A Rosa Que Sangra escrita por Wondernautas


Capítulo 33
Epílogo - Caminho florido


Notas iniciais do capítulo

Então aqui acaba a história. Espero que seja esse um desfecho digno para o enredo, que quem leu goste. Obrigado a todos e um feliz natal (é clichê, mas é de coração XD)



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Viajei... Literalmente, viajei... E sumi daquela cidade. Para sempre? Não, nem pensar! Não consigo ficar muito tempo longe daquele pessoal! Nem mesmo do Alone, que vive me metendo medo com seus quadros tragicamente graciosos. Fazer o que, né? Todo artista tem um pingo de loucura...

Porém, estou feliz. Depois de tudo aquilo, consegui finalmente me encontrar. Esta viajem a trabalho me afastou dos meus amigos, mas meus pensamentos continuam com eles. O mesmo posso dizer para com Albáfica.

Seis meses se passaram desde a morte do meu precioso amigo escritor. No momento da sua partida, a dor foi incomensurável. Manigold, que sofreu tanto quanto eu, se apoiou em mim naquele momento difícil: o mesmo posso dizer de mim mesma. Nos aproximamos de uma forma que pensei ser impossível – claro, nada que tenha ultrapassado as barreiras da amizade. Porém, com o passar dos dias, tomamos força para seguir em frente com nossas vidas. Albáfica nunca iria querer nos ver daquela forma, derrotados e acabados.

Manigold decidiu então lançar o livro que Alba havia terminado. Batizado com o nome “A última pétala de rosa”, a obra tornou-se best-seller em menos de um mês. Foi um sucesso de vendas e motivo de orgulho para todos nós. Não era de se esperar menos que isso, obviamente!

Minos e Jessie, em contrapartida, sumiram do mapa. Depois que a polícia descobriu toda a verdade, os dois desapareceram: e não houve país no mundo que não tenha tomado ciência do grande escândalo que tal história se tornou. Alguns disseram, inclusive, que a ex-companheira de Asuka embarcou em uma viagem de navio e que o mesmo naufragou. Porém, mesmo com o fato concreto de que certo navio sofreu um naufrágio, – com apenas três mortes de pessoas não identificadas – os boatos sobre a morte de Jessie não foram comprovados.

Por outro lado, Asuka se entregou à polícia e assumiu a responsabilidade de todos os atos que cometeu. Mesmo parecendo estar, de fato, arrependida, a ruiva decidiu cumprir a extensa pena a qual foi sentenciada sem recorrer a nenhum auxílio de redução de pena. Pelo que parece, sua intenção é pagar por tudo o que fez para que, quando liberta, possa estar apta a uma nova vida: sem crimes e sem culpa.

Sasha, Tenma e Seiya... Esses já estão felizes até demais – o que não é nada mal, é claro! Meus dois amigos, recentemente, visitaram um orfanato e se apaixonaram por uma garotinha chamada Seika. Não foram capazes de deixá-la ali e a adotaram. E, pelo andar da carruagem, a menina de cinco anos aceitou muito bem a sua nova família – inclusive o “titio pintor”, que é pura doçura e gentileza, como todos que o conhecem sabem.

Quanto aos meninos – Kardia, Dégel, Asmita, Shion e Dohko... Esses aí estão como sempre estiveram... Nos seus “rola e enrola” de costume, o quinteto promete aproveitar e muito a juventude enquanto ainda há tempo. E vamos combinar que ninguém pode julgá-los. Cada um que procure a sua própria felicidade. Desde que o mal não seja uma escolha, ser feliz é uma obrigação!

E por fim, mas não menos importante, eu... Recebi, nos dois últimos meses, inúmeras propostas, quase que irrecusáveis. Minha carreira como modelo foi alavancada de uma hora para outra, tanto que aqui estou neste hotel, não por opção, mas por indução, devido o trabalho. E não estou reclamando de nada não, viu? Até pareceu ser um presente do meu querido Albáfica!

Em resumo: após tantas lutas e dificuldades, nossas vidas entraram nos eixos. E é gratificante pensar assim. Toda pessoa merece ser feliz e é acreditando nisso que buscamos, cada um, nossa própria felicidade...

– Yuzuriha! – ecoa a conhecida voz, me despertando para a realidade.

– Yato!! – constato, surpresa, ao abrir meus olhos e me deparar com o próprio.

– Há quanto tempo, não é? – pergunta ele, assentando-se ao meu lado.

Estamos em uma das duas piscinas do hotel, assentados sobre a beira da mesma, repousando nossos pés na água. Já estou hospedada aqui há três dias, esperando a chegada da sexta-feira, quando participarei de um importante desfile. E hoje é quarta, só para deixar claro. Mesmo assim, ainda não havia me deparado com Yato por aqui. E nem esperaria isso!

– Sim, muito tempo! O que faz por aqui? – questiono.

– Aproveitando as férias. Cheguei hoje de manhã. – responde ele, com um belo sorriso. – E você: a trabalho?

– Sim. Você sabe como essa vida de modelo pode ser bem cheia, não sabe?

– Ah, mas claro que sei! Te acompanhei tempo o suficiente para saber disso! – corresponde, entre leves risadas.

Repentinamente, quando dou por mim, já estou completamente hipnotizada pelo olhar de Yato: Deus do céu, não é possível que eu esteja tendo uma recaída logo agora? Ou será que...

– Quer dar um mergulho? – ele me pergunta, desviando o seu rosto para a piscina.

Talvez seja isso mesmo: a vida deu um jeito de nos moldar e reparar nossas falhas, mas para isso tivemos que nos separar. Aquele relacionamento estava desgastante e infeliz demais para seguir adiante. Porém, pelo que parece, não fui só eu que mudei. De algum modo, Yato agora inspira um ar mais maduro, responsável, cativante...

– Quer ou não? – insiste, de modo gentil, voltando a olhar diretamente para mim.

– Por enquanto não, obrigada. Prefiro ficar aqui aproveitando o Sol. – respondo, com um sorriso sincero.

– Tudo bem então, Yuzu... – diz ele, ao se levantar, sem perder o sorriso, e saltar para dentro da piscina, fazendo a água respingar sobre meu rosto: o que, claro, não tem problema algum.

E, por alguns instantes, presto atenção a ele, que se nada na piscina demasiadamente cheia, mas grande o suficiente para agregar várias pessoas sem nenhuma modéstia. Não consigo conter o meu sorriso alegre.

– O mundo dá voltas... – falo para mim mesma, em baixo tom.

Ah, sim! E dá muitas voltas... E, no presente, creio que o desejo do meu eterno melhor amigo era a de dar um desfecho digno para essa história. A história de não apenas uma rosa, mas de todo um gracioso jardim. Um jardim colorido, no qual várias são as flores possíveis de se encontrar. São tais rosas aqueles que, um dia, cruzaram a vida de Albáfica. Vermelhas, negras, brancas, douradas, azuis... Das mais diversas cores, com os mais variados perfumes: esse é o jardim de Albáfica.

Hoje em dia, apenas sei que sou realmente feliz devido o que aprendi com ele, do que agora tenho absoluta certeza: o amor vai além do sentimento entre dois seres que se atraem. O amor é um estado de espírito, é a força que aproxima os seres humanos de Deus e o que nos permite superar qualquer obstáculo em nosso caminho. Afinal, o sangue derramado por nossa maravilhosa rosa não foi provocado para simbolizar, meramente, a morte. Pelo contrário, foi para provar que o verdadeiro sentido da vida é o amor...

E enfim... Vamos lá, com as nossas forças, com nossos ideais e com a nossa fé, seguir nossos caminhos! Nós, humanos, vamos em busca deste inestimável tesouro chamado... Felicidade!!

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Ao descobrir o amor, o ser humano pode ultrapassar todas as barreiras e destruir todos os obstáculos. É capaz de superar suas maiores fraquezas, vencer seus mais obscuros medos e atingir o potencial que, sem amor, seria impossível adquirir...


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