Pov. Rosalie

Emmett, sem dúvida, era meu porto seguro. Meu maior protetor. Com ele eu conseguia afugentar as lembranças do passado que me atormentavam.

Eu precisava ser forte para defender minha filha de qualquer mal. Mas quando se tratava do meu passado, dos meus dias sendo violentada, eu simplesmente desabava.

Só Emmett me dava forças para esquecer e seguir em frente.

Acordei, desci para preparar o café e dei de cara com Kebi caída no chão tentando levantar-se.

Corri em sua direção apavorada.

-Kebi, filha, o que está fazendo meu amor? – a peguei em meus braços.

-Mamãe, eu só queria fazer o café pra você e pro papai, mas aí eu caí da escada e meu pé está doendo muito. – ela falou começando a chorar.

-Calma florzinha. Vou te levar no médico e vai passar.

Dei um beijo em sua testa e fui com ela para meu quarto.

-Emmett acorde. Temos que levar Kebi ao hospital.

-Mas o que aconteceu? – ele pulou da cama assustado.

-Eu queria fazer o café de vocês, papai, mas eu caí da escada e meu pé ta dodói.

-Oh meu amor, você sabe que não pode descer a escada sozinha. – Emm passou a mão pelos cabelos bagunçados de nossa filha.

-Vou trocar de roupa e já vamos Rose.

- Está bem. Vou troca-lá e depois me arrumo também.

Vesti Kebi, troquei de roupa e fomos ao hospital.

Chegando lá, minha princesa deu entrada na ala pediátrica e ficamos esperando nervosos, torcendo para que nada grave tenha acontecido.

Um tempo depois o médico saiu e veio falar conosco na recepção.

-Foi apenas uma torção. Imobilizamos o pé e ela ficara boa em no mínimo três dias. Ela não pode correr nem colocar o pé no chão para não forçar o nervo.

-Ok doutor. Podemos vê-lá? – Emmett perguntou.

-Claro, é por aqui.

O médico nos seguiu até a sala onde nossa pequena e estava e nos deixou a sós após entregar-nos a receita com o antibiótico que Kebi deveria tomar para que não houvesse nenhuma inflamação.

-Filhota você já pode ir pra casa com a gente. – Emmett disse pegando Kebi no colo.

-Isso mesmo. Mas vai ficar em casa quietinha e não vai durante uns dias para escola. - eu disse a ela.

-Por que mamãe?

-Porque seu pé está machucado e você precisa descansar.

-Mas eu não posso nem blincar com a Kenzie?

-Pode, mas só se for sentada e quietinha.

-Tá bom mamãe. Mas a senhora tá brava comigo?

-Claro que não meu amor. Eu sei que você tentou fazer uma coisa boa para nós, mas nunca mais desça a escada sozinha. É só chamar que o papai ou e mamãe te leva lá para baixo.

-Eu queria poder fazer as coisas sozinha. Eu não queria ser assim, mamãe. – ela falou chorosa colocando a cabeça na curva do pescoço de Emmett e sua voz saiu abafada.

-Não fique triste, florzinha. Papai do céu te fez assim e você é perfeita para nós. – eu disse acariciando suas costas.

-É verdade Kebi. Você é linda. É a melhor filha do mundo. E nós te amamos. – Emmett disse a ela.

Eu pisquei para meu marido maravilhoso e fomos para casa. Eu queria apenas cuidar da minha bonequinha para que ela sarasse logo.

Depois do almoço ficamos em casa cuidando de Kebi. Emmett pediu folga no trabalho para se dedicar a nossa filha nesse momento.

Kebi brincava no colo do pai com uma boneca e eu fazia torradas para o lanche da tarde. De repente senti uma pontada na barriga e levei minha mão diretamente ao ventre temendo por meu filho. Quando percebi estava a ponto de perder meu bebê.

-Emmett! Socorro! – Gritei desesperada me apoiando na bancada da cozinha.

-O que foi Rose?

-Minha barriga está doendo muito.

-Deus! Vou leva-la ao hospital.

Emmett correu me pegou nos braços e colocou Kebi e a mim no carro.

Senhor! Quando nossa vida teria um pouco de calma? Estava cansada de ir a hospitais.

Dei entrada na emergência e vi Kebi chorando nos braços do pai.

-Papai, a mamãe vai ficar bem?

Ela não entendia direito o que estava acontecendo, mas pelos meus gemidos no carro ela sabia que eu não estava bem.

-Vai sim meu amor. Ela e seu irmãozinho vão ficar bem.

Nas horas seguintes eu não sei dizer o que aconteceu, pois me deram sedativos porque estava com muita dor.

Quando acordei vi Emmett ao meu lado e Kebi dormindo na poltrona do quarto onde eu estava.

-Emm, meu bebê como está? – perguntei baixinho ainda sonolenta.

-Está tudo bem querida. O médico disse que foi apenas nervosismo que a deixou assim.

O médico veio me explicar o que havia provocado as dores e disse que minha gravidez era de risco.

Fiquei apavorada. Minha criança nem havia chegado ao mundo e já corria riscos.

-Mãe? A senhora acordou?

-Já bonequinha.

-Papai, quero deitar com a minha mãe.

Emmett pegou Kebi a colou na cama comigo. Acariciei seu cabelo e ela colocou a mãozinha em minha barriga e ficou acariciando meu ventre ainda sem volume.

-Mãe, o neném ta bem?

-Está sim, meu anjo.

-Que bom. Eu fiquei com medo da senhora não voltar mais pra casa com ele.

-Vai demorar um pouquinho para ele nascer filhinha, mas até lá ele vai ficar aqui, bem.

-Tá bom. Então eu e o papai vamos cuidar de vocês.

Era isso que eu esperava fervorosamente. Meu filho poderia nascer prematuro e não se formar completamente. Isso traria problemas para ele. Eu não queria que isso acontecesse. Mas acima de tudo, eu, Emm e Kebi o amariam.

Kebi chorou, chorou, mas não adiantou. Ela tinha que voltar para casa pra descansar seu pezinho. Ela foi para casa de Alice e Emmett voltou para ficar comigo.

-Durma meu amor. Amanha se tudo correr bem poderá voltar para nossa casa.

-Está bem Emmett. Mas estou tão aflita. Tenho medo de nosso filho não resistir.

-Vai dar tudo certo. - Ele beijou minha testa. – Ei, pode ser uma garotinha, sabia?

-Outra? Quero um menino para equilibrar as coisas em casa. Acho que Kebi gostaria que fosse um menino, ela também se refere ao bebê como ele. Outra menina seria concorrência para seu cargo de princesinha da família.

-Menino ou menina, eu estou ansioso para que nasça. O importante é que vocês dois fiquem bem.

Eu via a preocupação no rosto de meu marido. Nosso filho ou filha seria saudável. Torcíamos fervorosamente por isso.

Entreguei-me ao sono e deixei que meu corpo descansasse. Nervosos jamais a partir de agora.

Eu sabia que ficaria bem. Emmett estava comigo.