Insuportável Dor escrita por Dark Lieutnight


Capítulo 8
Anjo? Ilusão?


Notas iniciais do capítulo

Mais um pra caçapa, espero que gostem.



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Amy...

Amy... Acorde.

Abri os olhos lentamente só para me deparar com um lugar tranquilo. Era um campo verde e vasto; cheio de árvores; flores e plantas; havia um rio com uma pequena ponte; a brisa era leve e refrescante; os raios de sol deixavam o ambiente com uma coloração dourada.

Amy...

Uma voz me chamava, a conhecia muito bem. De alguém muito importante que foi tirado recentemente de minha vida... Jin. Ele estava do jeito que sempre foi, cabelos vermelhos e os olhos dourados cintilantes.

— Jin é você?

— Amy, não gosto de te ver sofrendo.

— ... Você me deixou sozinha...

— Eu sei, sinto muito. — Me senti mal, sei que a culpa não era dele. — Não precisa ficar triste Amy, eu sempre estarei contigo.

— Mas não posso te ver... Nem te tocar... Não posso senti-lo...

— Precisa se lembrar do que passamos juntos. Nosso amor ainda não acabou mesmo que eu esteja morto.

— Por favor Jin, me leve com você!

— Não Amy, você ainda tem uma vida inteira pela frente.

— Não me importo.

— Quando for a hora, ficaremos juntos novamente. Adeus.

— Espere! — Sua imagem se distorcia lentamente em minha frente, cada vez mais se afastando de mim.

...

Se passaram alguns dias após esse sonho que eu ainda não consegui decifrar. Eu andava muito pensativa sobre este assunto. Fora uma mensagem? Apenas minha imaginação pregando peças?

E ultimamente eu me sentia tão sozinha...

Jin me disse para me lembrar de nossos momentos juntos, mas essas lembranças só me traziam saudades, de seus beijos e carícias pelo meu corpo; de seu perfume embriagante; o sorriso doce e gentil; a voz melodiosa; as palavras amáveis dirigidas a mim. Entretanto apesar de namorarmos há bastante tempo, ainda não perdemos a virgindade. Eu sempre dizia que ainda não era hora. Ele sempre respeitava minha escolha, mas se soubesse que iria perdê-lo assim tão rápido, poderia dizer sim enquanto ele estava vivo. Não posso dizer que me arrependo da decisão, ou talvez sim...

Ah, o destino bagunça tanto nossa vida! Por quê?

No momento eu estou trabalhando no café, servindo os clientes. Meus amigos notavam que eu estava mais quieta e não dando muitas risadas, até mesmo Rey percebeu isso.

— Queridinha, algo errado? — Perguntou-me em tom preocupado, até me assustei com sua voz.

— Ah não, estou bem.

— Hum, você nem ao menos reclamou ou torceu a cara quando eu “brinquei”. — A tal brincadeira dela é nos fazer de besta.

— Não se preocupe, Senhorita Rey. — Virei os calcanhares, mas sua voz me parou.

— Hey, é algum namorado? — Seu tom era malicioso, ela tinha um sorrisinho nos lábios.

— Q-que? Não! — Protestei.

— Mesmo? Saiba que pode contar comigo nesses assuntos, eu me considero com bastante experiência... Principalmente entre quatro paredes. — Sussurrou essa última parte. Realmente é bem a cara dela saber essas coisas, Rey possui belos dotes corporais e faciais, ela podia ter quase todos os caras que quiser.

O dia se passou normalmente até uma pessoa peculiar adentrar a porta. Um garoto de aproximadamente dezessete anos, cabelos castanhos um pouco opacos e olhos amarelos brilhantes. O visitante sentou em uma mesa.

Fiquei paralisada e chocada, ele era igualzinho ao Jin! Quer dizer, não totalmente, mas as feições de seu rosto e até mesmo o corpo eram bem parecidas, podia-se dizer que eram até gêmeos!

Lire foi atendê-lo, ele disse algo para ela que em seguida veio até mim.

— Amy, ele pediu para ser atendido por você. — Por que ele iria querer isto? Só serviu para deixar-me mais angustiada, quem diabos era esse cara? Não pode ser o Jin, ele está morto! Sei que muitas pessoas vislumbram espíritos de parentes próximos, mas se fosse o caso, Lire e as outras pessoas não o veriam, certo? — Amy, tudo bem? Parece pálida. — Apenas acenei com a cabeça dizendo que estava bem mesmo não estando. Suspirei voltando à realidade e andei em direção àquele estranho.

— Boa tarde mestre. — Fiz uma pequena reverência. — Posso anotar seu pedido? — O garoto me olhou por uns segundos intensamente. Aquele olhar me deixou desconfortável, no fim ele pediu uma torta doce e um suco. Não demorou muito e trouxe o pedido.

— Com licença, mas gostaria de falar um pouco com a senhorita, tudo bem? — Falar comigo?

— Me desculpe, mas eu estou ocupada com trabalho, realmente...

— Ah espere, por favor é apenas um minuto. — Segurando meu pulso, ele insistia. Resolvi aceitar, mas apenas por um pouco. Sentei-me à sua frente.

— Obrigado. Primeiramente gostaria de saber seu nome.

— Amy Aruha.

— Prazer Amy, me chamo Kim.

— Igualmente. — Não preciso ser um gênio para saber que Kim e Jin soam praticamente iguais. Isso está me deixando cada vez mais confusa... E por que ele não mencionou seu sobrenome?

— Você é nova por aqui, certo?

— Trabalho aqui faz uns dois meses.

— Percebi que nunca a vi neste café, está gostando?

— Sim é um trabalho que adoro.

— Que bom... As pessoas daqui são gentis com você?

— Ah sim, eles me tratam muito bem, eu me divirto junto deles. — Disse com pequeno entusiasmo. Realmente ficar no trabalho era mais legal do que em casa.

— Muitos novatos têm problemas para se adaptar ao trabalho e aos colegas, pelo visto você conseguiu se dar bem. — Deu um pequeno sorriso.

— Kim, me desculpe, mas... Por que está me fazendo estas perguntas? — Afinal ele me chamou somente para isso? Ou será que ele quer algo a mais de mim? E o mais importante de tudo, por que raios ele se parece com o Jin?!

— Eu apenas gostaria de conhecê-la melhor, vejo que é uma boa pessoa desde que entrei pela porta. — Esse tipo de resposta me estranhou ainda mais, soava como se ele fosse um pervertido querendo só me “experimentar”.

— Outra pergunta, já nos vimos antes? — Eu poderia dizer, Jin é você? Está de peruca? Como é que está vivo? Mas está fora de cogitação. Poderia ser mais uma obra maluca do destino. Ou talvez minha mente estava imaginando uma ilusão do Jin naquele garoto.

— Bem, eu gostaria de poder dizer sim, mas não posso. — O Quê?! Mas o que ele quer dizer com isso? — Amy, não quero tomar mais o seu tempo, então até breve, nos vemos outro dia.

Com isso, ele se levantou e saiu. Tentei ir atrás, mas ele desapareceu completamente. Depois dessa confusão inteira, chacoalhei a cabeça e dei uns tapinhas no rosto, entrei e observei que Azin estava de braços cruzados, batendo o pé no chão.

— Nada de ficar paquerando com os clientes mocinha! Agora volte ao trabalho! — Praticamente me ordenou.

— Okay okay chefinho, já vou. — Virei os olhos e voltei ao trabalho. Após o término fui para casa.

...

Dia após dia, Kim vinha no café. Conversávamos um pouco e ele ia embora, porém nunca me dizia onde morava; nem me dava seu número de celular; telefone ou e-mail; perguntei se ele tinha conta em alguma rede social, mas ele dizia que não, até o incentivei a criar uma para nos comunicarmos mais tempo, mas Kim dava a desculpa de que não sabia como mexer em computadores.

Comecei a desfrutar de sua companhia, na verdade não somente eu como todos. Kim era extrovertido e engraçado, tinha um humor fantástico além de ser otimista. Rapidamente ele conquistava as pessoas com sua personalidade. Bem, nem todas.

— Yo camarada Azin! — Kim o cumprimentava entusiasmado.

— E aí Kim? Pronto para mais uma luta? — Os dois sabiam lutar e sempre estavam brigando para ver quem era o melhor, na verdade digamos que Azin ficou enciumado pelo fato de Kim chamar mais atenção. Por isso ele acabou pegando uma rivalidade com o castanho, entretanto Kim não via dessa forma e encarava Azin como um verdadeiro amigo.

— Hey Amy, posso te acompanhar até sua casa? — Perguntou-me o castanho.

— Claro. — Todos ficaram nos olhando com um “Hum”. Pois andávamos bem próximos ultimamente.

Chegando a hora de partirmos, Kim me esperou e nos despedimos do pessoal. No caminho fomos conversando.

— É perigoso uma garota andar sozinha à noite. — Disse ele.

— Sim, mas como moro sozinha preciso saber me cuidar.

— Se você quiser eu posso te acompanhar todos os dias, tenho que passar por esse caminho pra ir para casa mesmo.

— Não, tudo bem, além disso não quero te incomodar.

— Ah que isso! Eu não me importo nem um pouco de ficar do seu lado, gosto de você Amy. — Corei com o que ele disse, a palavra gostar pode ter vários significados. Existe o gostar de admirar uma certa pessoa, o gostar de amizade e o gostar de amar. Não sei qual desses gostar ele se referia, só sei que respondi da mesma maneira.

— Também gosto muito de você. — Vi ele abrir um grande sorriso para mim.

Chegando em minha residência, nos despedimos, porém, surpreendentemente ele me deu um beijo nas maçãs do rosto e um forte abraço o qual retribuí.

— Até amanhã Kim. — Eu disse a ele, que respondeu com as mesmas palavras. À medida que fui fechando a porta, tive a impressão de escutar ele falar novamente.

— Até amanhã... Minha Rosa. — No exato momento eu fechei a porta, não sei se havia escutado direito, fora quase um sussurro, mas se for, o que ele queria dizer?

Fiz minha costumeira rotina noturna de tomar banho; jantar; assistir. Na hora de dormir, não conseguia tirar da cabeça o que Kim me dissera.

— Até amanhã... Minha Rosa. — Rosa... Rosa? Essa palavra me lembrava algo, ah sim! O único que me chamava desse jeito era o Jin! Mas...

Não, deve ser apenas uma ilusão da minha mente. Não posso confundir as coisas e ficar louca novamente, Amy, o Jin morreu e você deve se conformar com isso!

Levada pelo sono eu dormi profundamente.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler.



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