Eu tinha acabado de me mudar para o Rio de Janeiro para morar alguns tempos com meu pai, e, bom... Eu ainda não conhecia ninguém aqui. Morei a vida toda com a minha mãe, numa cidadezinha simples do interior de São Paulo, da qual eu já sentia falta. Não exatamente da cidade, mas de minha mãe, meus amigos e meu irmão caçula, Lucas.

Mas hoje, eu pretendia ir a uma festa que ouvi muito falar desde que cheguei aqui, "Black and White Night." Iria ser num clube perto da casa de meu pai então, caso eu realmente não me enturmasse com ninguém lá, o que é de se esperar, era só vir embora. Eram nove horas da noite, e a festa começaria por volta das onze, então decidi começar a me arrumar.

Entro debaixo do chuveiro com a água morna caindo sobre meus ombros como uma massagem relaxante, e me permito ficar assim por alguns minutos, até começar a lavar meu cabelo com um shampoo delicioso com aroma de baunilha. Depois de mais ou menos uma hora, saio do banho, passo um creme da Victoria Secret's, também de baunilha e começo a procurar uma roupa para ir, depois de um tempo vasculhando o guarda-roupa finalmente encontro um vestido lindo do qual até havia me esquecido, branco e preto de renda, justo até a cintura e soltinho embaixo. Decido por ir com um sapato de salto branco da Carmen Steffens que tinha spikes atrás. Depois disso passo perfume, coloco meus acessórios, arrumo o cabelo deixando-o liso na raiz e com leves ondas nas pondas, passo maquiagem e Voilà! Estava pronta. Olho no relógio e me surpreendo ao perceber quanto tempo fiquei me arrumando: Já era onze e meia!

Desço as escadas e passo pela sala, onde meu pai estava sentado no sofá vendo um jogo de futebol.

– Pai, tô saindo, ok? – Eu já havia avisado a ele da festa hoje cedo, e ele apoiou, dizendo que eu precisava mesmo de uma festa para me enturmar com as pessoas daqui.

– Tudo bem filha, boa sorte.

Pego as chaves e vou caminhando até o salão, era muito perto de casa mesmo! Assim que chego a portaria, entrego meu ingresso, e como eles não pediram meu RG, nem mostro, já que só tenho dezessete anos e provavelmente essa festa é daquelas para maior de dezoito. Um homem poe uma pulseirinha verde em meu braço, indicando que sou de maior, e que podem vender bebida para mim.

Fico impressionada ao entrar no clube, que era enorme! E também estava lotado de gente! Estava tocando a música We'll Be Coming Back do Calvin Harris, que eu amava. Logo fui me animando e decidi que precisava de uma bebida, fui até o bar que tinha lá e pedi uma tequila, depois outra, e outra...

– Oláaa! – Disse uma menina praticamente cantarolando e dançando na minha frente. – Tudo bem? Eu sou a Laura, e você quem é?

– Oi, meu nome é Beatriz, pode me chamar de Bia.

– Biaaaaa, prazer! Vem dançar. – Disse a menina me puxando para o meio da pista, ela parecia estar bem mais bêbada do que eu, mas mesmo assim, também dancei, quase tão animada quanto ela. Logo, além de dançar, estávamos também cantando.

– Standing in the light, till it's oooooover... Out of our minds, someone had to draw a lineeee!

– Laura! – Ouvi uma voz masculina, muito bonita por sinal dizer. Olhei para Laura e ele estava puxando o braço dela, fuzilando-a com os olhos. – Você tá bêbada, de novo? Eu prometi pro meu pai que ia cuidar de você.

– Me deixa, Pedro.

– Você não cria juízo mesmo, não é? – Ele disse de um jeito calmo, mas autoritário.

– Deixa ela, ela só tá se divertindo. – Eu disse, não sei porque. Não tinha nada a ver com aquilo, então o menino olhou para mim e pude ver seu rosto pela primeira vez, ual! Ele tinha cabelo preto e liso que estava ligeiramente bagunçado, olhos castanhos de tirar o fôlego e... E... Só posso resumir dizendo que ele é totalmente perfeito.

– Quem você pensa que é? Se toca ô patricinha! E deixa que da minha irmã cuido eu. – Ele respondeu, me olhando de cima a baixo, e toda a beleza que eu vi nele a segundos atrás foi embora.