- O qu... – Ia começar a falar, quando fui interrompida.

- Que saco, Pedro, como você é idiota. Sai daqui, ou você quer que eu conte certas coisas que eu sei para todo mundo? 

- Tudo bem, eu saio, mas se você fazer qualquer besteira, já sabe. – Ele soltou o braço dela e se virou, saindo dali.

- Sério que isso é seu irmão? – Perguntei indignada.

- Infelizmente, e pior, só porque fiquei mal em uma festa meus pais agora colocaram uma regra de "você só sai se o Pedro for junto" porque ah, o Pedro é o responsável, o filho certinho o... Idiota, estúpido, babaca que não me deixa em paz. – Ela deu um suspiro, depois riu. – Eu precisava desabafar sobre isso com alguém, agora me sinto bem mais leve, obrigada. – Ela se aproximou e me abraçou.

- De nada, eu acho... – Ri, eu não tinha feito nada e ela estava me agradecendo. – Ele é sempre grosso assim?

- Nem sempre... – Ela sorriu. – As vezes ele dorme, sabe. 

- Entendi.

Nós duas rimos juntas, e passamos o resto da festa conversando, bebendo e dançando. Ela me contou que sua melhor amiga começou a usar drogas, e a beber demais, e estava quase levando ela para esse caminho, por isso Pedro agora era como seu guarda costas e, que estava se sentindo muito sozinha sem suas antigas amizades, que, por pior que fossem na vista de algumas pessoas, eram as únicas verdadeiras que ela tinha. O resto eram "tudo um bando de interesseiro", como disse ela. Eu contei que era do interior e que também estava sozinha, pois tinha acabado de me mudar para vir morar com meu pai e tal... Ela sugeriu de irmos a praia amanhã e ela me apresentaria a algumas pessoas, concordei, trocamos números e tudo mais, e quando finalmente o assunto entre nós acabou, eu estava exausta.

- Laura, eu vou para casa, foi muito legal te conhecer.

- Ah, eu também já estou indo, eu acho... – Disse olhando para um ponto do baile, segui seus olhos e Pedro estava vindo em nossa direção. Ela bufou. – Quer uma carona?

- Não, dispenso. Obrigada, eu moro perto. – Disse sorrindo, dei um beijo no rosto dela para sair dali o mais rápido possível, antes de ouvir outra vez a voz daquele menino e começar uma briga. – Tchau.

- Tchau, até amanhã.

- Até!

Sai andando no clube em direção oposta a que Pedro estava vindo, dando a volta no salão todo até chegar a portaria, e finalmente ir embora dali.