Forever & Ever escrita por soulsbee


Capítulo 18
Interminável


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior - para refrescar a memoria de todo mundo - Hayley ouviu Robert conversando no celular e logo após caiu da arvore se machucando. Nesse proximo ela irá relembrar ainda mais algumas coisas distantes do seu passado e ver algo terrivelmente assustador.

Agora está na hora de pedir desculpas pela demora... Essa seria a 5ª semana sem atualização, mas juro ter uma desculpa para cada uma:

1ª Meu irmão estava em casa
2ª Fui no show do Paramore e a Hayley ( sim, o nome da minha personagem foi baseada na vocalista) me deixou distraida.
3ª Tive que por em ordem as outras 3 fics e fiquei sem tempo para essa
4ª Tive problemas aqui em casa...



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As gotas de chuva escorreram pelo meu rosto, limpando meus olhos e minha alma enquanto transmitiam uma sensação confortável e aconchegante. Elas estavam gélidas, assim como o vento que batia contra meu corpo atirado, mas não estava sentindo dor nem nada, apenas um sentimento de paz estava me invadindo e carregando-me para outro mundo.

- sou Hayley, e você? – Perguntei para o novo vizinho. Ele era um pequeno garotinho de cabelos castanhos chocolate, assim como seus olhos. Ele era magro e parecia frágil a qualquer coisa, mas o vi carregando uma caixa, aparentemente pesada para sua garagem.

- Robert - Respondeu com um largo sorriso no rosto. Ele abriu a caixa expondo todos os seus bonecos de super heróis e uma vasta coleção de carrinhos. Aquilo me instigou a continuar o assunto e tentar me tornar amiga dele.

- Você gosta de tudo isso? – Perguntei surpresa conforme ele ia tirando as coisas da caixa e enfileirando no canto da garagem.

- Sim, você gosta? – Perguntou animado com a ideia.

- É claro! – Respondi parando ao seu lado e o ajudando a tirar os objetos da caixa. Disse o nome de cada personagem e carro conforme ele ia perguntando e, a cada resposta, ele ficava ainda mais surpreso.

- Seremos grandes amigos!

...

- Hoje faz um ano que te conheço... – Começou sem jeito

- Pois é, parece que foi ontem! – Recordei-me de tudo o que aconteceu naquele ultimo ano e de todas as nossas brincadeiras.

- Me deixa falar! – Resmungou quando o interrompi. – Pedi para o meu pai e...

- Calmo menino nervoso! – O cortei novamente apenas para provoca-lo.

- Posso continuar? – Perguntou bufando. Assenti com a cabeça. – E pedi para ele escrever um negocio...

- Está feliz agora? – O interrompi pela ultima vez. Ele estava a ponto de desistir de tudo o que queria falar quando eu coloquei minhas mãos na boca e jurei não falar mais nada.

- E então queria te dar isso aqui... – Estendeu o braço. Ele estava segurando uma pequena pulseira de ouro composta por vários gomos e uma data escrita dentro.

- Que linda... – Murmurei ao vê-la brilhando.

- E aqui dentro é o dia em que nos conhecemos... 11/12/2001

...

- Jared... – Sussurrei seu nome ao vê-lo parado na porta me fitando.

- Er... Oi... – Murmurou sem jeito.

- O que você está fazendo aqui? – Perguntei. Eu estava sozinha na sala de aula ao lado da nossa procurando um livro para fazer um trabalho de geografia.

- A sala é muito cheia... – Murmurou caminhando até meu lado. Suas orbitas azuis cor do céu eram impenetrantes, mas me desnorteavam com muita facilidade, assim como sua voz doce e rouca que tanto gostava de ouvir.

- O que você quer dizer? – Ele puxou o livro de minhas mãos e o colocou sobre a mesa ao nosso lado. Sua mão direita voou para a minha nuca e tocou minha pele lentamente, como se quisesse me provocar. Senti um arrepio forte passar pela minha espinha e uma vontade incontrolável de puxa-lo para mais perto de mim e nunca mais solta-lo.

Ele me fitou por um longo instante, sua respiração estava ofegante e suas mãos tremulas, mas ele simplesmente os ignorou e se aproximou ainda mais de mim. Senti seu hálito de menta bater contra o meu rosto. Perdi a noção dos movimentos e quando finalmente seus lábios macios e doces tocaram os meus, o tempo parou. Passei meus braços ao redor de seu pescoço puxando-o ainda mais para mim. Seus lábios se moveram contra os meus como se fossemos feitos um para o outro, ele sabia todos os pontos certos na minha nuca que me faziam arrepiar e admito que esses eram lugares raros.

...

- Hayley está apaixonada – Robert debochou. A luz do sol tornava as pontas de seus fios de cabelo loiros e contrastavam contra o marrom dos demais fios que pareciam avermelhados. Seus olhos brilhavam e sua pele chegava a reluzir de tão branco que ele estava naquele dia.

- Não estou não! – Resmunguei. Joguei a bola de vôlei que estava em minhas mãos contra seu corpo com toda a minha força arrancando dele um pequeno gemido.

- Ficou nervosinha – Continuou provocando

...

- Vai para o acampamento? – Perguntei em total êxtase para Robert que aparentava completo desanimo.

- Não... Minha mãe acha que alguma coisa ruim pode acontecer e que alguém pode morrer – Disse em um tom irônico debochando do que ouviu.

- Que mal pode acontecer? – Perguntei formulando todas as possibilidades.

- Sei lá, um assassino aparecer por lá e fazer uma visitinha – Começamos a rir em uníssono enquanto criávamos mais ideias dentro de nossas mentes.

Estava terrivelmente triste por ele não poder ir, pois queria irritar a galera da minha escola e contar histórias apavorantes, mas todos os meus planos foram destruídos após ouvir aquilo, mas iria superar...

...

- Me tira daqui! – Gritei enquanto me debatia enlouquecidamente na cama. Meus braços e pernas estavam amarrados enquanto alguns médicos injetavam algo em meu soro. Minha visão estava ficando cada vez mais pesada e não havia nada que eu podia fazer ali além de me entregar a escuridão crescente.

- Sempre vou estar contigo... – Ouvi Robert sussurrar diversas vezes tentando me passar uma sensação de conforto, até que eu finalmente perdi a noção de tudo e deixei minha alma ser levada para outro lugar.

...

- Hayley... – Uma voz fraca chamou meu nome. Uma dor insuportável começou a tomar conta de todo o meu corpo retirando toda aquela sensação de paz.

Já estava farta das milhares de vezes que tentavam me puxar dos meus devaneios, paranoias ou desmaios. Odiava ouvir meu nome sendo sussurrado e aquilo já estava passando dos limites. Decidi que, dessa vez, não iria lutar para o retorno a terra e que deixaria ser carregada para o fundo da minha alma.  Queria tentar me recordar de tudo o que aconteceu naquele dia no acampamento e acabar com todo o meu sofrimento mesmo que fosse necessário permanecer desacordada por um bom tempo.

- Fique comigo! – Começou a gritar diversas vezes. Apenas ignorei, assim como muitas lembranças e deixei as trevas me puxarem para elas.

...

Estava novamente naquela campina, ouvindo os gritos de horror das pessoas que estavam sendo assassinadas naquele instante. Era horrível relembra-las implorando por suas vidas enquanto eram torturadas até seu ultimo suspiro. Olhei para as barracas, as cinco estavam lado a lado e quase todas estavam abertas, exceto aquela em que eu deveria estar com mais algumas pessoas e a de Jared “Por quê? Qual o significado?”.

Notei estar dormindo em um colchonete do lado de fora das barracas e um pouco afastada da fogueira que nos aquecia. Jared correu para o meu lado e sussurrou algo em meu ouvido. Ele estava visivelmente apavorado e atordoado, tremulo e ofegante. Então se levantou e correu para uma parte afastada da floresta pegando um pedaço de tronco no meio do caminho.

Minha outra eu se levantou e caminhou alguns metros seguindo os gritos, ela viu um garoto se levantando e tentando golpear o homem vestido de preto, mas que logo foi derrubado em meio ao sangue que escorria de seu rosto. Ele foi atingido por um homem que segurava um tronco enorme nas mãos tendo seu rosto praticamente desfigurado em um único golpe. O garoto estava inconsciente e próximo à morte, mas isso não impediu o assassino de continuar golpeando-o até ter certeza de que havia concluído seu trabalho. Hayley estava apavorada, segurando seus gritos com a pouca força que restava dentro de si, ela não acreditava na cena que estava vendo, assim como eu que, mesmo tendo presenciado aquilo milhares e milhares de vezes em sonho, não me conformava.

A outra garota estava paralisada no chão gritando de dor por ter perdido seu namorado e implorando por piedade, entretanto, de nada adiantou. Com alguns poucos golpes ela foi assassinada e jogada de lado com o rosto completamente deformado.

Hayley começou a se afastar de lá completamente tremula e incapaz de dar um passo sem cair. Ela tropeçou em um pedaço de raiz de arvore no caminho e caiu sobre folhas secas criando um som pavoroso em meio aquela noite sombria que havia caído em um silencio mortal após a morte daquelas pessoas. Entretanto, novamente revivendo aquilo, notei que haviam mais gritos ao longe. Olhei para o horizonte e vi outro homem com um pedaço de tora nas mãos golpeando mais algumas pessoas impiedosamente.

Voltei minhas atenções ao principal assassino que, dessa vez, estava segurando uma faca e caminhando até Hayley que se debatia desesperadamente. O homem vestia uma mascara de lã preta impossibilitando seu reconhecimento. Ele ria deleitando-se do desespero dela enquanto ela se arrastava para trás na tentativa de fugir dele. Mas, de nada adiantou, o assassino a segurou pelas pernas, mas ela se debatia, lutava pela sua vida, entretanto, deu seu ultimo suspiro ao sentir a adaga sendo enfiada em seu peito arrancando-lhe o pouco de vida que restava.

Cai de joelhos diante daquela cena. “Como é possível? Eu fui assassinada?” Perguntei a mim mesma chocada com aquela cena. Caminhei até meu corpo e o observei dando seus últimos suspiros enquanto o sangue escorria pela minha roupa e formava uma poça no solo.  “Eu estou morta?” Tentei tocar no rosto do meu corpo, mas minhas mãos apenas atravessaram a minha pele como um fantasma atravessa paredes.

O assassino estava rindo terrivelmente alto, satisfeito com o ocorrido, era um trabalho concluído. O outro homem surgiu atrás dele – esse também usava uma mascara, mas possuía uma tatuagem de dragão que descia de sua orelha por sua nuca e invadia seu peito sendo coberta por sua camisa. Ele olhava incrédulo meu corpo atirado no chão e proferiu:

- Ela é a garota que meu irmão amava, idiota!

- Ela me machucou! – Respondeu.

- Vamos embora logo, espero que ela sobreviva...

- Acho meio difícil, olhe o tanto de sangue que ela perdeu... – Observou.

O homem que reclamou pegou minha jaqueta, jogada a alguns metros dali, próximo ao colchonete, e enrolou sobre meu ferimento tentando impedir que mais sangue saísse e então foi embora deixando toda aquela carnificina para trás.

- Hayley! – Gritei em choque tentando acordar eu mesma. “Ta, isso está muito estranho”

- Me ajude... – Pediu em um fraco gemido.

- Hayley! – Gritei novamente. Precisava tentar mantê-la aqui, na verdade, me manter viva. Inconsequentemente coloquei minha mão na cabeça puxando uma mascara preta que vestia. Olhei para mim mesma e me deparei com aquela roupa preta cheia de sangue dos jovens mortos ali a pouco com pancadas na cabeça.

- Descubra quem fez isso com você... – Ouvi uma voz sussurrando dentro da minha mente milhares de vezes e ela ficava cada vez mais forte perturbando-me - Sua alma precisa encontrar paz... - Continuou. "Paz? Como assim? Eu realmente sou um espirito?" - Você tem um assunto interminável... 

Fiquei zonza com o que estava vendo. Primeiro eu sendo assassinada diante de meus próprios olhos e depois eu vestindo aquela roupa macabra? Não podia ser real, talvez fosse outra alucinação, ou a realidade alterada. Ignorei meus pensamentos e me foquei no meu corpo atirado no chão quase sem vida.

- Fique comigo! – Foi meu grito mais alto, sendo capaz de fazer algumas corujas saírem de perto.

Não demorou muito para que Jared ressurgisse manchado de sangue por toda sua roupa e olhando apavorado para aquela cena.

- Me perdoe por ter feito isso com você... 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Muito mistério e confusões? Aquilo tudo está dando um nó na minha mente kkkk E leitores anonimos, reviews para minha alegria? Até a próxima semana ou a seguinte kkk mas prometo mais coisas intrigantes ♥



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