Pov. Emmett

O sol brilhava invadindo meu quarto e me acordando.

-Rose acorde. – a chamei beijando sua bochecha e pescoço.

-Já estou acordada, amor. – sua voz saiu estranha.

-Anjo, estava chorando?

Ela se sentou na cama e secou uma lágrima no canto do olho. Passei meu braço entorno dela.

-Emm, estava lembrando-me de ontem. De como tudo foi perfeito: a festa da Kebi, os convidados, o presente. Tudo mesmo. Mas aí, como se nada pudesse ser completamente bom na minha vida, aquela maluca resolve tirar nossa paz. Não sei como algum consegue ser feliz assim, atormentando a vida dos outros.

Eu a apertei em meus braços.

Até as menores coisas a perturbava. Essa brincadeirinha de muito mau gosto, supostamente feita por Jane, não sairia de sua cabeça tão fácil.

Digo supostamente porque não temos certeza de que fora ela, mas quem mais poderia ser?

-Rose já disse e vou repetir: estou aqui pra te proteger, proteger nossa família. Esqueça tudo isso, as provocações daquela infeliz. Por favor. Temos um ao outro, temos nossos filhos e é isso o que basta. – acariciei seus cabelos bagunçados e beijei o topo de sua cabeça.

-É verdade. Obrigado por me acalmar, por me transmitir essa segurança, Emm. Eu te amo meu garotão. –Ela falou a ultima frase sorrindo e virou pra me encarar.

-Garotão? – perguntei com uma sobrancelha arqueada. Ela gargalhou.

-Não pense que não te vi ontem naquela cama elástica. Você estava parecendo uma criança, meu amor. – Rose apertou minhas bochechas.

-Eu só estava me divertindo. Você devia ter experimentado. Foi ótimo. –falei todo sorridente, como se fosse a melhor sensação do mundo pular numa cama elástica.

Mas que era bom isso era.

Ok, eu sou um adulto, casado, pai de dois filhos, mas qual é? Aquele brinquedo era fantástico. E eu não pulei sozinho, estava com minha filha. Tá, talvez uma ou duas vezes sozinho, mas isso não vem ao caso.

Sorri com a lembrança.

-Tá bom, minha criança grande. – Rose falou me mostrando a língua e piscando ao tocar meu nariz com o dedo indicador.

Ri do jeito compreensivo e engraçado de minha esposa e comecei a beijá-la. Então ouvimos o choro de Kellan.

-Hmmm, já? – Rose pegou o travesseiro e colocou sobre a cabeça.

-Já. Quer que eu vá? – puxei o travesseiro para encará-la.

-Se você tiver leite pode ir.

Nós gargalhamos.

-Quando vamos dar mamadeira para ele? – perguntei. Kellan já esta com 7 meses e ainda não demos mamadeira pra ele, apenas começamos a dar frutas e alguns alimentos amassados.

-Olha, não quero dar mamadeira à ele tão cedo. Posso amamentá-lo até os 2 anos ou até mais. Se eu tiver leite até lá e ele ainda quiser eu dou. Caso contrário, partimos pra mamadeira, ok?

-Está certo. Vou acordar Kebi e preparar o café.

Ouvimos já os gritinhos de nosso bebê.

- E eu vou cuidar do SEU filho. – Rose disse levantando da cama.

-Meu filho? Só meu?

- Quando está esfomeado desse jeito é SEU filho. Fica idêntico a você, todo resmungão.

Ela saiu em direção ao quarto de Kellan e eu fui acordar minha princesa.

Quando entrei em seu quarto a vi já acorda “conversando” com a gatinha que ganhou.

-Bom dia princesa. –Beijei o alto de sua cabeça. – vem me ajudar a fazer o café?

-Tá papai. A Kimmy pode ir também?

- Acho que cozinha não é lugar pra gata, Kebi.

Com ela ganhou a gatinha ontem, deixamos dormir no quarto com ela, mas só por aquela noite. Depois a gata iria pra cama que estava preparada pra ela.

Kebi fez um biquinho com minha resposta. Ela sabe que não resito a suas carinhas emburradas.

-Está bem. Se sua mãe não a ver e a gata...

-Kimmy, papai, o nome dela é Kimmy. – ela me interrompeu nervosinha.

-Certo. Se a KIMMY ficar no chão sem fazer bagunça, pode sim.

-Eba! – Kebi deu um sorriso que iluminou seu rostinho e meu coração.

A peguei no cole e a enchi de beijos. Fomos para cozinha.

Como hoje era domingo, eu ficaria o dia todo curtindo minha família.

A sentei na cadeira e coloquei Kimmy no chão embaixo da mesa. A gatinha ficou brincando com os pezinhos de Kebi que balançavam.

Preparei o café e mesa com tudo o que precisava.

-Oi papai. – Rose disse, imitando a vozinha de uma criança, ao descer as escadas com Kellan no colo virado de frente e acenando a mãozinha dele pra mim.

-Vem cá, meu garoto. – o peguei no colo e colei minha bochecha na dele.

-Emm você está todo sujo. Olha só o estado da pia. – ela apontou para bagunça que estava na pia, cheia de vasilhas, colheres e ingredientes espalhados. Eu tentei fazer panquecas, só nãosei se saíram muito boas.

Minha camiseta esta com uma mancha enorme de leite, farinha e massa.

-Não se preocupe amor, eu limpo tudo depois. Prometo.  – dei um selinho nela e sentei com Kellan nos meus braços ainda.

-Mamãe to com fome. – Kebi reclamo colocando as mãos na barriga.

-Bom dia pra você também, Kebi.

-Bom dia mamãe. – Kebi falou rindo. Rose foi até ela, beijou sua bochecha e cutucou sua cintura.

Rose cortou as panquecas de Kebi e deu em sua boca. Depois tomou apenas um copo de suco de maracujá. Eu já havia devorado mais da metade das panquecas. Kebi já havia acabado de comer e Kellan estava na cadeirinha de alimentação.

-Rose vai desmaiar se ficar só com isso na barriga.

-Que nada. Não posso abusar, a partir de agora estou de dieta.

-Dieta?

-É. Estou enorme desde que tive Kellan.

Tive que rir com o que Rosalie disse. Enorme? Ela estava perfeita.

-Emm não ria. Só quero ficar mais bonita pra você. Não vou exagerar, eu juro.

Pra mim ela está linda, não mudaria nada em seu corpo. Mas se ela quer se cuidar, quem sou pra impedir?!

Levantei-me pra recolher a louça.

-Agora dona Kebi, vamos escovar os dentes. Já. – Rose disse se levantando. Eu estava atrás dela com a louça suja nas mãos. Eu a vi dar um pulinho e vir pra trás quando a gatinha arranhou seu pé.  Nós dois caímos e ouvimos o barulho dos pratos e copos se estatelando no chão.

Ah que ótimo, uma grande bagunça de cacos e restos de café da manhã. Mas isto não foi o pior. Quando Rosalie apoiou a mão esquerda para se levantar não notou que havia um pedaço de vidro ali e gemeu de dor quando o caco entrou na palma de sua mão.

-Ai!-ela reclamou da dor. O sangue escorrendo a mão, passando pelo braço e respingando no chão.

Eu a ajudei a se levantar.

-Tira Emm! Tira logo! –minha esposa pulava de nervoso vendo o pedaço de vidro cravado em sua mão.

-Calma Rose, e pare de pular.

Segurei a mão quando ela se aquietou e retirei cuidadosamente e rápido o caco. Peguei um pano limpo e enrolei a mão cortada.

-Querida, acho que vai ter que levar uns pontos. Foi profundo o corte. –lhe avisei.

-Ah que ótimo. – ela revirou os olhos. –Mas o que esta gata esta fazendo na minha cozinha? – Rose perguntou nervosa, passando os olhos por Kebi, com a gatinha no colo, e os parando em mim.

-Rosalie, sua filha me pediu e sabe que não sei dizer não a ela. – respondi.

-Kebi Melissa Hale Cullen, explique-se.

-Acontece que a Kimmy não pode ficar sozinha mamãe, por isso eu trouxa ela pra cá ué. Ela também tava com fome. – nossa princesa respondeu na maior naturalidade.

-Eu sei meu amor, mas já disse que não queria ela aqui. Pode deixa-la no quarto, na sala ou no quintal, mas na cozinha não. Esta avisada, certo?- Rose falou já mais tranquila.

- Tá certo. Desculpa. – Kebi abaixou a cabecinha arrependida. Rose foi até ela e beijou seus cabelos e depois sua bochecha.

Enquanto elas conversavam eu arrumei toda bagunça da louça quebrada.

-Tá legal, agora vamos nos trocar para irmos ao hospital Rose. – lhe disse.

- A mamãe tá dodói? – Kebi perguntou preocupada.

-Não meu anjo. Eu só cortei a mão quando caí, não se preocupe.

-Foi culpa minha mamãe. Me desculpa. – nossa pequena já começava chorar.

-Não foi não meu amor. Não chora, tá tudo bem. – Rose acariciava seus cabelos.

-É filha, acidentes acontecem. Só cuide mais da Kimmy pra isso não nãos e repetir. – eu disse.

Liguei para Alice e logo ela estava aqui, com Mackenzie, para cuidar de Kebi. Arrumamos-nos e fomos ao hospital. Eu, Rose e Kellan. O levamos conosco caso Rose precisasse alimentá-lo.

No hospital, ela levou 3 pontos na palma da mão. Depois passamos na farmácia para comprar alguns remédios que foram receitados.

Já em casa, nos despedimos de Alice e pedimos mil desculpas por fazê-la sair de casa em plana manhã de domingo.

Alice e Jasper não eram simples vizinhos, eles eram nossa segunda família.