Find Me and Stay [Hiato] escrita por soulsbee


Capítulo 4
Surpresas e aproximações


Notas iniciais do capítulo

'Sempre nos surpreendemos com atitudes inesperadas e reações inevitáveis... Existem males que vem para o bem, apenas depende do ponto de vista de cada um ao encontrar o bem e o mal... "



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A fração de segundo durou muito mais do que imaginei e o beijo foi longo demais, meio intenso, ao menos, da parte dela, porém, o interrompi ao sentir a garota abrir o zíper da minha jaqueta e dedilhar por cima do meu peito nu. Empurrei-a para longe me surpreendendo com quem me deparei limpando o batom borrado, ostentando um sorriso largo e satisfeito.

Sophie!? –Estava terrivelmente boquiaberto, porque raios a amiga da Claire faria isso com ela?!

– Oi, lindo – Sorriu torto se aproximando novamente de mim.

Afastei-me dela ganhando uma visão mais ampla do ambiente à minha volta e notando haver mais alguns curiosos ali. Eles já estavam no meu pé depois de Megan ter dado em cima de mim no estacionamento, piorou quando me viram apartar a briga dela e de Claire que, para piorar, olhava aquela cena há alguns metros dali.

Ela se afastou lentamente de onde estava, seus olhos estavam ficando vermelhos e ela, aparentemente, estava tremendo. Ela estava visivelmente abalada.

Corri o mais rápido que pude até ela, entretanto, ela fugiu de mim. Olhei a minha volta e não a achei, encontrei apenas Bryan com seus amigos em um grupo. Aproximei-me deles cautelosamente para não chamar a atenção e não arrumar confusão, mas foi inútil. Bryan me viu e partiu para cima de mim com suas ameaças, pois já havia descoberto sobre a investida de Megan.

Passei por ele ignorando aquelas provocações e encontrei Claire indo para os fundos da escola, o mesmo lugar que eu a levara após a briga. Andei até lá sem fazer barulho algum, eu estava pensando o que a deixara daquele estado, tirando a traição de sua melhor amiga.

Ela estava sentada embaixo da sombra fresca de uma arvore abraçando seus joelhos e com a cabeça entre eles. Aproximei-me lentamente e, sutilmente, perguntei:

– O que foi...?

– Vá embora – Rosnou por entre os dentes.

– Calma.– Sentei-me a poucos centímetros dela e comecei a olhá-la fixamente nos olhos.

– Vai lá ficar com a Sophie! – Ela apontou para a escola.

– Não. – Respondi seco. – O que aconteceu? – suavizei o meu tom de voz.

– Já falei. Vai logo atrás da Sophie, ela te ama, namore com ela, case-se e tenham filhos! – Ela continuou nervosa comigo. Em outra hora, estaria rindo muito daquilo, mas limitei-me apenas a um sorriso torto. Era isso o que as garotas faziam quando estavam com ciúmes, não era?

– Sou exigente, ela não faz meu tipo – murmurei dando de ombros – Você vai me dizer o que aconteceu ou não? – Insisti. Queria ter total certeza das minhas teorias.

– É claro, você gosta de garotas tipo Megan – Resmungou.

– Não. – respondi nervoso. Agora ela foi longe demais.

– Então você é gay – Disse em um tom de afirmação.

– Não sou, só sou exigente! – Minha voz se alterou mais ainda. – Agora me diz o que aconteceu! – Ordenei.

– Você quer realmente saber? – Perguntou fuzilando-me com o olhar- Sophie me traiu, se ela gostava de você, por que nunca me disse? Somos melhores amigas! – Respondeu nervosa. Sabia que tinha muito mais ali e ela não se permitia contar. Por que você é tão difícil de se abrir com alguém...?

– É só por isso? – Revirei os olhos. Queria e ia ouvir que ela estava com ciúmes.

– É, ou você acha que estou com ciúmes? – Ela rangeu os dentes. Abri um leve sorriso deixando-a mais nervosa – Pare de ser convencido! - Sorri mais ainda com o nervosismo dela. – Você é gay!

– Agora parou a graça! – Meu sorriso desapareceu e ela começou a rir. – Haha, muito engraçado, eu sou um palhaço agora – Resmunguei fazendo um leve bico.

– Sim, só falta o nariz vermelho – Ela riu mais ainda e tocou a ponta do meu nariz. Seu toque fez meu nariz começar a arder e me fez espirrar várias vezes seguidas. – Engraçado, você tem o nariz sensível. – Ela quase teve um acesso de risos divertindo-se com a cena. Meus olhos começaram a lacrimejar de tanto espirrar. Toquei o nariz dela da mesma maneira que ela tocara no meu e ela começara a espirrar também. Rimos juntos daquela coisa babaca.

– Sou foda – Afirmei.

– É convencido – Corrigiu-me com o indicador para o ar.

– Eu já falei com o diretor – Mudei de assunto. – E ele realmente aprovou – Dei total certeza dessa vez. – Ainda vai querer participar daquilo...? – Queria ter 100% certeza sobre sua decisão, ela já havia confirmado no carro, mais cedo, mas não podia arriscar a levar um furo quando chegasse o dia.

– É claro. – Respondeu-me com um sorriso maléfico, provavelmente imaginou o que iremos fazer no dia. – Quando será?

– No final do mês... Peter vai arrumar uma fantasia qualquer que de medo, tipo ghostface.

– Hm... o que vou fazer? – Esfregava uma mão na outra ostentando um sorriso maléfico. Ela era hilária quando queria.

– Estava pensando... Você irá atraí-las para a armadilha. – Lembrei-me do plano que estava criando. Queria arrastar Bryan também e matar dois coelhos em uma cajadada só, mas, para isso, precisaria da isca.

– Como?

– Sei lá, no dia eu explico. Ainda estou formulando minha idéia. – Fiquei aéreo por um longo momento deixando o silencio tomar conta do local. Nossos olhares se cruzaram diversas vezes causando um leve constrangimento.

Passamos um longo tempo conversando sobre qualquer coisa e rindo de coisas bobas, estava fazendo de tudo para que ela sorrisse e esquecesse o que aconteceu, porém, sempre existia alguma coisa que trazia aquela cena de volta e ela sempre ficava desanimada quando isso acontecia me dando alguns coices em troca.

Um bom tempo depois, ela olhou para o celular, levantou-se e saiu correndo. Não entendi o que tinha acontecido. Talvez tivesse recebido uma ligação ou um sms importante, pois, para sair daquela maneira.

– Estou atrasada! – Disse.

– Vish, está grávida? – Perguntei tentando parecer serio enquanto controlava o riso.

– Engraçadinho, não estou me referindo aquilo. – Ela continuou andando. Levantei-me e a segui.

– Ah, vai que...

– Escuta aqui, não sou o tipo de garota que você pensa que eu sou – Foi rude dando a perceber ter odiado a piadinha.

– Eu sei que não é, desculpe se te fiz entender errado – Ela deu de ombros com a minha resposta. – Vamos de carro... – Sugeri. Ela recusara, mas aceitou no meu segundo pedido.

Abri a porta do passageiro para ela entrar recebendo um olhar desconfiado dela. Abri um leve sorriso inocente e ela deu de ombros. Argh! Entrei no lado do motorista, girei as chaves ligando o motor e, por um longo momento, fiquei apreciando o som do mesmo. Liguei o rádio e uma musica que eu adorava começou a tocar. Fiquei cantarolando ela o caminho todo. Claire, no inicio, achou a cena estranha, mas rendeu-se a minha animação e cantou comigo.

Em pouco tempo já estávamos na casa dela. O céu estava escurecendo, mesmo ainda sendo cinco da tarde, nuvens carregadas tamparam o Sol. Estava ventando muito frio fazendo Claire abraçar o próprio corpo na tentativa de se esquentar. Automaticamente, abri minha jaqueta para oferecer para ela, porém, ela não aceitara, pois eu não estava vestindo nada por baixo. Entretanto, ela observou meu corpo por um longo tempo e disse:

– Não é tão magro quanto imaginei.

– Desnecessário – Balancei a cabeça negativamente tentando não corar de vergonha enquanto ela sorria torto me deixando ainda mais sem jeito.

– Estou indo – Ela abriu a porta do carro e, antes que saísse, segurei seu ombro.

– Não vai dar tchau? – Perguntei. Aproximei meu rosto do dela, sua respiração falhara no momento em que ficamos a poucos centímetros de distancia como se ela esperasse por algo a mais.

Tremi ao toca-la, pois sabia que queria beija-la de verdade e saciar essa vontade explicita em meu olhar, entretanto, ela se limitou a beijar minha bochecha e a fechar a porta do carro com um pouco mais de força que o necessário e tropeçando no primeiro degrau da escada. Não consegui conter um riso. Respirei profundamente seu perfume doce que ficara no veículo. Era maravilhoso.

Dirigi de volta para casa lembrando-me de tudo o que aconteceu, da parte em que ela saiu correndo quando viu Sophie me agarrando e do beijo no rosto que a deixara atrapalhada. Sorri durante a maior parte do caminho e aquela musica que cantamos juntos tocara novamente no radio. Lembrei-me daquele momento em que ela estava sendo simplesmente ela e sorrindo de felicidade enquanto cantava. Ela já tinha uma voz linda quando conversava, entretanto, ao cantar, alem da voz ser linda, era rouca e aqueles cabelos lindos e sedosos... Você é incrível...Suspirei profundamente com esse pensamento. É ela é incrível... Ela é meu sonho secreto.


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Notas finais do capítulo

Eu trollei mesmo u.u foi a Sophia, aquela praga... E o casal está parecendo se entender cada vez mais, entretanto, eles estão longe de ter o futuro perfeito com o qual sempre sonharam... Acreditem...



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