Insuportável Dor escrita por Dark Lieutnight


Capítulo 13
Suspeitas sobre Kim


Notas iniciais do capítulo

Algumas coisas parecem se encaixar, o que nossa Amy descobrirá, ou é apenas impressão?
Aproveitem a leitura.



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— Amy?! Tudo bem? — Larry preocupado perguntou-me, todos os outros desceram as escadas curiosos.

— S-sim, s-só levei um susto. — Talvez fosse impressão? Mesmo que eu contasse isso para eles, não iriam acreditar até porque eu teria que explicar bastante coisa para que entendessem também. Comecei a ajudar Alys a limpar os cacos de vidro do chão e fomos dormir.

— Amy? — Kim me chamou. — Aconteceu alguma coisa?

Senti um pequeno nervoso tomar conta de mim, mas não o nervosismo de sempre que me fazia corar, mas um nervosismo de medo. No momento, Kim me lembrava o vulto visto segundos antes.

— N-não, não é nada. Vou dormir, boa noite Kim. — Fui meio fria com ele, mas queria me afastar. Chega de ilusões do Jin ou pessoas parecidas.

...

O sol queimava nossa pele; a areia grudava em nossos pés; as ondas do mar se agitavam com fervor. Sim, nos encontrávamos na praia agora. Enquanto todos se refrescavam na água, preferi descansar debaixo do guarda-sol.

Kim estava ao meu lado no mais completo silêncio. Eu só pensava no que aconteceu. Aquelas coisas estranhas já tinham parado, os pesadelos; as alucinações... Então, por quê? Estava tudo se ajeitando aos poucos, não é possível que iria voltar à estaca zero.

Olhei o castanho pelo canto do olho e pude ver que igualmente estava pensativo, seu olhar distante, nem parecia ele mesmo. Decidi fechar os olhos por um tempo, senti a brisa leve do mar bater em meu rosto.

Infelizmente essa sensação foi cortada quando senti Azin e Elesis me pegarem pelos braços e pernas e me carregarem de encontro ás águas, já sabia o que ia acontecer.

— NÃO! ME LARGUEM! PAREM! — Gritei desesperadamente, mas sem sucesso. Apenas deu tempo de sentir água entrando em meus ouvidos, olhos, nariz e boca. Saí do mar, completamente em estado de fúria. Com raiva, comecei a jogar areia neles.

— Eu falei que não era uma boa ideia. — Arme ressaltou.

— É só uma brincadeira! — Azin fazia graça como sempre.

— Muito engraçado tentar me afogar! Ainda bem que sei nadar! — Minha raiva era iminente, além de tudo estava encharcada. Eu iria entrar na água, mas não agora!

— Deixa disso, vamos jogar vôlei! — Chamou Elesis.

— Isso! É a hora perfeita pra eu derrotar aquele babaca e provar que sou o melhor! — Azin falou animado. — Hey Kim, vem jogar vôlei! — Chamou-o, mas o castanho apenas fez um gesto negativo. — O quê? Ah não, ele vai jogar nem que seja morto! — Azin ia em direção ao garoto, mas Ronan o impediu.

— Deixa ele, Kim não tá com a mínima vontade de jogar, olha. — Observamos Kim, que mantinha uma expressão triste. — Se forçá-lo a jogar provavelmente ele não levará a partida a sério, você não vai querer vencer na moleza né?

— Humpf, claro que não!

Assim, iniciamos a partida. Quatro contra três. Lire não podia jogar e ficou de fora, acabei ficando no time de Azin, que pigarreou. Infelizmente me distraí o bastante e cometi muitos erros, no fim meu time perdeu.

— Eu sabia que o bicho-rosa ia entregar nossa vitória. — Azin se lamentou.

— E daí se ganhamos ou perdemos, não muda nada. — Ronan dizia pouco se importando.

— Claro que muda!

Deixei ambos discutindo e argumentando e fui de encontro à Kim, talvez o chamando para nadar ele melhorava seu humor.

— Quer nadar comigo? — Perguntei parada à sua frente.

— Não, obrigado.

— O que há de errado com você? Desde que chegamos, parece estranho.

— Apenas estou refletindo.

— Você é sempre tão alegre, extrovertido, eu sei que tem alguma coisa errada. Anda, pode me falar, sou sua amiga não?

— É um assunto complicado. Você não vai entender.

— Se não me falar, não vou mesmo.

— Mesmo se eu quisesse, não poderia te explicar...

— Ah, okay, se não tem jeito de me dizer então pode me dizer como eu deixo você alegre de novo? — Sorri, e ele retribuiu o gesto.

— Fique do meu lado. — Respondeu e me sentei com ele.

— Acho que tenho uma ideia melhor... — Kim olhou-me sem entender e comecei a fazer cócegas. O garoto ria descontroladamente até que conseguiu prender meus braços fazendo-me parar.

— Para! Eu fico sem fôlego.

— Agora que voltou ao normal, vamos dar um mergulho? — Sugeri, na verdade comecei a puxá-lo para a água.

— N-NÃO! — Kim alterou um pouco sua voz, para um tom de pânico. — Desculpe, é que eu realmente não curto água.

— Tem medo de se afogar? Podemos ficar no raso então.

— Obrigado Amy, mas realmente não quero. É um problema pessoal sabe?

— Tem certeza? — Perguntei e ele assentiu. — Então tudo bem. — Fui para o mar junto dos outros para desfrutar do mar antes de ir embora. Mas uma coisa era estranha, não vi Kim até esse momento comer ou beber nada, na verdade acho que nunca o vira comendo, será que não tinha fome?

Quando o puxei para o mar, seu estado foi de tanto medo e pânico... O que ele tinha contra água? E desde que chegamos, ele tem uma cara triste e pensativa e se isolou de nós.

...

Já voltamos da praia e retornamos para a casa. A água do mar nos dera uma moleza e quase todos foram dormir, Azin deitado na rede; Larry na sala e o resto em seus respectivos quartos. Apenas eu, Lire e Alys estávamos acordadas. E fomos almoçar.

— Lire? — Quebrei o silêncio formado.

— Diga.

— Sabe sobre ontem? Aquela hora que quebrei o copo?

— O que tem?

— Vi algo estranho. — E contei para ela a história do possível vulto de Jin. E o que andara pensando sobre Kim na praia.

— Que horror! Se fosse eu, daria um treco! — Lire se tremeu, imaginando um vulto em sua frente.

— Foi assim que fiquei. Só que em vez de cair, virei pedra! — Dei uma risada.

— Sim, mas você acha que tudo isso está ligado? Kim e Jin, seus pesadelos e as coisas ruins que aconteceram?

— Talvez, não acha coincidência?

— É, faz sentido, mas não é meio impossível, digo, alguém voltar dos mortos e ficar aqui na terra como alguém vivo?

— Não sei. Essa ideia me perturba.

— Bem... — Lire ia dizer algo, mas foi interrompida pela voz de sua mãe.

— Francamente Lire, seu pai me pede para fazer a comida e resolve dormir! — Reclamou indignada. Olhamos para ela, com uma cara de que fomos pegas de surpresa. — O que foi? Interrompi a conversa? — Alys tinha um sorriso maroto.

— N-não, nada. — A loira negou.

— Humpf, era sobre os namorados? — Alys perguntou brincalhona.

— Sim, sabe que arrumei um namorado mãe? Ele é um gato! Tem vinte e seis anos, é médico, mora num apartamento...

— O QUÊ?! — A mãe quase gritou exaltada. — Que namorado?! M-me diga tudo agora mocinha! — Me assustei com o tom sério que usou.

— C-calma, c-calma é brincadeira mãe, é mentirinha! — Até Lire ficou com medo da reação.

— É brincadeira mesmo? Porque se não for, eu descubro!

— Sim, é brincadeira. — A loira levantou dando um abraço para acalmar a mãe. — Eu te contaria se tivesse.

— Humpf! — Alys bufou. — Somente não quero que você se envolva com pessoas erradas.

— Eu sei me cuidar.

— Claro que sabe. — Sua mãe foi irônica e saiu para acordar o pessoal.

— Sua mãe é rígida nesses assuntos? — Perguntei.

— Sim, na maioria das famílias o pai é mais rígido com as filhas namorarem e as mães mais liberais. Já na minha é totalmente o oposto, minha mãe é dura comigo e meu pai é tão liberal que até me surpreendo.

— Hahahaha, queria eu ter uma família engraçada assim! — Acabei desabafando nessa frase sem querer. Notei Lire me olhar meio surpresa pela frase, talvez pensava no que contei a ela de meus pais.

— Amy... — Disse com um tom de pena.

— Mas, eu já tenho vocês que substituem uma família inteira então não tenho do que reclamar. — Falei, não queria que tivessem pena de mim. Lire veio e me abraçou.

...

No dia seguinte, fizemos quase as mesmas coisa e domingo, fomos à praia de manhã. O resto do dia, aproveitamos para dar uma volta no centro da cidade; tomar sorvete; voltamos para casa e começamos a jogar dominó, até os pais de Lire entraram no jogo. Não havia muita coisa a fazer, tentávamos aproveitar ao máximo até o fim de tarde, que seria a hora de voltar.

— Escolha uma carta. — Azin dizia à Holy. A verdinha pegou uma carta do baralho. — Agora memorize ela e não me mostre. Agora coloque-a aqui. Holy colocou a carta em cima do baralho. — Agora, Abracadabri, resenté, alamê. — Ele começou a inventar um monte de palavras e de repente jogou o baralho para cima, todas as cartas voaram pela sala. Azin ficou com um braço estendido e uma carta específica na mão. — Essa é sua carta Holy? — Perguntou e a verdinha assentiu.

Batemos palmas para ele, que fez uma reverência.

— Um minuto. — Ronan se levantou indo até ele.

— O que foi? — Azin se afastou quando o azulado tentou pegar sua mão. Após um tempo numa briga de mãos, Ronan conseguiu pegar seu braço.

— Ahá sabia! — Ele tirou a carta de Azin e em sua mão havia um pedaço de fita adesiva.

— Que saco Ronan, você tinha que estragar! — Caímos na risada. E Ronan nos explicou como ele fez o truque. Quando Holy colocou a carta no baralho, Azin colocou a mão com a fita adesiva em cima da carta e disfarçou, jogou tudo para cima. Enquanto nos distraímos com as cartas voando, ele simplesmente levantou a mão com a carta grudada.

— Que mágico fajuto! — Elesis zombou.

— Se não fosse o senhor certinho, eu teria enganado vocês!

— Puf! — Debochei dele.

— Certo pessoal, arrumem suas coisas que já vamos embora. — Larry disse. Soltamos um “Ah” de decepção. Estava ficando divertido, mas obedecemos ao comando e começamos a nos arrumar. Com tudo pronto, entramos no carro novamente. Pegamos trânsito, mas nada que umas músicas resolvessem! Com muita alegria cantamos até o caminho de volta.

— Hey gente e as festas de fim de ano? — Lire abaixou a música.

— Eu vou passar o natal em casa, minha mãe quer me encher de comida! — Azin dizia com água na boca.

— E os dois? — Lire se direcionou a mim e Kim.

— Bem, acho que vou passar em casa sozinha, talvez eu pense em dar uma voltinha no centro pra dar mais uma olhada na decoração. — Respondi.

— Eu também vou passar sozinho. — Disse Kim de um modo meio sorridente, havia voltado ao normal.

— Por que não passam o natal em casa? Tudo bem por você, pai? — Lire pergunta.

— Claro, sem problemas.

— Espera, Lire eu não quero incomodar!

— Concordo com Amy. — Kim afirmou.

— Eu já disse que nenhum de vocês incomoda em nada, só o Azin. — Ela apertou nossas bochechas.

— Poxa vida Lire, é assim que você me trata? — Fingiu uma cara de tristeza.

— Quando você faz aquelas brincadeiras e piadas idiotas incomoda sim, mas é só isso tá? Seu garotinho bravinho. — Apertou as bochechas dele também.

— Ai, isso dói. Olha, vou ver se depois da ceia eu passo na sua casa tá bem?

— Ok e vocês dois?

— Se tiver tudo certo eu irei. — Disse eu.

— Acho que não faz mal, melhor que passar sozinho, vou também. — Kim confirmava a presença.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler,
Beijos e abraços- See Ya!



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