Insuportável Dor escrita por Dark Lieutnight
Notas iniciais do capítulo
Estou pretendendo viajar e decidi postar todos os caps de uma vez hoje, pois não poder postar.
Ultimamente vejo que minha vida vem melhorando muito apesar dos trágicos acontecimentos que me atormentaram nesse período. Jin morreu; eu surtei e fiquei doida; meu chão desabou; cortei meus cabelos; entrei em depressão por um período. Entretanto, conheci Lire e consegui um emprego ótimo e divertido; meus colegas de trabalho me tratam muito bem; conheci um garoto chamado Kim; meus pesadelos e temores noturnos pararam; minha autoestima deu um “up” e por fim, meu cabelo está crescendo novamente e bem rápido, pois está quase chegando nas costas.
A única coisa que insiste em machucar meu coração é a morte de meu amado Jin, o único fato que não consigo... Na verdade que não aceito, é que só ficarei junto dele novamente após minha morte. Não é fácil dizer adeus à uma pessoa que esteve tantos anos enchendo meu saco, me escutando, encorajando e aconselhando, me amando ao meu lado nas alegrias e tristezas... E fazendo-me feliz.
Chacoalho minha cabeça, não é hora de voltar ao estágio da depressão, você precisa trabalhar! Enquanto arrumo minhas coisas para sair, esbarro em alguns livros e cadernos, percebi de imediato que era meu material escolar. Abri meu caderno na última lição e observei a data, o que significava que a última vez que eu fui para a escola foi duas semanas depois de Jin falecer. Após aquele dia, eu havia desistido de estudar.
Comecei a pensar um pouco sobre o assunto, sempre sonhei em ser uma cantora e dançarina, sempre foi meu grande sonho e mesmo eu acreditando que seja impossível se tornar realidade, sempre sobra uma pitadinha de esperança. Mas o primeiro passo para iniciar qualquer carreira que seguimos na vida, é os estudos, na verdade para todos é necessário concluir o colégio para ter pelo menos um bom emprego que te sustente. Um súbito desejo de voltar para a escola me tomou, porém falta a coragem de encarar a cara de todo mundo, afinal eles devem pensar no que será que aconteceu com a pessoa rosa que senta perto da janela.
Ah! Como é difícil enfrentar esse tipo de situação sozinha!
Bem, decido esquecer isso e voltar a me arrumar. Volto a pensar com calma em outra hora. EU PRECISO TRABALHAR!
...
— SURPRESA! — Kim gritava para mim. Ele vestia o uniforme do café. — Adivinha Amy! A partir de hoje eu vou trabalhar aqui! — Disse com o sorriso mais grande do mundo.
— Kim não era pra eu adivinhar?
— Ah, é mesmo! Haha. — Ele era tão bobo.
Iniciamos nossa rotina normalmente. Kim estava mais animado que nunca e tratava os clientes com uma alegria contagiante. As pessoas o adoravam, nem parecia que era seu primeiro dia. Até o momento ele não teve problemas.
E finalmente, a Imperatriz Rey chegou e logo me olhou com cara de quem estava pensando em perturbar o dia. Andei para atendê-la com o maior ar de desanimação e tédio, não entendo como o pai de Lire não a expulsa daqui, ela ocupa o nosso tempo com brincadeiras e bobagens; faz a comida ser desperdiçada e é arrogante com todo mundo; ela precisa de uma lição! É uma mimada que só se importa com ela mesma.
Kim interrompera meus pensamentos.
— Deixa que eu cuido dela pra você.
— Mas Kim, é seu primeiro dia aqui, além disso ela é uma pessoa complicada demais! Você não está acostumado.
— Nunca terei experiência se não tentar né? Sei que Rey é difícil, mas acho que consigo lidar com ela. Sabe, eu analisei os clientes daqui durante um tempo. Só espero que minhas análises estejam certas. — Sorriu e foi indo à mesa da rosada e seu mordomo, nós todos ficamos atentos esperando o que ele iria fazer.
Kim se aproximou e curvou-se como um cavaleiro. Com um sorriso sedutor fez um gesto pedindo a mão de Rey à qual ela lhe concedeu gentilmente. Kim depositou um leve beijo.
— Boa tarde Milady, eu gostaria de anotar seu pedido.
— Quero um cappuccino e uma torta de morango. — Como era educada!
— Como quiser Milady. — Ele se afastou e foi pegar o pedido. Após um tempo, Kim volta. — Aqui está, espero que esteja a seu gosto Milady.
— Vai estar porque foi você que trouxe querido. — Rey jogou uma piscadela.
Ficamos absolutamente chocados, em apenas um dia ele conseguiu ganhar a atenção da imperatriz.
— Tchãrãm! Eu não disse que ia conseguir? — Kim dava leves risos enquanto Azin fervia de ódio. Digamos que ele tinha um interesse na Rey, tentava agradá-la à todo custo, mas nunca teve sucesso.
E ainda ao final do dia, Rey chamou Kim e deu-lhe seu telefone.
— Aqui está queridinho, talvez você possa atender meus pedidos em um lugar mais privado, okay? — Com certeza seu tom e sua frase haviam malícia. Ela entrou em sua limusine e se foi.
— O QUÊ?! Faz meses que eu tento sequer ganhar um sorriso dela e esse retardado conseguiu em um dia! — Azin exclamava chocado, parecia querer brigar com Kim mas resolveu apenas sair. — Ah eu vou embora! Tô cansado de Kim pra lá e pra cá!
— Espera aí ciumento! — Resolvi acalmar sua frustração. — Não precisa ficar com ciúmes, você sabe que todo mundo te ama! Até mesmo eu! — Disse bagunçando seus cabelos liláceos.
— ...Hey, é verdade? — Notei um leve rubor em suas bochechas, sua voz estava baixa.
— Claro, afinal quem mais faria agente rir! — Brinquei.
— Isso não tem graça, Bicho-rosa! — Azin saía raivosamente.
— Espera aí! — Puxei-o de volta. — Você sabe que é sério! — Confirmei minha frase de antes num tom mais carinhoso, Azin apenas ficou quieto e corado.
— Amy e Azin... Hum. — Arme disse com malícia.
— Hum. — Os outros falaram no mesmo tom. Lire já veio fazendo coraçõezinhos com as mãos e nos chamando de fofos. Começamos a discordar de qualquer coisa que eles falavam. No fim todos estavam alegres e dando risadas, entretanto pelo canto do olho pude ver Kim com uma cara não muito feliz e mais afastado de nós. Pela primeira vez não o vejo sorrir.
...
Fui para casa acompanhada de Kim. Durante quase todo o caminho ele ficou estranho, não falava muito como de costume.
— Kim está tudo bem?
— Hã? Ah sim está sim, por que a pergunta?
— Desde que fechamos o café você anda menos sorridente e falante, na verdade até seu rosto está sério.
— Ah, não é nada não, apenas sou bipolar. — Disse meio nervoso.
— Entendo. — Eu não acreditei naquela resposta.
Passamos um tempo sem falar nada, estávamos num silêncio incômodo, até que Kim me pergunta.
— Err... Amy..?
— Sim?
— V-você g-gosta d-do A-azin? — Ele gaguejava a frase inteira.
— N-não, de onde você tirou essa ideia? — Deve ter sido a brincadeira de mais cedo, ele acreditou que eu gostava do Azin?
— Ah é que... Mais cedo ouvi todos fazendo aquelas brincadeiras com vocês dois, aí pensei que talvez vocês se gostassem mesmo.
— NUNCA! — Kim se assustou do jeito que falei. — Desculpe... Mas eu realmente não gosto do Azin.
— Sério? — Ele parecia entusiasmado.
— Sim. Mas por que me perguntou isso?
— A-ah, err... S-só curiosidade! — Novamente gaguejava e falava nervosamente.
Dei uma risadinha e fomos chegando em casa, me despedi dele e fui entrando para iniciar minha rotina noturna.
— Ah que cansaço! Ainda bem que não tenho que ir para a escola! — Disse me espreguiçando até que me lembrei do assunto que pensei de manhã. — É mesmo, a escola... O que faço? Será que é tarde demais pra voltar?
Fiquei pensando até a hora de dormir, quando tive uma ideia.
— Vou pedir ajuda a Lire! Só tenho que criar coragem pra contar tudo o que aconteceu. — Sem demora disquei seu número e esperei que atendesse.
— Alô? Amy?
— Oi Lire, está ocupada?
— Não, na verdade perdi o sono e estava mexendo na internet.
— Ah, Lire eu queria te pedir um conselho...
— Claro, é sobre o quê?
— Ah, bem... Err... — Eu esperava dar uma explicação curta, mas acabei tendo que contar tudo para ela. A morte dos meus pais; o orfanato; os boatos sobre mim; outros detalhes depois de Jin falecer; até finalmente chegar no ponto chave.
— Ah entendo, então por isso você não foi mais?
— Sim. — Sentia-me envergonhada. — É um motivo idiota né?
— Claro que não Amy, você estava em depressão, não queria sair de casa. E depois do que aconteceu com Jin, as coisas só pioraram.
— Ah bem, mas o que faço agora? Com certeza eu irei repetir de ano, com tantas faltas e notas vermelhas.
— Eu sugiro que você vá.
— Hã? — Bem, na verdade eu já esperava essa resposta, afinal nossos amigos querem o melhor para nós.
— Mesmo que você tenha milhares de faltas e notas baixas, ainda é possível passar de ano, se você se esforçar bastante, claro!
— Vai ser uma missão impossível Lire! — Exclamei. Como ia recuperar um ano em apenas dois meses?!
— Sim, mas o esforço vai compensar! Além disso se me lembro bem, você disse que seus colegas de classe tiravam sarro da sua cara e quando Jin estava vivo, eram um bando de falsos.
— Sim, tá certo.
— Então vá lá e mostre a eles que você não é mais uma menininha dependente do Jin, que cresceu e não tem medo de nada! Desfile de cabeça erguida.
— Hahaha, obrigada mesmo Lire.
— De nada, conte sempre comigo!
— Ah, é mesmo!
— O que foi?
— Como vou estudar e trabalhar ao mesmo tempo?! Não, como vou explicar isso a seu pai?! Se ele souber dessas coisas o que vai pensar de mim, posso até perder o trabalho!
— Calma, calma eu dou um jeito. E quanto ao horário, você simplesmente vai ter que se ajustar! Vai se cansar mais, porém seu futuro depende disso.
— Simplesmente?
— Ah Amy, eu e os outros conseguimos aguentar isso, com certeza você vai!
— Ué, mas vocês não já se formaram?
— Sim, mas trabalhamos juntos há dois anos.
— Ah, mas já imagino... Ter que voltar pra classe...
— Sem desânimo!
— Só de pensar em levantar cedo e ficar lá cinco horas e depois trabalhar... Acho que vou morrer!
— Hahaha, se fosse assim todo mundo morreria, tem gente mais preguiçosa que você, sua molenga!
— Engraçadinha...
— Mas enfim, quando você começa?
— Ah pode ser daqui a uma semana?
— Nada disso! Amanhã eu explico a situação pro meu pai e depois de amanhã a senhora vai!
— Ahhh!
— Eu vou te ligar cedinho todos os dias caso você desligue o despertador.
— Hahaha, bem Lire vou desligar, obrigada pelo conselho, elfinha.
— De nada, bicho-rosa.
— Espero que você saiba o que falar pro seu pai.
— Tenho tudo sobre controle.
— Okay, confio em ti. Boa noite, até amanhã, beijos e abraços.
— Durma com os anjinhos, beijos de goiaba e abraços de baleia!
— Quer sempre inovar né? — Lire soltou uma risadinha. — Parece até o Azin desse jeito.
— Ele que aprendeu comigo!
— Sei, sei... Bem vou indo, Tchau!
— Bye-Bye!
Desliguei o celular e me deitei, com toda a certeza a minha vida estava melhorando, só espero que eu consiga superar o resto.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Obrigada pela leitura.