*Sakura*

Olhei para o teto do meu quarto. Já fazia duas semanas que eu havia recebido uma intimação para o tribunal que ocorreria amanhã para decidir como ficaria a guarda de minha pequena Yumi. Suspirei inconformada com o rumo que as coisas seguiam. Só por causa de uma palavra da pequena direcionada a Sasuke, o ruivo decidira que queria tomar minha filha de mim. Se eu perdesse Yumi eu não saberia mais o que fazer, ainda mais que depois de tudo o que houve, depois de Sasori dizer que era melhor eu abortar, eu matar minha filha antes mesmo dela nascer, ele ainda queria ficar com ela? Isso eu nunca permitiria.

Meus pais concordavam comigo nesse caso. Eles não queriam ficar sem ver a neta crescendo perto deles, ainda mais não se conformavam em vê-la somente nos finais de semana. Eles haviam contratado um advogado para o caso, o pai de Suigetsu, um amigo de Sasuke.

Quinze minutos depois eu já estava dentro do tribunal com minha mãe ao meu lado e o advogado do outro. Yumi descansava nas pernas de minha mãe enquanto Sasuke estava mais atrás com meu pai e meus amigos que estavam na cidade (Ino, Gaara, Hinata, Tenten e Neji). Sasori estava do outro lado com a avó dele e um advogado de cabelos negros e pele muito clara.

– A sessão está iniciada. – murmurou o juiz. Ele era um velho de aparência séria e ao mesmo tempo bondosa. – O caso a ser tratado é a guarda da menina Yumi Haruno, filha de Sakura Haruno e Sasori no Akasuna. O advogado do lado do senhor Akasuna pode começar a dirigir a suas palavras para o júri.

– Senhoras e senhores do júri. – disse o moreno pálido com a voz grossa e decidida – Senhor Juiz e todos aqui presentes nesse tribunal. Meu cliente busca obter a guarda definitiva de sua filha com Sakura Haruno, Yumi. Ele é o pai e naturalmente tem o direito de criar e morar definitivamente com a pequena criança já que ele mantém um emprego fixo e está terminando de cursar o ensino médio. Creio que quem poderá oferecer melhores condições de saúde, educação e moradia para a menina será o meu cliente.

E sentou-se. O juiz que me disseram chamar-se Hiruzen Sarutobi tossiu chamando a atenção de todos na sala que começaram um burburinho mais atrás de onde estávamos.

– Silêncio no recinto. – murmurou o velho senhor. – Agora, o advogado da parte de Sakura Haruno pode ter sua palavra para o júri.

– Senhores e senhoras do Júri, senhor Juiz e demais companheiros no recinto. – murmurou o pai de Suigetsu e meu advogado. – Como meu amigo, advogado do senhor Akasuna confirmou, Sakura é a mãe da criança, e como tal tem os mesmos direitos sobre a menina que o pai. Entretanto, o que ele se esquecera de comentar fora os atos antecedidos ao nascimento da menina Yumi. – disse e eu meio abaixei a cabeça envergonhada com os olhares que se seguiram. – O que o nosso amigo advogado deixou em oculto fora que o senhor Sasori no Akasuna afirmara no momento em que minha cliente dissera estar grávida de Yumi fora que ela deveria abortar. Senhores e senhoras do júri, acham mesmo que um homem, rapaz ou adolescente que manda tirar a vida de uma criança inocente merece obter a guarda dela?

E sentou-se novamente ao meu lado. O murmúrio dos presentes na sala tornou-se alto novamente e juiz Sarutobi pediu novamente silêncio.

– O Júri irá se reunir e após cinco minutos o veredito será anunciado a todos os presentes, onde depois teremos a leitura da ata desta assembleia. – murmurou o Juiz levantando-se juntamente ao júri e caminhando para uma sala do outro lado do prédio. Cerca de cinco minutos depois, todos estão em seus devidos lugares e o Juiz pronto para definir a sentença – Os acontecimentos desta sessão que tinha por finalidade decidir a guarda da menina Yumi Haruno de oito meses de idade, filha de Sakura Haruno e Sasori no Akasuna, concederam uma decisão unanime entre o corpo de jurados desconhecidos dos presentes. Após a declaração esclarecedora dos advogados de ambos os lados do processo, a decisão final do júri fora de manter a guarda definitiva de Yumi Haruno com a mãe, Sakura Haruno. – ele disse e eu suspirei aliviada com tudo isso. Havia dado tudo certo. Eu não ficaria sem minha pequena. Abaixei minha cabeça para dar um beijinho na testa da menina que estava no colo de minha mãe. Ouvi um grito vindo de trás, com certeza de Ino, e o juiz novamente falar. – Silêncio. Continuando. Entretanto, o senhor Sasori no Akasuna, pai de Yumi Haruno, permanecerá com a menina durante os finais de semanas e ainda deverá prestar assistência monetária e presencial caso necessário. Além de contribuir com uma pensão no valor de um terço do seu salário. Estão todos dispensados.

Levantei juntamente com minha mãe agradecendo pela ajuda do pai de Suigetsu e pegando Yumi no colo abraçando-a e beijando-a centenas de vezes fazendo a pequena rir com isso. Sasuke aproximou-se de mim e envolveu minha cintura com suas mãos e depositou um breve selinho no meu rosto. Yumi apontou as mãos para Sasuke como se quisesse segura-lo e eu acabei rindo com esse ato. Com o canto do olho pude ver Sasori olhar para nós com uma cara de poucos amigos. Entreguei Yumi para meus pais e caminhei até lá depois de confirmar para Sasuke que ficaria tudo bem. Ele não seria doido nem de levantar o tom de voz para mim dentro de um tribunal.

– Sasori. – murmurei chamando sua atenção. – Olhe pelo lado bom, pelo menos poderá ver sua filha.

– Você queria mesmo isso, Sakura? – perguntou-me e eu olhei-lhe confusa. – Confirmar a todos o que eu disse quando você me contou que estava grávida? Que eu havia mandado você abortar?

– Não foi ideia minha. – respondi simplesmente cruzando os braços sobre o peito. – Foi ideia de Sasuke e de minha mãe.

– Então foi culpa daquele idiota do Uchiha. – murmurou o ruivo olhando nos meus olhos. – E a pensão?

– Foi decisão do júri. – murmurei irritada com aquelas perguntas. – Não tive nada a ver com isso, Sasori.

– Entendo. – murmurou. – Então começaremos a cumprir a decisão do juiz na semana que vem.

– Está bem. – sussurrei me afastando do ruivo.

O restante do dia foi uma festa inteira. Ino e Gaara ainda mantinham-se distantes como no tempo em que eles haviam terminado o namoro. Tenten e Neji mantinham-se cada vez mais unidos. Hinata estava conversando com Kiba, um garoto que ela disse que era amigo dela desde a infância, o que eu acho que o Naruto não gostaria muito, mas já que ele não está aqui... E bem, Sasuke e eu estávamos mais felizes que nunca. Apesar de eu ainda manter uma raiva interna sobre o Shikamaru com aquele término medíocre dele com a Temari. Já esta, apenas estava sentada ao lado de Yumi brincando com a minha pequena enquanto eu conversava com Sasuke mais distante de todos.

– Feliz? – perguntou-me o moreno. Eu acenei positivamente com um sorriso no rosto. – Que bom.

– E você? – perguntei rapidamente atraindo sua atenção. Estávamos no fundo da minha casa onde havia um pequeno balanço em que eu brincava com Ino. – Está feliz?

– Claro que estou feliz por você. – murmurou Sasuke – Acho muito bom que você ficou com a Yumi.

– Sasuke... – sussurrei olhando para baixo. – Arigato.

Senti uma mão levantado meu queixo e logo meu olhar esbarrou em um par de ônix brilhantes como a noite sem estrelas. Suspirei sentindo seu olhar sereno e terno sobre mim.

– Não precisa agradecer por nada. – murmurou abaixando-se na minha altura. – Você é tudo para mim. Yumi é tudo para você, e consequentemente para mim também. Apaixonei-me por aquela criança no mesmo instante em que a vi assim como por você.

Sorri aproximando-me dele e beijando-lhe os lábios. Senti a mão de Sasuke circundar minha cintura enquanto a minha subia para seus ombros.