Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 20
Doce liberdade


Notas iniciais do capítulo

E ai leitoresm tudo bem?
Então, bora conversar um pouquinho... Mas vou direto ao assunto porque enrolação é chato.

1º Era para publica-lo na sexta, mas deu vontade de fazer isso agora, porque a inspiração ta no máximo.

2º Vou atualizar com o atraso de no máximo duas semanas, então o proximo é bem provavel de sair até dia 9 do mes que vem.

3º Comentários? A mão não cai não :P

E, pra terminar esse lero lero, que tal dar uma passadinha nesse link http://www.youtube.com/watch?v=wa2jEJCAqbc&feature=youtu.be
é o trailer de outra história que estou fazendo com uma amiga :P

Recados dado, divirtam-se com a continuação da zona de Hayley e Jared ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/351591/chapter/20

           Olhei fixamente para o par de seguranças a minha frente segurando uma arma de choque para paralisar qualquer baderneiro. Eles se aproximavam devagar, deliciando-se da cena e transmitindo uma sensação de pavor constante ostentando um sorriso no canto dos lábios. Observei o corredor a minha direita, estava com alguns médicos e um trio de seguranças também vestidos de preto e gigantes, pareciam um armário 4x4 a cada passo que se aproximavam.

- Jared! – Gritei entrando em desespero. Todos eles mantinham o mesmo sorriso no rosto e a mesma arma, parecia ser apenas um refletido varias vezes por algum objeto. Talvez isso tenha sido o mais assustador de tudo. Porem, sendo ou não sendo uma ilusão causada pelos medicamentos ou realidade, não ficaria ali para saber qual seria minha punição pela tentativa de fuga.

                - Tive uma ideia! – Disse levantando-se rapidamente do chão e cambaleando com a ação antes de segurar minha mão e me puxar para cima arrastando-me para o corredor a frente cheio de pacientes aguardando para serem chamados.

                - Não tem saída por aqui! – Disse ao observar três paredes de tijolos e uma de vidros blindados.

                - Vamos dar um jeito! – Passamos entre algumas fileiras de cadeiras pretas cheias de pessoas sentadas pisando nos pés de alguns que se recusaram a fazer a gentileza de retira-los. Os seguranças ainda nos perseguiam, alguns foram para o lado direito parando próximo ao largo balcão bege da recepção enquanto outros se dirigiam para nossa frente e outros atrás.

                Novamente nos encontramos cercados no meio de uma multidão e, como se não bastasse aqueles fardados de preto teimosos e persistentes na nossa cola, algumas enfermeiras partiram para a caça fechando o lado esquerdo.

                - Que bela ideia! – Resmunguei. Eles estavam nos fechando ainda mais se aproximando, dessa vez, apressadamente.

                - Não é fácil pensar rápido! – Revidou impaciente para encontrar uma brecha para fugirmos.

                - Minha vez! – Puxei-o pelo braço para baixo nos agachando entre alguns bancos. As pessoas à nossa volta começaram a xingar freneticamente e outros a nos empurrar.

                Ignorei todos os toques e todas as palavras rudes e grosseiras que ouvi e escorreguei pelo pequeno vão entre o assento e o chão. Era largo e grande o suficiente para passar por ali sem dificuldades. Deitei meu corpo contra o piso gélido e branco machado de hospital com um cheiro forte de canfora enquanto usava meus braços para me arrastar para frente e os pés para me proporcionar o impulso necessário. Todos daquela fileira levantaram o pé facilitando minha fuga, entretanto, isso denunciou minha posição atual e se saísse dali iria ser pega por eles. Rolei para a direita com dificuldades e sentindo meu braço doer cada vez mais antes de escapar pela diagonal e me deparar com um corredor escrito “emergência” de vermelho sangue na larga porta.

                Jared levantou-se logo em seguida batendo em suas roupas e tirando alguns fios de cabelo e papeis de bala grudados nele. Ele resmungava qualquer coisa incompreensível e entendeu qual foi minha ideia correndo ao meu lado para a porta a frente. Deixamos a sala atrás de nos sob o som de alguns aplausos e de xingamentos.

                Deparamo-nos com diversas macas cheias de pacientes recebendo um tratamento intensivo de milhares de médicos desesperados correndo de um lado para o outro pegando os medicamentos necessários. Alguns estavam cheios de cortes profundos espalhados por todas as partes de seu corpo, outros com queimaduras graves recebendo milhares de remédios misturados junto de um tubo de oxigênio e outros inconscientes passando por uma bateria de exames pré-operatórios. Era deprimente ver alguns a beira da morte sem a menor chance de sobreviver e outros chorando inconsolavelmente da dor terrível que estavam sentindo.

                Meus pensamentos foram interrompidos ao ouvir o som da porta se rompendo atrás de mim e junto disso o grito dos guardas. Vocês não desistem mesmo, caramba! Resmunguei repetidas vezes em minha mente. A atitude deles chamou a atenção de uma enfermeira baixinha que colocou a maca vazia que carregava em nossa frente bloqueando o caminho. Será que vocês não tem outra coisa pra por na frente não?

                - Sua perna está boa? – Jared perguntou com um sorriso torto no canto dos lábios me levando rapidamente para outro mundo.

                - Em partes, da pra suportar. – Respondi com sinceridade. O sangue corria em chamas pelas minhas veias tornando aquelas dores musculares insignificantes, até havia me esquecido do braço quebrado.

                - Vai por cima que eu vou por baixo. – Disse correndo na direção daquela enfermeira. Ela arregalou os olhos ao vê-lo prestes a colidir com o grande objeto de ferro, quando ele colocou suas mãos na barra descendo-a e utilizando-a para deslizar com suas pernas no chão escorregando graciosamente por debaixo daquilo como se não fosse à primeira vez a fazê-lo.

                Preparei-me para segui-lo, mas um braço forte me segurou por trás me impedindo de continuar. Era um segurança negro e musculoso, o mesmo que havia bloqueado a saída do hospital. Mordi seu braço esquerdo fazendo-o se afastar um pouco de mim e dei uma forte cotovelada em suas costelas. Ai meu braço! Caramba como isso dói!

Apesar da dor decorrente daquele ato, consegui minha liberdade de seus braços correndo o mais rápido que pude, sem perder o equilíbrio, devido à falta de mobilidade que o gesso me proporcionava, na direção do meu amigo pulando alto o suficiente para subir no duro colchão da cama e descer pelo outro lado. A enfermeira observava a cena paralisada em choque, afinal, não é sempre que dois adolescentes driblam milhares de seguranças e se atrevem a fazer algumas gracinhas no meio da sala da emergência.

Seguimos em linha reta passando por mais alguns leitos antes de encontrarmos um corredor com dois caminhos. Lancei um olhar para trás notando aquele segurança que havia me segurado empurrando a maca com violência para fora de seu caminho. Encarei o corredor a minha esquerda, entretanto, ao fundo vinha uma maca rodeada por médicos enquanto o direito encontrava-se deserto.

O certo era pelo lado esquerdo, entretanto, o caminho estava bloqueado obrigando-me a passar pelo direito, o lado desconhecido e mais escuro do hospital em comparação a todos os outros cheios de lâmpadas a cada centímetro quadrado.

Cruzei os braços a minha frente passando o bom por cima do ruim na tentativa de conter aquele ar frio que estava nos envolvendo. Seguimos para a grande porta de aço prateada a nossa frente abrindo-a apreensivos e em silencio, assim como o cômodo a nossa frente. Uma forte lufada de ar gélido bateu contra nossos corpos nos fazendo estremecer no local como se houvéssemos entrado em um freezer.

Ali era o necrotério, cheio de gavetas prateadas espalhadas pelas paredes, assim como naquele sonho terrível que tive, e com uma luz branca que piscava instavelmente sobre nossas cabeças. Observamos o ambiente mudos, sem a menor reação, era o fim da linha e não havia como fugir.

- Eles vão nos pegar! – Murmurei trincando os dentes um no outro devido à baixa temperatura.

- Não, se esconde em um desses negócios! – Jared disse abrindo um por um e procurando um lugar vazio para se esconder.

- Nem que me paguem! – Respondi rapidamente. Não fazia o menor sentido, eu não entraria ali nem nos meus piores pesadelos. Não queria correr o risco de ficar presa ali dentro e virar um cadáver, literalmente.

- Vai ficar tudo bem, ou está com medo de morrer sem etiqueta no pé e te declararem como um indigente? – Perguntou debochando um pouco da situação.

- Claro que não! – Fiquei nervosa com seu comentário. Aquilo não era brincadeira e poderíamos nos ferrar se os guardas nos pegassem mexendo nos defuntos.

- Então, entra logo, eles estão chegando! – Ordenou ao ouvir a voz de um segurança próximo a porta.

- Não! – Relutei sem sucesso. Seus braços envolveram meu corpo empurrando-me contra a gaveta vazia. Lutei um pouco antes de me render e entrar naquele pequeno espaço apertado, escuro e prateado tão frio que seria capaz de me deixar hipotérmica dependendo do tempo que passasse ali dentro.

- Só não feche a porta! – Alertou antes de encosta-la e correr para se esconder também.

Não demorou muito para ouvirmos alguma movimentação na sala e algumas sombras tamparem o micro vão de luz que me impedia de entrar na total escuridão e morrer sufocada naquela caixa. Ouvi alguns passos pesados passando por todos os cantos seguidos de algumas coisas sendo batidas agressivamente.

- Não tem ninguém ai, eles fugiram! – Ouvi uma voz grave romper o silêncio formado pelo ambiente.

                - Não acredito que duas crianças conseguiram passar pela segurança! – O outro homem resmungou indignado.

                Não demorou muito para a sala voltar a ser domada pelo silencio mortal tendo o barulho do ar condicionado zumbindo bem ao longe. Estávamos seguros e poderíamos fugir em paz agora. Empurrei a porta de metal com meus pés revelando novamente aquela sala sombria e macabra. Escorreguei meu corpo com dificuldades de me locomover devido ao lugar minúsculo e ao braço engessado, mas conseguir escapar dali.

                A temperatura caiu ainda mais e o ar parecia estar ficando condensado, era difícil respirar naturalmente. As luzes piscaram com mais frequência, sendo impossível não sentir o pavor dominar meu interior aos poucos misturado com o desespero de não encontrar uma fenda do local onde Jared estava escondido.

- Jarry? - Chamei seu nome um pouco alto. Ele não fez o menor sinal de vida para eu poder ajuda-lo. Aquilo estava ficando cada vez mais estranho. - Jarry...? - Caminhei por todos os cantos prestando a atenção em qualquer vão em uma das gavetas, mas não existia nada, nem o barulho de seu respirar.

- Você deveria investigar um pouco sobre seu passado nesse quarto... - Ouvi uma voz sussurrar dentro da minha mente.

- Me deixe em paz! - Respondi em alto tom sentindo minhas mãos tremerem e soarem frio. Odiava aquelas vozes e odiava mais ainda quando elas apareciam em lugares assustadores, parecia que meu subconsciente ou as ilusões adoravam pregar peças em mim.

- Estou apenas te alertando... - A voz grave e rouca prosseguiu ignorando meu pedido. – Aqui você encontrará algumas respostas para as suas perguntas.

- Vá embora! – Controlei-me para não falar tão alto e atrair a atenção de quem andava nas proximidades.

- Eu te ajudo e é assim que você me trata? – Jared surgiu atrás de mim perguntando meio chateado. Dei um pequeno pulo de medo sentindo meu coração pulsar enlouquecidamente dentro de mim.

- Não! – Respondi prontamente. – Paranoia... – Murmurei. Ele me fitou mudo por alguns segundos antes de ignorar o ocorrido e caminhar até a porta abrindo-a e espiando para ver se não existia ninguém ali fora. – Onde você se escondeu?

- No 51º... Barra limpa vem. – Me chamou. Parei atrás dele esperando-o sair para me esgueirar pela saída da porta em total silencio. Deslizamos pela lateral da parede como espiões e olhamos para a sala da emergência onde aquele mesmo segurança junto de mais três pessoas estavam discutindo sobre o incidente de poucos minutos atrás.

Passamos correndo pelo corredor seguindo para o final dele ostentando um largo sorriso ao notar a porta, de entrada e saída das macas trazidas pelas ambulâncias, escancarada convidando-nos a sair dali imediatamente.

Chegamos ao estacionamento onde encontramos algumas ambulâncias e veículos comuns de passeio parados ao nosso lado junto de milhares de outros a nossa frente. Alguns paramédicos nos encararam por longos segundos como se soubessem de alguma coisa. Jared pegou as chaves de seu carro e caminhou em passos largos até o mesmo. Segui atrás dele atenta para não me perder em meio aquele labirinto de veículos até chegar em seu esportivo prateado.

- Quer ir para onde? – Perguntou ao se acomodar no banco de couro.

- Qualquer lugar de ar puro... – Murmurei. Por mim, faria uma viagem terrivelmente longa, mas não podia me dar a essa luxuria então me contentaria com qualquer coisa.

- Quer ir para a colina? – Fitou-me por alguns instantes com um pequeno sorriso no canto de seu lábio deixando minhas bochechas coradas.

- Pode ser... – Respondi após um longo suspiro de alivio e paz por estar do lado de fora.

Ele passou a chave no contato, ligando o veiculo rapidamente e dirigindo em uma velocidade um pouco acima do limite pelas avenidas cheias daquela cidade, desviando de vários carros com a maior facilidade do mundo. Desde pequeno ele sabia dirigir, claro que karts, mas já possuía a experiência de um bom profissional, uma vez que venceu milhares de campeonatos da cidade e chegou às finais dos interestaduais.

A lua já estava surgindo e junto delas às estrelas que tanto adorava e, para completar o perfeito visual, uma leve camada de chuva cobria o chão das ruas de International Falls enquanto as luzes dos postes se acendiam uma a uma. Era um belo déjà vu que adorava ter sempre que possível.

                Chegamos pouco tempo depois no nosso destino. Jared estacionou o carro na parte mais alta dela, um pouco a frente da forte linha de arvores de mais de dezenas de anos para apreciarmos o céu sem barreira nenhuma e a cidade de cima.

                As luzes dos arranha-céus iam apagando quase todas ao mesmo tempo enquanto algumas dos apartamentos estavam sendo acesas. Milhares de carros passavam por todos os lados em total desespero para chegar em suas casas e descansar após um longo dia de trabalho exaustivo. As crianças saiam da escola debaixo de guarda chuvas e outros usando suas toucas se protegendo da água, assim como outros saiam para jantar ou para comprar alguma coisa. Enfim, era possível ver diferentes tipos de pessoas fazendo diferentes tipos de atividades, mesmo estando um pouco longe da cidade.

                - Está uma noite linda... – Disse admirando a paisagem a minha frente.

                - Não tanto quanto você... – Jared sussurrou.

                Ele se virou para mim colocando sua mão em minha face, puxando-me para perto dele e selando o espaço que existia entre nós depositando seus lábios contra os meus em um beijo longo e calmo o qual acabei retribuindo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? Alguma curiosidade em relação ao necrotério? Jared foi bonitinho no final ♥ ♥ ♥ Cute

É isso ai, até logo mais com mais um pouco da aventura deles chegando próxima a reta final ( ou não)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Forever & Ever" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.