro marido no altar me esperando. Emmett estava um verdadeiro deus grego com aquele terno preto, camisa branca e gravata preta de cetim. A flor branca dava um contrasta com o tecido escuro do paletó. Seus olhos castanho-escuros me fitando apaixonado, eu poderia me perder naquela imensidão. O cabelo preto um tantinho desorganizado, mas ainda assim perfeito. Queria cravar minhas mãos naqueles fios e beijá-lo até não aguentar mais.

Sorri ao constatar que ele estava ali por mim, me esperando. Não tinha alegria maior que ter esta certeza.

Encarei seu rosto e vi seus olhos brilhando e notei uma lágrima escapar. Nossos corpos deviam estar em uma sincronia perfeita, pois uma lágrima também rolou dos meus olhos. Uma lágrima de amor, emoção, e necessidade de quebrar a pequena distancia entre nós e me jogar em seus braços fortes.

Assim que chegamos ao altar, meu pai beijou minha testa e eu sua bochecha. Ele me entregou a Emmett, juntando nossas mãos.

–Cuide dela grandão. – Carlisle sorriu e eu tive que rir com o apelido que ele deu a Emm.

–Com todas as minhas forças. – Emmett respondeu e eu tive que me segurar pra não avançar em seu pescoço e beijar seus lábios rosados que pareciam gritar por mim.

E então a cerimônia começou.

XXXXXXXX

Depois das palavras do padre, de enfim selarmos nossos votos com a troca de alianças, pude finalmente ouvir o tão esperado “pode beijar a noiva” direcionando a Emm.

Ele me olhou fundo nos olhos, eu sentia a felicidade, o desejo e o amor exalando dele. Emmett se aproximou de mim, roçou os lábios dele nos meus pedindo passagem e eu concedi. Unimos nossas bocas num beijo apaixonado, nem nos importando com a presença de nossos familiares, amigos ou até mesmo do padre.

Estávamos em nossa própria dimensão, até que o som de aplausos irrompeu o silencio do momento e nos separamos, encostando nossas testas uma na outra. Um último selinho e nos viramos para os convidados, recebendo abraços de todos.

Depois daí adeus maquiagem, porque não consegui segurar a enxurrada de lágrimas que teimavam rolar.

Saímos da igreja de mãos dadas, eu e Emm com sorrisos estampados no rosto. Seguimos para o Clube que havia sido especialmente decorado para festa.

XXXXXX

–Rose muitas felicidades, amiga! Você merece tudo de bom! E está tão linda. Ai foi tudo perfeito! – Alice desejou, me abraçando. Ela abraçou Emm também e depois Jasper fez o mesmo.

–Rose, minha nova filha, cuida bem do meu filhinho, hein. – Esme falou, me abraçando.

–Mãe, eu não sou criança. Eu sou um home casado agora. – Emm reclamou quando Esme apertou suas bochechas. Eu ri com a cena.

Músicas lentas enchiam o ambiente, até que chegou a hora da Valsa dos Noivos.

Eu sentia minha pele mudando de branca pra roxa de vergonha. Emmett pegou minha mão e fomos até o centro do grande salão. Ele passou os braços por minha cintura e eu passei os meus por seu pescoço.

Dançamos assim, juntinhos, por minutos que pra pareciam eternos. E que poderiam continuar assim. Eu não reclamaria de ficar a noite toda colada ao corpo de Emmett. Se bem que temos a lua de mel inteirinha pra isso, começando esta noite.

Estava tudo mais que perfeito aquela noite.

Meu casamento foi o melhor dia da minha vida.

–Rose? O que está fazendo? – Emmett perguntou, se sentando ao meu lado na cama.

Estava tão distraída com a lembrança que nem percebi quando ele se aproximou.

–Ah, oi Emm. Estava lembrando o dia do nosso casamento, revendo o álbum de fotos. – falei, secando uma lágrima de saudade que escapou.

–Quando você disse sim eu queria pular de tanta felicidade. – ele falou sorrindo, exibindo as covinhas que tanto amo. Tive que sorrir junto e aproveitei pra beijar sua bochecha.

Ele beijou minha cabeça e terminou de folhear o álbum comigo. Terminamos de lembrar aquele da tão especial, o dia que ficará pra sempre em nossa memória e em nossos corações.

O dia do começo de nossa vida juntos, o começo da nossa eternidade.