Insuportável Dor escrita por Dark Lieutnight


Capítulo 18
Outro Adeus


Notas iniciais do capítulo

O último capítulo da fic finalmente chegou... Muitos podem ficar decepcionados como final porém há mais uma coisinha que virá mais tarde, apenas esperem.
Enjoy!



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Após a cirurgia, Lire se sentia melhor e mais feliz do que nunca. O tempo todo ela contava o quanto estava ansiosa para fazer um monte de coisas e sua mãe lhe explicava que não era bem assim.

— Lire, minha filha... Você sabe que não vai funcionar assim. — Alys dizia cuidadosamente para não machucar a filha com as palavras. No momento tomávamos café da manhã.

— Como assim mãe? — Confusa, a garota pergunta.

— O CDI é apenas um aparelho que detecta as arritmias perigosas e dá um choque no coração para regularizar os batimentos... Mas, isso não quer dizer que suas arritmias vão ser curadas. — Ela dizia calmamente.

— Mas com esse aparelho eu tenho esperanças de que o meu coração fique regulado. Sei que meu caso não tem cura, mas nunca se sabe. — Lire falou esperançosa, ela sempre fora assim, não se abalando por quase nada, é certo que muitas vezes ela tem momentos de fraqueza como todo mundo, porém sempre os superou.

— Ah e mais outra coisa. Você se lembra do que o médico falou né?

— Sim lembro, caso eu leve um choque, devo sentar, descansar e esperar um pouco. Ele também me disse que os choques vão ser doloridos.

— E o mais importante de tudo, por hora você deve ficar em repouso e só fazer atividades físicas com acompanhamento. — Completou Alys.

— Vou ter que esperar mais?

— Sim, é bom que desta vez obedeça. — Alys ordenou.

...

Lire ficou meses repousando deitada na cama e sendo mimada como uma criancinha, enquanto eu, fiquei para ajudar seus pais a fazerem as tarefas normais, como arrumar a casa, ajudar no Maid coffee, entre outras coisas.

Depois do merecido repouso, a primeira coisa que Lire queria era andar de bicicleta, o que não fazia há anos. Receosos, seus pais consentiram, a observamos para garantir que ficaria bem e felizmente nada aconteceu.

Desde aí, ela voltou a assistir filmes de terror, sem medo de se assustar e morrer; abusou das caminhadas; dançou muito, e quando digo muito, é muito mesmo. Até queria ir ao parque de diversões andar de montanha russa, mas dessa vez seus pais disseram para dar um tempo em toda essa enxurrada de emoções que seu coração tomava.

— Essa cirurgia foi a melhor coisa que aconteceu comigo! — Me dizia Lire entusiasmada.

— Desde que você fez, suas arritmias pararam. — Falei pensativa.

— Essa é a melhor parte! Ainda quero ir na montanha russa!

— Deixe seu coração descansar um pouco, você fez bastante coisa desde o fim do repouso. — Sugeri.

— Talvez, agora vamos dormir. — Bocejou. — Boa noite, Amyzinha.

— Boa noite, Lirinha. — Dei um beijinho de boa noite em sua testa e fechei os olhos.

...

Eu não sei... Como isso aconteceu exatamente...

Mas nada disso importa agora, porque nada mais irá trazê-la de volta...

Só o que me lembro é de que acordei no dia seguinte, ela parecia dormir do meu lado...

Tentei acordá-la para tomar café, mas não se mexia, tentei de novo e de novo, mas não havia reação alguma...

Encostei minha cabeça em seu peito, seu coração não batia mais, a respiração igualmente. Entrei em pânico e a levamos ao hospital às pressas... Mas já era tarde.

E agora eu e seus pais nos encontrávamos naquele corredor hospitalar, paralisados e estáticos, o médico à nossa frente acabara de dar a terrível notícia...

Lire estava morta.

...

O velório aconteceu no dia seguinte, numa missa. O padre dizia palavras bonitas enquanto velava o corpo inerte da loira. Várias pessoas haviam comparecido, amigos, parentes, pessoas que eu não conhecia.

Os pais ficaram inconsolados, ambos choravam enquanto olhavam o caixão com uma foto da menina na frente. Eu não chorei, não por frieza, mas sim porque eu me recusava a acreditar em uma coisa dessas... Eu rezei para que fosse um pesadelo e pra que ele terminasse logo.

O enterro foi ainda pior.

Desta vez eu olhava Lire deitada, olhos fechados e uma expressão serena como se dormisse profundamente, vestida com um vestido branco e com flores nas mãos. Olhar para ela desse jeito, sem o seu belo sorriso que melhorava tudo, era perturbador para mim. Uma dor forte se alastrava rapidamente em meu peito e não pude deixar de segurar as lágrimas.

Assim como no enterro de meus pais... Assim como no enterro de Jin... Eu chorei.

Mas desta vez chorei mais do que nunca na minha vida.

Enquanto a terra cobria o corpo de Lire, todos jogavam flores. Alys caiu de joelhos quando o caixão foi totalmente coberto, todos foram aos poucos indo embora e sobraram apenas nós três. Deixei minhas flores no túmulo, despedi-me do casal deixando-os a sós e decidi ir para casa, mas não a residência Eruel e sim a minha casa.

Desabando na cama eu só me perguntava o porquê...

Era uma pessoa tão boa, se importava com todos...

Era gentil, alegre, otimista, por que justo ela?

Por que as pessoas boas sempre morrem?

...

Tentei seguir minha vida normalmente, mas não deixava de pensar na saudade que Lire Eruel me deixou e também à todos que a conheciam. Também não deixei de me preocupar com seus pais, não tinha notícias deles, fazia dias que não aparecia por lá. Larry deixava o café nas mãos de Azin por enquanto.

Após um dia cansativo de faculdade e trabalho, voltei para casa. Só me surpreendi quando cheguei e vi Larry e Alys sentados em frente à minha porta.

— Larry? Alys? O que fazem aqui? — Um tempo de silêncio o homem me olhou nos olhos e disse.

— Amy, por favor volte para casa.

— O quê? — Perguntei confusa.

— Nos ajude... A superar isso. — A mulher disse, vindo até mim e abraçando-me, o homem fez o mesmo, não tive escolha senão retribuir seus gestos. — Venha morar com a gente.

— Tudo bem, eu irei. — Entramos no carro e partimos para a casa deles.

Sei que eles poderiam apenas estar me usando como consolo por terem perdido a filha... Mas não me importei, aceitei a proposta...

Não por pena, mas por gostar e querer ficar junto deles, principalmente nesse momento tão difícil. Lire com certeza não queria nos ver assim, então por ela serei forte; forte para continuar; forte para superar e para ajudar seus pais a se levantarem.

— Eu prometo Lire. — Sussurrei para mim mesma, numa promessa.


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Notas finais do capítulo

Okay, finalmente estou terminando esta fic...
Realmente eu queria me desculpar com as pessoas que estavam acompanhando e não acompanharam mais pois a fic entrou em hiatus várias vezes e por muito tempo, eu havia perdido o interesse, fiquei com preguiça, não conseguia dar um final certo para ela e estava com bloqueio criativo. Mas eu não tinha coragem de abandoná-la, não queria apenas jogar algo no lixo sem nem ao menos tentar dar o meu melhor, então nesses últimos tempos, um pouco antes do natal eu pensei: ''Esse ano já tá acabando e minha fic ainda continua parada... Não, vai ser agora ou nunca!'' E durante dias, tardes, noites e até mesmo na madrugada e horas vagas me dediquei totalmente a escrever os capítulos, foi aí que retomei interesse, inspiração e comecei a gostar do que escrevi, quando terminei finalmente disse ''Ufa!'' Agora sim meu trabalho está feito.
Devo dizer tbm que a história tomou um rumo totalmente diferente das idéias iniciais, iriam ser no máximo uns 5 caps, iria ser focada SÓ em drama e tragédia e os personagens iriam ser somente Amy e Jin.
Mas acabei mudando td para a fic ter coerência e não ficar tão sem graça, pois do jeito que estava nos primeiros caps, a meu ver estava entediante.
Pra finalizar digo que gostei muito de escrevê-la, espero que quem leu até aqui tenha gostado pois me esforcei para criar algo agradável.
Mais tarde de noite ou até de madrugada terei mais uma coisa para postar aqui, aguardem que ainda não é o fim :P



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