Não Me Esquecerei de Nós escrita por Cari-chan


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Esta ideia surgiu, divido á capa da história, encontrei-a na internet por acaso. A parte em itálico, é narrada pela personagem Haruno Sakura. Enfim...

Boa leitura! ^^



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Todos nascemos, com apenas um destino certo. Morrer. A doce e fria senhora, beija-te os lábios sem pudor e com delicadeza. Morte. Não pedimos para nascer, mas, depois não queremos morrer. O que será, que há depois deste Mundo? Existe alguma coisa, para além disto? A saudade, deve ser de facto sentida? Será que algum dia, estaremos todos juntos? Perguntas sem resposta.

 

Ela não pôde evitar. O feitiço tinha-se voltado contra o feiticeiro. Queria protegê-lo e acabou sendo protegida. As lágrimas teimavam em cair, percorrendo o seu rosto, terminando no canto da sua boca. Tinham um gosto doce. Doce como recordações. Lágrimas serão sempre lágrimas. Sentimentos serão sempre sentimentos. Ninguém é capaz de substituir ninguém, por isso, lágrimas e sentimentos, não envelhecem.

 

Sakura estava junto do rio, onde espalhara as cinzas do Uzumaki há dois anos atrás. Com a promessa de se voltarem a encontrar. No rio. No mar. No fim do Mundo. Naquela época, queria um lugar onde se pudesse esconder. Um lugar onde não houvesse passado. As recordações vieram á tona como um filme. Viu os anos passarem á sua frente. Alguns bons. Alguns maus. As doces memórias eram agora o seu refúgio. Era o que a dor tinha de melhor. As tão açucaradas memórias. O desânimo é demasiado poderoso. Ninguém poderia ergue-la se não ela. Lutou até ao fim, para conseguir estar onde estava agora. O sonho tinha-se realizado. O sonho que tinha-se tornado de ambos. A capa branca com os caracteres chineses em vermelho. O chapéu branco nas mãos. Hoje, tinha-se tornado Ronkaime. Sexta Hokage, da vila oculta das folhas. Konoha. O vento brincava com os seus cabelos e os seus olhos estavam reflectidos no rio, colocou o chapéu, dirigindo-se para perto da pedra mármore preta, onde o nome de grandes ninjas tinha sido tatuado.

 

***

 

 

Lutávamos contra dois ninjas poderosos. Encontrávamo-nos esgotados, pois, regressávamos para a Vila depois de uma árdua missão. Podia restar-nos poucas forças, mas, o nosso espírito estava imune a todo aquele cansaço. Eles tinham aparecido do nada e lutavam connosco por nada. Simplesmente, queriam divertir-se e gozar do nosso sofrimento. Já estávamos envolvidos naquela batalha estúpida a algum tempo. O peso do Mundo estava sobre os meus ombros, sentia as forças desfalecerem. O tilintar das kunais. Os passos descompassados. O suor dos vencedores ou derrotados. Era ganhar ou perder. A dura realidade da vida de um shinobi.

Senti uma repentina dor no peito, e instintivamente desviei o meu olhar para Naruto. Ele estava estendido no chão, tentando levantar-se, enquanto o outro ninja, com um olhar mortal lançava-se a toda a velocidade com uma kunai entre as mãos sobre ele.

Não pensei duas vezes, e corri em seu alcance, as lágrimas vertiam dos meus olhos, enquanto o vento levava-as para longe. Coloquei-me frente a ele preparada para sofrer quaisquer que fossem as consequências. Não tinha forças para defender-me, mas, restava-me forças suficientes para protegê-lo. Seria útil nem que fosse uma única vez. Não deixaria a única pessoa que me amou, e ensinou-me a amar, morresse. O ninja como se despertasse de um sonho, arregalou os olhos quando viu-me com um olhar cansado, mas, com um brilho decidido. Já não podia voltar atrás. Fechei os olhos, não por medo, mas pronta para receber fosse o que fosse.

Simplesmente não veio. Abri os olhos, e vi o cabelo dourado. O sol cintilava no sangue de cor viva no chão. Naruto caiu de joelhos, e tombou para a frente. Os ninjas ficaram apavorados e saíram para longe dali. Não queriam sofrer quaisquer que fossem as consequências O peso na consciência iria tomar conta deles. Naruto respirava com dificuldade, temi o pior. Cheguei-me para perto dele, voltei-o com cuidado e recostei a cabeça do Uzumaki sobre o meu colo. Com o pouco chakra que me restava tentei curá-lo. Tinha-lhe acertado num órgão vital. Senti a mão grande trémula sobre a minha.

 

 - Sakura…chan, não.. vale a pena. – disse num sussurro, abrindo os olhos com dificuldade.

 

 - Naruto! Naruto! – gritei o seu nome, senti a esperança a despedaçar-se.

 

 - Desculpa! Eu só queria… eu só queria.. – disse entre soluços, segurando a mão dele com força, enquanto a outra repousava no seu rosto.

 

- Eu… eu só te faço sofrer! Perdoa-me! – estava desesperada, estava a ver, talvez a única pessoa que compreendeu-me durante toda a minha vida a desfalecer-se.

 

- Obrigado… obrigado por me teres amado. Não há cicatrizes. – disse dando um sorriso tentando recuperar o fôlego.

 

 - Tu tinhas tantos sonhos… tantos sonhos por realizar-se. Não é… não é justo. – disse encostando a minha testa á dele, enquanto as minhas lágrimas lavavam-lhe o rosto.

 

- O que é meu é teu. O que é teu é meu. Os teus sonhos são meus. Eu vou realizá-los, a todos. – susurrei ao seu ouvido, querendo eternizar aquela promessa no intuito de chegar-lhe mais perto do seu coração e sela-la.

 

 - Sakura.. chan não… - cortei a frase que diria.

 

 - Os teus sonhos, tornaram-se os meus sonhos, desde que nos unimos. Eu vou cumprir todos os nossos sonhos, é uma promessa. – levantei o rosto rindo e chorando ao mesmo tempo.

 

 - Pro..Prometes? – disse olhando para mim, com um brilho nos olhos.

 

 - Prometo. Eu sou como tu, não volto atrás com a minha palavra! – eu queria tentar anima-lo. Animar-me. Sabia que estava a adiar o inevitável.

 

- Sabes, não sei porquê que não te quiseste casar comigo. Ainda dou por mim a questionar-me sobre isso. – acariciava os seus cabelos tão belos como o Sol, ele estava todo coberto por sangue, não sabia como ele estava vivo ainda. Talvez a Kyuubi estava a tentar curá-lo. Tentei agarrar-me a essa esperança, mas, sabia que ela não poderia salvá-lo, por mais poder que tivesse.

 

- Não preciso… de um papel… para saber, que estaríamos juntos…. até que a morte nos separasse. – respondeu ainda com aquele sorriso no rosto, até naquele momento, ele queria passar-me serenidade.

 

- Na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, eu estarei contigo. Sei que a morte não será capaz de nos separar. Entreguei-me a ti, sem receios. Sem medo de ser quem era. Obrigada, por fazeres parte da minha vida. – elevei o seu corpo para perto de mim, e abracei-o.

 

- A vida é feita de “Olá” e “Adeus”…. Este é o … adeus. Mas…. Não será o nosso último “Olá”. – ele já respirava com dificuldade, e o sangue dispersava cada vez mais.

 

- Eu amo-te, mais que a minha própria vida. – coloquei-o novamente a sua cabeça sobre o meu colo, as lágrimas não paravam de cair enquanto selava os nossos lábios.

 

 - Sakura..chan.. eu vou estar ali. Á tua espera…. Num dia… num dia muito doce. – ele elevou o braço para o céu deixando-o cair como em câmara lenta. Tinha alcançado o sono eterno. O coração já não batia. Uma simples batalha sem sentido, tinha-lhe tirado a vida. Não fui capaz de olhar nos seus olhos, simplesmente pousei a minha mão, e fechei os seus olhos. Iria guardar para sempre, aquele olhar de um imenso azul, e de tanta alegria.

 

 

Chorei mais num ano, do que durante toda a minha vida.

 

 

***

 

Estava ali, perante a pedra onde os grandes nomes de heróis, tinham sido eternizados. Sabia que podia encontrá-lo onde quisesse. Naruto estava eternizado no seu coração, como uma tatuagem. Agora, revia a lista dos sonhos de ambos. Um sonho realizado. Um sonho por se realizar. Trazer Sasuke de volta. Passara durante este dois anos a procurá-lo. Nada. Simplesmente nada. Tinha a esperança de voltar a ver o amigo, no enterro do loiro. Ele simplesmente não veio. Nunca estava presente. Até aquele momento. Sentiu uma presença. A presença de Sasuke. Não podia acreditar. Voltou-se e deu de caras com um moreno de olhos fixos na pedra de mármore.

 

- Sa….su….ke? – pronunciou o nome num fio de voz.

 

 

Ele continuava inerte. Sakura sentiu um rancor tomar conta de si. Aproximou-se a passos moderados até ele, queria conter a ira que possuía. Não conseguiu. Desferiu um murro sobre a face alva. Não estava satisfeita. Desferiu outro murro na outra face, um fiozinho de sangue escorria da sua boca. Ele continuava sem fazer nada. Estava pronta para lhe dar outro soco, mas, parou no mesmo instante.

 

Ele…. Ele estava chorar? Correcto. Uchiha Sasuke, estava a chorar como um bebé. As lágrimas percorriam toda a extensão do seu rosto. Dor. Saudade. O choro não conseguia libertar a sua alma. Era demasiado. Hoje, tivera a coragem de aparecer frente aquela pedra, onde estiveram todos juntos pela primeira vez como uma equipa. Onde o nome do seu melhor amigo tinha sido gravado. Prestava homenagem, aquele que foi, talvez o irmão que ele nunca teve. Ordinário. Cobarde. Devia ter aplaudido o amigo, enquanto vivo, e não agora quando morto. Não era merecedor da sua vassalagem. Não merecia o apoio de ninguém. Não merecia pisar a mesma terra que ele. Virou costas, para fugir daquela agonia. Fugir de quem lhe queria bem, como ele sempre fazia.

 

 

 - Sasuke! Vais fugir? Vais fugir outra vez? Isso! Foge! Centra-te em ti mesmo! Nunca te importas connosco! – gritava em plenos pulmões, estava a ser sarcástica com ele. Com ela. Eles sempre foram amigos. Sempre. Não sentia nenhuma das palavras proferidas.

 

 

Ele não parou. Não queria parar. Não queria ouvir. Tudo aquilo era doloroso. Inesperadamente, sentiu um calor sobre o seu ombro. Não conseguiu mover-se. Uma estranha força sobrenatural repousava sobre o seu ombro. Conhecia aquele calor. Olhou para trás. Sakura estava hipnotizada com o que via.

 

 

 - Sasuke, não te vás embora. Fica. – o espírito do jovem loiro, sorria carinhosamente para o moreno.

 

- Na-Naruto? – a rosada estava emocionada. Aproximou-se sem temor de ambos.

 

 - Eu não te odeio, Sasuke. Tu és o meu melhor amigo. O meu irmão. Por isso, fica. – disse repousando ambas as mãos, sobre os ombros do Uchiha que agora estava de fronte para ele.

 

- Eu… eu não mereço. – pronunciou-se pela primeira vez, o moreno com o olhar baixo com a voz rouca e fria.

 

 - Sasuke, tu não estás sozinho. Nunca estiveste. Nós sempre estaremos perto de ti, para te apoiar. O time sete jamais deixará de existir. Nós somos um. – sorriu mais abertamente, o seu tão habitual sorriso. Como ela tinha saudades dele.

 

 

Sakura aproximou-se mais com as lágrimas a encherem-lhe os olhos. A rosada puxou o Uchiha para si com um braço enquanto o outro repousava sobre o Uzumaki. Apertou-os contra si. Um abraço saudoso. Um abraço que reponha todos os anos separados. Todas as alegrias. Todas as tristezas.

 

 

Depois de algum tempo, soltaram-se. Sakura e Sasuke choravam. Não de tristeza, mas, de alegria, por terem tido a oportunidade de terem conhecido Naruto. O loiro olhou para a rosada, e beijou os seus lábios delicadamente e como por magia, desapareceu com o vento e as folhas do chão levantaram-se.

 

 

Não disseram nada. Choravam silenciosamente. As palavras jamais conseguiriam descrever aquele momento. Sakura apertou a sua camisola no lado esquerdo, enquanto a outra repousou sobre o lado esquerdo do Sasuke.

 

 

- O Naruto, deixou-nos um belo presente. Sempre que quisermos lembrar-nos dele, basta desembrulhá-lo. Ele ensinou-nos a viver. Ele ensinou-nos que por mais que erremos, devemos tentar consertar os nossos erros. Ele ensinou-nos que sonhos, podem tornar-se realidade. – olhou para o Uchiha com um sorriso sincero. Ele contribui com um aceno de cabeça e um sorriso discreto nos lábios.

 

 

Não sabiam o que o futuro reservava. Isso não importava. O presente ainda estava por ser vivido. O homem que fora excluído, tornou-se um herói e agora era uma lenda. Seria recordado de geração em geração. Eles sempre que iam ao rio, podiam ouvir de longe a sempre autêntica gargalhada sincera de Uzumaki Naruto.

 

 


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Notas finais do capítulo

Olá..! ^^

Eu não acredito... que "matei" o meu Uzumaki. Quer dizer, mosso. ^^''

A ideia toda surgiu devido á capa da fic... achei que ficaria algo diferente, e decidi pôr-me a escrever.

Peço desculpa pelos eventuais erros ortográficos, ou até mesmo de construção de frases.


E como nunca é demais pedir.... gostaria de saber se gostaram. "Gostei" "Não gostei" é já alguma coisa. Façamos uso da nossa liberdade de expressão... e não fiquemos apenas pelo contador de leitores..

Enfim...


Um beijo bem grande! =*

Cari.



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