Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 38
Expectativas e Realidade


Notas iniciais do capítulo

- Notas finais -



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Sonhos e expectativas, esperança e qualquer outra coisa que seja capaz de te manter vivo, mesmo que te tragam dor após frustradas, elas te dão forças para ir além e superar obstáculos inimagináveis. Toda moeda tem duas faces opostas, a vida também e ambas servem para jogos. Tanto a moeda usada em uma aposta, como a vida que da as cartas, decidindo se você vence ou perde.

Você faz o seu próprio destino usufruindo do suposto livre arbítrio, até ter acesso aos bastidores, onde você se encontra manipulado por cabos, caminhando sobre trilhos dos quais você é incapaz de escapar, porque não existe liberdade e muito menos tolerância, uma vez que se foge do comum, você está infringindo as regras. Você só é aceito enquanto segue o padrão, saia dele e você encontrará preconceito, racismo, fúria em todos aqueles que, antes, o negaram com sua própria vida.

Bem vindo ao jogo da hipocrisia, onde apenas quem mais mentir e manter sua máscara sairá vitorioso.

Mas algo que ninguém pode negar é a morte. Não importa quem você é, se é rico ou pobre, quando se morre, alguém no mundo, não importa onde, vai sentir sua falta... Porque você sempre foi especial para alguém...

Em momentos de dor, é impossível se imaginar sorrindo de novo ou sentindo qualquer coisa boa que não seja esse vazio horripilante... Quem você é, quem você foi e o que será... Nada disso importa, nada disso faz diferença...

Imerso em um mar de lagrimas, tão pesadas e cheias de sentimentos, presas no fundo de seus olhos. Elas queimam quando saem, arrancam pedaços minúsculos e vitais de seu corpo.

Idade nunca definiu experiência de vida, só a distancia entre os fatos...

Cada sorriso, cada lugar e cada momento estarão gravados para sempre no fundo da sua memoria e, mesmo apagando-os, sempre existira uma marca cinza e fraca, quase ilegível perdida em um quanto qualquer, porém, forte o suficiente para te fazer lembrar o que um dia esteve ali.

Quando sua maior certeza te faz ser visto como um monstro perante todos aqueles que deveriam ser seu suporte, aquele buraco infernal de magoas se torna ainda mais profundo, denso e o pior lugar do mundo para se estar preso.

A dor realmente tem um fim, ou ela apenas se esconde atrás da casca da felicidade que, momentaneamente, toma conta de nós?

Minha resposta, de particular interpretação a essa pergunta, apontava, sem sombra de duvida, para a casca da felicidade, porque, quanto mais eu tentava fugir, mais tentava superar tantos problemas, nunca tive um momento realmente feliz e, se o tive, ele não passou de uma mera ilusão criada por esse maldito congênere.

Maddox se silenciou em minha mente, assim como as sirenes, assim como minha dor.

Sentia-me como se minha alma estivesse dividida em vários pedaços, era como se eu pudesse estar em vários lugares ao mesmo tempo sem ter que abrir os olhos.

Nitidamente, podia ver através do veu dos meus olhos, através das pálpebras fechadas, onde encontrava um Robert sentado em uma cadeira de hospital, com o rosto ensanguentado e olhos vermelhos de tanto chorar, sendo tratado por Violet e outro medico que pedia inúmeras vezes para que ele se acalmasse.

Mais a frente, meu pai deitado na maca, em coma, sob medicamentos pesados esperando uma resposta de seu corpo, assim como eu. Com certeza, se continuasse seguindo aquela linha, encontraria minha mãe no necrotério, talvez o legista só iria costurar seu corpo, afinal, a lataria do carro fez o trabalho mais pesado de cortar.

Por um instante, cheguei a ver outro mundo, a Matriz, onde eu estava coma, sem esperança alguma de voltar à vida, morta, sobrevivendo através de equipamentos que mantinham meus órgãos funcionando.

Se tudo não passa de uma grande mentira... O que seria real? O que garante que a Matriz é única? O que é capaz de nos provar que ela não é apenas um mundo inserido em outro mundo? Um sistema binário de universos infinitos, repleto de vida que, só não foi descoberto por não ter sido procurado da maneira certa.

Minha cabeça era a única que doía, pois sabia que só voltaria ao ‘mundo real’ após completar a grande missão aqui. Meus nervos pulsavam loucamente em resposta ao tratamento que recebia em meu corpo que não tinha a menor vontade de acordar para lutar mais.

E, no final, nada passava da eterna luta entre corpo e mente, a qual a preguiça dominava, saindo vencedora. Era como acordar cedo para ir para a escola.

O mundo real é aquele em que você vive e não aquele que você pensa existir.

O mundo real é você quem faz.


I need someone to show me

The things in life that I can't find

I can't see the things that make true happiness

I must be blind

Uma musica conhecida tocava no fundo da minha mente, trazendo conforto e uma sensação prazerosa de relaxamento, fazendo-me abrir um largo sorriso, deixando o som harmônico dos instrumentos invadirem todos os meus sentidos e me levar a um patamar diferente do inconsciente.

Estava bem escuro, deveriam passar das dez da noite, e existia uma multidão de pessoas ao meu redor, não dava para achar o final daquilo, mesmo pouco acima de todas as cabeças, parecia não existir fim.

Apenas um palco limitava aquele mar de gente, o qual Ozzy Osbourne cantava Paranoid maravilhosamente, com seu timbre único, reconhecível em qualquer lugar do mundo.


Make a joke and I will sigh

And you will laugh and I will cry

Happiness I cannot feel

And love to me is so unreal

Transportei-me de tal maneira para aquela realidade que era como estar no show do Black Sabbath sem estar exatamente nele. As coisas eram tão reais, a sensação, o som tão nítido e perfeito, as pessoas gritando e cantando junto. Eu sentia meu corpo se mexendo contra eles, seguindo o agito, imersa naquele universo único que apenas o show da sua banda favorita poderia te levar.

Minhas mãos se movimentavam por conta própria, ora tocando uma guitarra imaginaria, ora tocando a bateria, ora apenas se mexendo sem fazer nada especifico.

And so as you hear these words

Telling you now all of my state

I tell you to enjoy life

I wish I could but it's too late

De repente, as coisas pareceram parar magicamente, desde as pessoas ao som e um assovio baixo criou-se no fundo de minha mente.

As duas ultimas frases pareceram me puxar de volta de todos os mundos internos que havia criado dentro de mim, um a um, com força, mas sem me assustar, segui aquele vácuo que me levava direto para uma única direção.

– Paranoid! – Robert quase gritou do meu lado, fazendo-me retrair o corpo de susto. – Sabia que daria certo! – Paranoid acabara de tocar em seu celular naquele instante. Foi ele quem me “trouxe” de volta.

– Fala baixo... – Murmurei sentindo minha voz saindo baixo demais e raspando em minha garganta.

– Deus, Hayley! – Robert me puxou para um abraço e eu gemi em resposta tentando fechar seu corpo ao redor dos meus braços também.

– Você precisa deixar ela descansando – Uma voz feminina pediu.

– Mas você disse que depois que ela acordasse dos remédios eu poderia conversar com ela. – Murmurou em resposta.

– Voce sabe que ela precisa voltar a esse mundo aos poucos... – A voz se aproximou, tão familiar... Violet.

– Quanto tempo eu apaguei? – Indaguei sentindo minhas pernas formigarem.

– Uma semana em coma então você voltou, mas não tinha acordado, exatamente. Foi bizarro. – Robert explicou brevemente. – Como você se sente? – Indagou passando suas mãos quentes sobre meu rosto.

– A mesma merda de sempre. – Reclamei abrindo os olhos lentamente para a luz não me machucar.

– Rob, deixe-a descansar, você pode voltar mais tarde. – Violet pediu serio.

– Ta. – Ele se levantou e marchou para fora com passos pesados, não sei se ele disse alguma coisa depois daquilo, porque minha audição ainda estava horrível para discernir os sons e, quando ele abriu a porta e o som do hospital pareceu invadir o quarto, me senti confusa.

– Hayley, você e eu temos muito a conversar. – Violet disse por fim, sentada a centimetros de mim segurando o diário desaparecido em sua mão esquerda. – E dessa vez, sem rivalidade, mas sim de irmã para irmã. – Seu olhar, tão sério, por um momento, me fez temer o que ela iria fazer, mas ela não seria tão idiota de fazer o que quer que fosse agora, eu esperava.

– Com certeza – Tentei parecer o mais confiante e forte o possível, mesmo não estando. – Precisamos esclarecer muita coisa.


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Notas finais do capítulo

OOOOOEEEEE FOREVER & EVER ESTA DEFINITIVAMENTE NA RETA FINAL ( DO PRIMEIRO LIVRO)
Assim como estou avisando nas outras histórias, antes de finaliza-lo ( ou pouco depois) irei repostar no site uma nova versão da história, totalmente corrigida, melhor digitada e bem mais descritiva - eu espero - colocando todos os pingos nos i's antes de partir para a continuação que já esta parcialmente completa.

Eu sei que estou demorando, mas é a pressão do terceiro ano. Sei que ano que vem também será horrivel escrever, porém, tenho as ferias do meio do ano e do fim do ano de 2015 para por tudo em ordem e 1h de onibus indo pra Facul, então vou ter sim tempo para escrever, porque pretendo levar meu notebook '-'

Enfim, torçam para que eu passe, ou as coisas ficarão muito tensas para mim.

Eu também não escrevi por falta de vontade e incentivo mesmo, mas vou tentar ajeitar isso e trazer mais um capítulo até a metade de julho.

Até a proxima :3



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