Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 8
Aceitar é a pior parte...


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me pela demora, mas aqui vem mais um capítulo contando a historia da vida de Hayley em 2038... É triste saber que ela esteve em coma todo esse tempo...



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                Fiquei, por um longo período, naquele hospital horrível e assustador até receber alta e poder ir para casa. Meus pais estavam velhos demais então Robert sugeriu que eu ficasse um tempo em sua casa. Ele  permanecera o tempo todo ao meu lado e explicara que realmente fiquei em coma e tudo que disse ter acontecido deveria ter sido um sonho... Mas, não acredito nisso... Tudo foi real e intenso e, se tudo fosse um sonho, porque eu gostava de Robert...  

                “Você teve uma hemorragia cerebral” Dissera mais uma vez antes de irmos para sua casa. Lembro-me de ter assentido um sim com a cabeça, pois não queria começar outra discussão dizendo que ele estava errado e que não estávamos em 2038, mesmo o calendário dizendo isso, pelo menos eu estava em 2012 na minha escola com ele e Jared.

                - Que linda casa... – Disse boquiaberta ao ver uma casa gigante de dois andares completamente feita de vidro e um belo jardim verde com um chafariz em sua frente. Era surreal.

                - Gostou? Essa é a casa que acabei de comprar. – Disse orgulhoso.

                “Que acabei de comprar?” repeti sua frase mentalmente.  “Como é?” ele parecia estar rico, uma casa daquelas custava mais do que 1 milhão de dólares e isso eu sabia com toda certeza.

                Robert estacionou sua Ferrari vermelha – reluzente e muito veloz –, deu a volta no carro e pegou-me no colo levando-me para dentro de casa, pois eu ainda não conseguia andar e deveria fazer fisioterapia por um longo período de tempo.

                A porta era gigante, deveria ter mais de três metros de altura por três metros de largura. Ela era de madeira maciça – descobri ao ver a dificuldade que um de seus empregados teve na hora de abri-la -. Ao olhar para dentro, observei um chão de madeira claro que se estendia por toda a casa. No canto direito existia um sofá gigante e branco com uma televisão de led enorme e uma lareira monstruosa. Do lado direito, havia uma porta que levava a cozinha e na frente haviam duas escadas de madeira que se encontravam no final do cômodo. Parecia um castelo.

                Ele carregou-me até o primeiro andar da casa e colocou-me em um quarto imenso. Era muito lindo, tinha uma cama king size no fundo de frente para uma janela gigantesca. Ao lado existia um closet enorme e uma porta que deduzi ser a suíte. O chão era de madeira e possuía um tom tão escuro quanto à cor das paredes. 

                Fui colocada gentilmente na cama – seu colchão era tão macio que parecia ser feito de plumas de ganso -. Ele organizou algumas coisas em um criado-mudo ao meu lado e disse que qualquer coisa era só apertar um botão que um empregado iria ver o que eu estava necessitando.

                No momento que ele estava explicando-me os esquemas da casa, uma criança pequena apareceu na porta e me observou apreensivo. Era um menino de mais ou menos oito anos, tinha cabelos castanhos escuros, mas possuía alguns fios loiros naturais, assim como os de Robert entretanto tinha os olhos azuis escuros e uma pele muito branca.

                - Ah... esse é Ian ... meu filho... – Robert disse ao me ver encarando a criança. “Filho? Que?”

                - Se parece com você...  – Disse a primeira coisa que veio na minha cabeça – Mas também se parece com a mãe – completei ao observar seu nariz fino e seus lábios avermelhados.

                - Na verdade... queria te falar sobre isso... – Ele se sentou sem jeito na ponta da minha cama e chamou o garoto para o seu colo.

                - Ele não é de Violet... – Disse. “Então, Violet é o nome da vadia?”  - Ele é... seu... – Suspirou profundamente e observou-me por um longo momento. Paralisei em questão de segundos.

                - Co-como? – Gaguejei surpresa.

                - Violet não pode ter filhos... e seus óvulos estavam férteis... por mais estranho que pareça... e você é minha amiga...  então... Seus pais autorizaram a retirada deles e fizemos uma inseminação na minha mulher... – Explicou – Ele tem os seus olhos e o seu nariz – Sorriu torto ao dizer.

                Ian ficou observando o pai confuso, mas não fez nenhuma pergunta apenas me observou por um bom tempo e encostou nos meus pés fazendo-me um pouco de cócegas.

                - Acho melhor deixarmos você em paz – Disse ele levantando-se e indo para fora com o garoto. Ele encostou a porta e deixou-me sozinha naquele quarto.

                Depois de muito tempo, percebi que na minha frente existia um espelho gigantesco que refletia quase todo o cômodo. Pude me ver no mesmo e odiei tudo o que vi ali. Eu estava pálida, muito magra, meus cabelos castanhos avermelhados estavam cheios de fios brancos. Meus olhos azuis escuros não eram mais vivos, meus lábios estavam sem cor, minhas bochechas estavam murchas e com rugas espalhadas por toda minha face... Desviei o olhar imediatamente. Não consegui suportar aquela imagem.

                “Isso está errado... 2038? Como? Enlouqueceram?” repeti essa frase diversas vezes mentalmente e fiz de tudo, desde piscar os olhos fortemente a bater em mim mesma, para acordar daquele sonho – se é que era um sonho -.

                Nada que fiz deu certo, pelo contrario, aquilo só provava que tudo era real, pois meu corpo ficou dolorido algum tempo depois.

                Lagrimas formaram-se nos meus olhos e rolaram sem controle nenhum pela minha face. Fazia tempo que eu não chorava e o gosto salgado das lagrimas, nesse momento, era uma novidade para mim. Estava me sentindo sozinha, desolada e perdida.

...

                O tempo não passou tão rápido quanto eu desejei. Parecia ter se passado seis meses desde que eu acordara daquele coma, mas, na verdade, haviam se passado apenas três meses. Eu já estava andando, com dificuldades, mas já tinha forças o suficiente para me manter de pé sozinha.

                Ian completou 9 anos na mesma semana que completei 43 anos... ele era do dia 14 de junho... Ele recebeu muitos presentes que foram desde os vídeo-games atuais aos melhores computadores e viagens para todos os locais que ele desejar. E, apenas para completar, o vídeo-game atual tinha um nome estranho e muito difícil de se pronunciar... Ele havia entrado no mercado a pouco tempo e faliu todas as grandes empresas do gênero. “Saudades de um Playstation...”.

                Também ganhei o melhor notebook e viagens para qualquer lugar que desejasse ir, ganhei até um carro muito lindo, mas nada daquilo bastava para mim. Nada disso fazia sentido. Robert era um grande empresário e estava casado com uma garota que foge de seus padrões, ele tinha um filho, - nós tínhamos um filho –  ele tinha uma Ferrari e umas outras 2 mansões maiores que essa.

                Entretanto, hoje era a primeira noite que não havia ninguém na casa, alem de um empregado. Rob e sua família saíram para um jantar em um dos melhores e mais afastado restaurantes da cidade.

                Sorte a dele, pois, pouco mais de uma hora depois, um forte temporal atingiu a cidade durante essa noite fria e escura com ventos tão fortes que chegavam a assustar-me. Não demorou muito para que aquela chuva acabasse com toda a energia da região deixando-nos na maior escuridão. “Déjà vu” sorri irônica.

            Com dificuldade, levantei-me da cama e caminhei lentamente até o térreo a procura de alguma vela. Não conhecia a casa muito bem então fiquei perdida facilmente. Era impossível enxergar qualquer coisa a mais de um palmo de distancia. Esbarrei em tudo que tinha pela minha frente, não consegui identificar quais foram as coisas. Chamei o empregado algumas vezes e ele não respondeu. Olhei pela janela e vi fortes raios caindo na cidade.

            - Hayley... – Ouvi alguém sussurrando meu nome.

            - Hãm... Empregado? – Perguntei. Olhei a minha volta e não encontrei ninguém.  Novamente meu nome foi chamado e senti um leve vento vindo do meu lado direito, olhei para essa direção e não tinha ninguém ali.

            - Hayley... – o sussurro ficou mais alto e senti o ar vindo do meu lado esquerdo. – Hayley! – Gritou e, de repente, tudo ficou escuro na minha frente. Cai no chão e perdi os movimentos, a visão foi ficando fraca e a ultima coisa que consegui ver foi um homem de preto  com os olhos vermelhos...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e comentem ^^



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